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All content following this page was uploaded by André Bittencourt Leal on 17 May 2014.
Abstract Based on previous work on implementation of supervisors on PLCs, this article offers a proposal for implementation
that has advantages over others. The synthesis of supervisor is made according to local modular approach to implementation is
in Sequential Function Chart language. The result is a control logic capable of dealing at once all the events that happened in the
plant and could generate even a controllable event for each control cell.
Programmable Logic Controllers, Supervisory Control Theory, Sequential Function Chart, SFC
Keywords
Resumo Baseado em trabalhos anteriores sobre implementação de supervisores em CLPs, este artigo traz uma proposta que
apresenta vantagens em relação às demais. A síntese de supervisores é feita segundo a abordagem modular local e a implementa-
ção se dá na linguagem Sequential Function Chart. O resultado é uma lógica de controle capaz de tratar de uma vez só todos os
eventos que aconteceram na planta, além de poder gerar ainda um evento controlável por cada célula de controle.
Controladores Lógicos Programáveis, Teoria de Controle Supervisório, Sequential Function Chart, SFC
Palavras-chave
Nesta seção apresenta-se uma proposta de implemen- Nesta seção, a metodologia de implementação pro-
tação da arquitetura de controle supervisório em posta é ilustrada por intermédio de sua aplicação a
CLPs que permite tratar múltiplos eventos num mes- um problema de controle proposto por Queiroz e
mo ciclo de varredura de CLP, sem a restrição im- Cury (2000) e utilizado em (Cruz et al., 2009). Trata-
posta em (Vieira, 2007) de tratar apenas eventos de se de uma linha de transferência composta de seis
células de controle diferentes. Esta proposta utiliza a máquinas Mx (com x = 1,...,6) ligadas por quatro
linguagem Sequential Function Chart – SFC, tam- armazéns (BA, BB, BC e BD) com capacidade unitá-
bém utilizada em (Vieira, 2007). É utilizada ainda a ria, dispostas como mostrado na Figura 5.
proposta de Cruz et al. (2009), que divide o tratamen-
to de eventos de acordo com a sua controlabilidade.
Com esta nova proposta tem-se uma programação em
alto nível e otimizada, com mais eventos sendo trata-
dos no mesmo ciclo de varredura, evitando assim
atrasos de comunicação com o sistema a ser contro- Figura 5. Linha de transferência industrial
lado. O objetivo principal é processar o maior núme-
ro de eventos por ciclo de varredura. Para isto é im- Os autômatos que modelam as máquinas e as es-
portante que todos os eventos não-controláveis que pecificações podem ser vistos na Figura 6. Eventos
aconteceram na planta sejam processados tão logo controláveis Ax indicam o início da operação, e os
tenham ocorrido. eventos não controláveis Bx, indicam o fim da opera-
Deve-se ressaltar que neste artigo não foram tra- ção das máquinas.
tados alguns problemas de implementação apresenta-
dos na literatura, como o problema da escolha e o
efeito avalanche (Fabian e Hellgren, 1998). Entretan-
to, uma solução para estes problema pode ser facil-
mente adaptada das soluções apresentadas em (Cruz
et al., 2009).
Foram realizadas simulações para confirmar a
Figura 6. Autômatos para a planta e as especificações
adequação desta proposta e se os eventos estão acon-
tecendo de forma correta. Para isto foram criadas Sintetizando os supervisores pela abordagem
dois conjuntos adicionais de variáveis, evai e rspbi, modular local (Queiroz, 2004) obtêm-se quatro su-
em relação ao proposto em (Vieira, 2007). pervisores não-conflitantes, que após serem reduzi-
Nesta nova proposta, conforme ilustrado na Fi- dos, são apresentados na Figura 7. Maiores detalhes
gura 4, o bloco action_Sup tem a seguinte sequência. sobre a obtenção destes supervisores podem ser en-
Inicialmente faz CED = 1 para tratar os eventos não- contrados em (Queiroz e Cury, 2000) e em (Cruz et
controláveis e zera as variáveis rspbi e evai. al., 2009).
4.2 Implementação do FB PS
O FC PS chama os FCs dgis e os FBs Gis.
No intuito de impedir a geração de mais de um
evento controlável numa mesma célula de controle,
quando ocorre um evento controlável no subsistema
Gi é setada a variável gievt, indicando então a gera-
ção de algum evento controlável deste subsistema.
