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Livros:
Anthology - Fluxus
Lippard - Rewriting conceptual art
Global Conceptualism
Sense and sensibilia - John Austin
Was tun (Che fare) - Lenin
The Fox - USA (braco da Art & Language)
Exhibitions:
Joseph Kosuth - Nao antropomórfica
Dokumenta 5 (1972) - Art & Language exhibition
Textos:
Manifesto Gutai
Dimensoes livres - Manzoni
Shape as a form - Fried
Secret paint(ing) - mel ramsden
Memórias de ex-artista conceitual - Ian Burn 1981
Trechos:s
page 33
[…] A ideia passou a ser o centro. A crise do modernismo e a proliferação de movimentos
inusitados de vanguarda implicavam a necessidade de levantar questões em relação ao
„objet(iv)o“ da arte; o que foi feito de modo crucial, não por academicos, críticos, historiadores ou
filósofos, mas pelos próprios artistas. A teoria, por assim dizer, tornava-se o assunto prático.
page 48
Sabe-se que nenhuma arte pode escapar às condições do seu tempo - por meio das quais toma
corpo a moldura que dá forma a essa arte. Mas, por essa época, havia um sentimento difundido
entre jovens artistas de que o preço da especificidade de meio e, com efeito, da divisão de
trabalho - relacionada a essa especificidade - entre o artista e o crítico modernista (pintores
simplesmente pintavam) contribuía para criar uma arte que se tornara afirmativa - e não crítica -
da sua matriz social. […]
[…] Essa arte conceitual incorporou, ela mesma, diferentes filamentos, alguns mais analíticos e
fundamentados na linguagem, outros mais próximos das atividades do Fluxus e de elementos de
performance. Esses dois aspectos representavam um interesse voltado para, respectivamente,
mente e corpo. Por muitas razoes, das quais não se deve esquecer o feminismo, o último quarto
do século XX testemunhou uma mudança decisiva no interesse em relação ao corpo. Tornou-se
possível descartar a análise e a crítica racional como reféns de uma masculinidade ultrapassada.
O veio analítico da arte conceitual, vinculado a uma política de classes de esquerda, foi eclipsado
por um fervilhar de atividades guiadas por uma política de identidade. Essa mudança está por trás
da noção de „conceitualismo“ que surgiu para descrever a gama de atividades baseadas em
performances, videotecnologia e instalações que domina hoje a cena artística internacional. […]