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RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS
2012
Gislaine Miriã Camargo
RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS
Orientadores:
Andrea Prado Elias
Maria Paula Rosa
RESISTENCIA A ANTIMICROBIANOS
BANCA EXAMINADORA:
Octave Mirbeau
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo mostrar à necessidade imediata de se repensar a forma
de utilização e prescrição dos medicamentos antimicrobianos, alertando sobre os enormes
riscos da RESISTÊNCIA BACTERIANA, que vem se mostrando cada vez mais presente em
estudos e noticiários recentes, apontando saídas atualmente simples, porém de grandes
repercussões e formas de traduzir à população os termos técnicos quase nunca explicados
sobre os riscos que esta envolve, usando dos mesmos recursos da campanha francesa
nomeada “Antibiótico não é automático (Les antibiotiques, c'est pas automatique.)”
1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 8
1.1. A ERA PRÉ-ANTIMICROBIANOS ................................................................................................................................. 8
1.2. INICIO DA ERA PÓS-ANTIMICROBIANOS ...................................................................................................................... 9
2. DESENVOLVIMENTO................................................................ 11
2.1. OS PERIGOS DA RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS E O SURGIMENTO CRONOLÓGICO DAS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS. ........ 11
2.2. DISSEMINAÇÃO DE CEPAS RESISTENTES NO AMBIENTE HOSPITALAR.............................................................................. 12
2.3. GENÉTICA BACTERIANA ........................................................................................................................................ 14
2.4. MECANISMOS DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA ..................................................................................................... 14
2.4.1. Mutação ...................................................................................................................................... 14
2.4.2. Alteração de permeabilidade ...................................................................................................... 15
2.4.3. Alteração do sitio de ação antimicrobiano ................................................................................. 15
2.4.4. Transferência Genética ............................................................................................................... 16
2.4. A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA A RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS .................................................. 17
2.5. QUANDO E COMO COMEÇOU A REGULARIZAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS ....................................................................... 19
2.6. A CONVIVÊNCIA ATUAL COM OS ANTIMICROBIANOS ................................................................................................... 23
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Lista de medicamentos incluídos e excluídos do controle da RDC20/11 ---------------------- 23
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Faixa Etária dos entrevistados .......................................................................................... 24
Gráfico 2 - Já fez uso de antimicrobianos? .......................................................................................... 24
Gráfico 3 - Como conseguiu o medicamento? ..................................................................................... 25
Gráfico 4 - Fez exames antes de usar o medicamento ......................................................................... 25
Gráfico 5 - Como ficou sabendo da Lei de Controle de Antimicrobiano ............................................ 27
Gráfico 6 - Ainda tem dúvida sobre a legislação?................................................................................ 27
Gráfico 7 - Você concorda com a regularização? ................................................................................ 28
Gráfico 8 – Usou este medicamento sem prescrição após a regularização? ........................................ 28
Gráfico 9 – Crescimento populacional ................................................................................................. 29
Gráfico 10 - Crescimento de consumo do comprimido de Amoxicilina .............................................. 30
Gráfico 11 – Crescimento de consumo do comprimido Cefalexina..................................................... 30
Gráfico 12 – Crescimento de consumo da pomada Neomicina+Bacitracina ....................................... 30
Gráfico 13 – Crescimento do Consumo do comprimido de Metronidazol .......................................... 30
Gráfico 14 – Crescimento do consumo da pomada de Sulfadiazina de Prata ...................................... 31
Gráfico 15 – Crescimento do comprimido de Sulfametoxazol+Trimetropina ..................................... 31
Gráfico 16 – Crescimento do consumo de Metronidazol Suspensão 4% ............................................. 31
1. Introdução
1
Os antimicrobianos são substâncias que provocam morte ou inibição do crescimento microbiano.
2
Resistência Bacteriana é a capacidade de microrganismos resistirem aos efeitos do antibiótico. Eles possuem grande capacidade de
adaptação e condições adversas, tais como, agentes químicos. Essa capacidade é adquirida por meio de mutação ou troca de material
genético.
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Essa capacidade de criação de resistência aos fármacos ocorre principalmente por um
mecanismo denominado como Pressão de Seleção, regido pelo princípio biológico darwiniano
da ‘sobrevivência do mais apto’.
A Pressão de Seleção ocorre da seguinte maneira, tanto em nosso organismo como nos
demais animais, que fazem terapia com fármacos com ação antimicrobiana. O uso de
antibiótico transforma drasticamente as comunidades de bactérias existentes em nosso
organismo e de outros animais, desta maneira mata e elimina as bactérias mais sensíveis a
ação dos antibióticos, e as bactérias patogênicas ‘mais fortes’ sobrevivem, criando resistência
ao fármaco.
