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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC SANTA ROSA DE VITERBO

Gislaine Miriã Carmargo


Gustavo Henrique Teixeira Pinto
Jéssica Vanessa Fabretti
Robson Luis Gonçalves da Silva
Wellington Campos de Queiroz

RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS

SANTA ROSA DE VITERBO – SP

2012
Gislaine Miriã Camargo

Gustavo Henrique Teixeira Pinto

Jéssica Vanessa Fabretti

Robson Luis Gonçalves da Silva

Wellington Campos de Queiroz

RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


ETEC DE SANTA ROSA DE VITERBO,
Como requisito para obtenção do título de
TÉCNICO EM FARMÁCIA

Orientadores:
Andrea Prado Elias
Maria Paula Rosa

SANTA ROSA DE VITERBO - SP


2012
Gislaine Miriã Carmargo

Gustavo Henrique Teixeira Pinto

Jéssica Vanessa Fabretti

Robson Luis Gonçalves da Silva

Wellington Campos de Queiroz

RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


ETEC DE SANTA ROSA DE VITERBO,
Como requisito para obtenção do título de
TÉCNICO EM FARMÁCIA

Área de concentração: EIXO HIGIENE, SAÚDE E SEGURANÇA


Data de apresentação: 02 de Julho de 2012.
Resultado:___________________________________

BANCA EXAMINADORA:

Andrea Prado Elias:_______________________________________

Maria Paula Rosa:________________________________________

Vanessa Santiago Fonseca:_________________________________


O ridículo não existe; os que ousaram
desafiá-lo de frente conquistaram o mundo.

Octave Mirbeau
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo mostrar à necessidade imediata de se repensar a forma
de utilização e prescrição dos medicamentos antimicrobianos, alertando sobre os enormes
riscos da RESISTÊNCIA BACTERIANA, que vem se mostrando cada vez mais presente em
estudos e noticiários recentes, apontando saídas atualmente simples, porém de grandes
repercussões e formas de traduzir à população os termos técnicos quase nunca explicados
sobre os riscos que esta envolve, usando dos mesmos recursos da campanha francesa
nomeada “Antibiótico não é automático (Les antibiotiques, c'est pas automatique.)”

Palavras chave: antimicrobiano, resistência, bacteriana, antibiótico, prescrição,


reeducação.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 8
1.1. A ERA PRÉ-ANTIMICROBIANOS ................................................................................................................................. 8
1.2. INICIO DA ERA PÓS-ANTIMICROBIANOS ...................................................................................................................... 9

2. DESENVOLVIMENTO................................................................ 11
2.1. OS PERIGOS DA RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS E O SURGIMENTO CRONOLÓGICO DAS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS. ........ 11
2.2. DISSEMINAÇÃO DE CEPAS RESISTENTES NO AMBIENTE HOSPITALAR.............................................................................. 12
2.3. GENÉTICA BACTERIANA ........................................................................................................................................ 14
2.4. MECANISMOS DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA ..................................................................................................... 14
2.4.1. Mutação ...................................................................................................................................... 14
2.4.2. Alteração de permeabilidade ...................................................................................................... 15
2.4.3. Alteração do sitio de ação antimicrobiano ................................................................................. 15
2.4.4. Transferência Genética ............................................................................................................... 16
2.4. A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA A RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS .................................................. 17
2.5. QUANDO E COMO COMEÇOU A REGULARIZAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS ....................................................................... 19
2.6. A CONVIVÊNCIA ATUAL COM OS ANTIMICROBIANOS ................................................................................................... 23

4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 34


5. ANEXOS ....................................................................................... 36
5.1. RESOLUÇÃO RDC Nº 20, DE 5 DE MAIO DE 2011 ..................................................................................................... 37
5.2. NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011 ............................................................................................................. 43
5.3. FORMULÁRIO DA PESQUISA .................................................................................................................................. 47
5.4. DOCUMENTO ENTREGUE A SECRETARIA DA SAÚDE ...................................................................................... 48
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Ordem cronológica dos antimicrobianos. -------------------------------------------------------------- 11

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Lista de medicamentos incluídos e excluídos do controle da RDC20/11 ---------------------- 23

LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Faixa Etária dos entrevistados .......................................................................................... 24
Gráfico 2 - Já fez uso de antimicrobianos? .......................................................................................... 24
Gráfico 3 - Como conseguiu o medicamento? ..................................................................................... 25
Gráfico 4 - Fez exames antes de usar o medicamento ......................................................................... 25
Gráfico 5 - Como ficou sabendo da Lei de Controle de Antimicrobiano ............................................ 27
Gráfico 6 - Ainda tem dúvida sobre a legislação?................................................................................ 27
Gráfico 7 - Você concorda com a regularização? ................................................................................ 28
Gráfico 8 – Usou este medicamento sem prescrição após a regularização? ........................................ 28
Gráfico 9 – Crescimento populacional ................................................................................................. 29
Gráfico 10 - Crescimento de consumo do comprimido de Amoxicilina .............................................. 30
Gráfico 11 – Crescimento de consumo do comprimido Cefalexina..................................................... 30
Gráfico 12 – Crescimento de consumo da pomada Neomicina+Bacitracina ....................................... 30
Gráfico 13 – Crescimento do Consumo do comprimido de Metronidazol .......................................... 30
Gráfico 14 – Crescimento do consumo da pomada de Sulfadiazina de Prata ...................................... 31
Gráfico 15 – Crescimento do comprimido de Sulfametoxazol+Trimetropina ..................................... 31
Gráfico 16 – Crescimento do consumo de Metronidazol Suspensão 4% ............................................. 31
1. Introdução

1.1. A era pré-antimicrobianos

Antigamente, de maneira erronia, acreditava se que as doenças eram carmas divinos,


vontade dos deuses, e que a cura só era alcançada se assim fosse à vontade de seus
‘caprichosos deuses’. Por esse motivo faziam cultos em homenagem aos mesmos, a fim de
pedir a cura a quem adoecera e nesses rituais, faziam uso de determinadas raízes e plantas
(sem perceber que nelas estava a cura).
No decorrer dos séculos, com o afloramento do pensamento iluminista, aonde o fascínio
pela ciência e razão reinava, ocorreu um ‘abrir de portas’ para invenções e descobertas.
Apoiado nesse momento histórico foi possível desenvolver tecnologias que foram
utilizadas para responder a dúvida que existia perante a existência do Homem e suas
patologias.
Inventou-se o microscópio, que possibilitou um largo passo no modo de encarar
vida/doença. A partir desse advento, se tornava visível o que causava doenças na humanidade
– o micróbio (seres vivos que possuem organelas funcionais em seu interior e só podem ser
avistados através deste aparelho). Descobriram-se também os vírus que não são micro-
organismos porque não possuem tais organelas.
Sendo assim descobriu se que as doenças decorriam de microrganismos, e que o mundo
é regido pela lei da natureza e não por deuses caprichosos.
As pessoas adoeciam, se tinha o conhecimento do que causava a enfermidade, porém
ainda não existia o tratamento/medicamento para a mesma. Era preciso inventar/descobrir
formas de tratar o paciente, pois caso contrário, a morte era iminente.
Hoje se sabe que alguns compostos presentes em certas plantas e raízes, assim como
também nos vírus e bactérias descobertas, auxiliam e servem de tratamento para inúmeras
doenças e anormalidade do organismo humano.
Cientistas dedicaram vários anos de suas vidas para determinar e descobrir a cura para
as doenças que assolavam naquela época. Dentre estes o que merece destaque é Alexander
Fleming (1881-1955), que serviu com médico cirurgião de um hospital militar durante a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) onde muitos combatentes morreram por causa de
infecções em ferimentos profundos.
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Como na maioria dos casos de descobertas cientificas, o acaso e a observação, permitiu
a descoberta do primeiro antimicrobiano da história, a Penicilina. Fleming possuía placas com
colônias de bactérias Staphylococcus aureus em seu laboratório e ficou ausente de seu
laboratório por um indeterminado período de tempo, quando retornou ao mesmo, notou que as
placas estavam contaminadas por mofo, o que era normal, pois a deixara exposta em cima da
bancada, porém ao observa-la mais atentamente, notou que ao redor do mofo havia uma parte
transparente, indicando que ali não havia se desenvolvido bactérias. O fungo existente
naquele local era o Penicillium, por esse motivo sua descoberta passou a se chamar Penicilina.
Pode se afirmar que Fleming foi o precursor da introdução de antimicrobianos1 em todo o
mundo.

1.2. Inicio da era pós-antimicrobianos


Devido à dificuldade de obtenção e isolamento da substância ativa da Penicilina,
inicialmente a descoberta não despertou interesse da comunidade cientifica (levou-se 11 anos
para separar o princípio ativo). Com o passar do tempo, descobriu-se que esta novidade
matava outros tipos de bactérias, e que não era tóxica aos humanos, podendo assim ser
utilizada em diversos tratamentos. Tornando-se um curinga contra infecções, sendo utilizado
para qualquer tipo das mesmas, e em diversas doses.
Foi somente na eclosão da Segunda Guerra Mundial que conseguiram produzir
Penicilina em escala industrial, reduzindo o número de mortos por infecções.
A falta de conhecimento associado ao uso disseminado da penicilina em conjunto com o
tratamento abusivo e indiscriminado deste medicamento em todo o mundo desde sua
descoberta, tanto para medicina humana como veterinária, para tratar e controlar inúmeras
infecções, causadas por bactérias, colaborou para gradual formação de cepas resistentes o que
colocaria em risco a eficácia dos tratamentos, a Famosa Resistência Bacteriana 2 . Como
aconteceu em 1950, onde foi registrado o 1°(primeiro) surto de Staphylococcus aureus
resistente às recém-descobertas, penicilina β-lactâmicas, e logo em seguida, no final da
década de 1970 bactérias resistentes a Meticilina (MRSA).

1
Os antimicrobianos são substâncias que provocam morte ou inibição do crescimento microbiano.

2
Resistência Bacteriana é a capacidade de microrganismos resistirem aos efeitos do antibiótico. Eles possuem grande capacidade de
adaptação e condições adversas, tais como, agentes químicos. Essa capacidade é adquirida por meio de mutação ou troca de material
genético.

