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FETER V. JONES KEITH C. SIDWELL Aprendendo Latim TEXTOS — GRAMATICA — VOCABULARIO — ZXERCICIOS ‘Tredugio ¢ supervisio: Isabella Tardin Cardoso Paulo Sérgio de Vasconcelos € equipe Revisdo eral’ Alessand:o Rolim de Moura ODYSSEUS alo remains Capon ait (CP) "Cra Bes 6 ira Se Indsces os Reading Latin © 1986 Cambridge University Press Todos os direitos desta edigdo reservados & © 2012 Odysseus Editora Ltda, Editor: Stylianos Tsirakis ‘Tradugdo e supervisto: Isabella Tardin Cardoso Paulo Sérgio de Vasconcellos e equipe Rovisto geral: Alessandro Rolim de Moura Editoragdo eletrénica: Lucas Consolin Dezotti Capa: Tiago Cirillo/ST Odysseus Editora Lida dos Macunis, 495 - CEP 0544-001 ~ Tea: (1) 3816-0835 editora@odysseus com br ~ wwwodysseus.com.br ISBN: 978-85-7876-019-9 digo: 1 Ano: 2012 1A 1B 1c Sumario Nota: Nas segdes 1A-4C a ordem dos itens ¢ a seguinte: Vocabulario (geral ¢ a memorizat), Gramatica e Exereicios, Déliciae Latinae. Da 4D a 5G hé exercicios adicionais de leitura antes das Déliciae Lattnae. As segBes GA e GD trazem Vocabulirio, Gramatica ¢ Exercicios, as seges 6B-C apenas o Vocabulario; nao ha exercicio de leitura adicional nem Déliciae Laftae. Este sumario apresenta detalhadamente, para cada sero, o conteiido da Gramética do curso, ‘mas apenas 0s t6picos gerais da Gramatica de Referéncia, Para indicagdes precisas a respeito desta, veja o indice gramatical ao final do volume. Preficio edigdo brasileira Preficio da edigao inglesa . Agradecimentos.. xvi Abreviaturas xviii Guia de pronincia xix Glossério gramatical portugués—latim xxii Mapas. xxix Introdugao cece eee RRM PARTE 1. PLAUTO E A TRADIGAO COMICA ROMANA.........- 1 Segiio 1. A Aulularia de Plauto........... sees seed Introdugio 1 sum presente do indicativo .......... : 2 2 ama: presente do indicativo ativo 3 habed: presente do indicativo ativo 4 Terminologia 5 Significado 6 Os-casosem latim 7 Singular ¢ plural; masculino, feminino e neutro & Primeira declinago: serua 9 Segunda declinagdo seruus 10 Preposigdes . 7 11 Terceira declinagfo (tema em consoante) fiir 12 Terceira declinagao (tema emi: aedis 13 Radicais e terminagdes dos substantivos da terceira declinagdo 14 Adjetivos de 1*/2* declinagao: multus 15 Substantivos neutros da segunda declinagao: somnium 16 Substantivo irregular da segunda declinago: deus 17A Vocative 17B Aposto 2 18 Imperativo presente ativo, 1" 2* conjugagio 19 ed presente do indicativo ¢ imperativo 20 meus, tus 21 miser 22 ego, tu 23 Preposigdes (@/ab e &/ex) 37 Sumario 1D 1E IF 1G 24 2B 2c 2D 2E 3A 3B 3c 3D 24 dicd: presente do indicativo ativo, imperativo 25 audid: presente do indicativo, imperativo 26 Substantivo neutro da 3* declinagdo: nomen 27 pulcher 28 Substantivos masculinos de 2* declinagao: puer, uir, culter 29 quis/qui? 30 domum, domi edomS 31 satis, nimis 32 -que . 33 capid: presente do indicative 34 wold: presente do indicativo 35 ferd: presente do indicativo 36 Imperativos (todas as conjugagdes) 37 Imperativos irregulares 38 Substantivo neutro de 3* declinagdio: onus 39 -ne(?) 40 quid + gen. 41 Infinitivo presente ativo 42 Infinitivos irregulares 43. nds, uds 44 Adjetivos de 3* declinagdo: omnis 45. Adjetivos de 3* declinagdo: ingéns 46 Adjetivos de 3* declinagao: audax 47 diues, pauper 48 O caso dativo 49 O ablativo descritivo (ou ablativo de qualidade) ..... Seco 2. As Bacchidés de Plauto ... 50 Futuro do indicativo ative $1 Futuro de sum, ed 52. possum, nalé, ‘mal: presente ¢ futuro do indicative 53 noster, uester; adjetivos da 3* declinagdo: celer, dcer 54 Numerais cardinais (1-10, 100-1000) 55 Substantivos de 4* declinacao: manus 56 domus 57 Monossilabos de 3* dectinagio .... 58 Depoentes: presente do indicativo, imperativo, infinitivo 59 nal + infinitive 60 Substantivos de 5* declinagao: rés 61 Substantivo neutro da 3* declinagao: caput 62 niillus, alter... 63 hic 64 ille 65 Perfeito do indicativo ative 66 Verbos irregulares 67 Ablativos: expressOes de tempo .. 68 Depoentes: futuro do indicative 69 Genitivo de valor Seco 3. O Amphitrud de Plauto.... 70 is 71 Acusativo de tempo 72 Adjetivos comparativos: longior 73 Adjetivos superlativos: longissimus 74 Comparativos e superlatives irregulares 75 Depoentes: perfeito do indicative 76 Semidepoentes: auded, fd 77 Depoentes: participios perfeitos 78 Dicade tradugdo 79 Advérbios regularese irregulares 80 sé, sus... 81 Participios futuros (ativos ¢ depoentes) 82 Participio perfeito dos verbos ativos 83. Tempos primitivos “imprevisiveis” 84 Ablativo de instrumento oumeio 85 ndnne? 86 Idemenémo 87 Advérbios comparativos superlativos. ... 88 Dativos........... 47 59 70 82 98 17 130 140 155 169 180 194 208 4a, 4B 4c 4D 4E 4E 4G 5A 5B Sumario vii PARTE 2. O FIM DA REPUBLICA ROMANA, Seco 4. Corrupedo na provincia: o escdndalo de Verres (73-71)... 223 89 Imperfeito do indicativo ative 90 Depoentes: imperfeito do indicativo 91 iste 92 quidam 93 mum 94 Infinitivo presente (revisio) 95 Infinitivo perfeito ative 96 Depoentes: infinitivo perfeito 97 Infinitivo futuro: ativo e depoente 98. Discurso indireto (ou reportado): oragdo infinitiva 99 negd.......e2.2.5 a 27 100A. caso ablativo (resumo das formas ¢ usos ja vistos) 100B Outros usos do ablativo 101 Genitivo de descri¢io 102 alius, aliguis 103 ipse . 248 104 Mais-que-perfeito do indicativo ativo 105 Depoentes: mais-que-perfeito do indicativo 106 Pronome relativo: qui quae quod 107 Relativo de ligagao 108 Mais usos do ablativo 109 Ablativo absoluto 110 Locativo 263 1U Voz passiva 112 Presente do indicativo 113 Futuro do indicativo 114 Imperfeito do indicative 115 Perfeito do indicativo 116 Mais-que-perfeito do indicative 117 Imperativo 118 Infinitivos 119. ferd (voz passiva: presente, infinitivo e imperativo), verbos transitivos compostos de ¢6 na passiva. 