Em resumo, cada vez que se toma um antibiótico de maneira equivocada, está
eliminando bactérias residentes no organismo, criando espaço para que se aumente o número
de bactérias patogênicas resistentes. Desta maneira patologias que poderiam ser curadas com
tratamento simples, se tornam difíceis de combater, pois o antibiótico não exerce nenhuma
ação perante essas bactérias que adquiriram resistência. Portanto, conclui-se que quando
fizemos o uso inadequado de antimicrobianos, dificilmente alcançaremos a cura de uma
possível recaída patológica, com a mesma substância administrada anteriormente.
Abordar a questão da Resistência aos antimicrobianos é uma das prioridades e mais
urgentes em matéria de saúde pública nos dias de hoje, pois a disseminação dessas bactérias
resistentes à população por meio de contaminantes põe em risco a saúde de todos, acarretando
patologias que poderá certamente levar a um alto nível de mortalidade na população em
escala mundial, devido a não existência de novos antimicrobianos que poderá ser utilizados
contra a resistência dessas bactérias.
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2. Desenvolvimento
2.1. Os perigos da resistência a antimicrobianos e o surgimento
cronológico das classes de antimicrobianos.
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Este 'arsenal disponível' de fármacos antimicrobianos é considerado pequeno, se
comparado com a grande diversidade de agentes patogênicos existente em nosso meio. Todos
os microrganismos estão sujeitos a sofrem algum tipo de mutação, fato esse reconhecido, a
partir do processo natural de pressão de seleção do meio. Nesse processo está incluso a
possibilidade de aquisição de resistência e capacidades de síntese de substâncias (que será
abordado profundamente logo em seguida). Como exemplo, bactérias que causam doenças em
animais de outras espécies (animais de pequeno porte, como cães, felinos, e até mesmo de
grande e médio porte como bovinos entre outros). Com o passar do tempo, essas cepas que se
hospedam e causam doenças nesses animais, podem sofrer mutações. Essas mutações podem
permitir que essas bactérias troquem seu hospedeiro natural para uma nova espécie, chegando
assim aos seres humanos, hospedando se e causando doença. Quando isto ocorre, mudanças
de características já ocorreram nessas cepas, sendo assim, é de grande dificuldade o seu
combate, uma vez que adquiriram capacidades especificas de resistência. O surgimento desses
microrganismos resistentes, em conjunto a essa pequena disponibilidade de antimicrobianos,
torna a população vulnerável à contaminação destes, podendo se alastrar, e afetar até mesmo a
população mundial devido ao aglomerado e ao trânsito intenso de pessoas em todo o mundo.
Um surto de infecção em um determinado local pode se alastrar para o outro lado do globo em
questão de tempo.
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• Isolamento de pacientes;
• E principalmente o uso racional de antibióticos.
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2.3. Genética Bacteriana
2.4.1. Mutação
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Para que uma bactéria se torne Resistente a um agente antimicrobiano, é necessário que
essa bactéria altere seu material genético (DNA). Essa alteração pode ocorrer de duas formas.
- Indução de mutação genética no DNA nativo (Pode ser ocasionado por mutações
espontâneas, alterando enzimas especificas as quais os antimicrobianos iriam agir, por ter
sofrido essa mutação isso não acontece.).
- Indução de um DNA estranho. (Genes de resistência são transferidos entre
gêneros e as espécies de diferentes bactérias, ocasionando recombinação interespécies.).
2.4.3.1.Destruição/Inativação
Varias espécies de bactérias possuem genes que produzem enzimas que possuem a
capacidade de destruir quimicamente um agente antimicrobiano e também desativar suas
ações contra a bactéria, tornando assim esses antimicrobianos inofensivos a célula bacteriana.
A substância antimicrobiana é degradada ou modificada pelas enzimas, antes de atingirem seu
alvo e causar danos à bactéria.
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2.4.3.2.Efluxo
2.4.4.1. Conjugação
A conjugação é a transferência do material Genético mediada pelo plasmídeo. Essa
partícula de DNA se replica independentemente do cromossomo. A conjugação consiste em
uma bactéria transferir material genético para outra, e vice e versa através da fimbrias. Ocorre
quando bactérias semelhantes se aproximam umas das outras.
A Conjugação é iniciada quando as fimbrias sexuais da bactéria se unem a receptores
específicos na parede de outra célula, desta forma é estabelecida uma ligação citoplasmática
entre as bactérias conjugantes, formando uma ponte de ligação conhecida como pilus, que é
formado entre as duas células.