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Essa capacidade de criação de resistência aos fármacos ocorre principalmente por um
mecanismo denominado como Pressão de Seleção, regido pelo princípio biológico darwiniano
da ‘sobrevivência do mais apto’.
A Pressão de Seleção ocorre da seguinte maneira, tanto em nosso organismo como nos
demais animais, que fazem terapia com fármacos com ação antimicrobiana. O uso de
antibiótico transforma drasticamente as comunidades de bactérias existentes em nosso
organismo e de outros animais, desta maneira mata e elimina as bactérias mais sensíveis a
ação dos antibióticos, e as bactérias patogênicas ‘mais fortes’ sobrevivem, criando resistência
ao fármaco.
Em resumo, cada vez que se toma um antibiótico de maneira equivocada, está
eliminando bactérias residentes no organismo, criando espaço para que se aumente o número
de bactérias patogênicas resistentes. Desta maneira patologias que poderiam ser curadas com
tratamento simples, se tornam difíceis de combater, pois o antibiótico não exerce nenhuma
ação perante essas bactérias que adquiriram resistência. Portanto, conclui-se que quando
fizemos o uso inadequado de antimicrobianos, dificilmente alcançaremos a cura de uma
possível recaída patológica, com a mesma substância administrada anteriormente.
Abordar a questão da Resistência aos antimicrobianos é uma das prioridades e mais
urgentes em matéria de saúde pública nos dias de hoje, pois a disseminação dessas bactérias
resistentes à população por meio de contaminantes põe em risco a saúde de todos, acarretando
patologias que poderá certamente levar a um alto nível de mortalidade na população em
escala mundial, devido a não existência de novos antimicrobianos que poderá ser utilizados
contra a resistência dessas bactérias.

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2. Desenvolvimento
2.1. Os perigos da resistência a antimicrobianos e o surgimento
cronológico das classes de antimicrobianos.

A Resistência Microbiana não é um problema novo, quando a maioria dos


antimicrobianos foi desenvolvida, criou se uma expectativa ilusória de que a guerra contra as
infecções estava ganha.
No período pré-antibiótico, quando não se havia nenhum tratamento com substâncias
antimicrobianas, os casos de infecções eram tão sérios e temidos como a AIDS é nós dias de
hoje.
Após o desenvolvimento desses adventos, muitos pesquisadores da época declaravam
que as infecções eram mais fáceis de serem curadas do que as demais doenças.
A partir da década de 1980 já se começava a ter relatos de infecções, que não respondia
a terapia com antimicrobianos. Neste momento se identificava a resistência de alguns
microrganismos à ação dos antimicrobianos, o que favorecia ao agravamento das doenças
levando os pacientes a óbito.
A situação é muito preocupante, pois desde o ano de 2005 até nos dias de hoje, não se
desenvolveu, nem descobriu nenhum novo antimicrobiano. Veja abaixo:

Figura 1 - Ordem cronológica dos antimicrobianos.

Hoje registrado na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) são 119


substâncias e mais de 150 composições com ação antimicrobiana.

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Este 'arsenal disponível' de fármacos antimicrobianos é considerado pequeno, se
comparado com a grande diversidade de agentes patogênicos existente em nosso meio. Todos
os microrganismos estão sujeitos a sofrem algum tipo de mutação, fato esse reconhecido, a
partir do processo natural de pressão de seleção do meio. Nesse processo está incluso a
possibilidade de aquisição de resistência e capacidades de síntese de substâncias (que será
abordado profundamente logo em seguida). Como exemplo, bactérias que causam doenças em
animais de outras espécies (animais de pequeno porte, como cães, felinos, e até mesmo de
grande e médio porte como bovinos entre outros). Com o passar do tempo, essas cepas que se
hospedam e causam doenças nesses animais, podem sofrer mutações. Essas mutações podem
permitir que essas bactérias troquem seu hospedeiro natural para uma nova espécie, chegando
assim aos seres humanos, hospedando se e causando doença. Quando isto ocorre, mudanças
de características já ocorreram nessas cepas, sendo assim, é de grande dificuldade o seu
combate, uma vez que adquiriram capacidades especificas de resistência. O surgimento desses
microrganismos resistentes, em conjunto a essa pequena disponibilidade de antimicrobianos,
torna a população vulnerável à contaminação destes, podendo se alastrar, e afetar até mesmo a
população mundial devido ao aglomerado e ao trânsito intenso de pessoas em todo o mundo.
Um surto de infecção em um determinado local pode se alastrar para o outro lado do globo em
questão de tempo.

2.2. Disseminação de Cepas Resistentes no Ambiente Hospitalar.

A Resistência Bacteriana emergiu como um dos maiores problemas de saúde pública


nas últimas décadas. Esse fenômeno tem um crescimento constante e por esse motivo requer
tomadas de medidas de prevenção e controle, principalmente nos hospitais de alta
complexidade e com vários leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde sua existência
é maior.
No ambiente hospitalar há a maior possibilidade de transmissão desses microrganismos
multirresistente, por fatores casuais de relação de cuidados prestados pelos profissionais de
saúde ao estado clinico dos pacientes, ambiente, e esterilização de materiais utilizados e
equipamentos, como também, cuidados com a limpeza da unidade, desinfecção e estrutura
física.
As principais medidas de prevenção são:
• Higienização das mãos dos profissionais de saúde;
• Limpeza adequada dos ambientes hospitalares;

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• Isolamento de pacientes;
• E principalmente o uso racional de antibióticos.

As práticas de prescrições de antibióticos a pacientes hoje são mais severas,


principalmente aos pacientes quando hospitalizados, por motivo prévio de resistência.
Nos hospitais, a maioria dos pacientes são imunocomprometidos, facilmente são
colonizados por microrganismos, muitas vezes resistentes aos antimicrobianos. As práticas
médicas modernas são mais invasivas, contribuindo para infecções de microrganismos
específicos.
Esse contágio acontece primordialmente pela transmissão cruzada entre os pacientes,
isto é, esses agentes infecciosos são transmitidos de paciente para paciente pelas mãos dos
profissionais de saúde, e também por contaminação dos locais, principalmente as superfícies
de contato aos pacientes e os equipamentos médicos. Um exemplo é a transmissão de
Staphylococcus aureus resistente à Meticilina (MRSA), este tipo de bactéria está presente na
microbiota transitória das mãos de profissionais de saúde, e em superfícies do ambiente
hospitalar, sugerindo assim, uma transmissão (contaminação) cruzada.
No ano de 2010 houve o surto da superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase,
a KPC. Essa superbacteria é uma Enterobactéria (habitam a flora intestinal e eventualmente
pode causar infecção a pacientes suscetíveis) Produtora de Carbapeneamase tipo KPC
(resistência à ertapenen e/ou imipenen e/ou meropenen).
Essa bactéria foi registrada em 2001 pela primeira vez, nos EUA, e teve o primeiro caso
registrado no Brasil em 2005, porém somente em 2010 houve um surto que ocasionou
dezenas de vítimas em todo o país.
Esta bactéria é do tipo oportunista, atacando principalmente pacientes debilitados, como
os que sofrem procedimentos invasivos e necessitam de um longo pós-operatório ou
indivíduos em tratamento quimioterápico, agravando o estado de saúde destes podendo
causar/agravar pneumonias, infecções sanguíneas, infecção no trato urinário e em feridas,
podendo levar a óbito o paciente por infecção generalizada.
A KPC é uma bactéria que se multiplica com muita rapidez, e possui uma característica
importante; ela tem a capacidade de transmitir para outra bactéria um gene que produz uma
enzima e destrói o antibiótico, aumentando o espectro de resistência a múltiplos antibióticos,
especialmente os da classe dos Carbapenêmicos, e se desenvolve unicamente em ambientes
hospitalares, pois esses microrganismos, até então, não se desenvolvem fora deste ambiente.
O tratamento é constituído pela associação de três tipos de antimicrobianos: Polimixina
B, Tigerciclina e Amicacina.

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2.3. Genética Bacteriana

As informações genéticas das bactérias estão contidas nos:


 Nos Cromossomos estão contidas quase todas as informações genéticas da bactéria.
 Plasmídeo é um pequeno anel de DNA extra cromossômico bacteriano, presente em
algumas espécies de bactérias, e possui a capacidade de duplicação autônoma.
 DNA frágil é vírus bacteriano constituídos de DNA, e são envoltos por uma capa
proteica.
 Transposons são minúsculas moléculas de DNA capazes de trocar de posição, isto é,
de cromossomo para plasmídeos, e de um plasmídeo para outro, ou de plasmídeo para
cromossomo.

2.4. Mecanismos da Resistência Antimicrobiana

Os mecanismos de resistência a antimicrobianos são maneiras que os microrganismos


possuem de se tornarem aptos a viverem em ambientes nocivos a eles. Esses mecanismos
garantem a sobrevivência dos microrganismos, e também como que eles transferem essa
capacidade adquirida de resistência aos fármacos a outras bactérias que se encontram
susceptíveis.
Esses mecanismos podem ser considerados como maneira evolutiva adquirida por essas
bactérias.
A Resistência Antimicrobiana é determinada por uma capacidade de mutação e troca de
material genético, entre bactérias da mesma espécie ou de linhagens diferentes. Através da
Replicação do DNA bacteriano ou por bactérias relacionadas por conjugação, também pode
haver a disseminação da resistência.
Genes da Resistência fazem parte do DNA de plasmídeos extra cromossômicos, e
podem ser transferido entre microrganismos, ou pelos transposons.

2.4.1. Mutação

Qualquer alteração na sequência de nucleotídeos da molécula do DNA cromossômico,


que pode decorrer da inserção, substituição, deleção e outros mecanismos.

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Para que uma bactéria se torne Resistente a um agente antimicrobiano, é necessário que
essa bactéria altere seu material genético (DNA). Essa alteração pode ocorrer de duas formas.
- Indução de mutação genética no DNA nativo (Pode ser ocasionado por mutações
espontâneas, alterando enzimas especificas as quais os antimicrobianos iriam agir, por ter
sofrido essa mutação isso não acontece.).
- Indução de um DNA estranho. (Genes de resistência são transferidos entre
gêneros e as espécies de diferentes bactérias, ocasionando recombinação interespécies.).

