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Curso de Extensão na Área da


Pedagogia
Aspectos Lúdicos e Jogos

Professor (a):___________________________________
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PROGRAMA DA DISCIPLINA

DISCIPLINA: ASPECTOS LÚDICOS: JOGOS E ARTES

EMENTA: A importância do papel pedagógico no jogo. Jogos em grupo, artes e


Processos criativos na Educação. O brincar. Vínculo efetividade. As inter-relações.
Analise de casos vivenciais de recreação, criação de jogos para dificuldades de
aprendizagem.

TEXTOS/Vídeo
 Princípios para o uso de jogos na intervenção psicopedagógica (Texto)
 Vídeo – A arte e o lúdico na educação das crianças

METODOLOGIA:
 Exposição do conteúdo;
 Discussão
 Estudo Dirigido
 Desenvolvimento de jogos e produtos artísticos

AVALIAÇÃO:
 Síntese crítica
 Debates colegiados
 Prova (escrita)
 Assiduidade e participação

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INTRODUÇÃO

Sabe-se que o lúdico deu início à muitas relações culturais que influenciaram a arte e,
paralelamente o design. Percebe-se que aspectos históricos geram ações culturais que refletem
na sociedade.

Os signos, sejam eles visuais e/ou verbais passam de geração em geração e evoluem
de maneira mais ou menos irrisória, inconsciente e conscientemente, se relacionando
conforme a necessidade de seu tempo.

A arte não foi apenas a representação do momento vivenciado pelo artista, foi
também formadora de opiniões através de signos visuais. Sendo assim, entende-se que muitas
áreas como arquitetura, design, e até mesmo a engenharia possuem fortes raízes nos conceitos
artísticos. Percebe-se que a arte suscitou signos que geraram questionamento e adaptações que
são utilizados hoje para teorizar, produzir e planejar produtos, entre estes, os jogos. O artista
Pieter Bruegel (1527-1569) fez uma conexão entre jogo e arte de forma mais explícita, e, por
isso, é adotado como um exemplo forte para defender e exemplificar esta associação. Bruegel
questiona e demonstra em sua obra “Jogos Infantis”, a importância da ludicidade no
desenvolvimento do homem, não apenas como forma de representação social, mas também
como atividade pedagógica e comportamental, estabelecendo a relação trabalho-jogo. Neste
enfoque evidencia-se um movimento cíclico, onde o jogo precipita ações e recebe influências
das vertentes por ele iniciadas.

Definição do Conceito do Jogo

A palavra “jogo” é definida nas línguas ocidentais, de maneira muito vaga, como
sendo um objeto, que associado à ludicidade e à brincadeira, traz distração a crianças e/ou
adultos. Nosso ensejo é abranger e decifrar mais precisamente o que se entende por jogo,
bem como explicitar o que possibilitou a associação entre jogo, arte e design. Huizinga (2000)
afirma que pesquisando a etimologia e a semântica da palavra jogo, não se encontrou sua
identidade em um único significado que permanecesse em todas as línguas. No latim tem-se o
termo ludus, e em suas vertentes lingüísticas herdadas, encontram-se os sinônimos mais
abrangentes para os termos que se originaram a partir deste. No dicionário de Língua
Portuguesa1 depara-se com verbetes correlatos como “lúdico” e “ludo”. O primeiro adjetivo
se refere aos jogos e brinquedos ou jogos públicos antigos; o segundo é um substantivo
masculino que remete à espécie de jogo de tabuleiro. Percebe-se que o adjetivo é mais amplo,
enquanto o substantivo é mais específico, mas ambos referem-se ao ato de jogar.
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Aprofundando-se nos significados destes verbetes nas línguas nascentes do latim, notam-se
várias definições que colocam esta ação sob diversos pontos de vista. Por exemplo, no
italiano, nomeado como gioco2, o termo possui os seguintes sinônimos: farsa, engano, truque,
artifício, partida, competição. Esta acepção é utilizada para denominar jogo até os dias de
hoje, e acredita-se que se trata de um reflexo histórico. Sabe-se que a educação formal na
Idade Média, sob a égide da Igreja Católica era extremamente rígida, desprezando toda e
qualquer brincadeira. Esta marca permanece inclusive lingüisticamente. O cristianismo
primitivo, como Rosamilha (1979), na maior parte da história, condenou as diferentes
concepções de recreação. O mesmo autor afirma que a idéia errônea do jogo propagou-se ao
longo da história e os educadores do século XVIII acreditavam que a toda e qualquer forma
de jogo ou brinquedo deveria ser coibida, pois aprender estas práticas afastava as crianças de
Deus, manipulando erroneamente sua vida espiritual.