Essa ponte permite que a cópia do plasmídeo duplicado possa ser transferido para outra
célula. A bactéria receptora passa a expressar as características codificadas no plasmídeo
recebido, o qual é transferido pelas novas gerações de bactérias. A conjugação é um
importante meio de transferência de resistência aos agentes antimicrobianos através do
plasmídeos R mobilizado por plasmídeos conjugativos.
2.4.4.2. Transformação
Nesse processo as bactérias incorporam ao seu DNA, fragmentos de material genético
de outras bactérias, que estão dispersas no ambiente, por motivo espontâneo, de morte ou lise
celular. Esse DNA pode conter genes de resistência antimicrobiana, fortalecendo a célula
receptora. Essas bactérias necessariamente têm que estar em condições fisiológicas (aptas à
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incorporação dos fragmentos do DNA de outras bactérias) especiais para desempenhar esse
processo.
2.4.4.3. Transdução
Na Transdução é a transferência de material genético, ou cromossomos de uma célula
bacteriana para a outra através dos bacteriófagos. Bacteriófagos ou fagos é um tipo de vírus
que infectam as bactérias. Quando esses bacteriófagos infectam uma bactéria, ele utiliza o
‘maquinário genético de reprodução’ dessa célula, a fim de produzir fagos semelhantes a ele.
Durante esse processo, parte do DNA da célula hospedeira pode ser incorporada ao
material genético dos Bacteriófagos, após esse processo de reprodução dos fagos,
consequentemente há a morte da bactéria contaminada, e sua lise, liberando assim esses novos
fagos, que vão infectar outras células. Esses novos fagos podem possuir genes da resistência
microbiana previamente infectada da célula bacteriana na qual foi hospedeiro.
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Os médicos também são pressionados a cortar custos, ao serem induzidos, como prática
clínica primária, a prescrever o antibiótico, em vez de solicitar primeiramente exames para
confirmação ou identificação do agente causador da infecção.
Como visto anteriormente, quando fazemos o uso de antimicrobianos, diversas bactérias
são eliminadas. Se o fármaco recomendado pelo medico (ou a automedicação) estiver errado,
além de perder bactérias ‘inofensivas’, estará estimulando a proliferação e resistência das
bactérias que estão causando a patologia, podem levar o paciente a uma piora em seu quadro
clinico.
O uso sem prescrição médica é uma das formas de tratamento mais inconsequentes,
pois o individuo toma o medicamento sem ter conhecimento da moléstia que está sofrendo. É
um tratamento extremamente perigoso, pois além do individuo não ter o conhecimento de
qual agente patológico está causando a infecção, não sabe também qual o antimicrobiano
especifico para seu tratamento, e como não sabem como prosseguir o tratamento,
normalmente o suspende com o termino dos sintomas, o que torna o tratamento ineficaz,
favorecendo um retorno da doença, com a possibilidade desta já estar resistente ao
medicamento anteriormente administrado. É de conhecimento, que diversas vezes a
automedicação foi indicada/induzida por um conhecido ou por outros profissionais de saúde não
capacitados para essa função, tornando ainda mais preocupante a situação do uso irracional de
antimicrobiano conjunto a perpétua preocupação com a resistência antimicrobiana.
Pesquisas afirmam que na maioria dos casos de uso abusivo ou erro de prescrições são
na área de pediatria.
Médicos agem arbitrariamente, indicando potentes antimicrobianos a fim de prevenir
que o paciente tenha uma piora no decorrer do tratamento. Por outro lado, estas moléstias
infantis, demasiadas vezes são de origens virais. Esse ato é entendido como erro na
prescrição, uma vez que antimicrobianos não exercem nenhuma função sobre essas patologias
do sistema respiratório, que em sua maioria são de origem viral ou alérgica.
O uso sem justificativa associada à utilização em medicina veterinária e agropecuária
tem levado a situações críticas de seleção de microrganismos multirresistentes.
O sucesso nos tratamentos antimicrobianos, esta totalmente subordinada a três
elementos: fármaco, hospedeiro e o microrganismo.
O médico dever ter a precaução de considerar a interação entre esses elementos devendo
ser levado em consideração à sensibilidade do Microrganismo com o Fármaco, a Doença em
si, e a relação entre o Hospedeiro (paciente) e o Fármaco, este último se refere a condições
imunológicas do paciente, tais como, possibilidade de gravidez, função hepática e renal, e por
último e não menos importante o local da infecção.