2.4.2. Alteração de permeabilidade

A membrana celular externa de lipopolissacarídeo das bactérias gram-negativas é uma


membrana que permite a permeabilidade limitada. Nessa membrana está presente um tipo
especial de proteína, as porinas.
Nas porinas, existem canais específicos, nos quais substâncias podem passar para o
interior da célula bacteriana. Uma alteração nesses canais de passagem, impede que certas
substâncias entrem no interior da célula. Essa permeabilidade limitada é responsável pela
resistência antimicrobiana de certos bacilos gram-negativos.
A alteração da permeabilidade das porinas é uma estratégia na aquisição de resistência
antimicrobiana de algumas bactérias.

2.4.3. Alteração do sitio de ação antimicrobiano

Um dos mais importantes mecanismos de resistência antimicrobiano é a alteração do


local alvo de ação dessas substâncias. Algumas bactérias podem adquirir genes que produz
uma enzima resistente ao antibiótico, substituindo o local de ação original do mesmo, desta
maneira impede qualquer efeito inibitório ou bactericida.

2.4.3.1.Destruição/Inativação

Varias espécies de bactérias possuem genes que produzem enzimas que possuem a
capacidade de destruir quimicamente um agente antimicrobiano e também desativar suas
ações contra a bactéria, tornando assim esses antimicrobianos inofensivos a célula bacteriana.
A substância antimicrobiana é degradada ou modificada pelas enzimas, antes de atingirem seu
alvo e causar danos à bactéria.
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2.4.3.2.Efluxo

Algumas espécies de bactérias se tornam resistente a certos tipos de antimicrobiano pelo


mecanismo de bombeamento dessas substâncias, denominada como Bomba de Efluxo.
A Bomba de Efluxo é um canal na qual a bactéria exporta pra fora de sua célula
compostos tóxicos a ela, assim como substâncias antimicrobianas capazes de lhe causar algum
possível dano. Os antimicrobianos penetram uma estrutura da célula bacteriana conhecida
com porina, e rapidamente é bombeada para fora da célula bacteriana. Nesse caso a
acumulação do antimicrobiano no interior da célula seria essencial para ser letal a bactéria,
porem devido à bomba de efluxo isso não acontece, pois a bomba de efluxo evita a
acumulação intracelular destas substâncias.

2.4.4. Transferência Genética

2.4.4.1. Conjugação
A conjugação é a transferência do material Genético mediada pelo plasmídeo. Essa
partícula de DNA se replica independentemente do cromossomo. A conjugação consiste em
uma bactéria transferir material genético para outra, e vice e versa através da fimbrias. Ocorre
quando bactérias semelhantes se aproximam umas das outras.
A Conjugação é iniciada quando as fimbrias sexuais da bactéria se unem a receptores
específicos na parede de outra célula, desta forma é estabelecida uma ligação citoplasmática
entre as bactérias conjugantes, formando uma ponte de ligação conhecida como pilus, que é
formado entre as duas células.
Essa ponte permite que a cópia do plasmídeo duplicado possa ser transferido para outra
célula. A bactéria receptora passa a expressar as características codificadas no plasmídeo
recebido, o qual é transferido pelas novas gerações de bactérias. A conjugação é um
importante meio de transferência de resistência aos agentes antimicrobianos através do
plasmídeos R mobilizado por plasmídeos conjugativos.

2.4.4.2. Transformação
Nesse processo as bactérias incorporam ao seu DNA, fragmentos de material genético
de outras bactérias, que estão dispersas no ambiente, por motivo espontâneo, de morte ou lise
celular. Esse DNA pode conter genes de resistência antimicrobiana, fortalecendo a célula
receptora. Essas bactérias necessariamente têm que estar em condições fisiológicas (aptas à
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incorporação dos fragmentos do DNA de outras bactérias) especiais para desempenhar esse
processo.

2.4.4.3. Transdução
Na Transdução é a transferência de material genético, ou cromossomos de uma célula
bacteriana para a outra através dos bacteriófagos. Bacteriófagos ou fagos é um tipo de vírus
que infectam as bactérias. Quando esses bacteriófagos infectam uma bactéria, ele utiliza o
‘maquinário genético de reprodução’ dessa célula, a fim de produzir fagos semelhantes a ele.
Durante esse processo, parte do DNA da célula hospedeira pode ser incorporada ao
material genético dos Bacteriófagos, após esse processo de reprodução dos fagos,
consequentemente há a morte da bactéria contaminada, e sua lise, liberando assim esses novos
fagos, que vão infectar outras células. Esses novos fagos podem possuir genes da resistência
microbiana previamente infectada da célula bacteriana na qual foi hospedeiro.

2.4. A contribuição do profissional de saúde para a resistência a


antimicrobianos

Estes mecanismos citados acima associados diretamente a prescrições equivocadas, uso


abusivo e automedicação, contribuem demasiadamente para o surgimento de cepas
resistentes.
Por diversas vezes, médicos agem/interpretam confiantes em sua experiência
profissional negligenciando exames para que tenha a interpretação clinico laboratorial correta,
a fim de ser recomendada uma terapia correta e especifica para a doença que o paciente
apresenta em questão.
Muitas vezes por temer uma recaída do paciente e até mesmo pela a necessidade de
optar por um tratamento de ação rápida, o médico prescreve um antimicrobiano de grande
espectro, o que talvez se fosse feito o exame se constataria que um antibiótico com ação
menor seria o melhor a se optar no caso.
Sem esses exames laboratoriais, não se pode ter um diagnostico confiável, pois diversas
patologias inicialmente apresentam os mesmos sintomas. Sem este, o diagnóstico fica baseado
no ‘achismo’ e na ‘experiência de atuação’ do médico, podendo estar errado, acarretando em
uma escolha incoerente na terapia dessa doença. Os exames não são muitas vezes efetuados
por motivo de terem um custo, a que muitos cidadãos não dispõem, e sistemas de saúde
publica não disponibiliza a população.

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Os médicos também são pressionados a cortar custos, ao serem induzidos, como prática
clínica primária, a prescrever o antibiótico, em vez de solicitar primeiramente exames para
confirmação ou identificação do agente causador da infecção.
Como visto anteriormente, quando fazemos o uso de antimicrobianos, diversas bactérias
são eliminadas. Se o fármaco recomendado pelo medico (ou a automedicação) estiver errado,
além de perder bactérias ‘inofensivas’, estará estimulando a proliferação e resistência das
bactérias que estão causando a patologia, podem levar o paciente a uma piora em seu quadro
clinico.
O uso sem prescrição médica é uma das formas de tratamento mais inconsequentes,
pois o individuo toma o medicamento sem ter conhecimento da moléstia que está sofrendo. É
um tratamento extremamente perigoso, pois além do individuo não ter o conhecimento de
qual agente patológico está causando a infecção, não sabe também qual o antimicrobiano
especifico para seu tratamento, e como não sabem como prosseguir o tratamento,
normalmente o suspende com o termino dos sintomas, o que torna o tratamento ineficaz,
favorecendo um retorno da doença, com a possibilidade desta já estar resistente ao
medicamento anteriormente administrado. É de conhecimento, que diversas vezes a
automedicação foi indicada/induzida por um conhecido ou por outros profissionais de saúde não
capacitados para essa função, tornando ainda mais preocupante a situação do uso irracional de
antimicrobiano conjunto a perpétua preocupação com a resistência antimicrobiana.
Pesquisas afirmam que na maioria dos casos de uso abusivo ou erro de prescrições são
na área de pediatria.
Médicos agem arbitrariamente, indicando potentes antimicrobianos a fim de prevenir
que o paciente tenha uma piora no decorrer do tratamento. Por outro lado, estas moléstias
infantis, demasiadas vezes são de origens virais. Esse ato é entendido como erro na
prescrição, uma vez que antimicrobianos não exercem nenhuma função sobre essas patologias
do sistema respiratório, que em sua maioria são de origem viral ou alérgica.
O uso sem justificativa associada à utilização em medicina veterinária e agropecuária
tem levado a situações críticas de seleção de microrganismos multirresistentes.
O sucesso nos tratamentos antimicrobianos, esta totalmente subordinada a três
elementos: fármaco, hospedeiro e o microrganismo.
O médico dever ter a precaução de considerar a interação entre esses elementos devendo
ser levado em consideração à sensibilidade do Microrganismo com o Fármaco, a Doença em
si, e a relação entre o Hospedeiro (paciente) e o Fármaco, este último se refere a condições
imunológicas do paciente, tais como, possibilidade de gravidez, função hepática e renal, e por
último e não menos importante o local da infecção.

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2.5. Quando e como começou a regularização dos antimicrobianos

As primeiras ações, após o reconhecimento da resistência bacteriana como problema de


saúde pública, a fim de se conhecer o consumo de antimicrobianos foi o controle através de
legislações, as quais seguem abaixo, foram feitas várias leis que regeram mesmo que por
pouco tempo este medicamento e quase todas foram substituídas pelas abaixo descriminadas:

Começando pelo SNGPC - RDC 27/07 de 30/03/07 da ANVISA, que dispõe sobre o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que foi instalado
com o intuito de controlar medicamentos previstos na Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998,
medicamentos psicotrópicos e controle especial, logo que se pensou em controlar os
antimicrobianos, foi imposto que estes seguissem os mesmos critérios em nível de informação
neste sistema, logo após uma análise das primeiras semanas de alimentação deste, foi
informado pelo gerenciador deste sistema que os servidores disponíveis a serviços da
Secretaria de Estado da Saúde não seriam capazes de armazenar e gerenciar tais informações
devido ao imenso volume gerado em poucos dias, conforme preconiza a RESOLUÇÃO -
RDC Nº-17, DE 15 DE ABRIL DE 2011, e atualmente tem a previsão de início da
obrigatoriedade de registro neste sistema é 16 de Janeiro de 2013 conforme preconiza a
Instrução NORMATIVA 07/2011, acredita-se que neste prazo já haja condições técnicas de o
sistema suportar tal volume de informação.

A Resolução 542/11 de 19/01/11 do CFF, que dispõe sobre as atribuições do


farmacêutico na dispensação e no controle de antimicrobianos; estabelece que seja função
privativa do farmacêutico responsável a dispensação de tal medicamento, fato este que não é
seguido em qualquer farmácia quer seja pública ou privada. A única atualização aprovada
quanto a esta norma é a seguinte: Resolução 545/11 de 18/05/11 do CFF, que dá nova
redação ao Artigo 2º da Resolução nº 542/11 do CFF.

