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Fogo nos olhos

de Jesus
Asher Intrater

Três vezes, em contextos diferentes, no livro de Apocalipse,


a Bíblia afirma que Jesus tem fogo nos olhos. Queremos examinar
cada uma delas.

1. O fogo do amor apaixonado


“Voltei-me para ver quem falava comigo [...] e, no meio dos
candeeiros, um semelhante a filho de homem. [...] A sua cabeça e
cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como cha-
ma de fogo; [...] o seu rosto brilhava como o sol na sua força” (Ap
1.12-16).

O texto diz que Jesus tem fogo nos olhos. Quero afirmar, po-
rém, que o fogo não vem de seus olhos! João não viu uma peque-
na chama saindo dos olhos de Jesus; o que viu foi uma pequena
fogo nos olhos de Jesus

abertura em sua alma, uma janelinha que mostrava o fogo intenso


que o consumia inteiramente por dentro.

Em Lucas 12, Jesus disse: “Um fogo está ardendo dentro de


mim, e quero que saia para alcançar toda a Terra. Estou muito an-
gustiado para que isso aconteça” (veja Lc 12.49,50). Ele estava an-
sioso para que o fogo saísse e começasse a arder fora dele assim
como já ardia em seu interior.

Desejo, anseio, paixão

A primeira coisa que esse fogo representa é um desejo; um


desejo de amor. Quando andamos com Deus, temos paixão, desejo,
forte anseio por ele. É impossível ficar passivo, pois desejamos amar
mais ao Senhor, ansiamos conhecê-lo, queremos que pessoas sejam
salvas, sentimos angústia quando a presença dele não se manifesta.
A dificuldade é que todas as forças deste mundo colaboram para
roubar nosso desejo por Deus. Somos bombardeados por estímulos
que querem aumentar o desejo por comida, sexo, dinheiro, confor-
to e comodidade. Deus quer que tenhamos desejo só por ele, por-
que, quando temos esse tipo de paixão, as outras coisas nos “serão
acrescentadas”.

O desejo por Deus já é o próprio fogo que passa a arder em


nosso interior. Para a igreja de Laodiceia, Jesus disse: “Eu não quero
que sejam mornos, quero que sejam quentes! É melhor ser frio do
que morno!” Na verdade, Deus não quer que sejamos frios, mas
quem está frio pelo menos sabe que não está quente. O problema
da mornidão é que a pessoa pode enganar-se, achando que está
quente quando não está.

Se você vier para a reunião só para continuar morno, é preferí-


vel não vir. “Vá para o mundo e descubra se você ama ao mundo ou
a mim. Não pode me amar e amar ao mundo também. Decida-se:
você quer amar a mim ou ao mundo?”

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fogo nos olhos de Jesus

Conflito com o mundo

Ainda no texto de Lucas 12, Jesus disse: “Não pense que eu só


vim para trazer paz ao mundo. Meu fogo vai causar divisão”. No fim,
o Reino de Jesus será cheio de paz, pois este é o desejo de Deus.
Porém, enquanto estivermos neste mundo dominado pelo mal, o
fogo de Deus dentro de nós vai causar confrontos e divisões. Se qui-
ser o fogo de Deus, você não poderá ter medo de confrontos ou do
que os outros vão dizer. O medo é uma das coisas que nos impedem
de ter o fogo de Jesus.

Os muçulmanos nos odeiam porque somos judeus, os judeus


nos odeiam porque cremos em Jesus, e o mundo nos odeia porque
cremos em Deus. Parece que estamos sempre caminhando no sen-
tido contrário. Isso não é fácil. É preciso ter o fogo de Deus para ir
contra o mundo. Se você tentar fluir com o mundo, seu fogo se apa-
gará. Isso acontece com muitas pessoas que dizem: “Eu amo Jesus,
mas não quero causar problemas; quero ficar bem com todos”.

Fogo interior, permanente

O que você acha que aconteceu no Pentecostes? De onde veio


aquele fogo? Para onde foi? Você acha que as chamas só aparece-
ram sobre a cabeça dos discípulos e depois desapareceram, como
um isqueiro que pode ser aceso e apagado? Não! Aquelas chamas
vieram de Jesus, do seu interior, saíram de seus olhos e vieram sobre
os discípulos pelo Espírito Santo.

E para onde foi o fogo? Não ficou parado ali sobre as cabeças,
pois quem iria querer o fogo ali? Veio inicialmente sobre a cabeça,
mas fluiu para o interior de cada um. Jesus quer que o mesmo fogo
que está nele esteja dentro de mim e de você. Não como uma ex-
periência que dure uma hora ou duas, mas como algo permanente,
que entre no seu interior e lá permaneça. Ele quer que você seja
quente para ele, que tenha fogo desde a cabeça até os pés, que as
pessoas vejam o fogo de Jesus em seus olhos.

