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AUT 268 – CONFORTO AMBIENTAL 6

Roteiro para Avaliação de DESEMPENHO TÉRMICO Profa.Anésia Frota

Objetivo: Aplicar, no projeto, conhecido o programa arquitetônico, os recursos que venham a


imprimir, à construção e ao seu entorno, características cujas respostas venham a proporcionar
Conforto Térmico ou reduzir os ganhos de calor para o sistema de ar condicionado, aplicando os
conhecimentos exigências humanas, clima, insolação, formas, inércia térmica, ventilação,
materiais...

01. Local: Cidade, latitude, longitude, altitude – Anexo 22 do Manual de Conforto. Topografia com
norte geográfico (verdadeiro). Entorno próximo, com plantas, cortes, fotos. Compilação dos dados
de clima: temperaturas médias, médias das máximas e das máximas absolutas, médias das mínimas
e das mínimas absolutas; umidade relativa. Observação geral de outras características quanto a
possibilidades de acesso, aproveitamento da luz natural e fontes de ruídos externos e internos.
Normas a serem aplicadas.

02. Realização do Diagnóstico Climático – pode-se utilizar o software Climaticus, disponível no


endereço http://www.usp.br/fau/labaut, de modo a determinar as características básicas que a
construção deva ter de modo que venha a proporcionar a resposta térmica requerida.

03. Análise qualitativa do ponto de vista da insolação geral – carta solar para a latitude e
transferidores auxiliares, Anexos 13 e 14, considerando as obstruções/ máscaras, para verificar as
orientações mais adequadas para os diversos compartimentos que irão compor a planta, sempre
associando às questões de acústica (fontes externas e internas) e ao aproveitamento da luz natural.
Implantação dos edifícios em função do clima e da insolação.

04. Escolha do partido arquitetônico e dos materiais e componentes a serem empregados,


considerando o programa, o fluxograma e as características que o edifício deva vir a ter, inclusive,
dando preferência a materiais locais e a uso de outras facilidades que a localização ofereça.

05. Escolha, segundo critérios qualitativos, do compartimento crítico ( ou de alguns ), para


aplicação dos métodos de previsão de desempenho térmico.

06. Estudos geométricos de máscaras/insolação, especificamente do(s) compartimento(s)


escolhido(s). Trabalhar com plantas, cortes, elevações.

07. Ajustamento prévio dos dados de radiação solar incidente global – Ig, Anexo 17 -, utilizando
os estudos de insolação específicos : Ig = ID + Id (W/m2) (rad. direta, ID – s/n, sim ou não,
máscara; radiação difusa – Id, % céu visível, máscara). Dados de radiação – tabelas para algumas
latitudes.

08. Levantamento de áreas (m²) dos diversos elementos da envoltória do(s) compartimento(s)
escolhido(s), em função de orientação solar, variedade de materiais aplicados, espessuras (e, em
metro), considerando inclusive a cor externa (tanto para o cálculo do desempenho térmico manual
como para a simulação, usando os softwares Arquitrop, Termicus ou Fachada).
09. Caracterização térmica dos materiais: - coef. de condutibilidade térmica do material λ ou k
(W/moC), tabela Anexo 7; - resistências térmicas superficiais (1/he+1/hi, m²ºC/W), p/ vedos
verticais e p/ vedos horizontais e condutância térmica superficial externa (he, W/m²ºC) ou
resistência térmica superficial externa (1/he, m²ºC/W) – Tabela 1 do Anexo 8; - coef. de absorção
da radiação solar α, função da cor externa, tabelas 1 e 2 do Anexo 10; - fator solar Str ou FS, para
vidros, tabela 1 do Anexo 11 ou das vidraças com proteção, tabela 2 do Anexo 2 ou translúcidos,
catálogos (tanto para o cálculo do desempenho térmico manual como para a simulação
computacional).