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2.5. Quando e como começou a regularização dos antimicrobianos
Começando pelo SNGPC - RDC 27/07 de 30/03/07 da ANVISA, que dispõe sobre o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que foi instalado
com o intuito de controlar medicamentos previstos na Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998,
medicamentos psicotrópicos e controle especial, logo que se pensou em controlar os
antimicrobianos, foi imposto que estes seguissem os mesmos critérios em nível de informação
neste sistema, logo após uma análise das primeiras semanas de alimentação deste, foi
informado pelo gerenciador deste sistema que os servidores disponíveis a serviços da
Secretaria de Estado da Saúde não seriam capazes de armazenar e gerenciar tais informações
devido ao imenso volume gerado em poucos dias, conforme preconiza a RESOLUÇÃO -
RDC Nº-17, DE 15 DE ABRIL DE 2011, e atualmente tem a previsão de início da
obrigatoriedade de registro neste sistema é 16 de Janeiro de 2013 conforme preconiza a
Instrução NORMATIVA 07/2011, acredita-se que neste prazo já haja condições técnicas de o
sistema suportar tal volume de informação.
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Alteração 1
O art. 2° desta resolução veio com a ideia de complementar a RDC 44/2010 incluindo
neste controle as unidades públicas municipais, estaduais e federais que não eram
contemplados nesta legislação, segue texto do artigo abaixo:
Alteração 2
Alteração 3
Definição de que pode ser utilizado receituário comum para a prescrição dos
antimicrobianos constado do anexo I, respeitando as condições previstas.
Alteração 4
Define que a receita não precisa ser exclusiva não estando limitado o numero de itens
por receita
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Parágrafo único. Não há limitações do número de itens contendo medicamentos
antimicrobianos prescritos por receita.
Alteração 5
Alteração 6
A via a ser retida pela farmácia ou drogaria será a segunda e não a primeira, como
constava de RDC 44/2010.
Alteração 7
Estabelecia o prazo para conclusão das receitas no SNGPC, que seria de 180(cento e
oitenta) dias a partir da publicação da RDC 20, porém como citado anteriormente, o prazo não
é mais o estabelecido na RDC 20 e sim o preconizado na Instrução Normativa 07/2011 que
será em 6 de janeiro de 2013, porém o formato até a data inicial continua tal qual a forma
prevista para locais com deficiência de internet, ou seja, a escrituração em livros específicos
no prazo de 7 dias de seu aviamento.
Alteração 8
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Dispõem sobre a devolução de antimicrobianos às farmácias e drogarias pelo
consumidor, restringindo essa pratica as condições que prevê.
Alteração 9
Alteração 10
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Nitroxolina Polímixina B
Pristinamicina Protionamida
Retapamulina Rifapentina
Sulbactam Sulfanilamida
Sultamicilina Tazobactam
Telitromicina Ticarcilina
Trovafloxacina
Tabela 1 - Lista de medicamentos incluídos e excluídos do controle da RDC20/11
3
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/10/01/restricao-nao-impede-alta-no-consumo-de-antibioticos.jhtm
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Faixa Etária
75
80
60 38
40 19
20 8 5
1 0
0
Até 15 16 a 18 19 a 25 26 a 35 36 a 50 51 a 65 > 65 anos
anos anos anos anos anos anos
Destes entrevistados 175 pessoas afirmaram já ter usado antibióticos; tê-lo ofertado a
tutelado ou curatelado ou tê-lo recebido de seu tutor. Outras 16 pessoas afirmaram nunca
terem usado medicamento classificado como tal ou similares (Gráfico 2).
0
sim não
Focando nos usuários deste tipo de medicamento tentamos descobrir qual foi a forma de
obtenção, conforme gráfico 3 abaixo:
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Na maioria das vezes que necessitou de antibioticos como
conseguiu?
125
150
100 37
13
50
0
Prescrição médica Indicação na farmácia Indicação de
conhecidos
Gráfico 3 - Como conseguiu o medicamento?
Dos 175 entrevistados que já fizeram uso de antimicrobianos, apenas 102 pacientes
afiram terem feito exames laboratoriais, veja abaixo (Gráfico 4).
52,57% fizeram exames laboratoriais com intuito de descobrir a fonte da infecção que
estavam sofrendo, porém já saíram do consultório médico ou da farmácia com o medicamento
em mãos e já haviam iniciado o tratamento com o fármaco.
48,57% não fizeram no mínimo um exame laboratorial, para fim de detecção da fonte
real da doença.
102
110
90
100
90
80
sim não
Estes dados apresentam o quão equivocado se encontram a utilização não somente desta
classe de medicamento, que trata este trabalho, mas todas as outras classes que visam tantas
outras áreas tão importantes quanto ou ainda piores, como por exemplo, os medicamentos de
urgência/emergência.
A história mostra quanto tempo foi necessário para se vencer algumas bactérias de
surgimento e existência simples, atualmente uma denominada “super” bactéria intriga
médicos especialistas, pois sua eliminação parece ser cada vez mais difícil. O uso de
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antimicrobianos se tornou o primeiro combate a quaisquer sintomas de gripes resfriados, o
que deveria ser combatido apenas com antitérmicos e analgésicos.
