You are on page 1of 7

See

discussions, stats, and author profiles for this publication at:


https://www.researchgate.net/publication/236627156

Proposta de Implementação de Arquitetura de


Controle Supervisório em SFC

Conference Paper · January 2011

CITATION READS

1 32

3 authors, including:

André Bittencourt Leal Agnelo Denis Vieira


Universidade do Estado de Santa Ca… Universidade Federal do Paraná
96 PUBLICATIONS 112 CITATIONS 19 PUBLICATIONS 77 CITATIONS

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Ensino de Engenharia View project

PLC Implementation of Supervisory Control of Discrete Event Systems View


project

All content following this page was uploaded by André Bittencourt Leal on 17 May 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE ARQUITETURA DE CONTROLE SUPERVISÓRIO EM


SFC

SUZANA R. DE ALMEIDA1, ANDRÉ B. LEAL1, AGNELO D. VIEIRA2


1
Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade do Estado de Santa Catarina
Rua Paulo Malschitzki, s/n - Campus Univ. Prof. Avelino Marcante - 89219-710, Joinville, SC, Brasil
2
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
Rua Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho - 80215-901, Curitiba, PR, Brasil
E-mails: suzana.almeida@gmail.com , leal@joinville.udesc.br , agnelo.vieira@pucpr.br

Abstract Based on previous work on implementation of supervisors on PLCs, this article offers a proposal for implementation
that has advantages over others. The synthesis of supervisor is made according to local modular approach to implementation is
in Sequential Function Chart language. The result is a control logic capable of dealing at once all the events that happened in the
plant and could generate even a controllable event for each control cell.

 Programmable Logic Controllers, Supervisory Control Theory, Sequential Function Chart, SFC
Keywords

Resumo  Baseado em trabalhos anteriores sobre implementação de supervisores em CLPs, este artigo traz uma proposta que
apresenta vantagens em relação às demais. A síntese de supervisores é feita segundo a abordagem modular local e a implementa-
ção se dá na linguagem Sequential Function Chart. O resultado é uma lógica de controle capaz de tratar de uma vez só todos os
eventos que aconteceram na planta, além de poder gerar ainda um evento controlável por cada célula de controle.

 Controladores Lógicos Programáveis, Teoria de Controle Supervisório, Sequential Function Chart, SFC
Palavras-chave

O artigo está organizado como segue. Na Seção


2 apresenta-se uma revisão sobre propostas de im-
1 Introdução plementação da arquiteturade controle supervisório
em CLPs. Na Seção 3 apresenta-se a metodologia
Tipicamente um sistema real é constituído por diver- proposta e na Seção 4 ilustra-se a mesma por inter-
sos subsistemas, cada qual apresentando um compor- médio de sua aplicação a um estudo de caso. Na Se-
tamento específico. Na Teoria de Controle Supervi- ção 5 são apresentadas as conclusões deste trabalho.
sório (TCS), proposta por Ramadge e Wonham
(1989), e em suas extensões, o comportamento livre
destes subsistemas é modelado por autômatos de es- 2 Revisão sobre Propostas de Implementação
tados finitos e especificações de controle são também
modeladas no intuito de representar as restrições ao Na arquitetura proposta por Queiroz (2004) o
comportamento livre da planta. Assim, a partir destes sistema de controle é estruturado em três blocos de-
modelos, um ou mais supervisores são sintetizados de nominados “Supervisores Modulares”, “Sistema Pro-
forma a garantir que a planta sob a ação de controle duto” e “Sequências Operacionais”, conforme ilus-
atenda às especificações impostas. trado na Figura 1 (Queiroz, 2004).
Esta teoria tem sido usada com sucesso para a
solução de problemas de controle supervisório e di-
versos trabalhos sobre o tema foram apresentados na
literatura. Em particular, a abordagem modular local
de síntese de supervisores, proposta por Queiroz e
Cury (2000), tem sido amplamente empregada uma
vez que permite explorar a modularidade natural do
sistema e das especificações, levando a supervisores
menores em relação ao supervisor obtido na aborda-
gem monolítica. Queiroz et al. (2001), (Cruz et al.,
Figura 1. Arquitetura de Controle Supervisório
2009) apresentaram metodologias de implementação
de supervisores em CLPs usando a linguagem Lad-
der. Assim, os blocos Sistema Produto e Sequências
Operacionais funcionam como uma interface entre os
Neste artigo apresenta-se uma proposta de im-
supervisores modulares e o sistema a ser controlado.
plementação de uma arquitetura de controle supervi-
Os supervisores modulares coordenam o comporta-
sório utilizando uma linguagem de alto nível, como
mento do sistema restringindo a ocorrência de even-
em (Vieira, 2007), mas que permite o tratamento de
tos controláveis. O Sistema produto é composto por
um número maior de eventos por ciclo de varredura
modelos dos subsistemas individuais, sendo respon-
do CLP, como em (Cruz et al., 2009).
sável pelo tratamento de eventos (geração de eventos