A RDC 20/11 de 05/05/11 da ANVISA, que dispõe sobre o controle de medicamentos


à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isolado ou
em associações; que revogou as Resoluções de Diretoria Colegiada RDC nº 44, de 26 de
Outubro de 2010, RDC nº61, de 17 de dezembro de 2010 e RDC nº 17, de 15 de abril de
2011, é o que se tem de mais atualizado na área de antimicrobianos, e também é a mais
recente neste ramo, mais abaixo listaremos a enorme lista de diferenças entre as legislações
que já existiram para a mais atual e vigente a RDC 20, assim poderemos entender como foi a
evolução da legislação neste ramo.

Página 19 de 49
Alteração 1
O art. 2° desta resolução veio com a ideia de complementar a RDC 44/2010 incluindo
neste controle as unidades públicas municipais, estaduais e federais que não eram
contemplados nesta legislação, segue texto do artigo abaixo:

Art. 2° As farmácias e drogarias privadas, assim como as unidades publicas de


dispensação municipal, estaduais e federais que disponibilizam medicamentos mediante ao
ressarcimento, a exemplo das unidades do Programa Farmácia Popular do Brasil, deverão
dispensar os medicamentos contendo as substancias listada no anexo I desta resolução,
isoladas ou em associações mediante a retenção da receita e escrituração dos termos desta
resolução.

Alteração 2

A alteração da expressão determinando que mesmos as unidades que não


comercializam, assim como os que o fazem, ou seja, entidades públicas, filantrópicas e
particulares, devem também manter o procedimento de controle já existente.

Art.3° - A unidade de dispensação municipais, estaduais e federais, bem como a


farmácia de unidades hospitalares ou de qualquer outra unidade equivalente de assistência
médica publica ou privada, que não comercializam medicamentos devem manter os
procedimentos de controle especifico de prescrição e dispensação já existente para os
medicamentos que contém substancias antimicrobianas.

Alteração 3

Definição de que pode ser utilizado receituário comum para a prescrição dos
antimicrobianos constado do anexo I, respeitando as condições previstas.

Art.5° - A prescrição de medicamento devera ser realizada em receituários privativo do


prescritor ou do estabelecimento de saúde, não havendo, portanto modelo da receita
especifica.

Alteração 4

Define que a receita não precisa ser exclusiva não estando limitado o numero de itens
por receita

Art.7° A receita poderá conter a prescrição de outras categorias de medicamentos


desde que não seja sujeito a controle especial

Página 20 de 49
Parágrafo único. Não há limitações do número de itens contendo medicamentos
antimicrobianos prescritos por receita.

Alteração 5

Previsão para reutilização da mesma receita em alguns casos específicos. Em casos de


tratamentos acima de 30(trinta) dias já são considerados tratamentos prolongados que pode
chegar até 90 (noventa) dias, a partir da data de emissão, após o vencimento só através de
outro receituário medico.

Art. 8º Em situações de tratamento prolongado a receita poderá ser utilizada para


aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua
emissão

§ 1º Na situação descrita no caput deste artigo, a receita deverá conter a indicação de


uso contínuo, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias.

§ 2º No caso de tratamentos relativos aos programas do Ministério da Saúde que


exijam períodos diferentes do mencionado no caput deste artigo, a receita/prescrição e a
dispensação deverão atender às diretrizes do programa.

Alteração 6

A via a ser retida pela farmácia ou drogaria será a segunda e não a primeira, como
constava de RDC 44/2010.

Art. 9º A dispensação em farmácias e drogarias publica dar-se-á mediante a retenção


da 2ª (segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente.

Alteração 7

Estabelecia o prazo para conclusão das receitas no SNGPC, que seria de 180(cento e
oitenta) dias a partir da publicação da RDC 20, porém como citado anteriormente, o prazo não
é mais o estabelecido na RDC 20 e sim o preconizado na Instrução Normativa 07/2011 que
será em 6 de janeiro de 2013, porém o formato até a data inicial continua tal qual a forma
prevista para locais com deficiência de internet, ou seja, a escrituração em livros específicos
no prazo de 7 dias de seu aviamento.

Alteração 8

Página 21 de 49
Dispõem sobre a devolução de antimicrobianos às farmácias e drogarias pelo
consumidor, restringindo essa pratica as condições que prevê.

Art. 20. É vedada a devolução, por pessoa física, de medicamentos antimicrobianos


industrializados ou manipulados para drogarias e farmácias.

§ 1º Excetua-se do disposto no caput deste artigo a devolução por motivos de desvios


de qualidade ou de quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo, ou
decorrentes de disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, a qual deverá ser avaliada e documentada pelo
farmacêutico.

§ 2º Caso seja verificada a pertinência da devolução, o farmacêutico não poderá


reintegrar o medicamento ao estoque comercializável em hipótese alguma, e deverá notificar
imediatamente a autoridade sanitária competente, informando os dados de identificação do
produto, de forma a permitir as ações sanitárias pertinentes.

Alteração 9

A mudança do prazo de guarda das receitas, passando de 5 para 2 anos.

Art. 21. Os estabelecimentos deverão manter à disposição das autoridades sanitárias,


por um período de 2 (dois) anos a documentação referente à compra, venda, transferência,
perda e devolução das substâncias antimicrobianas bem como dos medicamentos que as
contenham.

Alteração 10

No anexo I da lista de antimicrobianos registrado na ANVISA houve um aumento de 93


para 119, sendo 5 excluídos e 31 incluídos;

MEDICAMENTOS INCLUÍDOS MEDICAMENTOS EXCLUÍDOS


Fenilazodiaminopiridina
Ácido fusídico Bacitracina
(fempirídina/fenazopíridina)
Brodimoprima Capreomicina Fluorocitosina (flucitosina)
Cefeprima Cefodizima Griseofulvina
Cefpodoxima Cefpiroma Nistatina
Cefprozil Clofazimína Sulfona
Cloxacilina Dapsona
Diritromícina Etambutol
Gatifloxacina Limeciclina
Loracarbef Mupirocina

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Nitroxolina Polímixina B
Pristinamicina Protionamida
Retapamulina Rifapentina
Sulbactam Sulfanilamida
Sultamicilina Tazobactam
Telitromicina Ticarcilina
Trovafloxacina
Tabela 1 - Lista de medicamentos incluídos e excluídos do controle da RDC20/11

Mesmo após a resolução RDC 20 há ainda um alto consumo de antimicrobianos,


conforme foi constatado pelo IMS Health (empresa de consultoria especializada no mercado
farmacêutico) a pedido do estado, conforme mostra o trecho da reportagem do site UOL
NOTÍCIAS – Agência Estado datado de 01/10/2011 abaixo:

“O consumo de antibióticos no País cresceu 4,8% em um ano, saindo de 90,3 milhões


para 94,7 milhões de unidades. O aumento ocorreu depois de a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) passar a exigir a retenção de receita para a venda desses
remédios.
Os dados foram levantados pela IMS Health, consultoria especializada no mercado
farmacêutico, a pedido do Estado, e leva em consideração a venda para o consumidor final,
em farmácias.
A norma proibindo a venda de antibiótico sem receita foi publicada pela Anvisa em
outubro do ano passado e passou a valer um mês depois. O objetivo da medida era reduzir a
automedicação e o risco de resistência bacteriana. Para especialistas, o aumento nas vendas
é resultado do crescimento natural do mercado farmacêutico e da melhora da economia: o
brasileiro tem mais acesso á planos de saúde, vai mais ao médico e, consequentemente,
compra mais remédio..”3

2.6. A convivência atual com os antimicrobianos

Foram pesquisados 200 indivíduos usuários da Rede Municipal de Saúde de um


município no período de 01 a 20 de Março de 2012, onde o público alvo foram adolescentes e
jovens, em idade fértil e iniciando sua vida economicamente ativa, como mostra o Gráfico 1.

3
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/10/01/restricao-nao-impede-alta-no-consumo-de-antibioticos.jhtm
Página 23 de 49
Faixa Etária

75
80
60 38
40 19
20 8 5
1 0
0
Até 15 16 a 18 19 a 25 26 a 35 36 a 50 51 a 65 > 65 anos
anos anos anos anos anos anos

Gráfico 1 - Faixa Etária dos entrevistados

Destes entrevistados 175 pessoas afirmaram já ter usado antibióticos; tê-lo ofertado a
tutelado ou curatelado ou tê-lo recebido de seu tutor. Outras 16 pessoas afirmaram nunca
terem usado medicamento classificado como tal ou similares (Gráfico 2).

Já fez uso de antibioticos?


175
200
16

0
sim não

Gráfico 2 - Já fez uso de antimicrobianos?

Focando nos usuários deste tipo de medicamento tentamos descobrir qual foi a forma de
obtenção, conforme gráfico 3 abaixo:

 125 pessoas afirmaram ter conseguido através de Prescrição Médica


 21,14%, ou seja, 37 pessoas dos entrevistados conseguiram o medicamento
antimicrobiano através de indicação direta de farmácias e drogarias.
 7,42%, ou seja, 13 pessoas tomavam estes medicamentos sem nenhum
conhecimento, nem sequer do estado que estava sua saúde, faziam uso apoiados apenas na
indicação de amigos familiares ou conhecidos.

Página 24 de 49
Na maioria das vezes que necessitou de antibioticos como
conseguiu?

125
150
100 37
13
50
0
Prescrição médica Indicação na farmácia Indicação de
conhecidos
Gráfico 3 - Como conseguiu o medicamento?

Dos 175 entrevistados que já fizeram uso de antimicrobianos, apenas 102 pacientes
afiram terem feito exames laboratoriais, veja abaixo (Gráfico 4).
 52,57% fizeram exames laboratoriais com intuito de descobrir a fonte da infecção que
estavam sofrendo, porém já saíram do consultório médico ou da farmácia com o medicamento
em mãos e já haviam iniciado o tratamento com o fármaco.
 48,57% não fizeram no mínimo um exame laboratorial, para fim de detecção da fonte
real da doença.

