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AULA
A árvore genealógica
dos seres vivos
objetivo
J. Hutton
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MÓDULO 2
espécie. Sendo assim, um táxon superior (por exemplo, Angiospermae;
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Muscidae, Culex) nada mais é do que uma coleção de espécies originadas
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de uma espécie ancestral comum. Cabe ressaltar que espécies dão origem
a outras espécies e a táxons superiores, mas nenhum táxon superior dá
origem a uma espécie ou a outro táxon superior. Quando falamos que os
peixes sarcopterígios deram origem aos tetrápodes, a história evolutiva
foi contada de forma simplificada. Na verdade, o que queremos dizer é
que uma espécie de peixe sarcopterígio passou a apresentar novidades
evolutivas que justificariam sua inclusão em um subgrupo dentro do
grupo. No caso, deixou de ser peixe e passou a apresentar aspectos
basais (por exemplo, membros com dedos nas extremidades, estribo no
ouvido médio, vértebra sacral) de um novo grupo de vertebrados, dentro
de Sarcopterygii, chamado Tetrapoda.
E o que dizer das espécies? Podemos conceituar uma espécie
como a menor amostra de organismos autoperpetuantes, diagnosticada
por um conjunto exclusivo (único) de caracteres. Sabemos hoje que a
compatibilidade reprodutiva, utilizada no passado como critério mais
relevante no reconhecimento de uma espécie, é um importante fator de
coesão para os seus membros, mas não deve ser invocada como suficiente
para separarmos duas espécies. Algumas espécies podem formar híbridos,
até mesmo apresentar descendentes férteis, e mesmo assim manter sua
individualidade. Alem disso, o que dizer daquelas espécies que não
apresentam reprodução sexuada? Como testar a hipótese de que duas
espécies que não vivem no mesmo horizonte de tempo poderiam cruzar
e produzir descendentes férteis?
Uma constatação interessante em relação às espécies é que
O isolamento
estas se comportam como indivíduos ao longo de sua história: nascem geográfico é
considerado o
(por algum tipo de especiação), “crescem” (devido a flutuações de diversos principal mecanismo
para a formação
atributos em nível populacional, por várias gerações) e morrem (quando
de novas espécies
dão origem a outras espécies ou quando se extinguem inteiramente, sem a partir de uma
espécie ancestral; esse
deixar descendentes). tipo de especiação
é denominado
As espécies sexuadas correspondem a linhagens evolutivas, ou alopátrico. Mas
seja, a um conjunto de populações que evoluem como um todo ao longo outros tipos
de especiação
do tempo. As folhas da árvore genealógica representariam as espécies (simpátrica,
parapátrica etc.)
que estão no horizonte de tempo atual. As ramificações (cladogêneses) foram propostos
correspondem a rompimentos de linhagens evolutivas em decorrência e investigados na
natureza.
de dispersão ou vicariância (aparecimento de espécies filhas isoladas
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PROCESSOS EVOLUTIVOS
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MÓDULO 2
EVOLUÇÃO DOS GRUPOS TAXONÔMICOS
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AULA
Por vezes, caímos no erro de dizer que um grupo taxonômico (ou
espécie) é mais evoluído do que outro. Essa afirmação não faz sentido.
Cada espécie apresenta um mosaico de atributos herdados e mantidos
de formas ancestrais remotas (caracteres primitivos) e novidades
evolutivas (caracteres derivados) herdadas de ancestral imediato. Ao
compararmos uma espécie com outra, podemos notar que um atributo
pode ser mais avançado (derivado) em uma espécie do que em outra,
por mais complexo ou primitivo o grupo ao qual elas pertencem. Por
exemplo, a presença de pêlos é uma condição compartilhada pelo homem
com outros mamíferos. A presença de garras é um aspecto comum à
grande maioria dos mamíferos, mas a presença de unhas está restrita
a um grupo menor dentro deste, ou seja, o dos primatas. A presença
de unhas, nesse nível de generalidade, é uma condição derivada, já que
surgiu como uma modificação da condição precedente, ou seja, garra.
Entre os primatas, o raciocínio lógico é uma condição derivada e
exclusiva do Homo sapiens. Alguém poderia advogar supremacia do
Homo sapiens (“mais evoluído”) em relação a outros animais dando
ênfase a esse atributo. Mas a capacidade de ecolocação (percepção de
objetos usando vibrações sonoras de alta freqüência) dos morcegos é
outra condição derivada que os faz “mais derivados” que nós (Homo
sapiens), já que nós apresentamos a condição primitiva (ausência de
ecolocação). Então, alguém poderia eleger esse atributo e dizer que os
morcegos são “mais evoluídos” que o Homo sapiens. Concluindo, se
todos os organismos (simples ou complexos) são constituídos de um
mosaico de caracteres primitivos e derivados de um processo evolutivo,
não faz sentido dizermos que este ou aquele organismo como um todo é
mais evoluído. Isso se aplicaria somente aos casos em que um organismo
não alcança o mesmo horizonte de tempo em que o outro viveu.
Ex.: Psittacosaurus (Cretáceo Inferior), “menos evoluído”, e Triceratops
(Cretáceo Superior), “mais evoluído”.
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ATIVIDADES
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1. Diferencie cladogênese de anagênese.
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2. O que você entende por homologia?
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