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1394


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

controláveis e sinalização da ocorrência de eventos Nesta metodologia, quando ocorre o tratamento


não-controláveis). As sequências operacionais diri- de um evento de um dado subsistema, impede-se o
gem o sistema a ser controlado, enviando sinais para tratamento de eventos de todos os subsistemas que
os atuadores e recebendo informações dos sensores. definem alguma célula de controle com o subsistema
Em (Queiroz, 2004) é apresentada uma proposta em questão. É possível, contudo, o tratamento de
de implementação em CLP usando a linguagem Lad- eventos de subsistemas que não compartilham qual-
der Diagram. Nesta abordagem, sempre que ocorre o quer célula de controle com o subsistema em questão.
tratamento de um evento qualquer é necessário que Conforme definido em (Vieira, 2007) uma célula de
ocorra a atualização do estado ativo de todos os su- controle é constituída por um supervisor e os subsis-
pervisores antes de realizar o tratamento de outro temas coordenados por ele.
evento, o que provoca um atraso no tratamento de Em (Cruz et al., 2009) é proposta uma metodo-
eventos por parte do CLP. logia de implementação que permite tratar vários
A mesma arquitetura do sistema de controle pro- eventos no mesmo ciclo de varredura, inclusive even-
posta por Queiroz (2004) foi utilizada por Vieira tos do mesmo subsistema. Nestes trabalhos, também
(2007), o qual apresentou uma implementação em é utilizada a abordagem modular local e a implemen-
alto nível usando a linguagem Sequential Function tação é feita em linguagem Ladder. O diferencial da
Chart (SFC). A vantagem é que esta programação é proposta de Cruz et al. (2009) em relação à proposta
estruturada e modularizada, o que facilita a distribui- de Vieira (2007) consiste no fato da implementação
ção do controle. Em (Vieira, 2007) o programa do das transições de estado devido a eventos não-
CLP é estruturado em diversos Function Blocks controláveis ser separada daquelas que se dão pela
(FBs), cada qual com uma função específica. ocorrência de eventos controláveis, conforme ilustra-
Na Erro! Fonte de referência não encontra- do na Figura 3, que consiste num diagrama de im-
da., apresenta-se a ordem em que estes FBs são cha- plementação e, ao mesmo tempo, um fluxo de pro-
mados para atualização a cada ciclo de varredura do cessamento do programa.
CLP, conforme detalhado a seguir.
O primeiro a ser chamado é o FB MS, o qual re-
aliza a chamada sequencial de todos os FBs que im-
plementam os supervisores (SRA, SRB,...) determi-
nando a ação de controle dos mesmos, ou seja, esta-
belecem o valor para cada um dos sinais de desabili-
tação de eventos controláveis. Destaca-se que a or-
dem de chamada destes FBs é irrelevante. Em segui-
da é chamado o FB PS o qual realiza a chamada se- Figura 3. Fluxograma de processamento (Cruz et al., 2009)
quencial de todos os FBs que implementam o modelo
dos subsistemas individuais (G1, G2, ...). Cada um Num bloco é feita a implementação referente às
destes FBs só é chamado se o tratamento de eventos transições de estado no sistema produto, SP, devido à
do subsistema correspondente não estiver impedido, ocorrência de eventos não-controláveis na planta.
para tanto é realizada a chamada a um FB que deter- Noutro são implementadas as transições de estado
mina esta informação (dg1, dg2, ...). nos supervisores devido a estes mesmos eventos.
Neste ponto do programa os estados dos supervisores
estão atualizados, mesmo com a ocorrência de um
grande número de eventos não-controláveis. Num
terceiro bloco, é feito um mapeamento das desabili-
tações de eventos controláveis devido à ação conjun-
ta dos supervisores. Num quarto bloco, com base nas
transições do SP devido a eventos controláveis, é
feita a geração dos eventos controláveis não desabili-
tados anteriormente. Por fim, no último bloco são
Figura 2. Ordem de chamada de blocos em (Vieira, 2007) implementadas as transições de estado nos superviso-
res devido aos eventos controláveis gerados. Seguin-
A ordem de chamada dos FBs (G1, G2, ...) prio- do este fluxograma de processamento, num mesmo
riza o tratamento de eventos. Além disto, para priori- ciclo de varredura do CLP são tratados todos os e-
zar o tratamento dos eventos não-controláveis em ventos não controláveis que aconteceram na planta, e
detrimento do tratamento dos eventos controláveis, o ainda diversos eventos controláveis não desabilitados
FB PS é chamado duas vezes consecutivas. Na pri- pelos supervisores.
meira vez, quando a variável CED = 1, são tratados
apenas os eventos não-controláveis, na segunda vez
quando CED = 0 são tratados os eventos controlá-
veis. Por fim é chamado o FB OP, que chama todos
os FBs das sequências operacionais.