278 120 Participios presentes 121 Mais-que-perfeito do subjuntivo ativo 122 Mais-que-perfeito do subjuntivo depoente 123 Mais-que-perfeito do subjuntivo passivo 124 cum + subjuntivo 125 Substantivos neutros da 3*declinagdo: mare 126 Pronome telativo no genitive 294 127 Presente do subjuntivo ative 128 Presente do subjuntivo depoente 129 Presente do subjuntivo passivo 130 Imperfeito do subjuntivo ativo 131 Imperfeito do subjuntivo depoente 132 Imperfeito do subjuntivo passivo 133 Resumo das formas do presente e do imperfeito do subjuntivo 134 Ordens indiretas (ie. reportadas): ut/né + subjuntivo 135 accidit/ perficid ut + subjuntivo 136 Participio presente 137 Pronome relativo (dativo e ablativo) 3M 138 Subjuntivo: usos especiais 139 Condicionais com verbos no subjuntivo 140 Subjuntivo nas oragdes relativas 141 cum, quamuis + subjuntivo 142 Subjuntivo no discurso indireto 143 Infinitivo sem esse no discurso indireto .......... veceeeceee 27 Segao 5, A conspiragao de Catilina em Roma (64-62) 340 144 Oragdes consecutivas 145 Oragdes finais 146 O infinitivo historico 147 Ablativo de relago. ........ bese 380 Poesia romana (caracteristics retricas, ordem das palavras, métrca, hexAmettO) ee sceceeceeeetessestesevstereereeseteerseseeeese es 364 148 Oragdes finais (gud + comparativo + subjuntivo) 149 fore ut + subjuntivo 150 Ablativo absoluto 151 Participio passado 372 viii Sumario 5C 152 Subjuntivos jussivos 153 Subjuntivos expressando desejos possibilidade 154 Verbos impessoais: ativa 155. Verbos impessoais: passiva 156 Futuro perfeito do indicativo ativo 157 Futuro perfeito do indicative depoente 158 Futuro perfeito do indicativo passive 159 Numerais cardinais (11-90) e ordinais (110°) .....2....00.e00e004- 384 SD 160 Gerundivos 161 Usos do gerundivo 162 Verbos de temor (18 + subjuntiv0)... 2... cc ceeseeeceseeseeesseesatenseeeseeneees =. 403 SE 163 Participio passado 164 Sumario das formas participiais 165 dum, antequam/priusquam 166 utpote qut+ subjuntivo....... we AID SF 167 Pretérito perfeito do subjuntivo 168 Pretérito perfeito do subjuntivo depoente 169 Pretérito perfeito do subjuntivo passivo 170 Uso do pretérito perfeito do subjuntivo 171 Pretérito perfeito do subjuntivo: usos independentes 172 Interrogativas indiretas (reportadas) 173 Oragdes condicionais com mais-que-perfeito do subjuntivo 174 quéminus, quin + subjuntivo ........ 002.00. 00ce cee ee cece eee eee BI 5G 175 Geriindios 176 quisque, quisquam 177 uterque 178 Substantivo neutro de 4" declinag0: cornii 179 Oragdes comparativas, correlativas, comparagées irreais... 6... ..eeeeeeeeeeen ee . 445 Segio 6. Poesia e politica: de César a Augusto... 461 6A 180 Hendecassilabo 181 Escazonte 182 A estrofe sdfica............... 461 es . 476 6c Deere nate eet eee ease seen net eeeeeeeeneeeeee tat tneeenttes wee 92 6D 183 Ohexdmetroem Lucrécio 184 Arquiléquio 185 Distico elegiaco. . . . 503 Gramitica de referéncia voce etetneeseeeess S22 A-G Verbos A Ativos B Passivos C Depoentes D Semidepoentes E Irregulares F Defectivos, impessoais G Tempos primitivos dos irregulares H-I Substantivos e pronomes JLK Adjetivos, advérbios e preposigdes L-V Construgdes L Oscasos M Infinitive N Gerindio O Gerundivo P Participios Q Oragées relativas R Discurso indireto SO subjuntivo T Oragdes temporais U Oragdes causais V Oragdes concessivas W Ordem das palavras Apéndice: a Lingua Latina . Vocabulario total a memorizar (latin pores. 618 ‘Vocabulario portugués-latim . cece veveee ss 634 Vocabulitio adicional a ser aprendido ......-. 653, indice gramatical feces 659 Prefacio a edico brasileira Aprendendo Latim, tradugio do método Reading Latin (da editora de Cambridge), hoje adotado por varias universidades brasileiras, vem preencher uma lacuna que ha anos vinha sendo sentida. Sua publicagao reflete um fendmeno que temos acompa- nhado nas iltimas décadas em boa parte das universidades brasileiras: um grande aumento do interesse pelo estudo das chamadas linguas clissicas, o latim e o grego antigos. Tal interesse, que ressurge num pais em que a lingua latina ndo mais consta do curriculo do ensino médio ou fundamental, ndo deixa de ser intrigante. Por que, no Brasil do século XXI, estudar latim e, sobretudo, por que ler no ori- ginal textos latinos de mais de dois mil anos? Uma resposta frequente que se da a essa pergunta é que o portugués proveio do latim e, assim, estudar essa lingua & de grande importancia para conhecer a historia da lingua portuguesa e de suas irmas neolatinas (como 0 francés, o italiano, o romeno, o espanhol). E verdade, mas o latim tem atraido o interesse também por uma outra razo: os textos literdrios escritos nessa lingua, que tém influenciado a cultura ocidental —e continuam a fazé-lo. Podemos citar, dentre os herdeiros da literatura latina, Dante, Petrarea, Boccaccio, Camoes, Shakespeare, Racine, Goethe, Machado de Assis, Eliot, Joyce, Ariano Suassuna, Osman Lins, Guilherme de Figueiredo —e seria facil estender a lista mencionando es- critores geniais nos géneros mais variados, ao longo dos séculos. Poder ler no original (8 autores latinos que influenciaram os que vieram depois permite que entendamos mais profundamente o dilogo que a posteridade vem travando com uma Antiguidade perpetuamente recriada, transformada e, por isso mesmo, viva. ‘Além disso, ler os textos no original latino permite que tenhamos com eles nosso proprio didlogo, de uma forma virtualmente mais instigadora do que se o fizéssemos apenas através de tradug6es alheias. Ler 0 original propicia-nos a oportunidade de vislumbrar no texto aspectos dele que podem nao transparecer, por exemplo, nas tradugdes disponiveis ou em manuais de literatura. Dessa forma, o olhar dos leitores de hoje é langado a um objeto sobre o qual nunca teremos a palavra definitiva, mas sobre 0 qual nos sentimos incitados a nos interrogar perpetuamente: o texto ‘cléssico’, que sempre estimula a releituras e reinterpretagdes. Nesse processo, mantém-se viva a obra do passado, vivificada pela apropriagdo que dela fazemos. ‘O método que apresentamos ao leitor 6, hoje, segundo nossa experiéncia de tantos anos no ensino de latim, o mais eficiente para a consecugao do objetivo que se pro- pode — dar acesso aos textos latinos no original, de forma gradual e sélida. Partindo de excertos que de inicio estdo bem proximos da obra original e, paulatinamente, caminhando para o texto nfo adaptado (mas no percurso apresentando, desde cedo, textos latinos mais ficeis sem adaptagio), este método no dissocia a lingua da cul- ix X__Prefécio a edigto brasileira tura, Assim, desde as primeiras ligdes, 0 aluno vai adentrando no universo cultural dos antigos romanos: seus costumes, suas instituigdes politicas, sua literatura, .. Em ver de frases soltas (como em tantos métodos do passado),lida-se aqui com textos inseridos em seu contexto histérico-cultural. Para a adaptago do método, originalmente escrito em lingua inglesa e concebido para falantes dessa lingua, foi necessério adotar parametros que dessem conta da ‘gramatica da lingua portuguesa, nomeadamente da vertente empregada no Brasil. Por exemplo, respeitando a diversidade linguistica do pais, os pronomes fi ¢ uds latinos geralmente receberam, além da traducdo tradicional por ‘tu’ e *vés’, a op¢o *vocé(s)’. Alguns exemplos e exercicios, pertinentes 4 lingua ou literatura inglesa, foram ‘ou adaptados, ou eliminados. Para a tradugo de textos literdrios em lingua latina, em alguns casos foram adotadas tradugdes de qualidade disponiveis no Brasil, de- vidamente creditadas; nos demais casos, cotejaram-se as tradugdes propostas pelo método com os respectivos originais latinos. Quanto 4 questio da descrigdo gramatical, procurou-se seguir o estilo fluente e por vezes coloquial do método sem, no entanto, afastar-se da nomenclatura adotada em graméticas da lingua latina e da lingua portuguesa. Isso permitiré ao leitor referir-se, também em graméticas da lingua latina disponiveis em portugués, a cada assunto tratado na segdo gramatical. Em tempo: nos exercicios de verso do portugués para o latim ena tradugdio de exem- plos da gramdtica, por vezes preferiu-se apresentar frases que talvez soem menos es- pontiineas; visou-se nesses casos, tio somente, facilitar ao aluno a esolugaio das tarcfas, A tradugio foi realizada por uma equipe de professores ¢ pés-graduandos. Espe- cificam-se abaixo as fungdes de cada membro de nossa equipe: Prefiicio da edigao inglesa e Agradecimentos Tradugao: Lucas Consolin Dezotti Revistio: Paulo Sérgio de Vasconcelos e Isabella Tardin Cardoso Abreviaturas Tradugao: Fabio da Silva Fortes Reviso: Robson Tadeu Cesila Guia de promincia Tradugdo: Equipe da UFPR Revisao: Paulo Sérgio de Vasconcellos e Isabella Tardin Cardoso Glossério Tradugdo: Fabio da Silva Fortes Revisdo: Robson Tadeu Cesila Textos das Secibes Tradugio: Lucas Consolin Dezotti Revistio: Paulo Sérgio de Vasconcelos e Isabella Tardin Cardoso, ‘com apoio de Lilian Nunes da Costa (segies I a 3), Carol Martins da Rocha (segdo 4); Danielle Chagas de Lima (segdes 5 e 6). Prefacio a edicdo brasileira xi Introdugiio Tradugdo: Patricia Prata Reyisio: Robson Tadeu Cesila Segiio 1 Tradugtio (1A-IC): Patricia Prata Tradugaio (ID): Fabio da Silva Fortes Tradugio (IE-1F): Litian Nunes da Costa Tradugio (IG): Alexandre Piccolo Revisto: Patricia Prata e Robson Tadeu Cesila Secao 2 Tradugio: Matheus Trevizam Revisdo: Patricia Prata e Robson Tadeu Cesila Secao 3 Tradugiio: Marcos Aurelio Pereira Revisto: Paulo Sérgio de Vasconcellos ¢ Isabella Tardin Cardoso Segaio 4 Tradugo: Carol Martins da Rocha Revistio: Paulo Sérgio de Vasconcellos ¢ Isabella Tardin Cardoso Seeao 5 ‘Tradugdo: Paulo Sérgio de Vasconcellos Revisio: Paulo Sérgio de Vasconcellos ¢ Isabella Tardin Cardoso Secdo 6 ‘Tradugdo: Robson Tadeu Cesila Revisio: Paulo Sérgio de Vasconcellos ¢ Isabella Tardin Cardoso Gramética de Referéncia ‘Tradugdo: Fabio da Silva Fortes e Alexandre Prudente Piccolo Revisio: Robson Tadeu Cesila Apéndice Tradugio e adaptagaio: Alessandro Rolim de Moura Revistio: Isabella Tardin Cardoso, Paulo Sérgio de Vasconcellos Marcos Aurelio Pereira Vocabulério total a memorizar ‘Tradugdo: Lilian Nunes da Costa Revisio: Danielle Chagas de Lima e Patricia Prata Indice gramatical ‘Tradugdo: Fabio da Silva Fortes, Alexandre Prudente Piccolo, Isabella Tardin Cardoso, Paulo Sérgio de Vasconcellos Revisio: Lucas Consolin Dezotti REvIsio GERAL Alessandro Rolim de Moura (CooRDENAGAO GERAL DA EQUIPE Isabella Tardin Cardoso e Paulo Sérgio de Vasconcellos. Preticio & edigdo brasileira Uma equipe de alunos ¢ professores da Universidade Federal do Parané gentilmente disponibilizou, para nossa consulta, itil material referente Sego I, uma tradugio anterior utilizada em suas aulas, Eis os nomes dos integrantes da equipe da UFPR: Alessandro Rolim de Moura, Giovanna Mazzaro Valenza, Guilherme Gontijo Flores, Irene Cristina Boschiero, Rodrigo Tadeu Goncalves. Ao longo destes anos em que o método, introduzido na UNICAMP pelo professor Antonio da Silveira Mendonga, vem sendo utilizado nessa instituigo, monitores estagiarios em disciplinas de latim auxiliaram na leitura e revisdo do material adaptado entregue as turmas. ‘Como seria de se esperar em trabalho de adaptagdo to volumoso, envolvendo tantas linguas e feito a varias mAos, a presente adaptagdo sem duivida é passivel de aperfeigoamento. Sendo assim, sugestdes que a pritica com a versio brasileira hd de suscitar serio muito bem-vindas. Agradecemos & confianga do editor, o extremo empenho de todos os integrantes da equipe, bem como aos que colaboraram direta ou indiretamente na realizagdo da empreitada: entre eles, a nossos mestres ¢ alunos de ontem e de