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fogo nos olhos de Jesus

Um ano após minha conversão, fui a uma reunião de reencon-


tro com minha antiga turma do high school (ensino médio). Eram
pessoas que cresceram comigo, com quem ia para festas – e que
não sabiam do meu encontro com Jesus. Como eu havia sido o pre-
sidente da classe, no meio da reunião pediram-me para dar uma
breve palestra. Levantei-me e compartilhei o meu testemunho de
salvação. Um jornalista do Washington Post que estava presente fez
a seguinte afirmação em sua reportagem: “O presidente da classe
levantou-se no meio da reunião e começou a pregar sobre Jesus;
havia fogo em seus olhos!” Aleluia! Eu era um cristão convertido há
apenas um ano!

Um Deus que se revela progressivamente

Nessa primeira ocasião em que Jesus mostrou fogo nos olhos,


ele apareceu para João, seu amigo mais próximo, o discípulo ama-
do. O propósito do fogo, aqui, não era outro a não ser revelar amor,
amor apaixonado por João. João era seu melhor amigo, aquele que
recostou em seu peito na última ceia da Páscoa. João era tão pró-
ximo que conheceu Jesus melhor do que qualquer outra pessoa no
mundo. Mesmo assim, não conhecia metade de quem Jesus era.

Tirando o véu, Jesus deixou toda a sua glória aparecer. João


caiu como morto diante dele. Se fosse qualquer outra pessoa, teria
sido consumida num instante ao vê-lo. João era o único que podia
sobreviver àquela experiência, mas até ele ficou tão chocado ao ver
Jesus em todo o seu poder e paixão que desmaiou.

A Bíblia toda, do início ao fim, é uma revelação de Jesus. Nos


evangelhos, que relatam a primeira manifestação clara dele na
Terra, temos apenas uma visão parcial de quem ele é. De acordo
com Filipenses 2, quando Jesus nasceu nesta Terra para aproximar-
se de nós, ele assumiu um corpo sem fogo e sem glória. Do contrá-
rio, ninguém poderia ter conversado com ele sem ser consumido.

Foi exatamente isso o que aconteceu quando ele des-


ceu no Sinai, não em corpo humano, mas em glória, como fogo
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fogo nos olhos de Jesus

consumidor: todos ficaram tão assustados que se afastaram. Foi


preciso encobrir-se com a nuvem, e só Moisés teve fé suficiente
para chegar perto e conversar com ele.

Pense um pouco sobre esse encontro em Apocalipse 1.


Ninguém havia visto Jesus daquela forma. João foi o primeiro ser
humano a falar com ele face a face em toda a sua glória. O úni-
co que podia suportar isso era ele, o melhor amigo de Jesus.
Provavelmente, João estava orando e jejuando, sentindo saudade
de Jesus: “Ó Senhor, tu és meu melhor amigo, eu te amo, tenho pai-
xão por ti. Onde tu estás, quero te ver, vem para mim, Senhor Jesus,
quero te ver em toda a tua glória!”

“Você tem certeza?”, Jesus respondeu. “Então, aqui estou!” Pelo


menos um ser humano estava pronto para vê-lo.

Acendendo a lâmpada finalmente

O fim de toda a revelação da Bíblia é o livro do Apocalipse.


Nos evangelhos, você ainda tem uma revelação limitada. É como
mostrar a alguém que não conhece a lâmpada uma lâmpada apa-
gada. A pessoa pensa que agora sabe o que é, mas, enquanto não
vê uma lâmpada ligada, ela não sabe de verdade. Nos evangelhos,
vemos Jesus ainda como uma lâmpada que não está ligada, mas, no
Apocalipse, vemos quem ele realmente é.

A descrição de Jesus em Apocalipse 1 é quase uma citação di-


reta de Daniel 10.5-6. Com isso, Jesus estava dizendo algo surpre-
endente para João e para todos os que viessem a receber a mesma
revelação: “Veja, eu sou a mesma pessoa que Daniel contemplou
em sua visão, a mesma que Ezequiel viu na coluna de fogo, a mesma
que Moisés viu na sarça ardente. Sou o Todo-poderoso anjo do Deus
vivo, aquele que seus antepassados viram! João, até agora você não
entendeu quem eu sou, ninguém entendeu, mas é o último livro da
Bíblia, e preciso lhe mostrar agora, porque, do contrário, não entra-
rá na Bíblia! Eu sou o Primeiro e o Último, sou El Shaddai, o Deus
Todo-poderoso, o Início e o Fim!”
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fogo nos olhos de Jesus

Sabem o que nossos antepassados do Antigo Testamento vi-


ram? Viram uma coluna de fogo que ia à frente da congregação no
deserto! Contudo, não era simplesmente uma coluna de fogo, era
Jesus! O fogo estava saindo dele, cobrindo-o com fumaça. Não era
fogo, era a glória de Deus! A glória de Deus saía dele, ele estava lá!