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1395


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

3 Metodologia Proposta 4 Estudo de Caso

Nesta seção apresenta-se uma proposta de implemen- Nesta seção, a metodologia de implementação pro-
tação da arquitetura de controle supervisório em posta é ilustrada por intermédio de sua aplicação a
CLPs que permite tratar múltiplos eventos num mes- um problema de controle proposto por Queiroz e
mo ciclo de varredura de CLP, sem a restrição im- Cury (2000) e utilizado em (Cruz et al., 2009). Trata-
posta em (Vieira, 2007) de tratar apenas eventos de se de uma linha de transferência composta de seis
células de controle diferentes. Esta proposta utiliza a máquinas Mx (com x = 1,...,6) ligadas por quatro
linguagem Sequential Function Chart – SFC, tam- armazéns (BA, BB, BC e BD) com capacidade unitá-
bém utilizada em (Vieira, 2007). É utilizada ainda a ria, dispostas como mostrado na Figura 5.
proposta de Cruz et al. (2009), que divide o tratamen-
to de eventos de acordo com a sua controlabilidade.
Com esta nova proposta tem-se uma programação em
alto nível e otimizada, com mais eventos sendo trata-
dos no mesmo ciclo de varredura, evitando assim
atrasos de comunicação com o sistema a ser contro- Figura 5. Linha de transferência industrial
lado. O objetivo principal é processar o maior núme-
ro de eventos por ciclo de varredura. Para isto é im- Os autômatos que modelam as máquinas e as es-
portante que todos os eventos não-controláveis que pecificações podem ser vistos na Figura 6. Eventos
aconteceram na planta sejam processados tão logo controláveis Ax indicam o início da operação, e os
tenham ocorrido. eventos não controláveis Bx, indicam o fim da opera-
Deve-se ressaltar que neste artigo não foram tra- ção das máquinas.
tados alguns problemas de implementação apresenta-
dos na literatura, como o problema da escolha e o
efeito avalanche (Fabian e Hellgren, 1998). Entretan-
to, uma solução para estes problema pode ser facil-
mente adaptada das soluções apresentadas em (Cruz
et al., 2009).
Foram realizadas simulações para confirmar a
Figura 6. Autômatos para a planta e as especificações
adequação desta proposta e se os eventos estão acon-
tecendo de forma correta. Para isto foram criadas Sintetizando os supervisores pela abordagem
dois conjuntos adicionais de variáveis, evai e rspbi, modular local (Queiroz, 2004) obtêm-se quatro su-
em relação ao proposto em (Vieira, 2007). pervisores não-conflitantes, que após serem reduzi-
Nesta nova proposta, conforme ilustrado na Fi- dos, são apresentados na Figura 7. Maiores detalhes
gura 4, o bloco action_Sup tem a seguinte sequência. sobre a obtenção destes supervisores podem ser en-
Inicialmente faz CED = 1 para tratar os eventos não- contrados em (Queiroz e Cury, 2000) e em (Cruz et
controláveis e zera as variáveis rspbi e evai. al., 2009).