hoje. Isabella Tardin Cardoso Paulo Sérgio de Vasconcelos Prefacio da edigdo inglesa ‘sus magister est optimus (Cicex0. Pro Rabiri Postumo 49) © curso: tempo de estudo e principi Aprendendo Latim & um método voltado para jovens alunos de ensino médio, universitarios e adultos que queiram aprender latim classico ou medieval. Apés algumas versdes experimentais terem sido testadas entre 198] ¢ 1984 em diversas escolas, cursos ¢ universidades do Reino Unido, Estados Unidos, Canada, Nova Zelandia e Dinamarca, bem como em centros de educagao para adultos, a versio final foi entregue & editora em setembro de 1984. Nossa experiéncia sugere forte- mente que se leva mais tempo para desenvolver a habilidade de leitura em latim do que em grego. Assim, em colégios e centros de educagio para adultos, onde o tempo € restrito, Aprendendo Latim deve set visto como um curso de dois anos, Nas universidades, contando-se com uma carga horaria de trés a quatro horas semanais, ‘a meta para o primeiro ano deve ser chegar & Seco 5. Sem divida, dependendo da turma, pode-se avangar mais rapidamente. Os principios que nortearam a concepgao deste curso stio em grande medida os mesmos do método Aprendendo Grego,’ com trés importantes excegdes. Primeiro, desde 0 inicio ficou claro que o aprendizado de latim requer mais exercicios do que o de grego, e que os exercicios de versio para o latim, mesmo que restritos a verbo isolados ou locugées, tém um papel importante (ha também exer- cicios de versio de frases e pequenos textos em prosa, para aqueles que quiserem). Segundo, temos a conviegdo de que, se 0 objetivo é fazer com que os alunos venham a ler em latim com um minimo de seguranga, é preciso estimuléi-los desde © inicio a compreender o texto palavra por palavra, locugZo por locugo, na mesma ‘ordem em que aparecem no texto latino. Um bom mimero de exercicios & destinado a esse fim; em particular, sugerimos que os alunos expliquem em voz alta o modo como compreendem uma frase & medida que a traduzem, e apontem o que se pode antecipar do que vem a seguir. Em terceiro lugar, o papel da lingua latina no desenvolvimento da civilizagao ocidental e, em particular, das linguas romdnicas, como o portugués,? é inquestiona- vel. Pareceu-nos que, se ignorassemos essa tradigdo ¢ nos concentréssemos apenas 3s de organizacao "Joint Associanion oF Ctassical TeacutRs. Aprendendo Grego. Sao Paulo: Odysseus Editora, 2010, (Edigao original: Reading Greek. Cambridge: Cambridge University Press, 1978) * Para tomar o texto mais adequado ao piblico brasileiro, subsitufram.-se, quando possivel, as referéncias A lingua inglesa por mengées & lingua portuguesa. Da mesma forma, informagées sobre a presenga do Jatim no inglés ena cultura inglesa em geral foram substituidas por outras relativas ao portugués ¢ a0 ‘mundo lus6fono, ou delas acompanhadas Prefécio da edicdo inglesa no latim classico, estariamos privando os alunos da compreensfo da verdadeira importancia do latim para 0 mundo ocidental. Por conseguinte, embora 0 curso ensine basicamente 0 latim classico, as segdes de déliciae Latinae introduzem o aluno no universo do latim pré-classico, pés-clissico, vulgar e medieval, explorando a influéncia do latim sobre 0 vocabulirio atual. Metodologia Os usuarios do Aprendendo Grego se sentirao familiarizados com a metodologia aqui proposta, baseada em quatro passos: 1. Com o apoio do Vocabulério de segdo e a ajuda do professor, leia e traduza o texto relativo a segdo a ser estudada. No decorrer do trabalho de tradugo, o professor deve explicar e esquematizar apenas os pontos gramaticais a serem aprendidos para aquela secdo. (E claro que isso pode ser feito antes de comegar o trabalho com o texto, se o professor preferir, mas a experiéncia sugere que é muito melhor deixar os alunos tentarem descobrir por si mesmos, sob a orientagao do professor, como funcionam os novos elementos gramaticais.) 2. Feito isso, os alunos devem assimilar todo 0 VOCABULARIO A MEMORIZAR da respectiva seo. As palavras cuja memorizagao é indicada no constardo dos vocabularios das seges seguintes, a menos que aparegam num texto com um sentido diferente do j4 visto, Um vocabulério completo de todas as palavras a memorizar, com todos os sentidos em que aparecem neste curso e a indicagao da ‘segfio em que elas devem ser memorizadas, encontra-se na p. 618. (Os professores podem usar essa informagao para elaborar suas provas) 3. A gramitica da segdo deve ser revisada e aprendida por completo, ¢ deve-se realizar uma selegdo dos exereicios. Muito importante: os exercicios propostos devem ser considerados como um leque de opcées; professores e alunos devem escolher quais exercicios serdo realizados, e quais em sala de aula ou fora dela. Alguns dos exercicios mais simples jé se encontram divididos em obrigatorios ¢ ‘opcionais, mas esse prinefpio vale para todos. A maior parte dos exercicios deve ser feita e corrigida fora da sala de aula (isso economiza bastante tempo’), a0 Passo que 0$ EXERCIC1O DE LEITURA devem ser feitos sempre oralmente. Osalunos devem ser encorajados a explicar em voz alta como analisam uma frase ‘ou oragdo, a medida que a lem. Com o tempo, deve-se passar a empregar essa técnica na leitura dos textos de cada segao. 4. Faga uso das déliciae Latinae conforme o tempo disponivel ou a seu critério, Em seguida, o texto da préxima seco pode ser iniciado, e assim sucessivamente. » Para alunos capazes de ler inglés, o Independent Study Guide to Reading Latin (Cambridge University Press, 2000) pode auxiliar nessa tarefa, Prefécio da edicao inglesa__ xv Nota: Todas as datas so a.C., salvo outra indicagio. 