Fez exames antes de usar o medicamento

102
110
90
100
90
80
sim não

Gráfico 4 - Fez exames antes de usar o medicamento

Estes dados apresentam o quão equivocado se encontram a utilização não somente desta
classe de medicamento, que trata este trabalho, mas todas as outras classes que visam tantas
outras áreas tão importantes quanto ou ainda piores, como por exemplo, os medicamentos de
urgência/emergência.
A história mostra quanto tempo foi necessário para se vencer algumas bactérias de
surgimento e existência simples, atualmente uma denominada “super” bactéria intriga
médicos especialistas, pois sua eliminação parece ser cada vez mais difícil. O uso de

Página 25 de 49
antimicrobianos se tornou o primeiro combate a quaisquer sintomas de gripes resfriados, o
que deveria ser combatido apenas com antitérmicos e analgésicos.
Algumas Leis como a que ordena que uma criança saia do atendimento médico já
fazendo uso da primeira dose de antimicrobiano, vai completamente contra o procedimento
adequado que ordena conhecer a fonte de infecção antes de combatê-la.
Imagine a situação de uma criança que lhe foi prescrito erroneamente o medicamento
antimicrobiano, por ordem desta lei citada acima, lhe foi administrado à primeira dose ainda
dentro da própria unidade de saúde, este ato aparentemente pode salvar ou amenizar a doença
da criança, quando na verdade está favorecendo o desenvolvimento da resistência bacteriana.
A grande falta de divulgação e orientação sobre os riscos do uso irracional do
antimicrobiano assustam, visto o choque e a repercussão do assunto, onde ficou claro a
desorientação da população sobre o mesmo em questão, e o quanto grave é o seu uso
incorreto. A pesquisa apontou qual foi a forma que a notícia do novo controle de
medicamentos mais atingiu a população focada nesta pesquisa: Conversas informais com
profissionais da área ou de alguém que através destes conseguiram esta informação; A
televisão, segundo item de maior alcance populacional, está mais acessível, visto que as
emissoras apostam em programações regionais fato este que nos permite uma campanha
regional de fácil controle e acompanhamento através de comerciais informativos e
reportagens especiais, pois estas ações não demandam de grandes esforços, já que as
emissoras também têm um forte vínculo com a informação necessária a população e muitas
vezes elas “forçam” algum profissional conceituado na área a comentar assuntos e dar mini
palestras em suas reportagens. Portanto levar informações necessárias à população é mais
fácil do que parece, apenas depende do interesse dos profissionais em levar o assunto até estes
pontos.
Assim como ninguém pode declarar desconhecimento de legislação, podemos sim
afirmar que a maioria da população não tem acesso às informações necessárias a sua própria
vivencia em um ambiente urbano, visto que somos bombardeados por tanta informação inútil
a qualquer hora, que podemos afirmar que não adianta colocar “uma mensagem de utilidade
pública” entre um comercial de um novo hambúrguer e de uma nova lata de bebida alcoólica,
pois desta forma como mostra o Gráfico 5 abaixo, 29% da população ainda sequer ouviu dizer
sobre esta regularização que já tem pelo menos dois anos de existência desde sua primeira
existência (RDC44/2010).

Página 26 de 49
Ficou Sabendo do controle de antimicrobianos? Como?
58
47 Sim Não 52
60
50
40
30
13
20 7 5 4
10
0
Televisão Trabalho Jornais Rádio Internet Conversa Não

Gráfico 5 - Como ficou sabendo da Lei de Controle de Antimicrobiano

Veja que nossos entrevistados no mínimo ouviram falar sobre a legislação em questão
(Gráfico 5), e este número não representa que esta população tenha total conhecimento ou
entenda o porquê de tamanho controle, visto que dos entrevistados 94 pessoas não fazem
ideia do conteúdo desta lei (Gráfico 6).

Você ainda tem dúvida?

94
100 68

0
sim não

Gráfico 6 - Ainda tem dúvida sobre a legislação?

Foi relatado que e a maioria das pessoas que afirmaram primeiramente não ter dúvidas
sobre o conteúdo e forma de controle, quando questionada mais profundamente, por exemplo,
sobre a retenção da receita estas se mostraram receosas em responder e preferiram não opinar
mais profundamente o assunto e solicitaram que continuássemos a entrevista.
Os dados mostrados no Gráfico 7, demonstram a vontade dos entrevistados e o
reconhecimento dos mesmo que tal medicamento deve mesmo ser controlado e concordam
mesmo não compreendendo completamente o assunto e suas consequências.

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Você está de acordo com esta regularização?

147
150
100 35
50
0
sim não

Gráfico 7 - Você concorda com a regularização?

Porém, alguns se demostraram surpresos com a próxima questão e mesmo apreensivos


com suas respostas alguns ainda pareceram sinceros nas mesmas (Gráfico 8).

Voce usou o antibiotico sem prescrição médica,


depois da regularização?

123
150
64
100

50

0
sim não

Gráfico 8 – Usou este medicamento sem prescrição após a regularização?

Estes dados do Gráfico 8 acima se confirmam na pesquisa publicada pela repórter


Claudia Collucci no Jornal Folha de São Paulo no dia 06 de fevereiro de 2009, 68% dos
profissionais de farmácia assumiram que vendiam medicamentos desta natureza sem
prescrição médica, segundo dados da ABRAFARMA ( Associação Brasileira de Redes de
Farmácias e Drogarias)- apresentados nesta mesma reportagem esta prática da
“empurroterapia” tem se concentrado nos estabelecimentos de bairros de classe média, média-
baixa e nas periferias do interior do país, ou seja, nas cidades interioranas, onde a
ABRAFARMA afirma que a fiscalização não é tão rigorosa. O Infectologista Artur
Timerman, afirma que 80% dos pacientes que chegam até ele recebem prescrições errôneas e
afirma ainda que a classe médica esta muito mal treinada.
Das pessoas que afirmaram já ter usado estes medicamentos apenas 55% destas pessoas
já fizeram o exame antes do tratamento.
Analisando as respostas do Gráfico 8 entendemos que a grande a maioria das pessoas
fazem exames laboratoriais antes do início da administração dos medicamentos, mas quando
Página 28 de 49
questionado seu trajeto após a consulta médica, fica evidenciado que suas respostas não
condizem com a realidade, pois vários dos entrevistados, afirmaram durante as entrevistas que
imediatamente adquiriram o medicamento, antes mesmo de agendar a coleta do exame
laboratorial.
A partir desta pesquisa foi levantado todo o consumo de antimicrobianos na rede
pública municipal de determinado município. Os dados a seguir mostram a elevação do
consumo perante o crescimento populacional.
Primeiramente foi apresentado o crescimento populacional para se entender melhor o
crescimento do consumo de antimicrobianos.

24.300 População
24.100 População
24.098
23.900 24.049
23.824 23.862
23.700 23.592 0,78 % 4,96 %
4,36 % em
23.500 1,14 % relação à
- 0,7% 2006
23.300
23.100
22.900 22.699
100% -1,7 %
22.700 Fonte : IBGE e IBGE Cidades

22.500
2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 9 – Crescimento populacional

Pode-se observar que o município em questão teve um crescimento mediano, o que se


situa dentro da normalidade de crescimento conforme a região em que é localizada. Porem o
foco deste trabalho é atentar que esta cidade teve um crescimento de apenas: 4,96% de 2006 a
2011, sendo apenas 3,66% de 2006 a 2008.

Foi feito uma comparação do crescimento da cidade com o crescimento do consumo de


antimicrobiano e para este demonstrativo foram eleitos os medicamentos que sempre
estiveram na lista de distribuição gratuita na rede municipal, não foi feito diferenciação da
fonte do medicamento se foi investimento local ou fornecimento FURP.

Página 29 de 49
Amoxicilina 500mg - Crescimento do consumo por
Cápsula
100000
81846
73953 75642
80000
63066
60000
40079
40000
21000
20000 10180

0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 10 - Crescimento de consumo do comprimido de Amoxicilina

Cefalexina 500mg - Crescimento do consumo por


comprimido

60000 50636 47996


50000 40100
35960 37800
40000
30000
20000 12900
7400
10000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 11 – Crescimento de consumo do comprimido Cefalexina

Neomicina + Bacitracina Pomada- Crescimento do


Consumo por tubo

6000 5297
5000 4511
4000 3435 3168
3094
3000
1639 1811
2000
1000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 12 – Crescimento de consumo da pomada Neomicina+Bacitracina

Metronidazol 250 comp- Crescimento do Consumo


por Comprimido
19600
20000
15700
15000 13500
11200
10000 7000
5100 4800
5000

0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 13 – Crescimento do Consumo do comprimido de Metronidazol

Página 30 de 49
Sulfadiazina de Prata Pomada Tubo 50g -
Crescimento do Consumo por tubo

700 652 615


600 512
500 449
400 351 352
300 193
200
100
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 14 – Crescimento do consumo da pomada de Sulfadiazina de Prata

Sulfametoxazol 400 mg+ Trimetropina 80 mg Comp.-


Crescimento do consumo por comprimido
25000
25000
19000
20000 16400 17300 16400
15000
10000
5400
5000 2000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 15 – Crescimento do comprimido de Sulfametoxazol+Trimetropina

Metronidazol 4% Suspensão- Crescimento do


Consumopor por frasco com 120ml
800
800
600
550
600 500 500

400
250
150
200

0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Gráfico 16 – Crescimento do consumo de Metronidazol Suspensão 4%

Ao analisar os dados de consumo dos medicamentos em questão da cidade em questão,


se nota o crescimento no decorrer do período avaliado, porém ao final do período de análise
houve quedas consideráveis, concluindo que durante este período se passou a seguinte
situação.

Durante o ano de 2006, a cidade sofreu por uma infecção de grande nível, o que levou
os médicos prescreverem durante 3 anos tratamentos mais prolongados com antimicrobianos,
não obtendo um bom resultado, nos anos a seguir passaram a prescrever associações com

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medicamentos da rede privada, o que levou a breve queda no 4º ano de análise,
posteriormente, ainda não conseguindo a erradicação de tal “alastração” bacteriana, passaram
a prescrever medicamentos de maior espectro de ação, estes não encontrados na rede básica
de saúde, o que levou os pacientes a comprarem os medicamentos prescritos para a realização
do tratamento, fato este confirmado em conversas informais com funcionários do setor, que
citou exemplos como Azitromicina e Amoxicilina + Clavulanato de potássio, afirmando que
estes dois já “caíram no gosto da população”, e que recentemente as farmácias e drogarias tem
aumentado a venda e reservado um maior espaço em seus estoques para estes produtos.

Este fluxo é facilmente reconhecido como primeiro sintoma da Resistência Bacteriana


no município em questão.