Figura 7. Supervisores reduzidos

4.1 Implementação do Main e Action_Sup


Figura 4. Proposta de organização para a chamada de blocos
O início do programa no Sequential Function
Em seguida é chamado o FB PS, do sistema pro- Chart (SFC) se dá no bloco OB1, onde são feitas as
duto e depois o FB MS, dos supervisores. Depois de inicializações de variáveis e é chamado o FB Main,
tratados os eventos não-controláveis, faz CED = 0 que consiste no programa principal. No trabalho de
para tratar os eventos controláveis e chama novamen- Vieira (2007) o FB Main é composto de 6 modos de
te o FB PS e o FB MS. São zeradas então as variá- operação, dentre os quais se podem destacar os mo-
veis gid e gievt, que têm por objetivo identificar se dos Supervised, Manual, e Emergency. O foco deste
algum evento que seja controlado por um determina- artigo é a implementação do modo Supervised, no
do supervisor foi tratado. No final é chamado o FB qual a ação de controle fica sob a coordenação do
OP. No intuito de facilitar a compreensão do leitor, a conjunto dos supervisores. Neste trabalho o FB Main
metodologia proposta será detalhada na próxima se- simplesmente chama o FC Action_Sup, que por sua
ção por intermédio de um estudo de caso. vez chama os FB PS, FB MS e FB OP conforme ex-
plicado na Figura 4.

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1396


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

4.2 Implementação do FB PS
O FC PS chama os FCs dgis e os FBs Gis.
No intuito de impedir a geração de mais de um
evento controlável numa mesma célula de controle,
quando ocorre um evento controlável no subsistema
Gi é setada a variável gievt, indicando então a gera-
ção de algum evento controlável deste subsistema.
Para implementar os FCs dgi é preciso identifi-
car quais subsistemas compartilham células de con-
trole com o subsistema em questão. Na Tabela 1 são
Figura 9. FC PS
relacionados os supervisores e os subsistemas coor-
denados por eles. Desta tabela verifica-se que o sub-
A primeira etapa para programar o bloco Gi é
sistema G1 compartilha célula de controle apenas
definir as variáveis que serão usadas.
com o subsistema G2, já este último compartilha cé-
lulas de controle com G1, G4 e G5. Assim, a geração As variáveis ai e bi são setadas quando ocorre
de um evento controlável de G3 não requer a suspen- um evento, Ai ou Bi, respectivamente. Na proposta
são da geração de eventos de G1. Por outro lado, a de Vieira (2007) é usada a função S1 N, que seta a
geração de evento controlável G4, por exemplo, re- variável apenas para um ciclo. Nesta nova proposta é
quer a suspensão da geração de eventos de G2 até necessário que ai e bi fiquem setadas para não perder
que ocorra a atualização do estado ativo de todos os a informação, já que os blocos são chamados mais de
supervisores. uma vez no mesmo ciclo. As variáveis ai e bi são
resetadas no final do bloco MS. Se um evento Ai
Tabela 1. Eventos por célula de controle estiver desabilitado, a variável aid estará setada e o
Supervisor Eventos Planta local programa não poderá mudar o estado da planta.
SRA A1, B1, A2 G1 || G2 Quando ocorre um evento controlável, as variá-
SRB A3 B3, A4 G3 || G4 veis cmdai e evai são setadas. Quando um evento
SRC B5, A2, A4, B2, B4, A5 G2 || G4 || G5
não-controlável ocorre, as variáveis rspi e rspbi são
SRD A5, B5, A6 G5 || G6
setadas.
No Bloco FC dgi é verificado se houve a geração A segunda etapa é fazer a conversão do autôma-
de algum evento controlável pertencente a algum to em outro correspondente que atenda às seguintes
subsistema que compartilha alguma célula de contro- propriedades (Vieira, 2007):
le com o subsistema correspondente. No exemplo da 1. O novo autômato tem que ser equivalente,
planta G2, é verificado se g1evt, g2evt, g4evt ou com o mesmo comportamento, seguindo a
g5evt está setada, isto significa que algum evento mesma sequência de eventos e estados.
controlável foi tratado em uma destas plantas. Se isto 2. A cada estado esteja associado um evento,
aconteceu não se pode tratar os eventos controláveis ou seja, se houver mudança de um estado será
da planta G2 e é setada a variável g2d, conforme sempre devido à ocorrência do mesmo evento.
ilustrado Figura 8. 3. Nenhum evento irá para o estado inicial do
autômato.
4. Não poderá ter autolaços, ou seja, quando
ocorrer um evento obrigatoriamente haverá mu-
dança de estado.
Apresenta-se na Figura 10 o novo autômato para
as plantas Gx mostradas na Figura 6.