Algumas Leis como a que ordena que uma criança saia do atendimento médico já
fazendo uso da primeira dose de antimicrobiano, vai completamente contra o procedimento
adequado que ordena conhecer a fonte de infecção antes de combatê-la.
Imagine a situação de uma criança que lhe foi prescrito erroneamente o medicamento
antimicrobiano, por ordem desta lei citada acima, lhe foi administrado à primeira dose ainda
dentro da própria unidade de saúde, este ato aparentemente pode salvar ou amenizar a doença
da criança, quando na verdade está favorecendo o desenvolvimento da resistência bacteriana.
A grande falta de divulgação e orientação sobre os riscos do uso irracional do
antimicrobiano assustam, visto o choque e a repercussão do assunto, onde ficou claro a
desorientação da população sobre o mesmo em questão, e o quanto grave é o seu uso
incorreto. A pesquisa apontou qual foi a forma que a notícia do novo controle de
medicamentos mais atingiu a população focada nesta pesquisa: Conversas informais com
profissionais da área ou de alguém que através destes conseguiram esta informação; A
televisão, segundo item de maior alcance populacional, está mais acessível, visto que as
emissoras apostam em programações regionais fato este que nos permite uma campanha
regional de fácil controle e acompanhamento através de comerciais informativos e
reportagens especiais, pois estas ações não demandam de grandes esforços, já que as
emissoras também têm um forte vínculo com a informação necessária a população e muitas
vezes elas “forçam” algum profissional conceituado na área a comentar assuntos e dar mini
palestras em suas reportagens. Portanto levar informações necessárias à população é mais
fácil do que parece, apenas depende do interesse dos profissionais em levar o assunto até estes
pontos.
Assim como ninguém pode declarar desconhecimento de legislação, podemos sim
afirmar que a maioria da população não tem acesso às informações necessárias a sua própria
vivencia em um ambiente urbano, visto que somos bombardeados por tanta informação inútil
a qualquer hora, que podemos afirmar que não adianta colocar “uma mensagem de utilidade
pública” entre um comercial de um novo hambúrguer e de uma nova lata de bebida alcoólica,
pois desta forma como mostra o Gráfico 5 abaixo, 29% da população ainda sequer ouviu dizer
sobre esta regularização que já tem pelo menos dois anos de existência desde sua primeira
existência (RDC44/2010).
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Ficou Sabendo do controle de antimicrobianos? Como?
58
47 Sim Não 52
60
50
40
30
13
20 7 5 4
10
0
Televisão Trabalho Jornais Rádio Internet Conversa Não
Veja que nossos entrevistados no mínimo ouviram falar sobre a legislação em questão
(Gráfico 5), e este número não representa que esta população tenha total conhecimento ou
entenda o porquê de tamanho controle, visto que dos entrevistados 94 pessoas não fazem
ideia do conteúdo desta lei (Gráfico 6).
94
100 68
0
sim não
Foi relatado que e a maioria das pessoas que afirmaram primeiramente não ter dúvidas
sobre o conteúdo e forma de controle, quando questionada mais profundamente, por exemplo,
sobre a retenção da receita estas se mostraram receosas em responder e preferiram não opinar
mais profundamente o assunto e solicitaram que continuássemos a entrevista.
Os dados mostrados no Gráfico 7, demonstram a vontade dos entrevistados e o
reconhecimento dos mesmo que tal medicamento deve mesmo ser controlado e concordam
mesmo não compreendendo completamente o assunto e suas consequências.
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Você está de acordo com esta regularização?
147
150
100 35
50
0
sim não
123
150
64
100
50
0
sim não
24.300 População
24.100 População
24.098
23.900 24.049
23.824 23.862
23.700 23.592 0,78 % 4,96 %
4,36 % em
23.500 1,14 % relação à
- 0,7% 2006
23.300
23.100
22.900 22.699
100% -1,7 %
22.700 Fonte : IBGE e IBGE Cidades
22.500
2006 2007 2008 2009 2010 2011
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Amoxicilina 500mg - Crescimento do consumo por
Cápsula
100000
81846
73953 75642
80000
63066
60000
40079
40000
21000
20000 10180
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
6000 5297
5000 4511
4000 3435 3168
3094
3000
1639 1811
2000
1000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
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Sulfadiazina de Prata Pomada Tubo 50g -
Crescimento do Consumo por tubo
400
250
150
200
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Durante o ano de 2006, a cidade sofreu por uma infecção de grande nível, o que levou
os médicos prescreverem durante 3 anos tratamentos mais prolongados com antimicrobianos,
não obtendo um bom resultado, nos anos a seguir passaram a prescrever associações com
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medicamentos da rede privada, o que levou a breve queda no 4º ano de análise,
posteriormente, ainda não conseguindo a erradicação de tal “alastração” bacteriana, passaram
a prescrever medicamentos de maior espectro de ação, estes não encontrados na rede básica
de saúde, o que levou os pacientes a comprarem os medicamentos prescritos para a realização
do tratamento, fato este confirmado em conversas informais com funcionários do setor, que
citou exemplos como Azitromicina e Amoxicilina + Clavulanato de potássio, afirmando que
estes dois já “caíram no gosto da população”, e que recentemente as farmácias e drogarias tem
aumentado a venda e reservado um maior espaço em seus estoques para estes produtos.
