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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

15/6/2004

Em 12 de Novembro de 2003, os Governos de 12 Estados


europeus, de Marrocos, da Argélia e da Tunísia assinaram uma
convenção destinada a combater os incêndios florestais.
Dela constavam, designadamente, a formação de uma força
de bombeiros multinacional de intervenção rápida, a constituição de
um fundo financeiro comum e a obrigação de qualquer dos Estados
parte de extraditar os autores do crime de fogo posto para o estado
em cujo território ele tivesse sido cometido.
O Governo português aprovou a convenção sob a forma de
acordo, emitindo a seguinte reserva: que Portugal em caso algum,
aceitaria a utilização de meios aéreos da força de intervenção, vindos
do exterior, sem a sua prévia autorização.
Só a Espanha objectou à reserva, considerando-a
incompatível com o objecto e os fins da convenção, a qual,
entretanto, começaria a vigorar em 15 de Janeiro de 2004.
Em 30 de Março, aquando de um primeiro incêndio da Serra
da estrela, viria a ser capturada Jovino, cidadão espanhol, a atear
um flagrante incêndio. Mas, libertado sob caução fugiria para o seu
país e a Espanha recusaria o pedido português de extradição, por
entender que Portugal não era parte na convenção.
Por outro lado, em 15 de Abril, Demétrio cidadão português
residente em França, viria a ser acusado de lançar fogo a uma mata
perto de Nice; e, tendo sido encontrado em Portugal, aqui foi aberto
o necessário processo de extradição.
Demétrio suscitou, porém a questão da constitucionalidade
da convenção, alegando violação dos arts.33º, 161º e 164 da Lei
Fundamental. E, após recurso, o Tribunal Constitucional
reconheceria procedentes as suas razões.
Perante estes factos, a Tunísia solicitou ao Tribunal
Internacional de Justiça que emitisse parecer sobre se Portugal, a
Espanha e a França podiam considerar-se partes na convenção.

Aprecie as questões jurídicas suscitadas por este caso.


II

Responda a três e só três, das seguintes questões:

.../...

-2-

A) Um Estado pode invocar legítima defesa contra uma


intervenção das Nações Unidas?

B) O princípio da complementaridade no estatuto do Tribunal


Penal Internacional

C) Por que razão se diz que o Direito internacional dos direitos do


homem é um Direito
De “geometria variável”?

D) O Tribunal Constitucional pode declarar com força obrigatória geral


a desconformidade
de uma lei com um tratado internacional?

Fim
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

7 de Janeiro de 2002

Portugal, Andorra, a Itália, a Espanha e a França assinaram


uma convenção em 15 de Setembro de 2001, aberta a outros
Estados até 31 de Dezembro do mesmo ano, de combate ao
terrorismo, estabelecendo, entre outras medidas, a possibilidade
de as autoridades policiais das partes terem acesso às contas
bancárias de eventuais suspeitos e de, se necessário,
comunicarem uma às outras os resultados assim obtidos.
A convenção não exigia ratificação. Mas, em Portugal, o
Presidente da República recusou assinar o decreto de aprovação,
invocando discordância com alguns termos da convenção.
Por isso, o Conselho de Ministros deliberou submetê-la à
Assembleia da República, a qual a aprovaria, formulando na
altura, a seguinte reserva: que, quando se tratasse de cidadãos
portugueses, o acesso às suas contas bancárias implicava decisão
judicial.
Como o Presidente da República ao fim de 20 dias não
tivesse assinado a resolução, o Presidente da Assembleia da
República mandou-a publicar no Diário da República.
Tendo tido conhecimento destes factos, o Governo italiano
comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português
que Portugal não podia considerar-se parte da convenção.
Pouco depois, o Governo francês, ao aprovar a convenção,
declarou estar de acordo com a posição italiana a respeito de
Portugal.
Em 20 de Dezembro, viria a Bélgica também assinar a
convenção. Mas mais nenhum Estado viria a vincular-se-lhe.
Hoje, sabe-se que a Espanha se havia dirigido ao Tribunal
Internacional de Justiça, pedindo que este esclarecesse qual a
situação de Portugal perante a convenção.
Como deve o Tribunal decidir?