Figura 8. FC dg2

O bloco dgi só é chamado quando os eventos


controláveis podem ser gerados, ou seja, quando Figura 10. Novo autômato para planta Gx
CED = 0, conforme Figura 9. O Bloco Gi trata o
comportamento do subsistema correspondente. Antes A terceira etapa é a conversão do novo autômato
deste bloco ser chamado, é verificado se a variável em linguagem SFC. Na Figura 11 mostra-se a imple-
gid correspondente está setada, se estiver não chama mentação do bloco G2.
o bloco Gi, pois algum evento controlável em comum S1 equivale ao estado inicial, estado 0. Para mu-
foi tratado. Esta variável só é setada quando o pro- dar de estado são necessários duas condições, a2d e
grama está tratando os eventos controláveis. Quando CED não podem estar setadas. A variável a2d signifi-
trata os eventos não-controláveis não existe esta res- ca que o evento A2 está desabilitado e não pode a-
trição e todos os eventos que ocorreram na planta são contecer, CED ativo significa que não podem ser tra-
tratados no mesmo ciclo de varredura do CLP. Esta tados eventos controláveis. Se nenhum destes eventos
verificação é ilustrada na Figura 9. estiver setado, o programa muda para o estado 1

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1397


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

(S2), e ativa as variáveis eva2, a2 e cmda2, que sig- estado 1. Deve-se destacar aqui que os autolaços não
nificam que o evento A2 ocorreu. É setado também o são implementados uma vez que não alteram as desa-
evento g2evt, que irá impedir que outro evento, que bilitações.
seja controlado pelo mesmo supervisor, ocorra.

Figura 12. FB SRB

O FB MS chama os FCs de todos os superviso-


res (SRA, SRB, SRC e SRD), fazendo as devidas
atualizações de estados (se necessário) e, em seguida,
com base no valor das variáveis aidsrj, determina o
Figura 11. SFC G2
conjunto de eventos desabilitados pela ação conjunta
dos supervisores. Por exemplo, na Figura 13 ilustra-
Se estiver no estado 1 (S2), só mudará para o
se que a desabilitação do evento A2 (variável a2d)
próximo estado, S3, se tiver algum evento não con-
pode se dar no supervisor SRA ou no SRC, setando-
trolável, B2, para ser tratado. Isto é verificado se a
se a variável a2dsra ou a a2dsrc, respectivamente.
variável rsp2 estiver setada. Neste estado, S3, as va-
No final do FB MS são zeradas as variáveis ai e bi.
riáveis rspb2 e b2 são setadas, e a variável rspi é re-
setada. Para voltar no estado 1 (S2), precisa nova-
mente que a2d e CED não estejam setadas.