10. Determinação do coeficiente global de transmissão térmica K ou U (W/m2oC) para vedos


opacos (ganhos e perdas de calor), para vedos transparentes ou translúcidos (perdas de calor).
1/K = 1/he + 1/hi + e1/λ1 + e2/λ2 + e3/λ3... (quantos materiais forem), donde K = -----

11. Caso uma das camadas da parede seja um espaço de ar confinado, uma das camadas fica
expressa por Rar,- tabela 2 do Anexo 9, tendo a emissividade os seguintes valores: 0,9 para
superfícies correntes, 0,5 para pintura com pigmento de alumínio e 0,2 para alto brilho metálico.
1/K = 1/he + 1/hi + e1/λ1 + Rar + e2/λ2 + e3/λ3... , donde K = -----

12. Cálculo dos ganhos de calor solar através dos elementos da envoltória, deixando em função de
Ig, única variável quando áreas, materiais, espessuras, cores externas e orientações estão definidas:
paredes opacas Qop = Aop.α.K.1/he.Ig; paredes transparentes Qtr = Atr.Str.Ig (W).
Caso haja sombreamento, de paredes opacas, substituir α por α* - pág.45 do Manual; caso haja
proteção solar de vedos transparentes, usar dados de fator solar de proteções de vidraça.

13. Cálculo dos ganhos de calor solar, hora a hora, com totais horários e Diários. TABELÃO!

14. Cálculo dos ganhos de calor gerado internamente (W)


- pessoas, conforme o número presente no recinto e a atividade (calor sensível) – tabela 1;
- iluminação artificial, caso a atividade exija ou a iluminação natural não seja suficiente no
período de maior ganho de calor solar, sendo que para lâmpadas incandescentes - conforme
potência e quantidade -, e, p/ lâmpadas fluorescentes - conforme potência e quantidade + 25
%, para reatores convencionais ou + 10% para eletrônicos;
- equipamentos – 60% da potência nominal, tabela 15 (melhor especificação do equipamento
real) a menos daqueles que usem lâmpadas ou resistências para gerar calor.

15. Cálculo das perdas de calor através da envoltória e pela ventilação – considerar uma taxa
razoável de renovação horária do ar do recinto – , deixando em função de ∆t ( oC):
Q’op,tr = Aop,tr.K.∆t (W) e Q’vent = 0,35.N.V.∆t (W), sendo N a taxa horária de renovação do
ar (estimada em função do uso do recinto e do clima, para depois verificar se ocorre e estudar
possíveis ajustes) e V, o volume do recinto (m³).

16. Balanço térmico: total de ganhos = total de perdas – quando se obtém ∆t, ainda sem considerar
o efeito da inércia térmica.
17. Avaliação da Inércia térmica m, aplicando o conceito de Superfície Equivalente Pesada.
Exemplo para determinação do fator de inércia m:
Área Peso [(e/2) x d x 1m2] Resistência Térmica Coeficiente
(m²) Kg/m² do Revestimento Tabela abaixo
e/λ
Cobertura
Piso
Parede Norte
Parede Oeste
Parede Sul
Parede Leste
Resistência térmica do revestimento
Parede pesando Inferior a 0,15 Entre 0,15 e 0,50 Superior a 0,50
+ de 200 kg/m² 1 2/3 0
Entre 200 e 100 kg/m² 2/3 1/3 0
Entre 100 e 50 kg/m² 1/3 0 0
Menos de 50 kg/m² 0 0 0

Superfície equivalente pesada (m²) = (área cobert.x coef. cobert) + (área piso x coef. piso) + (área parede
N x coef.) + (área parede W x coef.) + (área parede S x coef.) + (área parede E x coef.) =

E, superfície equivalente pesada / área piso =


A inércia do recinto considerado pode ser classificada, segundo o valor da relação base superfície
equivalente pesada / área do piso, como:

Superf equivalente pesada / área do piso Classificação da inércia Fator de inércia


Inferior a 0,5 Inércia muito fraca m = 0,4
Entre 0,5 e 1,5 Inércia fraca m = 0,6
Superior a 1,5 e sem cumprir a condição definida para inércia forte Inércia média m = 0,8
Superior a 1,5 e se a metade das paredes pesar mais de 300 kg Inércia forte m = 1,0

Portanto, para o caso em questão ......................................................... m= .

