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Relatório - O Show de Truman

O Show é um filme no qual Jim Carey interpreta o personagem título,


que vive em um transmissão televisiva de sua vida, num eterno show no qual
todos, exceto ele, sabem a verdade.
O programa estava baseado num ator/personagem que vive a si mesmo
sem ter noção da dualidade em que vive, enquanto todos ao seu redor são
atores contratados com a única função de tornar o mais verossímil possível a
vida de Truman,
Em determinado momento do filme, o criador do programa televisivo é
entrevistado, e o entrevistador o chama de projetista e arquiteto de um mundo
dentro de outro mundo, numa referência a criação de uma realidade paralela,
manipulada por ele para condicionar Truman à uma vida inteira filmada através
de câmeras escondidas em um estúdio que imitava uma cidade.
Ao projetista é questionado o porque de Truman nunca ter descoberto a
verdadeira natureza do mundo que o cerca, respondendo que simplesmente
aceitamos a realidade e o mundo com o qual nos defrontamos.
O projetista acredita que deu a Truman uma oportunidade de ter uma
vida normal, dentro de um experimento controlado, onde não há maldade ou
eventos ruins acontecendo, pois tudo que ocorre neste local é previamente
calculado. Enquanto Truman, se estivesse vivendo no mundo real, seria um
órfão abandonado à própria sorte em um mundo de maldades.
Ao ser acusado de manter o Truman como prisioneiro em seu show, por
este não saber a real natureza de tudo que o cerca, o projetista afirma que
acaso Truman queira saber realmente a verdade, ele poderia facilmente, mas
quando Truman fica determinado a descobri-la, o projetista faz todo o possível
para que isto não ocorra.
No final do filme a determinação de Truman o leva a descobrir a
verdade, e escolhe a vida no mundo real à vida controlada e sem maldade do
estúdio.
Os espectadores, que em diversos momentos aparecem tão absortos no
show que simplesmente não fazem outra coisa – como o homem que vive na
banheira, as senhoras de idade que só vivem no sofá, ou os seguranças que
recusam um cliente para continuar assistindo, apresentam a outra forma de
controle exercida pelo arquiteto com seu show. O controle das pessoas que
viviam em função da televisão fica claro quando os seguranças pegam um
petisco e procuram outro programa para se viciar.
Diante desta ação, penso se hesitariam em engaiolar e criar outro show
de Truman, transformando a vida de outro ser humano em uma farsa somente
para divertir outros.
Assim como Truman recebia estímulos e reforços positivos e negativos
(como os propostos pelo behaviorismo), os espectadores também são
estimulados pelo programa, como exemplo o rapaz da banheira, que
aparentemente não sai de lá, e tem em sua frente a tv, o controle e comida,
que age desta forma como resposta ao estimulo do programa.
Mas – seguindo a teoria da Gestalt – por mais manipulado que fosse,
Truman sempre manteve seus desejos mais íntimos e vontades mais
primitivas. Como ele mesmo diz ao projetista quando este afirma conhecê-lo
melhor que ele mesmo, esqueceram de colocar uma câmera em sua cabeça
Para finalizar um trecho do filme: Nada ali é real. Tudo ali é real. A
questão é como definir a realidade quando se está manipulando-a?

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