Agora Jesus estava se revelando a João e dizendo-lhe:


“Ninguém entendeu isso, nem os profetas do Velho Testamento,
nem os apóstolos do Novo, mas eu preciso revelar agora quem eu
sou. Eu sou o Deus que apareceu aos seus antepassados, às vezes
na forma de homem, às vezes como fogo ardente. Alguns correram
porque não suportaram a glória, mas agora estou dizendo: venha,
venha para perto, aproxime-se de mim, porque meu fogo é para
você. Se você me amar de todo o coração, do jeito que eu o amo,
meu fogo não irá machucá-lo. Pelo contrário, sairá de mim e entrará
em você para arder em seu interior com intensidade e paixão, exa-
tamente como arde em mim”.

A revelação de Jesus é um convite para conhecê-lo pessoal-


mente, para ser transformado, para ser glorificado e para tornar-
se como ele. Todo discipulado tem um só propósito do ponto de
vista divino: tornar-se como Jesus, conformar-se à sua imagem.
Em primeiro lugar, queremos ser conformados à revelação de
Jesus conforme ele é visto nos evangelhos, com todo o seu amor,
humildade, bondade e compaixão. Isso é o que precisa acontecer
primeiro. Porém, depois ele nos chama para conhecê-lo melhor.
“Vem”, ele nos convida, “tem mais. Não é só isso que eu sou! Se
quiser ser como eu, precisa receber o fogo também! É assim que
você será na eternidade!”

Na eternidade, teremos corpos glorificados. O plano de Deus,


explanado em Romanos 8, é que, depois de conhecê-lo antes de
você nascer, ele o chamou e o predestinou para ser justo (salvo),
santificado (sem pecado) e, finalmente, glorificado. Ele quer fazer
de você, num corpo ressurreto, um ser cheio de fogo, cheio de gló-
ria, cheio do poder de Deus. Ele quer que sejamos como Jesus em
tudo o que ele é. Esse é o primeiro tipo de fogo, o amor apaixonado
de Jesus.
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fogo nos olhos de Jesus

2. O fogo da santidade
O segundo tipo de fogo está em Apocalipse 2: “Ao anjo da igre-
ja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os
olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao bronze polido.
[...] Tenho contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si
mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza
os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sa-
crificadas aos ídolos” (vv. 18-21).

Aqui está o segundo tipo de fogo nos olhos de Jesus, o fogo da


santidade. Amor exige santidade, porque santidade é a ira de Deus
contra tudo o que tira o meu amor por ele. Se você ama o Senhor de
todo o coração, tudo o que fizer será santo. Quando, porém, você
fizer alguma coisa que o afasta do amor de Deus, você se contami-
nará, e Deus ficará irado.

O sentido da palavra santidade em hebraico é relacionado à


fidelidade no casamento. É como o marido que diz à esposa logo
após o matrimônio: “Agora você é dedicada somente a mim, você
é santa para mim, seu amor é só para mim!” Caso ela não mantiver
essa exclusividade, o marido ficará muito bravo. Qualquer homem
que não ficasse bravo com uma esposa adúltera nunca realmente a
amou. Quem ama exige todo o amor da pessoa amada, e é isso o
que Jesus quer de nós.

No contexto dessa passagem, Jesus está olhando para sua


Igreja. O primeiro encontro foi somente entre Jesus e João, que o
amava de todo o coração. O segundo é com uma igreja cheia de
carnalidade que dizia: “Nós servimos ao Senhor, temos todos os mi-
nistérios, temos muitas obras, muita paciência, estamos cumprindo
todo o nosso dever”, embora estivesse permitindo que o mundo en-
trasse com suas paixões e imoralidade. Por isso, Jesus estava irado.

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fogo nos olhos de Jesus

Cobiça e fogo são incompatíveis

Uma vez, o Senhor me repreendeu. “Sabe por que você não


tem mais fogo?”, ele me perguntou. “É porque você tem muita co-
biça em seus olhos. Você não pode ter os dois. Se você tiver 50%
de cobiça, não poderá ter 100% do fogo de Deus. Você precisa ter
100%.”