Foi eleito o gráfico da Cefalexina 500mg comprimido para transformação em números


devido ao seu pico mais elevado no primeiro ano de análise.
 2006 a 2007: Crescimento de ↑485,94%,
 2007 a 2008: Crescimento de ↑140,81%.
A partir de 2009 está acontecendo praticamente o inverso, porém em doses menos
cavalares:
 2008 a 2009: Decréscimo ↓5,21%,
 2009 a 2010: Decréscimo ↓16,45%
 2010 a 2011: Decréscimo ↓5,73%.
Estes decréscimos no consumo são apenas aparentes, visto que o consumo ainda se
encontra com um crescimento de 599,36% acima do ano inicial dos estudos. Esta queda de
27,39% representa apenas diminuição frente às legislações que entraram em vigor.
Comparado com o crescimento do munícipio no primeiro ano de analise vemos
conseguimos obter uma noção mais próxima do real quanto à prescrição e consumo
equivocados de antimicrobianos neste município.
Com o conhecimento sobre o consumo destes medicamentos foi decidido apresenta-los
a secretaria de saúde do município a fim da elaboração de um projeto de reeducação dos
profissionais envolvidos na dispensação destes medicamentos, associado uma melhor
orientação da população sobre os riscos decorrentes da resistência a antimicrobianos,
elencando as graves consequências.

Página 32 de 49
3. CONCLUSÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo um melhor entendimento


sobre resistência aos fármacos antimicrobianos, questão esta de suma importância nos dias
atuais, visto que os desenvolvimentos de várias cepas de bactérias resistentes colocaram em
risco à saúde de toda a população, pois especialistas afirmam que em breve nos depararemos
com algum tipo de infecção, cuja qual não responderá a nenhum antimicrobiano existente.

Como visto na pesquisa acima é possível afirmar que a cidade em questão já passou ou
está passando por uma epidemia não evidenciada ou estudada de resistência bacteriana.
Como é de conhecimento popular, uma campanha quando bem pensada pode informar a
população de forma que ela compreenda um problema sem criar alardes ou tumultos. É neste
fato que se apoia esta conclusão: a realização de duas campanhas paralelas:
 Reeducação dos profissionais envolvidos na dispensação dos antimicrobianos:
Médicos, Farmacêuticos e Técnicos em Farmácia.
 Divulgação a população sobre os malefícios do uso irracional ou a qualquer
momento do medicamento antimicrobiano.
Afinal provas já foram dadas que quando bem orientados ou informados não há força
que impeça a população de fazer o melhor para si.
Estas campanhas devem abranger todos os níveis de comunicações utilizados na
atualidade: televisão, internet, rádio, unidades de saúde, farmácias e drogarias.
Desta forma as campanhas de divulgação e conscientização amenizariam um grande
problema evidenciado mundialmente: Resistência a Antimicrobianos.

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4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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da Alergia, 23 de 12 de 2010. - 13 de 05 de 2012. -
http://blogdalergia.blogspot.com.br/2007/04/alergia-penicilina.html.

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http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/superbacteria-ligada-ao-uso-de-antibioticos-
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Collucci Cláudia Farmaceuticos vendem antibióticos sem receita médica [Artigo] // Folha de
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Conasems http://www.conasems.org.br [Online] // Conasems. - Conasems, 13 de Maio de


2010. - 2012 de 04 de 25. -
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panha-alerta-a-importancia-da-primeira-dose-do-antibiotico-ser-ministrada-na-
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ethelfeldman: Abraço VHI Notícias [Online] // Abraço VHI Notícias. - Abraço VHI
Notícias, 15 de 04 de 2011. - 15 de 04 de 2012. -
http://vihsidanoticias.wordpress.com/2011/04/15/brasil-primeiro-mapa-de-resistencia-a-
antibioticos/.

Farmácia CFF- Conselho federal de RESOLUÇÃO Nº 542, DE 19 DE JANEIRO DE


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e-interacoes-dos-antibioticos.html.

Página 35 de 49
5. ANEXOS

Página 36 de 49
5.1. Resolução RDC nº 20, de 5 de maio de 2011

Nº 87, segunda-feira, 9 de maio de 2011 páginas 39/ 41

RESOLUÇÃO-RDC Nº 20, DE 5 DE MAIO DE 2011

Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como


antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição


que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, aprovado pelo Decreto n.º 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto
no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I
da Portaria nº. 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de
agosto de 2006, em reunião realizada em 27 de abril de 2011, adota a seguinte Resolução da
Diretoria Colegiada e eu, Diretor Presidente, determino sua publicação:

CAPÍTULO I - DA ABRANGÊNCIA

Art. 1º Esta Resolução estabelece os critérios para a prescrição, dispensação, controle,


embalagem e rotulagem de medicamentos à base de substâncias classificadas como
antimicrobianos de uso sob prescrição, isolados ou em associação, conforme Anexo I desta
Resolução.

Parágrafo único. Esta Resolução também se aplica a sais, éteres, ésteres e isômeros das
substâncias antimicrobianas constantes de seu Anexo I.

Art. 2º As farmácias e drogarias privadas, assim como as unidades públicas de dispensação


municipais, estaduais e federais que disponibilizam medicamentos mediante ressarcimento, a
exemplo das unidades do Programa Farmácia Popular do Brasil, devem dispensar os
medicamentos contendo as substâncias listadas no Anexo I desta Resolução, isoladas ou em
associação, mediante retenção de receita e escrituração nos termos desta Resolução.

Art.3° As unidades de dispensação municipais, estaduais e federais, bem como as


farmácias de unidades hospitalares ou de quaisquer outras unidades equivalentes de
assistência médica, públicas ou privadas, que não comercializam medicamentos devem
manter os procedimentos de controle específico de prescrição e dispensação já existentes para
os medicamentos que contenham substâncias antimicrobianas.

CAPÍTULO II - DA PRESCRIÇÃO

Art. 4º. A prescrição dos medicamentos abrangidos por esta Resolução deverá ser realizada
por profissionais legalmente habilitados.

CAPÍTULO III - DA RECEITA

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Art. 5º A prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá ser realizada em receituário
privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde, não havendo, portanto modelo de
receita específico.

Parágrafo único. A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 (duas)
vias e contendo os seguintes dados obrigatórios:

I - identificação do paciente: nome completo, idade e sexo;

II - nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum


Brasileira (DCB), dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e quantidade (em
algarismos arábicos);

III - identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho


Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica
(carimbo); e

IV - data da emissão.

Art. 6º A receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10 (dez)


dias a contar da data de sua emissão.

Art. 7º A receita poderá conter a prescrição de outras categorias de medicamentos desde


que não sejam sujeitos a controle especial.

Parágrafo único. Não há limitação do número de itens contendo medicamentos


antimicrobianos prescritos por receita.

Art. 8º Em situações de tratamento prolongado a receita poderá ser utilizada para


aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua
emissão.

§ 1º Na situação descrita no caput deste artigo, a receita deverá conter a indicação de uso
contínuo, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias.

§ 2º No caso de tratamentos relativos aos programas do Ministério da Saúde que exijam


períodos diferentes do mencionado no caput deste artigo, a receita/prescrição e a dispensação
deverão atender às diretrizes do programa.

CAPÍTULO IV - DA DISPENSAÇÃO E DA RETENÇÃO DE RECEITA

Art. 9º A dispensação em farmácias e drogarias públicas e privadas dar-se-á mediante a


retenção da 2ª (segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente.

§ 1º O farmacêutico não poderá aceitar receitas posteriores ao prazo de validade


estabelecido nos termos desta Resolução.

§ 2º As receitas somente poderão ser dispensadas pelo farmacêutico quando apresentadas


de forma legível e sem rasuras.

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§ 3º No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita os seguintes
dados:

I - a data da dispensação; II - a quantidade aviada do antimicrobiano;

III - o número do lote do medicamento dispensado; e

IV - a rubrica do farmacêutico, atestando o atendimento, no verso da receita.

Art. 10. A dispensação de antimicrobianos deve atender essencialmente ao tratamento


prescrito, inclusive mediante apresentação comercial fracionável, nos termos da Resolução
RDC nº 80/2006 ou da que vier a substitui-la.

Art. 11. Esta Resolução não implica vedações ou restrições à venda por meio remoto,
devendo, para tanto, serem observadas as Boas Práticas Farmacêuticas em Farmácias e
Drogarias, estabelecidas na Resolução RDC nº. 44/2009 ou na que vier a substituí-la.

Art. 12. A receita deve ser aviada uma única vez e não poderá ser utilizada para aquisições
posteriores, salvo nas situações previstas no artigo 8º desta norma.

Parágrafo único. A cada vez que o receituário for atendido dentro do prazo previsto, deverá
ser obedecido o procedimento constante no § 3º do artigo 9º desta Resolução.

CAPÍTULO V - DA ESCRITURAÇÃO E DO MONITORAMENTO

Art. 13. A ANVISA publicará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
publicação desta Resolução, o cronograma para o credenciamento e escrituração da
movimentação de compra e venda dos medicamentos objeto desta Resolução no Sistema
Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), conforme estabelecido na
Resolução RDC nº 27/2007 ou na que vier a substituí-la.

Parágrafo único. Em localidades ou regiões desprovidas de internet, a vigilância sanitária


local poderá autorizar o controle da escrituração desses medicamentos em Livro de Registro
Específico para Antimicrobianos ou por meio de sistema informatizado, previamente avaliado
e aprovado, devendo obedecer ao prazo máximo sete (7) dias para escrituração, a contar da
data da dispensação.

Art. 14. As farmácias públicas que disponibilizam medicamentos mediante ressarcimento,


a exemplo das unidades do Programa Farmácia Popular do Brasil, devem realizar a
escrituração por meio de Livro de Registro Específico para Antimicrobianos ou por meio de
sistema informatizado, previamente avaliado e aprovado pela vigilância sanitária local,
devendo obedecer ao prazo máximo sete (7) dias para escrituração, a contar da data da
dispensação.

Art. 15. Todos os estabelecimentos que utilizarem Livro de Registro Específico para
antimicrobianos deverão obedecer aos prazos estabelecidos no cronograma mencionado no
artigo 13 desta Resolução.

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Art. 16. Os monitoramentos sanitários e fármaco-epidemiológico do consumo dos
antimicrobianos devem ser realizados pelos entes que compõem o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, cabendo à ANVISA o estabelecimento de critérios para execução.