2. Sinais de ligagao sto usados nos textos para indicar palavras que devem ser consideradas em conjunto. ~ liga palavras préximas umas das outras, "7 liga palavras que se apresentam separadas umas das outras. Tais expresses devem ser localizadas nos vocabuldrios procurando-se pela primeira palavra do conjunto. Em segdes mais avangadas, um longo sinal de ligago mostra os limites de uma frase mais extensa, 3. Nap. 522 comega uma Gramatica de Referéncia completa, baseada nas explica- Ges gramaticais do curso mas, em muitos casos, trazendo informagGes adicionais Aquelas ja fornecidas. 4. Nap. 608 hé um Apéndice a respeito da historia da lingua latina. 5. Nap. 618 hd um Vocabulario total a memorizar, ena p. 634 ha um Vocabulario portugués-latim destinado a auxiliar na resolugdo dos exercicios de verso de frases e pequenos textos do portugués para o latim. 6. No final do livro (p. 653) ha um Vocabulario adicional tatim—portugués, contendo palavras importantes que foram vistas no curso mas cuja memoriza- 40 ndo foi prescrita. Aqueles que pretendem continuar seus estudos de latim devem procurar aprendé-las de cor. 7. Nas remissdes internas, niimeros sobrescritos ao lado do nimero de um tépico gramatical indicam Notas (e.g. 139). Se a remissio tiver 0 formato ‘140.1’, 0 Ultimo algarismo representa um subtépico. 8. O caso que se segue a um adjetivo ou aum verbo é normalmente indicado assim: ‘(rae)’. Eventualmente, porém, vocé encontrard deste modo: “(X: acy’. 9. Nos lugares em que os textos adaptados para iniciantes utilizam v (isto é, u conso- nantal), preferiu-se respeitar os testemunhos dos manuscritos mais antigos e grafar xu, Em certos textos tardios, porém, optamos por empregar v, que é normalmente encontrado nos livros impressos mais antigos. Peter V, Jones 28 Akenside Terrace, Newcastle upon Tyne, NE2 ITN, UK Keith C. Sidwell Dept. of Ancient Classics, University College, Cork, IRELAND xvi Agradecimentos Gostariamos de expressar nossos sinceros agradecimentos a todas as instituigdes, britinicas ¢ estrangeiras que permitiram a utilizago das versdes experimentais deste ‘método. Em especial, gostariamos de agradecer a: ~I.M. Le M. DuQuesnay (entdo na University of Birmingham, hoje no Jesus Col- lege, Cambridge) e ao Professor J. A. Barsby (University of Otago at Dunedin, Nova Zelindia), que dedicaram um tempo extraordinério aos primeiros esbocos deste curso; — Janet Cann ¢ ao Professor David West (University of Newcastle upon Tyne), que sofreram com este curso desde 0 principio e podem ter aprendido pouco com seu softimento, mas certamente nos ensinaram muito; ~J.G. Randall (University of Lancaster), cujos Parua Sagact foram muito instru- tivos para a técnica de ler o texto latino na ordem em que as palavras se apresentam, «e que pds & nossa disposi¢do seu acervo de sentengas latinas; — Professor E. J. Kenney (Peterhouse, Cambridge), que pegou o latim sofrivel das versdes de teste e habilidosamente o livrou de seu martirio; ~Dr.J.G.F. Powell (University of Newcastle upon Tyne), que no iiltimo momento percorreu com olhos atentos todo o curso e nos salvou de muitos erros de contetido € de interpretagdo, e cujas observagdes acerca da ordem das palavras em latim for- neceram a base para a segdio W da Gramatica de Referéncia; ~Dr. R. L. Thomson (University of Leeds), por contribuir com o ensaio sobre a Lingua Latina no Apéndice; ~ Sir Desmond Lee, pelas tradugdes das comédias e dos textos em prosa; a0 Pro- fessor West, pelas tradugdes de Lucrécio e Virgilio; —1.J. Paterson (University of Newcastle upon Tyne), pelo trabalho nas introdugdes, historicas as Segdes 4 e 5; — Professor E. Phinney (University of Massachussets), por examinar atentamente todo 0 texto em busca de solecism = nosso incansével e paciente digitador K. J. Watson (University of Newcastle “upon Tyne); —Professor B. A. Sparkes (University of Southampton), que dedicou as ilustragdes do Reading Latin a mesma erudicdo ¢ imaginaco com que agraciou as piginas do Reading Greek; ~ nossa editora Pauline Hire, por uma paciéncia além de sua obrigagtio, e par- ticularmente & nossa subeditora Susan Moore, cujos olhos extremamente atentos durante a preparagao deste livro evitaram numerosos deslizes, especialmente na parte de Gramatica e Exercicios, que tiveram de ser corrigidos por um profissional igualmente capaz. ‘Agradecimentos xvii Por fim, somos muito gratos pela soma de £750 do Finance Committee da J.A.CT. Greek Project e pela doagio de £3,000 do Nuffield ‘Small Grants’ Foundation, que possibilitaram o inicio do programa experimental O apoio generoso dessas instituigdes e o empenho desprendido das pessoas men- cionadas acima constituiram elementos indispensaveis para a produgo deste curso, A responsabilidade por todo e qualquer erro deve ser a nés atribuida, Peter V. Jones University of Newcastle upon Tyne, wei Tau UK. St. Patrick's College, Maynooth, Co. Kildare, IRELAND Observagbes 1. Os poemas de Giovanni Cotta (p. 81) ¢ de Elio Giulio Crotti (p. 326-7) foram reproduzidos de A. Perosa & J. Sparrow (eds), Renaissance Latin Verse (Du- ckworth 1979). 0 texto ‘Sao Columba domina o Monstro do Lago Ness’ (p. 310) foi reproduzido de Sidney Morris (ed), Fons Perennis (Harrap 1962). Os autores agradecem aos respectivos editores. 2. Para evitar mal-entendidos, principalmente entre os usuarios de Aprendendo Grego Odysseus 2010), deve-se esclarecer que Aprendendo Latim é de autoria exclusiva de Peter V. Jones e Keith C. Sidwell, ndo possuindo nenhum tipo de ligago com a Joint Association of Classical Teachers. Secéo 3 O Amphitrué de Plauto Anfitridio, comandante do exército tebano, deixou seu lar e sua esposa, Alcmena, para combater os teléboas, levando consigo seu escravo Sésia. Jupiter (/uppiter) se apaixonou por Alcmena e, a fim de obter seus favores, disfarcou-se de Anfitrido. Para garantir que a unio ndo seria descoberta, e também para prolongé-la, Jépiter ordena a Mer- clirio (Mercurius) que se disfarce de Sésia, 0 escravo de Anfitridio, e monte guarda diante da casa. Oexcerto a seguir comeca com Merctirio, jd disfarcado, de guarda diante da casa, aguardando a chegada do escravo de Anfitrido, Sésia, que vem para avisar Alcmena da chegada iminente do comandante. dramatis personae Amphitruo, dux legiénum Thebanarum, conitinx Alcuménae; uir summa uirtite. Alcuména, coniiinx Amphitrudnis; fémina summa constantia. Sdsia, seruus Amphitrudnis, homo niilla astiitia. luppiter, réx dedrum; amator Alcuménae. 