Quero me dirigir aos homens agora. As mulheres também têm


cobiça nos olhos, mas não tanto quanto os homens. Homem, se
você quiser o fogo de Deus , será preciso tirar a cobiça do mundo.
Não pode ter os dois. Ou você tem o fogo de Deus, ou a cobiça deste
mundo. É preciso receber o fogo de Deus para queimar dos olhos
toda a cobiça deste mundo.

Você olha para uma pessoa ou para uma imagem que o induz
a cobiça e pensa: “Eu não deveria continuar olhando”. Mas você não
consegue vencer cobiça por esforço humano. Quanto mais tenta
parar, mais quer continuar. A Bíblia já nos avisou a respeito disso.
O único jeito de escapar é por meio do fogo nos olhos de Jesus,
transmitindo seu desejo, sua santidade, sua paixão. Se quisermos
ser quem Deus quer que sejamos, não poderemos contemporizar
com o mundo.

De todas as coisas do mundo que impedem o nosso amor e a


nossa aliança com Jesus, há uma que sobressai: o espírito de Jezabel.
Jezabel foi uma mulher que realmente existiu há quase 3 mil anos.
Mas não era ela, obviamente, que estava na igreja de Tiatira. O nos-
so problema não é com ela, mas com o espírito que atuava nela e
que está cada vez mais forte no mundo hoje. Na verdade, é o espí-
rito dominante no mundo ocidental, o espírito de humanismo, de
adultério, imoralidade e cobiça. Está em todo programa de televi-
são, toda propaganda, todo filme, todo show de moda. Precisamos
lutar contra isso, porque não queremos que a cobiça do mundo nos
roube o fogo de Deus. Queremos o fogo de Deus em nossos olhos,
não a cobiça do mundo.

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fogo nos olhos de Jesus

Castigo para os santos

Observe outra coisa importante aqui: Jesus está repreenden-


do uma igreja, verdadeiros crentes. Não são pessoas que vão para o
inferno. São pessoas que estarão no paraíso por toda a eternidade.
Jesus está dizendo: “Eu amo vocês, e vejo que estão me servindo.
Mas há algo que estão fazendo errado, e vou repreendê-los”.

Há um segredo aqui que você precisa conhecer. Um dia, você


estará em pé diante do tribunal de Cristo. Nem todo castigo é ser
condenado para o inferno. Há outro tipo de castigo para os santos.
Jesus não vai mentir, não vai dizer que está contente com você quan-
do não está. Pode ser que ele diga: “Eu amo você, meu filho. Você
tem vida eterna. Vi suas boas obras, vi como me serviu. Mas olhe
para mim agora: houve coisas que lhe ordenei que fizesse, e você
não fez, e outras que lhe ordenei que não fizesse, e você continuou
fazendo. Você não fez minha vontade”.

Só o fato de ouvir isso dele já é um castigo. Não quero ter de


ouvir isso no Dia do Juízo. Quero ouvir: “Você é um discípulo bom
e fiel”. Não quero ouvir: “MAS tenho algo contra você”. Quero me
arrepender agora, para que não haja nenhum “porém”, nenhuma
exceção. Penso que seria melhor ir para o inferno por algumas horas
do que ouvir essas palavras. Discipline-me agora! Dê-me uma sur-
ra! Queime-me! Não quero ouvir palavras de desaprovação naquele
dia.

Ele está dando tempo para nos arrependermos agora.


Precisamos enfrentar o fogo nos olhos de Jesus. Podemos olhar para
ele e dizer: “Jesus, quero ver o fogo nos teus olhos agora, quero que
queimes qualquer coisa que estiver em mim, a cobiça deste mun-
do, a contemporização com a carne. Livra-me de tudo isso, põe tua
santidade em mim, põe o teu fogo. Não quero ficar envergonhado
quando estiver diante de ti. Olha para mim, agora, com o fogo dos
teus olhos, e queima tudo para que não permaneça nada de Jezabel,
nada de ocultismo ou imoralidade. Nada deste mundo em mim!”

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fogo nos olhos de Jesus

3. O fogo da destruição
O terceiro tipo de fogo está em Apocalipse 19, na cena que
mostra Jesus na segunda vinda. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo
branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro, e julga e pe-
leja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo... E seguiam-no
os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos... Sai da sua
boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo
as regerá com cetro de ferro, e pessoalmente pisa o lagar do vinho
do furor da ira do Deus Todo-poderoso” (vv. 11-15).