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3. CONCLUSÃO
Como visto na pesquisa acima é possível afirmar que a cidade em questão já passou ou
está passando por uma epidemia não evidenciada ou estudada de resistência bacteriana.
Como é de conhecimento popular, uma campanha quando bem pensada pode informar a
população de forma que ela compreenda um problema sem criar alardes ou tumultos. É neste
fato que se apoia esta conclusão: a realização de duas campanhas paralelas:
Reeducação dos profissionais envolvidos na dispensação dos antimicrobianos:
Médicos, Farmacêuticos e Técnicos em Farmácia.
Divulgação a população sobre os malefícios do uso irracional ou a qualquer
momento do medicamento antimicrobiano.
Afinal provas já foram dadas que quando bem orientados ou informados não há força
que impeça a população de fazer o melhor para si.
Estas campanhas devem abranger todos os níveis de comunicações utilizados na
atualidade: televisão, internet, rádio, unidades de saúde, farmácias e drogarias.
Desta forma as campanhas de divulgação e conscientização amenizariam um grande
problema evidenciado mundialmente: Resistência a Antimicrobianos.
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4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alergia Blog da Alergia à penicilina: conduta alergológica [Online] // Blog da Alergia. - Blog
da Alergia, 23 de 12 de 2010. - 13 de 05 de 2012. -
http://blogdalergia.blogspot.com.br/2007/04/alergia-penicilina.html.
Collucci Cláudia Farmaceuticos vendem antibióticos sem receita médica [Artigo] // Folha de
São Paulo. - [s.l.] : Folha de São Paulo, 29 de 06 de 2009. - 06/02/2009. - pp. Caderno C11-
Capa.
ethelfeldman: Abraço VHI Notícias [Online] // Abraço VHI Notícias. - Abraço VHI
Notícias, 15 de 04 de 2011. - 15 de 04 de 2012. -
http://vihsidanoticias.wordpress.com/2011/04/15/brasil-primeiro-mapa-de-resistencia-a-
antibioticos/.
Globo.com Antibióticos devem ser usados com cuidado para evitar superbactérias [Online] //
Do G1, em São Paulo. - Globo. com, 15 de 04 de 2012. - 10 de 03 de 2012. -
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/08/antibioticos-devem-ser-usados-com-cuidado-
para-evitar-superbacterias.html.
Página 34 de 49
Paulo Folha de São www1.folha.uol.com.br [Online] // Folha. - 19 de 10 de 2010. - 20 de 02
de 2012. - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/816908-ministro-da-saude-relaciona-
superbacteria-a-alto-consumo-de-antibioticos.shtml.
Saude.com.br Cria Cria Saude [Online] // Cria Saude. - Cria Saude, 20 de 12 de 2009. - 02
de 20 de 2012. - http://www.criasaude.com.br/N3526/efeitos-secundarios-contra-indicacoes-
e-interacoes-dos-antibioticos.html.
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5. ANEXOS
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5.1. Resolução RDC nº 20, de 5 de maio de 2011
CAPÍTULO I - DA ABRANGÊNCIA
Parágrafo único. Esta Resolução também se aplica a sais, éteres, ésteres e isômeros das
substâncias antimicrobianas constantes de seu Anexo I.
CAPÍTULO II - DA PRESCRIÇÃO
Art. 4º. A prescrição dos medicamentos abrangidos por esta Resolução deverá ser realizada
por profissionais legalmente habilitados.
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Art. 5º A prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá ser realizada em receituário
privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde, não havendo, portanto modelo de
receita específico.
Parágrafo único. A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 (duas)
vias e contendo os seguintes dados obrigatórios:
IV - data da emissão.
§ 1º Na situação descrita no caput deste artigo, a receita deverá conter a indicação de uso
contínuo, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias.
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§ 3º No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita os seguintes
dados:
Art. 11. Esta Resolução não implica vedações ou restrições à venda por meio remoto,
devendo, para tanto, serem observadas as Boas Práticas Farmacêuticas em Farmácias e
Drogarias, estabelecidas na Resolução RDC nº. 44/2009 ou na que vier a substituí-la.