5 Mercurius, nintius dedrum, deus multa astitia, Sdsiae simil MERCVRIVS ndmen Mercurié est mihi; deus sum multa astitia, multis dolis. haec urbs est Thébae. illae' aed&s sunt AmphitruGnis, uiri summa uirtitte et audacia, ducis legisnum Thébanarum. uxor eius Alcuména est, f€mina summa cGnstantia et pudicitia. is 10 Amphitrud cum exercitii abiit, et hoc tempore cum Télebois bellum gerit; et ea Alcuména ex e6 grauida est. sed pater meus, réx dedrum — omnés eum nduistis: liber harum rérum est — Amphitrudnis similem sé fécit, et Alcuménam clam amauit. utrimque igitur est grauida — et ex uird et ex summé Ioue. 15 " Preferiu-se aqui empregar, em vez do pronome anaférico eae, o déitico illae, conforme o original de plautino ¢ a gramatiea da seed (ef, 70 nota 1). (N.T) 170 Secéo 3A +o pater meus, Amphitrudni similis, hac nocte intus cum ed cubat, et ob eam rem haec nox longa est. haec uér6 nox est omnium longissima. ego, Mercurius, niintius dedrum, imaginem Sdsiae, serut Amphitrudnis, cépt: nunc igitur Sosiae similis sum. hodié tamen et Amphitrud et seruus eius ab exercitii domum reuenient. ecce! is seruus nunc uenit. in illas* aedis ingredT cOndbitur, ab efs aedibus ego eum abigam. (Sosia, seruus Amphitrudnis, ingreditur) SOSIA MER. sos. MER. sos. MER. sos. MER. sos. quis homo audacior, quis cOnfidentior, quis fortior quam ego? (sécum loquitur) quis stultior? immG uér6 ego audacissimus sum omnium hominum, cénfidentissimus, fortissimus. stultissimus. audacissimus sum quia sdlus per hanc longissimam ambul6 noctem. nam quae nox longior est quam haec? quae nigrior quam haec? certé edepol, Nocturnus dormit ébrior, ut ego créd6. nam neque Septentridnés sé in cael6 commouent, neque sé Liina miitat, neque Iugulae neque Vesperiig6 neque Vergiliae occidunt. ita statim stant omnia ea signa neque digs umquam apparet. numquam noctem uid@bé longidrem, numquam nigriérem! perge, Nox, ut nunc pergis. numquam dabis operam melidrem dominé meliori! iinam tamen noctem longidrem quam hane vidi. nam 6lim dominus meus mé uerberauit et tdtam noctem pependi. ca nox longior fuit quam haec! nunc tamen, ut eri s0l dormit, adpotus probé. hominem stultissimum! hominem numquam uidébé stultisrem quam eum! nunc in aedis domini met ingrediar. imperium Amphitrudnis exsequar et uictoriam eius Alcuménae niintiabd. nam hostis uicimus, oppidum edrum expugnauimus, multam praedam c&pimus. sed drati¢nem meam paulisper meditabor. quomodo uictdriam narrabd Alcuménae? quae uerba ei dicam? (paulisper meditdtur) sic ei loquar! * Ver nota anterior. (N.T) 20 25 30 40 50 10+ Vocabulério da Secdo 3A abigd 3 afasto, expulso adpat-us a um bébado Alcumén-a ae \f. Alemens ‘amétor amaiér-is 3m, amante ambulf\ camino Amphitrud Amphitrudn-is 3m. Anifitrito appares 2 aparego udcior (n0m.m.s) mais, cousado ‘audacissimus 0 mais ousado, ‘ousadissimo bellum 72n, guerra bellum gers 3 movo, fago guerra (contra) cael-umT2n, 84 commoueé 2 move, agito cdnfidentior mais intrépido cGnfidentissimus 0 mais intrépido ‘conitinx coniug-is 3mn./6 esposo(a), conjuge cOnstanti-a ae If. lealdade cubs 1 deito-me (com) dol-us 12m, ardil ux duc-is 3m. comandante, chef, general ea (nom.fs.) essa/ela/a (ceferida); (nom.n pl essas 24 (abl. (com/por) essaielala (teferida) eae (nom f pl) essas (mulheres)/ clas/as (referidas) ‘eam (ac-'s.) essa/a(referida) eds (ac.£pl.) essas/as (eferidas) 2brior mais bébado ‘edepol por Polux! ei ats) para essa/ela/a (ceferida) cis (dat fp.) para essas/clas/as (referidas) ius (genms) desse/dele/do (teferido) £6 (ablm.s.) (com/por) esse (hiomem)/ele/o (referido) drum (gen.tn.pl) desses deles/ dos (referidos) eum (ac.m.s) esse/0 (pron.)/0 (teferido) expugné | tomo de assalto exsequor 3 executo,realizo ortior mais forte, mais valente ‘ortissimus o mais forte, fortissimo grauideus a um grévido hosts host-is 3m. inimigo Jmiggo imaigin-is 3 imagem, figura, forma imperi-um i 2n, ordem, (co)mando intus dentro Toue veja luppiter is (gomms) esse/ele/o (eferido) . Jugul-ae drum Mf pl. Orion Luppiter Iowis 3m. Sopiter legié legidn-is 3 legiio Tiber liber-a um livte, = plribus 1. Observe: abls. em -e, npl. em -ae gen.pl. em -ium. pls tem tema em consoante, mas pliirés tem tema em i (. 12). 2. Para expressar ‘mais... no s.,usa-se pli + gen. ‘mais de... (cE. satis, nimis, quid?), eg, pliis pecuniae ‘mais (de) dinheiro’, i ‘mais dinheiro’. No pl, plirés € um adjetivo e concorda normalmente com seu substantivo, e.g. plires homines “mais homens’. a Segso3A 177 EXERCICIOS 1. Déas formas do comparativo e do superlativo dos seguintes adjetivos e, a seguir, traduza-as: Wiber, fortis, bonus, niger, similis, magnus, celer, paulus, scelestus, stultus, malus, tristis, facilis, multus, ingéns. 