Para implementar os FCs dgi é preciso identifi-
car quais subsistemas compartilham células de con-
trole com o subsistema em questão. Na Tabela 1 são
Figura 9. FC PS
relacionados os supervisores e os subsistemas coor-
denados por eles. Desta tabela verifica-se que o sub-
A primeira etapa para programar o bloco Gi é
sistema G1 compartilha célula de controle apenas
definir as variáveis que serão usadas.
com o subsistema G2, já este último compartilha cé-
lulas de controle com G1, G4 e G5. Assim, a geração As variáveis ai e bi são setadas quando ocorre
de um evento controlável de G3 não requer a suspen- um evento, Ai ou Bi, respectivamente. Na proposta
são da geração de eventos de G1. Por outro lado, a de Vieira (2007) é usada a função S1 N, que seta a
geração de evento controlável G4, por exemplo, re- variável apenas para um ciclo. Nesta nova proposta é
quer a suspensão da geração de eventos de G2 até necessário que ai e bi fiquem setadas para não perder
que ocorra a atualização do estado ativo de todos os a informação, já que os blocos são chamados mais de
supervisores. uma vez no mesmo ciclo. As variáveis ai e bi são
resetadas no final do bloco MS. Se um evento Ai
Tabela 1. Eventos por célula de controle estiver desabilitado, a variável aid estará setada e o
Supervisor Eventos Planta local programa não poderá mudar o estado da planta.
SRA A1, B1, A2 G1 || G2 Quando ocorre um evento controlável, as variá-
SRB A3 B3, A4 G3 || G4 veis cmdai e evai são setadas. Quando um evento
SRC B5, A2, A4, B2, B4, A5 G2 || G4 || G5
não-controlável ocorre, as variáveis rspi e rspbi são
SRD A5, B5, A6 G5 || G6
setadas.
No Bloco FC dgi é verificado se houve a geração A segunda etapa é fazer a conversão do autôma-
de algum evento controlável pertencente a algum to em outro correspondente que atenda às seguintes
subsistema que compartilha alguma célula de contro- propriedades (Vieira, 2007):
le com o subsistema correspondente. No exemplo da 1. O novo autômato tem que ser equivalente,
planta G2, é verificado se g1evt, g2evt, g4evt ou com o mesmo comportamento, seguindo a
g5evt está setada, isto significa que algum evento mesma sequência de eventos e estados.
controlável foi tratado em uma destas plantas. Se isto 2. A cada estado esteja associado um evento,
aconteceu não se pode tratar os eventos controláveis ou seja, se houver mudança de um estado será
da planta G2 e é setada a variável g2d, conforme sempre devido à ocorrência do mesmo evento.
ilustrado Figura 8. 3. Nenhum evento irá para o estado inicial do
autômato.
4. Não poderá ter autolaços, ou seja, quando
ocorrer um evento obrigatoriamente haverá mu-
dança de estado.
Apresenta-se na Figura 10 o novo autômato para
as plantas Gx mostradas na Figura 6.
Figura 8. FC dg2
(S2), e ativa as variáveis eva2, a2 e cmda2, que sig- estado 1. Deve-se destacar aqui que os autolaços não
nificam que o evento A2 ocorreu. É setado também o são implementados uma vez que não alteram as desa-
evento g2evt, que irá impedir que outro evento, que bilitações.
seja controlado pelo mesmo supervisor, ocorra.
4.5 Comparação do resultado das implementações dologia que apresenta vantagens em relação às de-
mais.
No intuito de avaliar a metodologia proposta, a
A metodologia proposta se baseia na arquitetura
seguir apresenta-se a comparação entre a proposta de
de controle modular local (Queiroz, 2004), que per-
Vieira (2007) e a introduzida neste trabalho, anali-
mite explorar a modularidade da planta e das especi-
sando-se a capacidade de tratamento de eventos por
ficações de controle. Como em (Vieira, 2007) a im-
ciclo de varredura do CLP (ver Tabela 4). Deve-se
plementação é feita numa linguagem de alto nível
ressaltar que no intuito de apresentar uma tabela com
(Sequential Function Chart – SFC), o que resulta
tamanhos apropriados para este artigo, as simulações
num programa modular e estruturado. Além disso,
foram feitas considerando-se que uma vez iniciada a
assim como em (Cruz et al, 2009), a proposta apre-
operação de uma máquina, no próximo ciclo de var-
sentada aqui separa o tratamento dos eventos não
redura a mesma já pode ser finalizada. Caso essa
controláveis dos controláveis, permitindo o tratamen-
consideração não fosse feita, a tabela apresentaria
to de um maior número de eventos no mesmo ciclo
ciclos de scan sem a ocorrência de eventos e teria
de varredura do CLP. Estas características resultam
dimensões maiores, mas os resultados acerca da ca-
em um programa com vantagens importantes sobre as
pacidade de tratamento de eventos por ciclo de scan
demais propostas apresentadas na literatura.