CAPÍTULO VI - DA EMBALAGEM, ROTULAGEM, BULA E AMOSTRAS GRÁTIS.

Art. 17. As bulas e os rótulos das embalagens dos medicamentos contendo substâncias
antimicrobianas da lista constante do Anexo I desta Resolução devem conter em caixa alta, a
frase: "VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO COM
RETENÇÃO DA RECEITA".

Parágrafo único. Nos rótulos das embalagens secundárias, a frase deve estar disposta
dentro da faixa vermelha, nos termos da Resolução RDC nº.71/2009 ou da que vier a
substituí-la.

Art. 18. Será permitida a fabricação e distribuição de amostras grátis desde que atendidos
os requisitos definidos na Resolução RDC nº. 60/2009 ou na que vier a substituí-la.

Art. 19. A adequação das rotulagens e bulas dos medicamentos contendo as substâncias
antimicrobianas da lista constante do Anexo I desta Resolução, deverão obedecer aos prazos
estabelecidos na Resolução RDC nº.71/2009 e Resolução RDC nº.47/2009 ou naquelas que
vierem a substituí-las.

Parágrafo único. As farmácias e drogarias poderão dispensar os medicamentos à base de


antimicrobianos que estejam em embalagens com faixas vermelhas, ainda não adequadas,
desde que fabricados dentro dos prazos previstos no caput deste artigo.

CAPÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 20. É vedada a devolução, por pessoa física, de medicamentos antimicrobianos


industrializados ou manipulados para drogarias e farmácias.

§ 1º Excetua-se do disposto no caput deste artigo a devolução por motivos de desvios de


qualidade ou de quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo, ou
decorrentes de disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, a qual deverá ser avaliada e documentada pelo
farmacêutico.

§ 2º Caso seja verificada a pertinência da devolução, o farmacêutico não poderá reintegrar


o medicamento ao estoque comercializável em hipótese alguma, e deverá notificar
mediatamente a autoridade sanitária competente, informando os dados de identificação do
produto, de forma a permitir as ações sanitárias pertinentes.

Art. 21. Os estabelecimentos deverão manter à disposição das autoridades sanitárias, por
um período de 2 (dois) anos a documentação referente à compra, venda, transferência, perda e
devolução das substâncias antimicrobianas bem como dos medicamentos que as contenham.

Art. 22. Para efeitos desta Resolução serão adotadas as definições contidas em seu Anexo
II.
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Art. 23. Cabe ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, além de garantir a fiscalização
do cumprimento desta norma, zelar pela uniformidade das ações segundo os princípios e
normas de regionalização e hierarquização do Sistema Único de Saúde.

Art. 24. Caberá à área técnica competente da ANVISA a adoção de medidas ou


procedimentos para os casos não previstos nesta Resolução.

Art. 25. O descumprimento das disposições contidas nesta Resolução constitui infração
sanitária, nos termos da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das
responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.

Art. 26. Ficam revogadas as Resoluções de Diretoria Colegiada RDC nº 44, de 26 de


outubro de 2010, publicada no DOU de 28 de outubro de 2010, Seção 1, pág 76, RDC nº 61,
de 17 de dezembro de 2010, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2010, Seção 1, pág 94,
e RDC nº17, de 15 de abril de 2011, publicada no DOU de 18 de abril de 2011, Seção 1, pág
65,

Art. 27. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. DIRCEU BRÁS
APARECIDO BARBANO

ANEXO I - LISTA DE ANTIMICROBIANOS REGISTRADOS NA ANVISA

(Não se aplica aos antimicrobianos de uso exclusivo hospitalar)


1. Ácido clavulânico 31. Cefuroxima 61. Linezolida 91. Rifamicina
2. Ácido fusídico 32. Ciprofloxacina 62. Limeciclina 92. Rifampicina
3. Ácido nalidíxico 33. Claritromicina 63. Lincomicina 93. Rifapentina
4. Ácido oxolínico 34. Clindamicina 64. Lomefloxacina 94. Rosoxacina
5. Ácido pipemídico 35. Clofazimina 65. Loracarbef 95. Roxitromicina
6. Amicacina 36. Cloranfenicol 66. Mandelamina 96. Sulbactam
7. Amoxicilina 37. Cloxacilina 67. Meropenem 97. Sulfadiazina
8. Ampicilina 38. Daptomicina 68. Metampicilina 98. Sulfadoxina
9. Axetilcefuroxima 39. Dapsona 69. Metronidazol 99. Sulfaguanidina
10. Azitromicina 40. Dicloxacilina 70. Minociclina 100. Sulfamerazina
11. Aztreonam 41. Difenilsulfona 71. Miocamicina 101. Sulfanilamida
12. Bacitracina 42. Diidroestreptomicina 72. Moxifloxacino 102. Sulfametizol
13. Brodimoprima 43. Diritromicina 73. Mupirocina 103. Sulfametoxazol
14. Capreomicina 44. Doripenem 74. Neomicina 104. Sulfametoxipiridazina
15. Carbenicilina 45. Doxiciclina 75. Netilmicina 105. Sulfametoxipirimidina
16. Cefaclor 46. Eritromicina 76 Nitrofurantoína 106. Sulfatiazol
17. Cefadroxil 47. Ertapenem 77. Nitroxolina 107. Sultamicilina
18. Cefalexina 48. Espectinomicina 78. Norfloxacina 108. Tazobactam
19. Cefalotina 49. Espiramicina 79. Ofloxacina 109. Teicoplanina
20. Cefazolina 50. Estreptomicina 80. Oxacilina 110. Telitromicina
21. Cefepima 51. Etambutol 81. Oxitetraciclina 111. Tetraciclina
22. Cefodizima 52. Etionamida 82. Pefloxacina 112. Tianfenicol
23. Cefoperazona 53. Fosfomicina 83. Penicilina G 113. Ticarcilina
24. Cefotaxima 54. Ftalilsulfatiazol 84. Penicilina V 114. Tigeciclina
25. Cefoxitina 55. Gatifloxacina 85. Piperacilina 115. Tirotricina
26. Cefpodoxima 56. Gemifloxacino 86. Pirazinamida 116. Tobramicina
27. Cefpiroma 57. Gentamicina 87. Polimixina B 117. Trimetoprima
28. Cefprozil 58. Imipenem 88. Pristinamicina 118. Trovafloxacina
29. Ceftadizima 59. Isoniazida 89. Protionamida 119. Vancomicina
30. Ceftriaxona 60. Levofloxacina 90. Retapamulina

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ANEXO II - GLOSSÁRIO

Antimicrobiano - substância que previne a proliferação de agentes infecciosos ou micro-


organismos ou que mata agentes infecciosos para prevenir a disseminação da infecção.

Concentração - concentração é a razão entre a quantidade ou a massa de uma substância e o


volume total do meio em que esse composto se encontra.

Desvio de qualidade - afastamento dos parâmetros de qualidade definidos e aprovados no


registro do medicamento. Dispensação - ato do profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais
medicamentos a um paciente, geralmente, como resposta à apresentação de uma receita elaborada por
um profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta ao paciente sobre o uso
adequado desse medicamento. São elementos importantes desta orientação, entre outros, a ênfase no
cumprimento do regime posológico, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos,
o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto.

Dose - quantidade total de medicamento que se administra de uma única vez no paciente.

Escrituração - procedimento de registro, manual ou informatizado, da movimentação


(entrada, saída, perda e transferência) de medicamentos sujeitos ao controle sanitário e
definido por legislação vigente, bem como de outros dados de interesse sanitário.

Fármaco-epidemiologia - estuda o uso e os efeitos dos medicamentos na população em


geral.

Livro de registro específico de antimicrobianos – documento para escrituração manual de


dados de interesse sanitário autorizado pela autoridade sanitária local. A escrituração deve ser
realizada pelo farmacêutico ou sob sua supervisão.

Monitoramento fármaco-epidemiológico – acompanhamento sistemático de indicadores

Fármaco-epidemiológicos relacionados com o consumo de medicamentos em populações


com a finalidade de subsidiar medidas de intervenção em saúde pública, incluindo educação
sanitária e alterações na legislação específica vigente. Este monitoramento é composto de três
componentes básicos: i) coleta de dados; ii) análise regular dos dados; e iii) ampla e periódica
disseminação dos dados.

Monitoramento sanitário - acompanhamento sistemático de indicadores operacionais


relativos ao credenciamento de empresas no sistema, retenção de receitas, escrituração, envio
de arquivos eletrônicos e eficiência do sistema de gerenciamento de dados com a finalidade
de subsidiar, entre outros instrumentos de vigilância sanitária, a fiscalização sanitária. Este
monitoramento é composto de três componentes básicos:

i) coleta de dados;

ii) análise regular dos dados; e

iii) ampla e periódica disseminação dos dados.


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Posologia - incluem a descrição da dose de um medicamento, os intervalos entre as
administrações e o tempo do tratamento. Não deve ser confundido com "dose" - quantidade
total de um medicamento que se administra de uma só vez.

Receita - documento, de caráter sanitário, normalizado e obrigatório mediante a qual


profissionais legalmente habilitados e no âmbito das suas competências, prescrevem aos
pacientes os medicamentos sujeitos a prescrição, para sua dispensação por um farmacêutico
ou sob sua supervisão em farmácia e drogarias ou em outros estabelecimentos de saúde,
devidamente autorizados para a dispensação de medicamentos.

Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) - instrumento


informatizado para captura e tratamento de dados sobre produção, comércio e uso de
Substâncias ou medicamentos. Tratamento prolongado - terapia medicamentosa a ser utilizada
por período superior a trinta dias.

Referências
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Organización Panamericana de la Salud. 1999, 333p.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada -
RDC nº. 27, de 30 de março de 2007. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Produtos Controlados - SNGPC estabelece a implantação do módulo para drogarias e
farmácias e dá outras providências. Diário Oficial da União 2007; 2 abr.
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De_doen%C3%A7as>. Acesso em: 18 fev 2011.

5.2. Nota Técnica sobre a RDC nº 20/2011


Orientações de procedimentos relativos ao controle de medicamentos à base de substâncias
classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrições isoladas ou em associação.

