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Resumo
Leishmanioses
Diagnóstico
O diagnóstico das leishmanioses, por vezes, torna-se complicado devido a patologia clínica
da doença que se manifesta de forma variada. Inicialmente o diagnóstico se baseava nas
manifestações clínicas, geográficas e epidemiológicas do paciente, mas com o advento de
técnicas laboratoriais, o diagnóstico se tornou mais preciso (AKHOUNDI et al, 2017).
2. Análise histopatológica
Através da obtenção de biopsias da borda das lesões ativas, as seções podem ser coradas
com corantes específicos para observação da morfologia. Em casos de Leishmaniose
Cutânea, é possível observar atrofia ou hiperplasia com um infiltrado inflamatório
constituído de macrófagos, linfócitos e células plasmáticas, além de apresentação de
áreas de necrose (AKHOUNDI et al, 2017).
3. Cultura de células
4. Testes Imunológicos
5. Técnicas Moleculares
Além da busca por testes mais rápidos, fáceis e cômodos para os pacientes, também é
necessário a busca por técnicas mais sensíveis e específicas, que possam ajudar no
diagnóstico e minimizar erros. O estudo de proteínas úteis para o diagnóstico é bastante
realizado, Carvalho et al (2017), avaliaram uma proteína hipotética da Leishmania, LiHypA,
para o desenvolvimento de um ensaio imunoenzimático (ELISA), utilizando o antígeno
recombinante desta proteína. O resultado para o diagnóstico demonstrou que o ELISA
desenvolvido foi mais sensível e específico do que o ELISA convencional já existente no
mercado, concluindo que esta proteína pode ser um candidato para o diagnóstico da
leishmaniose (CARVALHO et al. 2017).
Assim como nas técnicas moleculares, o diagnóstico para as leishmanioses pela técnica de
ELISA, oferece vantagens em relação a utilização em larga escala, além da sensibilidade e
especificidade obtida no método (HENRY et al, 2017). Link, et al (2017), ao pesquisar novos
antígenos para a leishmaniose cutânea através da técnica Phage Display, identificou três
peptídeos de Leishmania braziliensis com peso molecular entre 76 e 150 kDa, após testes
presumiu-se umas das proteínas apresentava homologia com a glicoproteína GP63, presente
na superfície do parasita sendo relacionada a fatores de virulência, o que por vezes dificulta
na resposta imune do hospedeiro. Os resultados deste estudo demonstraram que os peptídeos
encontrados podem servir como moléculas para o desenvolvimento de um novo teste ELISA
para o diagnóstico da leishmaniose, além de ser promissores na imunoproteção, pois os
peptídeos demonstraram ser imunogênicos ao induzir produção de anticorpos anti-peptídeos
em animais utilizados no teste (LINK et al, 2017).
Por ser uma doença mais negligenciada, a falta de pesquisa e financiamento para novos
diagnósticos, mais rápidos e precisos dificultam a terapia, que na verdade, deveria ser
realizada de forma urgente, já que a doença pode se manifestar de maneira crônica e causar
deformidades, afetando não só o físico, mas características psicossociais do paciente
(WIJERATHNA et al, 2017).
Tratamento
Ainda não existe uma vacina efetiva no controle da doença, assim como, os medicamentos
são escassos e precários, devido a falta de atenção para o desenvolvimento de novas terapias
no caso das doenças negligenciadas (OLIVEIRA et al, 2009).
Algumas outras drogas como miltefosina, paramomicina e pentamidina têm sido utilizadas
no tratamento e obtido sucesso a depender da forma clínica da doença. Antifúngicos como
fluconazol e itraconazol, por vezes também são utilizados para complementar a ação das
drogas de primeira escolha (WIJERATHNA et al, 2017).
Um longo caminho ainda deve ser percorrido nas pesquisas relacionadas a leishmaniose em
humanos, tanto para a obtenção de novos métodos de diagnóstico quanto para o tratamento,
para conseguir o combate da doença. Uma das ferramentas para a contenção da doença, ainda
é um desafio, diversos estudos estão buscando o desenvolvimento de uma vacina segura,
eficaz, estável e de baixo custo, esta inovação poderá mudar a realidade desta doença que
há muito tempo está incluída como uma doença negligenciada.
Referências
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