Em todas as três situações, é o mesmo fogo. Jesus só tem um


fogo, mas a forma em que atua depende da situação específica. Se
você tem amor total e apaixonado por Jesus, você terá o fogo que
João recebeu. Se você serve a Jesus, porém com um amor contami-
nado por paixões carnais, o fogo que virá sobre você será o fogo da
santidade. Porém, há ainda um terceiro tipo de fogo reservado para
aqueles que resistem, que se rebelam, que têm um coração duro
para com o Senhor. É o fogo de destruição, de castigo eterno. Nessa
descrição, vemos que Jesus voltará para julgar e fazer guerra.

Só o juiz pode ser salvador

Jesus é um juiz (como um juiz de tribunal) e um general de


exército. Quando ele voltar, fogo sairá dele para consumir aqueles
que o rejeitaram. Não será o fogo de amor apaixonado, mas de cas-
tigo eterno. Em sua primeira vinda, ele tomou sobre si o nosso cas-
tigo. Nós é que merecíamos ser castigados, mas ele assumiu a nossa
pena. Na segunda vinda, porém, ele não assumirá mais o castigo.
O castigo virá sobre aqueles que rejeitaram a graça de Deus e será
executado pelo próprio Jesus. Se você não consegue entender isso,
é porque não sabe, de fato, quem é Jesus.

Se Jesus não fosse juiz, como poderia ser o Salvador? Se não


fosse juiz, não teria autoridade para perdoar. O juiz é precisamen-
te aquele que tem autoridade para castigar ou perdoar. Se Jesus

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fogo nos olhos de Jesus

perdoa pecados, ele também tem autoridade para castigar. Do con-


trário, a morte na cruz não teria sentido. Somente o juiz tem o direi-
to de perdoar. Ele morreu na cruz como sacrifício por nossos peca-
dos, mas está voltando como juiz e guerreiro.

Fogo sobre justos e injustos

O fogo que sairá dele cobrirá toda a Terra. Será como no dilú-
vio de Noé, só que em vez de cobrir a Terra com água, desta vez será
com fogo. O fogo de Deus sairá dele e transformará todo o nosso
planeta; queimará as montanhas, as pedras, as cidades e os campos.
Tocará todas as pessoas também. Se você já tem o Espírito Santo,
o fogo de Deus já está ardendo em seu interior. Quando o fogo da
segunda vinda atingir o seu corpo, ele será transformado, em um
instante, num corpo glorificado, e você será arrebatado nos ares
para encontrar-se com o Cristo triunfante. Dessa forma, você estará
pronto para governar e reinar com ele para sempre.

Esse mesmo fogo, contudo, atingirá os descrentes também e


os queimará. Serão expulsos da Terra, juntamente com os demô-
nios, e condenados para o inferno, para o lago de fogo. O fogo de
Deus sairá de seu trono, por meio de Jesus, e transformará o mun-
do, queimará o diabo, destruirá os rebeldes e transformará os justos
em pessoas glorificadas.

O fogo que vai julgar, transformar e consumir na vinda de Jesus


é o mesmo fogo que ele quer que tenhamos agora. Nós também
queremos o seu fogo agora, não depois. Queremos que a transfor-
mação do nosso interior seja feita desde já.

Pense nisto: quando Jesus expulsava os demônios, o que eles


diziam? “Vieste castigar-nos antes da hora?” Sabe por que diziam
isso? Porque viam a mesma coisa que João viu no Apocalipse, o fogo
em seus olhos. Para João, era o apaixonado amor de Jesus por ele,
mas os demônios viram os mesmos olhos chamejantes e sentiram o
fogo do inferno. Pensaram: “É o fogo! Ele já veio para nos castigar!”

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fogo nos olhos de Jesus

Por isso, o importante não é o que você diz quando vai ex-
pulsar um demônio, mas se tem o fogo de Deus. Se não tiver, o de-
mônio vai ignorá-lo. Mas se tiver o mesmo fogo que está em Jesus,
os demônios fugirão imediatamente, porque não suportam o fogo.
Eles sabem o que esse fogo significa.

Quando Jesus veio pela primeira vez, ele abriu mão de sua gló-
ria, da manifestação visível do fogo. Na segunda, porém, ele se reve-
lará plenamente, com toda a sua glória e com fogo intenso. Agora é
o tempo de buscar o fogo dele a fim de estar preparado para o fogo
da segunda vinda!

Esta mensagem foi adaptada de uma pregação dada por Asher


Intrater na cidade de Jundiaí, SP, em fevereiro de 2012.

Foi publicada originalmente na revista IMPACTO, edição 71, de


abril de 2012.

Primeira impressão neste formato: abril de 2015

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