continuariam os mesmos.
Tabela 4. Eventos tratados
Agradecimentos
Eventos
Ciclo
(Vieira, 2007) Nova Proposta
A primeira autora agradece a FAPESC pelo apoio
1 A1, A3 A1, A3
2 B1, B3 A4 B1, B3 financeiro referente à sua bolsa de mestrado.
3 A2 A3, A5 B4
4 B2 A2, A6 B3, B5
Referências Bibliográficas
5 A1, A5 A1, A5 B2, B6
6 B1, B5 A4, A6 B1, B5
7 A2, A6 A3, A5 B4, B6 Cruz, D.L.L., Leal, A.B., Rosso Jr, R.S.U., Rozário,
8 B2, B6 A2, A6 B3, B5 J.G. (2009). Proposta de Implementação de Con-
9 A1, A5 A1, A5 B2, B6 trole Supervisório em Controladores Lógicos
Programáveis, In: Anais do IX Simpósio Brasi-
Na proposta de Vieira (2007) é tratado apenas leiro de Automação Inteligente, v. 9. p. 19-24.
um evento por ciclo de varredura por subsistema. No Fabian, M. e Hellgren, A. (1998). PLC-based
ciclo 1 acontecem os eventos controláveis A1 e A3, implementation of supervisory control for
que representam o inicio das máquinas 1 e 3. No pró- discrete event systems, Tampa, Florida, USA.
ximo ciclo ocorrem os eventos não controláveis B1 e Queiroz, M. H.; Cury J.E.R. (2000). Modular
B3 (fim de operação das máquinas 1 e 3) e no tercei- supervisory control of large scale discrete-event
ro ciclo poderá ocorrer somente um evento controlá- systems. In: Discrete Event Systems: Analysis
vel A2 ou A4 (na simulação aconteceu o A2). and Control. Kluwer Academic Publishers, pp.
Na nova proposta, no primeiro ciclo nada muda, 103-110. (Proc. WODES 2000, Ghent, Belgium)
ocorrendo A1 e A3. No próximo ciclo ocorrem pri- Queiroz, M. H.; Santos, E.A.P. e Cury, J.E.R. (2001).
meiro os eventos não controláveis B1 e B3, mas tam- Síntese Modular do Controle Supervisório em
bém já pode ocorrer o evento A4 (ou A2). No tercei- Diagrama Escada para uma Célula de
ro ciclo ocorre primeiro o fim da máquina 4, B4 e em Manufatura. Anais do V Simpósio Brasileiro de
seguida o inicio das máquinas 3 e 5, A3 e A5. Automação Inteligente.
Por intermédio de simulações, analisando-se 9 Queiroz, M. H. (2004). Controle Supervisório
ciclos de varredura do CLP, na proposta de Vieira Modular e Multitarefa de Sistemas Compostos.
(2007) foram tratados 16 eventos, sendo 9 controlá- Tese de Doutorado em Engenheraria Elétrica,
veis e 7 não controláveis. Usando a abordagem pro- UFSC, Florianópolis.
posta neste artigo foram tratados 32 eventos, dos Ramadge, P. J. e Wonham, W. M. (1989). The
quais 17 eram controláveis e 15 não controláveis. control of discrete event systems. Proceedings
Assim, pode-se concluir que o programa foi capaz de IEEE, Special Issue on Discrete Event Dynamic
tratar um maior número de eventos por ciclo de var- Systems, 77(1):81-98
redura, evitando atraso de comunicação entre o CLP Vieira, A.D. (2007). Método de implementação do
e a planta real. controle de sistemas a eventos discretos com
aplicação da Teoria de Controle Supervisório.
Tese (Doutorado em Eng. Elétrica), UFSC.
5 Conclusão