4.3 Implementação dos Supervisores, FB MS Figura 13. Variáveis de desabilitação

Para implementar os FBs dos supervisores é ne-


cessário verificar em cada estado de cada supervisor 4.4 Implementação do FB OP
quais eventos serão desabilitados e indicar estas de-
O FB OP chama os FBs das sequências operacio-
sabilitações por intermédio de varáveis aidsrj. Neste
nais, que agem diretamente sobre os subsistemas da
exemplo, para o supervisor SRB são criadas as variá-
planta física. Na Figura 14 mostra-se o FB OP2, refe-
veis a3dsrb e a4dsrb, que correspondem a desabilita-
rente ao subsistema G2.
ção do evento A3 (estado 1) e do evento A4 (estado
0), respectivamente, conforme mostrado na Tabela 2.
Tabela 2. Eventos desabilitados
Supervisor Estado Desabilitações Variáveis
0 A4
SRB (y=3) a4dsrb, a3dsrb
1 A3

Além disso, é necessário identificar o conjunto


de eventos que provocam mudanças de estado em
cada supervisor. Serão utilizadas as variáveis ai e bi
para cada evento controlável e não controlável res- Figura 14. FB sequência operacional
pectivamente. Por exemplo, para o supervisor SRB
A variável rspIn2, que corresponde à entrada do
serão criadas as variáveis b3 e a4, conforme ilustrado
CLP e indica o término de operação de M2, é moni-
na Tabela 3.
torada. Quando esta máquina finaliza sua operação
Tabela 3. Eventos que causam mudança de estado esta entrada assume valor 1. Se a variável cmda2 está
Supervisor Estado Evento Variáveis setada, o que ocorre no SFC G2 (ver Figura 11), o-
0,1 B3 corre uma transição para o estado S2. Neste estado
SRB (y=3) a4, b3
1,0 A4 reseta cmda2 e seta o rsp2.

Assim, o FB do SRB fica como na


Figura 12, onde S1 representa o estado 0 do au-
tômato mostrado na Figura 7 e S2 corresponde ao

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1398


X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente
18 a 21 de setembro de 2011
São João del-Rei - MG - Brasil