Art. 12. A receita deve ser aviada uma única vez e não poderá ser utilizada para aquisições
posteriores, salvo nas situações previstas no artigo 8º desta norma.
Parágrafo único. A cada vez que o receituário for atendido dentro do prazo previsto, deverá
ser obedecido o procedimento constante no § 3º do artigo 9º desta Resolução.
Art. 13. A ANVISA publicará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
publicação desta Resolução, o cronograma para o credenciamento e escrituração da
movimentação de compra e venda dos medicamentos objeto desta Resolução no Sistema
Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), conforme estabelecido na
Resolução RDC nº 27/2007 ou na que vier a substituí-la.
Art. 15. Todos os estabelecimentos que utilizarem Livro de Registro Específico para
antimicrobianos deverão obedecer aos prazos estabelecidos no cronograma mencionado no
artigo 13 desta Resolução.
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Art. 16. Os monitoramentos sanitários e fármaco-epidemiológico do consumo dos
antimicrobianos devem ser realizados pelos entes que compõem o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, cabendo à ANVISA o estabelecimento de critérios para execução.
Art. 17. As bulas e os rótulos das embalagens dos medicamentos contendo substâncias
antimicrobianas da lista constante do Anexo I desta Resolução devem conter em caixa alta, a
frase: "VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO COM
RETENÇÃO DA RECEITA".
Parágrafo único. Nos rótulos das embalagens secundárias, a frase deve estar disposta
dentro da faixa vermelha, nos termos da Resolução RDC nº.71/2009 ou da que vier a
substituí-la.
Art. 18. Será permitida a fabricação e distribuição de amostras grátis desde que atendidos
os requisitos definidos na Resolução RDC nº. 60/2009 ou na que vier a substituí-la.
Art. 19. A adequação das rotulagens e bulas dos medicamentos contendo as substâncias
antimicrobianas da lista constante do Anexo I desta Resolução, deverão obedecer aos prazos
estabelecidos na Resolução RDC nº.71/2009 e Resolução RDC nº.47/2009 ou naquelas que
vierem a substituí-las.
Art. 21. Os estabelecimentos deverão manter à disposição das autoridades sanitárias, por
um período de 2 (dois) anos a documentação referente à compra, venda, transferência, perda e
devolução das substâncias antimicrobianas bem como dos medicamentos que as contenham.
Art. 22. Para efeitos desta Resolução serão adotadas as definições contidas em seu Anexo
II.
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Art. 23. Cabe ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, além de garantir a fiscalização
do cumprimento desta norma, zelar pela uniformidade das ações segundo os princípios e
normas de regionalização e hierarquização do Sistema Único de Saúde.
Art. 25. O descumprimento das disposições contidas nesta Resolução constitui infração
sanitária, nos termos da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das
responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
Art. 27. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. DIRCEU BRÁS
APARECIDO BARBANO
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ANEXO II - GLOSSÁRIO
Dose - quantidade total de medicamento que se administra de uma única vez no paciente.
i) coleta de dados;
Referências
ARIAS, T.D. Glosario de medicamentos: desarrollo, evaluación y uso. Washington:
Organización Panamericana de la Salud. 1999, 333p.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada -
RDC nº. 27, de 30 de março de 2007. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Produtos Controlados - SNGPC estabelece a implantação do módulo para drogarias e
farmácias e dá outras providências. Diário Oficial da União 2007; 2 abr.
ESPAÑA. Ministerio de Sanidad y Politica Sanidad. Proyecto de real decreto sobre recera
médica y órdenes de dispensación. Disponível em:< http://static.diariomedico.
com/docs/2010/05/28/proyecto_real_decreto.pdf>. Acesso em: 18 fev 2011.
LAST M. J. Diccionario de epidemiología. Barcelona (España): Salvat editores S/A, 1989.
200p. Strom BL. Pharmacoepidemiology, 3rd ed, Chichester: John Wiley & Sons, Ltd;
2000; p.3.
WALDMAN, E. A. Usos da vigilância e da monitorização em saúde pública. IESUS,
VII(3), Jul/Set, p.7-26,1998.
WIKIPEDIA. La enciclopedia livre. Classificação internacional das doenças. Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_internacional_
De_doen%C3%A7as>. Acesso em: 18 fev 2011.
De acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser prescrita em receituário simples, em
duas vias e conter o nome completo, idade e sexo do paciente.
Todos estes dados devem ser preenchidos pelo prescritor. Entretanto, nos casos em que a
receita não contenha os dados de idade e sexo do paciente, estes poderão ser preenchidos pelo
farmacêutico responsável pela dispensação.