II

Responda a três, e só três , das seguintes questões:

A. A protecção internacional dos direitos do homem como


expressão de um mínimo ético universal;

B. O problema da sucessão de Estados quanto a tratados como


problema do equilíbrio entre os princípios da soberania e da
segurança jurídica;

C. Sentido e e dificuldades da ingerência humanitária;

D. O fundamento do costume internacional.

Fim

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

11 de Janeiro de 2002

Foi assinado um tratado entre Portugal, a Espanha,


Marrocos, Cabo Verde, a Mauritânia e o Senegal destinado à
protecção da fauna marítima no Atlântico Oriental entre os
paralelos 15 e 45.
O tratado instituiu uma autoridade de fiscalização e
orientação, com sede no Funchal, com poder para estabelecer
quotas de pesca nessa área e para aplicar sanções aos infractores,
fosse qual fosse a nacionalidade do navio ou da embarcação.
Os Estados signatários comprometeram-se a pôr meios
navais e aéreos à disposição daquela autoridade e a submeter
quaisquer litígios ao Tribunal Internacional de Justiça.
O tratado, que não foi registado, estaria aberto a qualquer
Estado do mundo.
A Mauritânia , ao ratificar o tratado, declarou que só
aceitaria a presença nas suas águas territoriais de navios de guerra
estrangeiros mediante autorização expressa a conceder caso a
caso.
Por seu lado, Marrocos afirmou ter o direito de perseguir até
onde fosse necessário qualquer grupo da Frente Polisário que
desencadeasse ataques no Saara Ocidental.
O Japão, o Reino Unido, a Russia e a Guiné-Bissau
comunicaram a adesão ao tratado através do Governo português,
seu depositário.
Pouco depois, deu-se um grave incidente envolvendo a
Noruega, o Reino Unido e a Mauritânia.
Um navio de guerra britânico entrou em águas da
Mauritânia para capturar um baleeiro norueguês que
desobedecera à sua intimação para parar. A Mauritânia exigiu a
saída do navio de guerra, mas o comandante negou-se a fazê-lo por
considerar a Grã-Bretanha não vínculada pela declaração do
Governo mauritano atrás mencionada
Um avião vindo da Mauritânia bombardeou o navio
britânico, provocando dois mortos, o que levou o Governo de
Londres a pedir a intervenção do Conselho de Segurança das
Nações Unidas.
Por 9 votos (incluindo a Grã-Bretanha) e 6 abstenções
(incluindo a China, a França e a Rússia), o Conselho condenou a
atitude da Mauritânia como agressora.
Não se conformando com esta decisão a Mauritânia,
apoiada pela Noruega ( que invocou o art.34º e seguintes da
Convenção de Viena de 1969), levantou a questão perante a
Assembleia Geral. E esta, por 80 votos a favor, 60 votos contra 18
abstenções, deliberou pedir ao Tribunal Internacional de Justiça um
parecer sobre a situação.

Aprecie as posições jurídicas de todos os Estados


referidos e o modo como o Tribunal Internacional de Justiça
deve decidir.

II

.../...

-2-

Responda a três, e só três, das seguintes questões:


A. Sentido da ressalva das disposições mais favoráveis de
Direito interno, no Direito internacional dos direitos do
homem;

B. Relações entre o Estatuto do Tribunal Penal Internacional e o


jus cogem ;

C. Sentido do artº2º, nº6 da Carta das Nações Unidas;

D. Diferenças entre os tribunais em Direito interno e os


tribunais em Direito internacional.

Fim
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

25/5/2001

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma


convenção destinada a reforçar a defesa do património cultural da
humanidade, na qual se previa, designadamente, a possibilidade de
o Conselho de Segurança decretar sanções contra os Estados que
destruíssem ou ameaçassem destruir monumentos e bens
artísticos.
A convenção entraria em vigor quando 50 Estados a tivesses
adoptado.
Invocando a circunstância de 49 Estados já a terem adoptado
e invocando urgência por causa dos acontecimentos no
Afeganistão, o Governo português aprovou a convenção, tendo de
imediato o Presidente da República procedido à sua ratificação,
embora ressalvando a sua não aplicação a gravuras e inscrições
provenientes da Idade da Pedra.
Entretanto, agravando-se a situação naquele país, o Conselho
de Segurança, por 8 votos a favor e 7 abstenções, decidiu constituir
uma missão especial, com apoio militar, para salvar os últimos
vestígios de arte budista ali existentes.
Mas o Governo dos talibãs acaba de fazer saber que
responderá pela força a qualquer tentativa de entrada da referida
missão no seu território, ao mesmo tempo que anuncia ir pedir um
parecer ao Tribunal Internacional de Justiça acerca da validade da
resolução do Conselho de Segurança.
Por outro lado, em Portugal, 50 Deputados acabam de pedir
ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade da
convenção, por violação dos arts. 7º e 161º, alínea i) da
Constituição.

Quid juris?

II

Responde a duas , e só duas, das seguintes questões:

A. O problema do fundamento do Direito Internacional;

B. O acesso dos indivíduos ao Tribunal Europeu dos Direitos do


Homem;
C. O problema da sucessão de Estados;

D. Em que medida uma concepção monista das relações entre


ordem internacional e ordem interna exprime uma visão
positivista e estatista do Direito?