18. Dados de clima a serem utilizados no cálculo da temperatura interna máxima


No Brasil, onde predomina o clima quente, normalmente se analisa o desempenho da construção
para o mês mais quente, sendo que este método de cálculo – baseado no método do CSTB –
trabalha com uma temperatura média de projeto e uma Elongação determinadas a partir dos
seguintes dados de temperatura (ºC): Ts (média mensal das temperaturas máximas diárias),Td
(temperatura máxima observada no mês), ts (média mensal das temperaturas mínimas diárias) e td
(Temperatura mínima observada no mês). E, para a avaliação:
- Temperatura externa máxima ................................................................. Te,máx = (Ts + Td) / 2;
- Temperatura externa mínima ...................................................................... Te,mín = (ts + td) /2;
- Temperatura externa média ............................................................ te,méd = (Te,máx +Te,mín)/2;
- Elongação (ºC)............................. E = (Te,máx – Te,mín)/2 = Te,máx - te,méd = te,méd – Te,mín.

19. Cálculo da temperatura interna máxima, timax ( também = temperatura de bulbo seco, TBS),
calculada a partir dos dados de temperatura (clima) - temperatura externa média calculada conforme
método, assim com a elongação, E -, aplicando o coeficiente de inércia térmica e o ∆t já
determinado. Ti,máx = te,méd + (1-m)E + (1-m)∆t (ºC)
20. Avaliação das condições térmicas ambientais – Índice de Temperatura Efetiva, TE, Anexo 3
– , a partir de TBS e TBU, Temperatura de Bulbo Úmido, obtido com a Carta Psicrométrica, Anexo
4 ou 5 - , a partir dos dados de TBS e UR ou aplicar Fanger ou outro Índice de Conforto.

21. Verificação do funcionamento do sistema de ventilação natural, calculando o fluxo por efeito
chaminé, considerando:
- que está verificado que o vento age no mesmo sentido que o efeito chaminé;
- as áreas das aberturas baixas como de entrada e altas como de saída, a menor, A (m²),
- a distância vertical entre o ponto médio da abertura de entrada e o ponto médio da de saída (m);
- o ∆t obtido no balanço térmico afetado do fator de inércia.
Φch = 0,14 x A [ H x (1-m) ∆t] ½ (m³/s), que, multiplicado por 3.600 vai dar o fluxo em m³/h, que
dividido pelo volume do recinto em m³ vai resultar na taxa horária de ventilação
N = Φch (m³/h) / V (m³) = trocas de ar por hora ou renovações de ar por hora (1/h). Se o
resultado da temperatura deu na Zona de Conforto Térmico e a taxa de ventilação deu igual ou
maior a adotada inicialmente, OK! Se deu inferior, procurar os recursos para incrementá-la:
- aumentar a área das aberturas (cuidado com o aumento dos ganhos de calor solar!),
- aumentar a distância H, mantendo as áreas;
- melhorar o sistema de abertura, mantendo a área envidraçada...

22. Revisão das perdas de calor pela ventilação e do balanço térmico, se necessário.

23. Caso as condições não atendam às necessidades de conforto térmico, propor, utilizando os
cálculos já desenvolvidos - ganhos de calor, que podem ser reduzidos e/ou perdas de calor, que
podem ser incrementadas (o TABELÃO torna-se importante instrumento de análise e de ajuste!)
alterações para obter o desempenho requerido.

24. No que se refere ao entorno próximo, é necessário que este seja tratado de modo a não
prejudicar as boas características do clima e até a melhorar as condições, com o adequado
tratamento das superfícies – usar o máximo de superfícies de cores médias e pisos permeáveis –,
sombreamentos e vegetações de rasteiras a árvores, presença de espelhos d’água, chafarizes, etc,
cuidando para que os elementos como árvores, p.ex., não venham a prejudicar mas até beneficiem a
ventilação.

25. A todo momento, considerar as interfaces c/ iluminação e com acústica, para evitar contradições
e inviabilidades - exemplo : abrir para ventilar e fechar para isolar o ruído.

26. Compatibilização térmica / iluminação / acústica - decisões de projeto - racionalização do uso


de energia na edificação.

27. Os softwares que podem ser utilizados estão disponíveis no endereço


http://www.usp.br/fau/labaut (TAO/Arquitrop/ Fachada/ Termicus)

28. Hierarquização dos critérios de desempenho parcial em função da vocação dominante de uso
dos espaços.

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