Coordenação do Sistema de Gerenciamento de Produtos Controlados Gerência Geral de


Medicamentos - CSGPC/NUVIG
Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em
Vigilância Sanitária - NUVIG/ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA
Brasília, 10 de outubro de 2011.
Página 43 de 49
www.anvisa.gov.br

NOTA TÉCNICA4 SOBRE A RDC Nº 20/2011

Esta Nota Técnica descreve o detalhamento e a orientação de procedimentos relativos à


dispensação e controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como
antimicrobianos, de uso sob prescrição médica, isoladas ou em associação, de que trata a
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n.º 20, de 5 de maio de 2011, que revogou todas as
resoluções anteriores sobre o tema.

O documento poderá ser atualizado conforme necessidade identificada pela autoridade


sanitária

Esta nota técnica substitui os informes técnicos publicados anteriormente.

1.1. Dos dados do paciente que devem constar na receita médica

De acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser prescrita em receituário simples, em
duas vias e conter o nome completo, idade e sexo do paciente.

Todos estes dados devem ser preenchidos pelo prescritor. Entretanto, nos casos em que a
receita não contenha os dados de idade e sexo do paciente, estes poderão ser preenchidos pelo
farmacêutico responsável pela dispensação.

Este procedimento garante o acesso do paciente ao medicamento e ao tratamento e não


acarreta qualquer prejuízo sanitário, tendo em vista que a inclusão dos dados de idade e sexo
na receita visa ao aperfeiçoamento do monitoramento do perfil farmacoepidemiológico do uso
destes medicamentos no país, a ser realizado por meio da escrituração destes dados no
Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados/SNGPC, conforme previsto nos
Artigos 13 e 16 da RDC nº 20/2011.

1.2. Da segunda via da receita

A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia carbonada ou de uma cópia simples da
primeira via, não sendo obrigatória a inscrição “segunda via”.

No caso de receitas apresentadas em duas vias não carbonadas e não identificadas, caso avalie
necessário, o farmacêutico responsável poderá identificar como “primeira via” e “segunda
via” cada uma das cópias apresentadas:

No caso de receitas em que a segunda via é uma cópia carbonada, o farmacêutico responsável
poderá fazer uma cópia da via carbonada, que será retida juntamente com a via carbonada
para fins de fiscalização.

1.3. Da quantidade dispensada

A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva atender essencialmente ao que foi
prescrito. Desta maneira, sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade
exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação
comercial fracionável, conforme a RDC nº 80/2006 (medicamentos fracionados).

4
1 Artigo 24 da RDC nº. 20/2011: Caberá à área técnica competente da ANVISA a adoção de medidas
ou procedimentos para os casos não previstos nesta Resolução.

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Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de
inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao
tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao
prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente. Assim, devido à
escassez de especialidades farmacêuticas no mercado brasileiro que possam atender a
posologia prescrita, esta conduta promoverá uma melhor relação risco-benefício para o
paciente e a sociedade.

A dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos casos estritamente
necessários, uma vez que este procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente,
elevando o risco de automedicação, bem como gerando conseqüências em relação ao descarte
de medicamentos.

O atendimento da prescrição em quantidade inferior ao prescrito acarreta a inefetividade do


tratamento e certamente contribuirá para o aumento da resistência bacteriana ao medicamento
e comprometimento da saúde do paciente.

1.4. Do atendimento em estabelecimentos diferentes de uma mesma receita contendo


mais de um medicamento

No caso de prescrições que contenham mais de um medicamento antimicrobiano diferente,


fica permitida a dispensação de parte da receita, caso a farmácia/drogaria e com o aval do
paciente/responsável não possua em seu estoque todos os diferentes medicamentos prescritos
ou o paciente/responsável, por algum motivo, resolva não adquirir todos os medicamentos
contidos na receita.

Nestes casos, o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da frente (anverso) de ambas
as vias da receita, com a descrição somente do(s) medicamento(s) efetivamente dispensados.
Com a primeira via em mãos, o paciente pode procurar outro estabelecimento para adquirir
o(s) medicamento(s) restante(s), sendo que o farmacêutico ou o paciente deve fazer uma
cópia5 da primeira via para sua retenção e atestar o novo atendimento em ambas às vias.

O procedimento também é válido para os casos em que o paciente consegue obter apenas
parte dos medicamentos no setor público e necessite adquirir o restante prescrito em
farmácias/drogarias privadas.

1.5. Da dispensação por meio remoto

A RDC nº 20/2011 remete à RDC nº 44/2009 (Boas Práticas Farmacêuticas) no tocante à


venda por meio remoto. Dessa forma, deve ser seguido o que rege a RDC nº 44/2009.

A maneira adequada é que a receita seja retirada na casa do paciente e conferida pelo
farmacêutico na farmácia/drogaria. Caso a receita esteja corretamente preenchida, deve ser
atestado o atendimento (carimbo), retida a segunda via e então a entrega poderá ser efetuada.

Devem ser seguidos os Artigos nº 52 (dispensação), 56 (transporte) e 58 (direto à informação


e orientação quanto ao uso) da RDC nº 44/2009.

1.6. Da devolução ou troca de medicamentos

5
Cópia da receita poderá ser aceita nos casos de uso prolongado e prescrição de mais de um medicamento por receita
que não podem dispensados/adquiridos em um único estabelecimento público e/ou privado. Do contrário a receita
deverá sempre conter duas vias conforme descrito no artigo 5º, do Capítulo III.
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A RDC nº 20/2011 permite a devolução ou troca de antimicrobianos somente por motivos de
desvios de qualidade do medicamento, condição esta que impeça o tratamento completo pelo
paciente. Desta forma, é aceitável a devolução caso o paciente, ao abrir a caixa do
medicamento, perceber que a embalagem possui quantidade inferior ao descrito na
embalagem ou que o produto apresenta características estranhas, caracterizado como desvio
de qualidade. Nestes casos, se for verificada pelo farmacêutico a pertinência da devolução,
deve-se proceder conforme descrito no art. 20 da RDC nº 20/2011.

1.7. Da dispensação no caso de tratamento prolongado

De acordo com o art. 8º da RDC nº 20/2011, em situações de tratamento prolongado a receita


poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a
contar da data de sua emissão. A receita deverá conter a indicação de uso prolongado, com a
quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias. Assim, cada dispensação deve ser
realizada de modo que o medicamento seja suficiente para 30 dias de tratamento no mínimo,
sendo também permitida a dispensação de todo medicamento em um único atendimento, ou
seja, a venda de toda a quantidade para uso por 90 dias.

Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente poderá realizar todas as
compras no mesmo estabelecimento ou comprar em locais diferentes a cada mês.

Caso todas as compras sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o farmacêutico deve reter
a segunda via da receita no primeiro atendimento e atestar cada dispensação mensal na parte
da frente (anverso) de ambas as vias.

Caso o paciente opte por comprar em outra farmácia ou drogaria, a cada compra o
farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento prolongado (conforme art.
8º) e 5 que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do paciente e
atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias.

1.8. Da escrituração eletrônica no SNGPC

A RDC nº 20/2011 estabelece que em 180 dias a Anvisa deve publicar o cronograma para
credenciamento e escrituração no sistema. Porém, a fiscalização pelas vigilâncias sanitárias
locais quanto aos procedimentos de exigência e retenção da receita nos estabelecimentos
farmacêuticos deve continuar sendo realizada, independentemente do início da escrituração a
ser estabelecida em tempo hábil pela ANVISA.

1.9. Da prescrição para uso veterinário

A RDC nº 20/2011 não proíbe a prescrição e dispensação de medicamentos antimicrobianos


de uso humano para animais. Desta forma, os médicos veterinários devem realizar as
prescrições em receituário em duas vias e atendendo as determinações preconizadas pelo
Conselho de Classe (CRMV) no que tange aos dados que devem constar em uma receita de
médico veterinário.

Ressaltamos que para essas receitas não são necessário dados de idade e sexo, uma vez que
estes dados não são de interesse para o monitoramento fármaco-epidemiológico, previsto na
RDC nº 20/2011, a ser realizado somente com os medicamentos prescritos para uso humano.

Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita para uso veterinário
(prescrita por médico veterinário registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária –
CRMV) e dispensar o medicamento com a retenção da segunda via da receita para posterior
controle pela vigilância sanitária.
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5.3. Formulário da Pesquisa

PESQUISA PARA TCC CURSO TÉCNICO DE FARMÁCIA

SEXO: ( ) MASC. ( )FEM.


FAIXA ETÁRIA:
( ) ATÉ 15 ANOS ( )15 A 18 ANOS ( )18 A 25 ANOS ( )25 A 35 ANOS
( )35 A 50 ANOS ( )50 A 65 ANOS ( )ACIMA DE 65 ANOS
1- JÁ FEZ USO DE ALGUM ANTIBIOTICO? SIM ( ) NÃO ( )
2- NA MAIORIA DAS VEZES QUE NECESSITOU DE TRATAMENTO A BASE DE
ANTIBIOTICOS, COMO CONSEGUIU?
( ) PRESCRIÇÃO MÉDICA ( )INDICAÇÃO NA FARMÁCIA ( ) INDICAÇÃO DE
CONHECIMENTOS (NÃO CAPACITADOS)
3- FEZ EXAMES ANTES DE USAR O MEDICAMENTO? SIM ( ) NÃO ( )
APÓS O DIAGNOSTICO FEZ O TRATAMENTO CORRETO? SIM ( ) NÃO ( )
4- TEM O CONHECIMENTO DA REGULARIZAÇÃO DA VENDA E PRESCRIÇÃO DE
ANTIBIOTICOS – RDC 20/2011 SOBRE CONTROLE DE ANTIMICROBIANOS?
SIM ( ), COMO FICOU SABENDO:______________________________________
NÃO ( )
VOCE AINDA TEM DÚVIDA? SIM ( ) NÃO ( )
5- VOCÊ ESTA DE ACORDO COM ESTA REGULARIZAÇÃO CITADA ACIMA?
SIM ( ) NÃO ( )
6- VOCÊ USOU ANTIBIOTICOS SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA, DEPOIS DA
REGULARIZAÇÃO?
SIM ( ) NÃO ( )
7- TEM O CONHECIMENTO, OU JÁ OUVIU FALAR SOBRE A SUPERBACTÉRIA
“KPC” (KLEBSIELLA PNEUMONIAE CARBAPENEMASE?
SIM ( ) NÃO ( )

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5.4. DOCUMENTO ENTREGUE A SECRETARIA DA SAÚDE

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