Fim

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

5/6/2001

Tendo em conta a gravidade do tráfico de droga, em Portugal,


a Espanha, o Reino Unido, a França, Cabo Verde e Marrocos
assinaram uma convenção por força da qual eram constituídos,
para lhe dar combate, um serviço de informações e uma força naval
conjunta autorizada a entrar nas áreas territoriais dos Estados
partes.
A convenção foi aprovada, em Portugal, pelo Governo,
invocando o art.198º, nº1, alínea c) da Constituição, tendo o
Presidente da República anexado à assinatura do respectivo
decreto a menção de que o novo instrumento internacional, em
caso algum, poderia colidir com os poderes próprios das
autoridades marítimas portuguesas.
No dia seguinte ao da publicação do decreto, 27 Deputados à
Assembleia da República solicitaram ao seu Presidente a sujeição
imediata da convenção a debate e a votação, mas o Presidente
rejeitou o pedido por extemporâneo e por colidir com o princípio da
boa fé nas relações internacionais.
Em face desta decisão, os mesmos Deputados requereram ao
Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade.
Por outro lado, a Espanha, ao tomar conhecimento da
declaração produzida pelo Presidente da República de Portugal,
veio a ela objectar, ao mesmo tempo, que afirmava não poder
aceitar a participação na força naval conjunta de quaisquer navios
britânicos com base em Gibraltar – o que, entretanto, foi vivamente
contestado pela Grã-Bretanha.
Tendo em conta os problemas assim surgidos, a França,
depositária da convenção, solicitou ao Secretário - Geral das
Nações Unidas que não registasse a convenção e que pedisse ao
Tribunal Internacional de Justiça um parecer acerca das posições
perante ela de Portugal e da Espanha.
Quid juris?

II

Responda a duas, e só duas, das seguintes questões:

A. Em que medida a Carta das Nações Unidas pode ser


considerada uma Constituição?

B. As organizações internacionais possuem domínio reservado?


E estão sujeitas a reconhecimento?

C. A função prospectiva do Direito internacional dos direitos do


Homem.

Fim

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

14/9/2001

Há limites materiais às emendas à Carta das Nações Unidas?


( 3v)

II

Questões respeitantes a acordos em forma simplificada podem ser objecto


de referendo? (3v)
III

O Presidente da República pode formular reservas ao ratificar um tratado


internacional? (2v)

IV

A União Europeia é uma organização internacional? (2 v)

Vantagens e riscos da criação do Tribunal Penal Internacional . (3v)

VI

O uso da força na evolução do Direito internacional ao longo do séc. XX


(3v)

VII

Protecção internacional dos direitos do homem e globalização. (4 v)

Fim

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICA

6 de Junho de 2000

A globalização é favorável ou contrária ao desenvolvimento ou


contrária ao desenvolvimento do Direito internacional?

II

O Presidente da República está sujeito a algum prazo para ratificar


tratados internacionais?
III

As ratificações imperfeitas, na Convenção de Viena de 1969 e na


Constituição portuguesa.

IV

Operações de paz e intervenções humanitárias: semelhantes e


diferenças.

O problema das duas Chinas é um problema de reconhecimento de


Governo ou um problema de reconhecimento de Estado?

VI

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem equivale a um jus


cogens regional?

Fim

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICA

27 de Maio de 2000

Podem ser revogadas reservas e objecções a reservas? E


aceitações de reservas também podem ser revogadas?
II

Pode haver a sujeição a referendo de questões objecto de


acordo internacional?

III

Pode haver controlo da conformidade de normas


comunitárias com a Constituição?

IV

O princípio da continuidade do Estado e a responsabilidade


internacional.

Sentido do principio da exaustão dos meios internos de


protecção no Direito internacional dos direitos do homem.

VI

Comente a seguinte frase:


«Por detrás do dualismo ( nas relações entre ordem internacional
e ordem interna), depara-se, no fundo ou na prática, a
exclusividade da ordem juridica estatal...
Inversamente, o monismo postura o pluralismo de ordens
juridicas.»

Fim
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICA

13 de Setembro de 2000

I - O papel da codificação na transformação recente dos sujeitos de


direito internacional.(3v)

II - As reservas a tratados constitutivos de organizações internacionais.


( 3v)

III- A evolução do Direito da guerra do século XIX para o século XX. (3v)

IV- O Tribunal Internacional de Justiça pode anular um tratado por


contrário ao jus cogens?(4v)

V- O art.277, nº2 da Constituição portuguesa: sentido e limites. ( 3v)

VI- Relações entre a protecção internacional dos direitos do homem e a


justiça criminal internacional. ( 4v)

Fim

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