4.5 Comparação do resultado das implementações dologia que apresenta vantagens em relação às de-
mais.
No intuito de avaliar a metodologia proposta, a
A metodologia proposta se baseia na arquitetura
seguir apresenta-se a comparação entre a proposta de
de controle modular local (Queiroz, 2004), que per-
Vieira (2007) e a introduzida neste trabalho, anali-
mite explorar a modularidade da planta e das especi-
sando-se a capacidade de tratamento de eventos por
ficações de controle. Como em (Vieira, 2007) a im-
ciclo de varredura do CLP (ver Tabela 4). Deve-se
plementação é feita numa linguagem de alto nível
ressaltar que no intuito de apresentar uma tabela com
(Sequential Function Chart – SFC), o que resulta
tamanhos apropriados para este artigo, as simulações
num programa modular e estruturado. Além disso,
foram feitas considerando-se que uma vez iniciada a
assim como em (Cruz et al, 2009), a proposta apre-
operação de uma máquina, no próximo ciclo de var-
sentada aqui separa o tratamento dos eventos não
redura a mesma já pode ser finalizada. Caso essa
controláveis dos controláveis, permitindo o tratamen-
consideração não fosse feita, a tabela apresentaria
to de um maior número de eventos no mesmo ciclo
ciclos de scan sem a ocorrência de eventos e teria
de varredura do CLP. Estas características resultam
dimensões maiores, mas os resultados acerca da ca-
em um programa com vantagens importantes sobre as
pacidade de tratamento de eventos por ciclo de scan
demais propostas apresentadas na literatura.
continuariam os mesmos.
Tabela 4. Eventos tratados
Agradecimentos
Eventos
Ciclo
(Vieira, 2007) Nova Proposta
A primeira autora agradece a FAPESC pelo apoio
1 A1, A3 A1, A3
2 B1, B3 A4 B1, B3 financeiro referente à sua bolsa de mestrado.
3 A2 A3, A5 B4
4 B2 A2, A6 B3, B5
Referências Bibliográficas
5 A1, A5 A1, A5 B2, B6
6 B1, B5 A4, A6 B1, B5
7 A2, A6 A3, A5 B4, B6 Cruz, D.L.L., Leal, A.B., Rosso Jr, R.S.U., Rozário,
8 B2, B6 A2, A6 B3, B5 J.G. (2009). Proposta de Implementação de Con-
9 A1, A5 A1, A5 B2, B6 trole Supervisório em Controladores Lógicos
Programáveis, In: Anais do IX Simpósio Brasi-
Na proposta de Vieira (2007) é tratado apenas leiro de Automação Inteligente, v. 9. p. 19-24.
um evento por ciclo de varredura por subsistema. No Fabian, M. e Hellgren, A. (1998). PLC-based
ciclo 1 acontecem os eventos controláveis A1 e A3, implementation of supervisory control for
que representam o inicio das máquinas 1 e 3. No pró- discrete event systems, Tampa, Florida, USA.
ximo ciclo ocorrem os eventos não controláveis B1 e Queiroz, M. H.; Cury J.E.R. (2000). Modular
B3 (fim de operação das máquinas 1 e 3) e no tercei- supervisory control of large scale discrete-event
ro ciclo poderá ocorrer somente um evento controlá- systems. In: Discrete Event Systems: Analysis
vel A2 ou A4 (na simulação aconteceu o A2). and Control. Kluwer Academic Publishers, pp.
Na nova proposta, no primeiro ciclo nada muda, 103-110. (Proc. WODES 2000, Ghent, Belgium)
ocorrendo A1 e A3. No próximo ciclo ocorrem pri- Queiroz, M. H.; Santos, E.A.P. e Cury, J.E.R. (2001).
meiro os eventos não controláveis B1 e B3, mas tam- Síntese Modular do Controle Supervisório em
bém já pode ocorrer o evento A4 (ou A2). No tercei- Diagrama Escada para uma Célula de
ro ciclo ocorre primeiro o fim da máquina 4, B4 e em Manufatura. Anais do V Simpósio Brasileiro de
seguida o inicio das máquinas 3 e 5, A3 e A5. Automação Inteligente.
Por intermédio de simulações, analisando-se 9 Queiroz, M. H. (2004). Controle Supervisório
ciclos de varredura do CLP, na proposta de Vieira Modular e Multitarefa de Sistemas Compostos.
(2007) foram tratados 16 eventos, sendo 9 controlá- Tese de Doutorado em Engenheraria Elétrica,
veis e 7 não controláveis. Usando a abordagem pro- UFSC, Florianópolis.
posta neste artigo foram tratados 32 eventos, dos Ramadge, P. J. e Wonham, W. M. (1989). The
quais 17 eram controláveis e 15 não controláveis. control of discrete event systems. Proceedings
Assim, pode-se concluir que o programa foi capaz de IEEE, Special Issue on Discrete Event Dynamic
tratar um maior número de eventos por ciclo de var- Systems, 77(1):81-98
redura, evitando atraso de comunicação entre o CLP Vieira, A.D. (2007). Método de implementação do
e a planta real. controle de sistemas a eventos discretos com
aplicação da Teoria de Controle Supervisório.
Tese (Doutorado em Eng. Elétrica), UFSC.
5 Conclusão

Neste artigo discutiu-se sobre alguns métodos de


implementação da arquitetura de controle supervisó-
rio encontrados na literatura e propôs-se uma meto-

ISSN: 2175-8905 - Vol. X 1399


View publication stats

You might also like