A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia carbonada ou de uma cópia simples da
primeira via, não sendo obrigatória a inscrição “segunda via”.
No caso de receitas apresentadas em duas vias não carbonadas e não identificadas, caso avalie
necessário, o farmacêutico responsável poderá identificar como “primeira via” e “segunda
via” cada uma das cópias apresentadas:
No caso de receitas em que a segunda via é uma cópia carbonada, o farmacêutico responsável
poderá fazer uma cópia da via carbonada, que será retida juntamente com a via carbonada
para fins de fiscalização.
A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva atender essencialmente ao que foi
prescrito. Desta maneira, sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade
exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação
comercial fracionável, conforme a RDC nº 80/2006 (medicamentos fracionados).
4
1 Artigo 24 da RDC nº. 20/2011: Caberá à área técnica competente da ANVISA a adoção de medidas
ou procedimentos para os casos não previstos nesta Resolução.
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Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de
inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao
tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao
prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente. Assim, devido à
escassez de especialidades farmacêuticas no mercado brasileiro que possam atender a
posologia prescrita, esta conduta promoverá uma melhor relação risco-benefício para o
paciente e a sociedade.
A dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos casos estritamente
necessários, uma vez que este procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente,
elevando o risco de automedicação, bem como gerando conseqüências em relação ao descarte
de medicamentos.
Nestes casos, o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da frente (anverso) de ambas
as vias da receita, com a descrição somente do(s) medicamento(s) efetivamente dispensados.
Com a primeira via em mãos, o paciente pode procurar outro estabelecimento para adquirir
o(s) medicamento(s) restante(s), sendo que o farmacêutico ou o paciente deve fazer uma
cópia5 da primeira via para sua retenção e atestar o novo atendimento em ambas às vias.
O procedimento também é válido para os casos em que o paciente consegue obter apenas
parte dos medicamentos no setor público e necessite adquirir o restante prescrito em
farmácias/drogarias privadas.
A maneira adequada é que a receita seja retirada na casa do paciente e conferida pelo
farmacêutico na farmácia/drogaria. Caso a receita esteja corretamente preenchida, deve ser
atestado o atendimento (carimbo), retida a segunda via e então a entrega poderá ser efetuada.
5
Cópia da receita poderá ser aceita nos casos de uso prolongado e prescrição de mais de um medicamento por receita
que não podem dispensados/adquiridos em um único estabelecimento público e/ou privado. Do contrário a receita
deverá sempre conter duas vias conforme descrito no artigo 5º, do Capítulo III.
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A RDC nº 20/2011 permite a devolução ou troca de antimicrobianos somente por motivos de
desvios de qualidade do medicamento, condição esta que impeça o tratamento completo pelo
paciente. Desta forma, é aceitável a devolução caso o paciente, ao abrir a caixa do
medicamento, perceber que a embalagem possui quantidade inferior ao descrito na
embalagem ou que o produto apresenta características estranhas, caracterizado como desvio
de qualidade. Nestes casos, se for verificada pelo farmacêutico a pertinência da devolução,
deve-se proceder conforme descrito no art. 20 da RDC nº 20/2011.
Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente poderá realizar todas as
compras no mesmo estabelecimento ou comprar em locais diferentes a cada mês.
Caso todas as compras sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o farmacêutico deve reter
a segunda via da receita no primeiro atendimento e atestar cada dispensação mensal na parte
da frente (anverso) de ambas as vias.
Caso o paciente opte por comprar em outra farmácia ou drogaria, a cada compra o
farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento prolongado (conforme art.
8º) e 5 que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do paciente e
atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias.
A RDC nº 20/2011 estabelece que em 180 dias a Anvisa deve publicar o cronograma para
credenciamento e escrituração no sistema. Porém, a fiscalização pelas vigilâncias sanitárias
locais quanto aos procedimentos de exigência e retenção da receita nos estabelecimentos
farmacêuticos deve continuar sendo realizada, independentemente do início da escrituração a
ser estabelecida em tempo hábil pela ANVISA.
Ressaltamos que para essas receitas não são necessário dados de idade e sexo, uma vez que
estes dados não são de interesse para o monitoramento fármaco-epidemiológico, previsto na
RDC nº 20/2011, a ser realizado somente com os medicamentos prescritos para uso humano.
Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita para uso veterinário
(prescrita por médico veterinário registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária –
CRMV) e dispensar o medicamento com a retenção da segunda via da receita para posterior
controle pela vigilância sanitária.
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5.3. Formulário da Pesquisa
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5.4. DOCUMENTO ENTREGUE A SECRETARIA DA SAÚDE
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