2. Traduza as frases: (a) réx dedrum et hominum eam noctem cum ea muliere in aedibus mansit. (b) ius uir, Amphitrud, doms fortissim6 cum exerciti abit. (©) ea Touem Amphitrudnem arbitrdtur, quod is se ill simile fecit. (@ is deus eam tOtam? noctem amat, quod feminam pulchridrem numquam uldit quam eam, (e) is eam noctem propter Alcuménam longidrem f&cit. (©) imms longissimam omnium fecit noctium eam noctem. (g). Mercurius, eius filius, deus summa est astutia, immd astitior is est quam ‘omnis di atque hominés. (h)_ is s& Sosiae serud simillimum fEcit. (i) Amphitrud hac nocte domum regrediétur, quod in belld rem bene gessit et vuictOriam tulit maximam. (j)_ seruum quam Sosiam stultidrem, deum quam Mercurium scelestisrem, ‘numquam in scaend ul tus a um “inter 3, Traduza as frases abaixo: @_posteridres cogitationés, ut aiunt, sapientiorés solent esse. (Cicero) (b)_ non faciunt meliGrem equum auret frénT. (Séneca) © uuided meliora proboque, deteriora sequor. (Ovidio) @ _niilla seruitis turpior est quam uoluntaria. (Séneca) (©) ama rationem: hujus t€ amor contra dirissima armabit. (Séneca) poster-ior ius mais tardio! —_fr@n-Tdrum Impl. freio ratio ration-is 36 razi0 maduro probe | aprovo amor amér-is 3m, amor cOgiauid cogitaridn-is 36, déter-ior ius pior conird (+ ac.) contra pensamento seruititsseruitit-is 36 dar-us a wm duro, dificil aid digo cescravidio arma 1 armo, equipo sapions sapient-is sibio turp-is e feio, vergonhioso soled 2.costumo uoluntari-us am voluntério LEITURA Leia (traduzindo as palavras na ordem em que aparecem) cada um destes enunciados incompletos (todos contendo uma ideia de comparagido) e escotha da lista abaixo © grupo de palavras que os completa adequadamente. Entdo traduza a frase em portugués fluente: 178 Segao 3A mm (@ _noctem numquam uidt longiorem ... (b)_ hic seruus audacior est (© eisent auri pls dabs (@)_ hdc tempore nigrior est nox ... © is uir maibre uirtate est . (f) seruum stultissimum malo . (g) numquam periculum maius ferre poterd ... (bh) milités numquam fuerunt fortiorés . ()__uirumne ded similiorem umquam uldistis ()_ feminasne pulchridrés umquam conspicabor quam hie; quam hoc; quam hane; quam huic; quam e&s; quam ill; quam eum; quam tle; quam mendacem; quam ill. EXERCICIO DE LEITURA / TESTE Leia com cuidado a passagem, traduzindo as palavras na ordem em que aparecem, definindo sua fungdo e os grupos aos quais pertencem e dizendo a cada momento 0 que vocé espera com base na informagdo que jé possui. Entdo, traduza corretamente para o portugués. Finalmente, leia em voz alta em latim, num ritmo que demarque adequadamente os grupos de palavra, pensando no significado & medida que 1. Use 0 vocabulério da segao 3A Mercurius, dedrum astitissimus, ad urbem Th&bas cum patre uenit, quod is f€minam pulcherrimam amat, uxdrem ducis legionum Thebandrum. Tuppiter quamquam ea fémina ndpta est, tamen cum ef tdtam noctem cubare ult. harum rérum, ut uuidémus, Iiberidrés esse quam hominés di possunt, quod habent imperium maximum, mortemque numquam patiuntur. Alcuména autem uirum uald8 amat, Mercurium igitur luppiter scum attulit, quod is dolds plarimds atque astiitias optimas scit. Mercurius igitur sé Sésiae, Amphitrudnis serud, similem, Iuppiter autem Amphitrudnt sé simillimum fécit. ita in aedis Amphitrudnis di intrauzrunt. Iuppiter, réx hominum atque dedrum, Alcuménam clam tétam noctem amauit et grauidam fécit. immd grauididrem eam f&cit, quod Amphitrud quoque eam grauidam f&cit ed nocte, ubiad 10 bellum abiit. nunc deus maximus, quod Alcuménam uald® amat, noctem longiSrem fRcit et Mercurium ante aedis posuit’. mox Sosia ad aedis adgrediétur et intrare ‘conabitur, eum Mercurius ab aedibus abiget. * posuit pos’. PORTUGUES-LATIM 1. Verta para o latim: (@) Esta vitéria foi maior do que aquela. (b) Naqueles anos, por causa da ordem de um rei bem tolo, muitos bravissimos soldados lutaram (numa guerra muito longa. (© Nao ha nada melhor que a incumbéncia (= dever) dos melhores cidadaos. (@ A ssabedoria dos deuses é maior que (a) dos homens. (NB. Desconsidere 0 “a” entre parénteses) B+ Seco 3A 179 (©) Meu irmao é mais pareeido com meu pai do que comigo. (Nada é pior que este problema, 2. Leia novamente o texto 3A e, a seguir, verta esta passagem para o latim: SOSIA Quem ha melhor do que eu? MERCURIO Quem (hd) mais podre? Nao, eu sou o melhor de todos os escravos, 0 mais corajoso de todos os homens. MER. E 0 mais tolo dos tolos. 868. Sou bem corajoso porque caminho sozinho por estas ruas nesta longuissima noite. E, certamente, nunca vi uma noite mais negra ou mais longa do que esta, Por que a lua nao muda de posigao", nem estas constelagdes’ se poem? Serd que o dia nunca aparecer? MER. Quero que vocé, noite, prossiga exatamente como est fazendo agora, pois voc jamais prestaré um servigo melhor que este a meu pai. "use stultus como substantivo. = "muda de posigdo’, sé mitat > use signum, Deliciae Latinae EXERCICIO COM PALAVRAS Déas palavras latinas com que estas se relacionam: vitoria, belicoso, imperial, real, urbano, longo, sumo, liberal, meditar, fortaleza. Latim do dia-a-dia 0 ego (€ 0 superego) e o id foram termos empregados por Sigmund Freud para nomear nogées complexas que, normalmente, so associadas, grosso modo, is de consciente ¢ inconsciente. ie. = id est ‘isto &. Um argumento d fortidr7 (forma alternativa tardia para a classica fortiore) & aquele que apresenta ‘uma razio mais forte’, e.g. ‘Hércules nao pode levantar esta pedra; @ fortiorT um bebé no poderd’ Outros comparativos titeis sdo posterior (‘mais atris’, ‘posterior’), superior Cmais alto’, superior’), izinior (‘mais jovem’, de iuwenis; cf. junior”), senior (‘mais velho’, de senex; ef. ‘sénior’ e também ‘senhor"). o lema americano. Um importante principio da lei é dé minimis ndn citratléx—qual é seu sentido? & pliaribus dinum ‘de(atre) muitos (povos), um 6’ Estudo de palavras summus summus significa ‘o cume’, ‘o ponto mais alto’ e nos da ‘somar’, ic. caleular 0 total de algo, uma vez que os romanos faziam contas sobrepondo os niimeros uns aos 180 Se¢do 3B nm sos. ‘outros em colunas, de baixo para cima, até alcangarem a summa [inea (‘a linha mais alta’). Dai também a expressio ‘soma’, especialmente de dinheiro. summdrius & um. contador, aquele que faz a soma, ou resume, donde o portugués ‘sumédrio’. ‘Con- sumagaio’ (do verbo ‘consumar’) ¢ a completa (con-) realizagao de algo; logo, seu acabamento (¢.g. ‘a consumagiio dos tempos’ = ‘fim dos tempos’) ou conquista (e.g. ‘minha consumagao como ator’). Embora palavras como ‘consumit” e ‘assumit’ sejam relacionadas a outro verbo stimé 3 (‘tomar para si’, ‘comprar’), temos no Brasil ‘consumago’ significando também ‘aquilo que se serve aos clientes num café, num restaurante, numa casa de shows, etc. (Houaiss). Esta acepgo deriva do francés ‘consommation’ (no sentido de ‘porcdo de alimento que se serve num restaurante’), que j nessa lingua provém de uma aproximagao entre dois termos parecidos, de origem diversa, fortis fortis significa ‘forte’ ou ‘bravo’, ‘corajoso’. O termo “forga’ deriva em iiltima andlise do npl. de fortis, ie. fortia. Detivados desse adjetivo em portugués incluem ‘forte’ (ubst), “fortalecer’e ‘fortaleza’. Também se incluem entre eles ‘confortar’ (fortalecer em conjunto’ ou ‘fortalecer consideravelmente’) e ‘esforyo” (que tamhém responde pelo francés antigo esfors, que resulta no inglés ‘effort’, com a ideia de ‘forgar-se a fazer algo’ (es-= lat. ex). ‘Sésia descreve a chegada ao territorio inimigo, a proposta de paz de Anfitrido, a recusa, os preparativos de ambas as partes para a bata- Tha; 0 embate; a vitbria de Anfitrido e a rendigdo dos embaixadores inimigos no dia seguinte. “nds in Oti6 et pace fuimus. Téleboae, uiri summa ferdcid, nds adgressi sunt. tam subitd, tam ferdciter adgressi, maximam praedam adepti sunt. hanc praedam adepti, domum regresst sunt. ciués nostri Télebods ulcisci uolurunt, quod Téleboae iniiisti fuérunt, et nobis causa belli itistissima fuit. milités igitur nostri, fortissimi uiri, ad eam terram in nauibus progressi sunt, ad terram progressi, ex nauibus celeriter égressi sunt. & nauibus @gressi, castra statim posuérunt. Amphitruo hostis per légat6s sic adlociitus est: ‘6 Téleboae, si uds tantam praedam in agré Argiud adepti, omnem hanc praedam nobis reddere uultis, Amphitru6 exercitum sine bellé domum rediicet; ab agro abibit, pacem et otium udbis dabit. st ndn 60 > Secd0 3B 181 uultis neque omnia nobis dabitis, oppidum uestrum oppugnabit et délébit.’ sic loci sunt AmphitruGnis légati. sed Téleboae sic respondérunt: ‘uds, Thébant, statim abite. nostri milités uiri sunt summa fer6cia, uirtiite maxima. bellum gerémus, sinecesse erit, et nds nostrdsque titari possumus. uds igitur, nostré ex agro égressi, exercitum uestrum dédiicite.” sic Téleboae, ferdciter lociiti multaque nostré exercitui minati, Amphitrudnem exercitum dé agré statim dédiicere jussérunt. Amphitrud igitur hostis ulcisci uoluit et € castris omnem exercitum celeriter prodixit. Téleboae ex oppidé suas legiGnés instrixérunt suas. deinde imperat6rés in medium exiérunt et extra turbam Grdinum collociti sunt. paulisper collociiti, cénsénsérunt: ‘uicti post proelium uictoribus urbem, ards, focds, séque dédent” haec fuit condicis proeli. utrimque tubae cecinérunt, cnsonuit terra, clamor ad caelum iit. Amphitrué Iouem precatus est et exercitum hortatus est. Touem precatus exercitumque hortatus, in proelium sé fortiter tulit. cSpiae utrimque sé in proelium tulérunt. dénique, ut uoluimus, nostra manus superauit, sed hosts non fagerunt. Amphitrud, hoc cénspicatus, equités sé in proelium audacter ferre iussit. in proelium sé tulérunt, cOpiasque hostium audacter protriuérunt. tum hostés sé in fugam dedérunt. usque ad uesperum pugnauimus. postrémé nox uénit et proelium dirémit. sic hostis nostrés ill6 tempore fortiter uicimus. hanc tam illdistrem adeptus uictoriam, Amphitrué légatds hostium in castra postridié accépit. lg: hostium, miseré ex urbe profecti, et nds uehementer precati, dédidérunt sé, urbem, liberds, omnia diuina himanaque in arbitrium Amphitrusnis.” (Sésia termina o ensaio de seu discurso) haec sic meae dicam dominae. nunc in aedis ingressus, illud imperium Amphitrudnis exsequar. omnia Alcuménae lociitus, imperiumque exseciitus, ad Amphitrudnem celeriter redibo. 65 70 75 80 85 90 +m 182 Seca0 3B Vocabulirio da Segao 3B adept-i(nom.m pl, tendo (cles) obtido adept-us (nom.m.s} tendo (ele) obtido adepr-Isunt (eles) obtiveram adgresst sunt (eles) atacaram, adgresst (nom.m.pl.) tendo (cles) atacado adlocitus est (ee) dirigiu-se a, faloua ‘ager agr-72m. campo, terrtério Alcumén-a ae If, Alemena ar-a ae Mf altar arbieri-um T2n, arbitri, poder Argiu-us a um argivo, prego caudécter corajosamente, audaciosamente cael-um 72n. céu cané 3 cecint ressoo castr-a drum 2n-l. acampamento (militar) caus-a ae If. motivo, raz0, celeriter rapidamente clamor clamér-is 3m. gito, clamor collocit-i(nom.m.pl) tendo (eles) discutido collociit-t sunt (es) diseutiram condicid condicion-is 3. condigdo, termo(s) cOnsentié 4 consensi entro em acordo @nsoné | cBnsomuilretumbo cOnspicatus (nom.m.s) tendo (cle) avistado cGpi-ae drum \fpl. tropas edo 3 dedidi entrego, rendo-me edited 3 retiro denique finalmente, afinal, por fim dirima 3 dirémtienerrompo, cesso diutr-us a.um divino domin-a ae \f. senhora edie6 3 éditxi conduzo para fora égressi sunt (cles) sairam, ‘desemiarcaram EgressT tendo (eles) desembarcado equit-és um 3m. cavaeiros, cavalaria ‘exsecttus (nor.m.s) tendo (ele) executado ‘exsequor 3 dep. exccuto, realizo, cumpro extra (+ ac.) fora, além (de) feroci-a ae \f. ferocidade, violencia ferociter ferozmente, com violencia foe-us T2m, lar(eira), altar Jortiter corajosamente “fuga ae If fuga hhortatus (nom.mn s) tendo (ele) exortado hortatus est (ele) exortou, encorajou hhostis host-is 3m. inimigo Ihiman-us a um amano illastris ecélebre imperdtor imperdtar-is 3m. ‘comandante Jingressus (nom.s.m,) tendo (ele) entrado iniist-us a um injusto instrué 3 strat disponho ist-us a um justo {ggat-us 72m, embaixador legis logion-is 3. legido Iiber-T6rum 2m.p\. filhos lociati sunt (eles) falaram loci (nom.m pl. tendo (eles) falado locitus (nom.m.s) tendo (ele) falado ‘man-us its Af. mao, (corpo de) tropats) rmedi-us a um meio, médio ‘minatt (nom.m.pl) tendo (eles) ameagado miseré num estado de

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