Na língua portuguesa existem expressões coloquiais que também remetem ao lado


subversivo do jogar: “fazer joguinho”, “estar brincando com alguém”, “brincar com fogo”,
“jogar com a pessoa”, “fazer alguém de joguete ou fantoche”, colocações ligadas à valores
negativos como manipulação. Todavia no francês, jouer3, além de jogar, pode significar
mover ou funcionar, apontando para um sentido muito mais prático e positivo. Já o espanhol
possui a expressão hacerjuego4, que denota combinação, conotando a relevância do objeto
lúdico como junção entre cognição e divertimento, realidade e subjetividade. Para Rosamilha
(1979) encontra-se nos dicionários de ciências do comportamento, a palavra jogo no contexto
do verbete “necessidades”, o jogar como sendo um dispositivo de conduta pró-social, situando
o papel do ludismo como salutar para o desenvolvimento humano.

De acordo o mesmo autor, constata a presença de vocábulos variados relativos ao jogo


e ao ludismo em várias línguas da cultura ocidental, e suas significações amplas, de precisão
muito relativa, constituem uma indicação da necessidade de melhor caracterização de seus
atributos. Matos (2006) explica que a idéia de diversidade é muito presente numa tentativa de
definição de jogo, dado seu caráter fortemente subjetivo e a pluralidade cultural envolvida e
presente no processo. A complexidade de uma possível definição de jogo e a amplitude de
ações. que poderiam ser consideradas como tal, acabam revelando um caráter fortemente
cultural das ações possíveis e suas futuras compreensões.

O jogo é entendido sob vários pontos de vista de acordo com o objetivo de quem o
utiliza. Entre outros, para um artista, é uma oportunidade de representação reflexão e/ou
questionamento; para um educador, ele é um material didático; para um psicólogo, um
material terapêutico (ludoterapêutico); para o fabricante, um produto; para o designer, um
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projeto; para os pais, uma distração para os filhos. Segundo Löbach (2001) qualquer um que
fale ou escreva sobre design tem que levar em consideração, no mínimo, quatro pontos de
vista: o do usuário, o do fabricante, o social e o do designer. Observa-se uma analogia clara
entre design e jogo, afinal se o jogo é percebido de várias maneiras cabe ao design entender
estas visões e adaptá-las, atendendo a todas, tornando o jogo o mais satisfatório possível.

O Jogo e suas Origens

Percebe-se, que historicamente é intricado distinguir os jogos de danças como o


carnaval, de ritos religiosos, lutas, porque estas atividades têm ações imaginárias e simbólicas
que derivaram do ludismo ou brincadeira. Contudo, atualmente estas atividades não são
consideradas jogos, pois geraram suas próprias ramificações tendo conceitos e características
próprias.

Assim, nota-se que determinar o surgimento do jogo é uma tarefa complicada. Optou-
se, por uma abordagem mais reflexiva para compreender sucintamente a evolução dos jogos.
Huizinga (2000) inicia este assunto dizendo que o lúdico é mais antigo que a cultura, pois
esta, mesmo em suas definições menos rigorosas, pressupõe que a sociedade humana a
iniciou. O autor contesta esta hipótese baseando-se nos animais, observando quenestes
também brincam entre si, atentando ao fato de quanto mais evoluído o animal, maisntempo
ele dedica às atividades lúdicas. De tal modo, acredita-se que embora o fator lúdico tenha
dado início a muitas açõesnculturais, ele também se moldou por meio delas, se adequando e
se adaptando.

Para Brougère (1998) a oposição do jogo ao trabalho é muito antiga, analisada por
Aristóteles, este filósofo atribuía ao jogo o sair da seriedade e aplicava a ele uma utilidade
social. O jogo desabrocha como um rito social, que exprime a coesão do grupo, mesmo que
ocorressem oposições internas, estas manifestações lúdicas, resolviam o percalço em prol da
unidade do conjunto social perante o seu opositor.

Os grandes jogos públicos continham gravidade sociopsicológica: foi em volta deles


que se cristalizaram o sentimento cívico e o nacional. Durante os jogos, como os jogos
olímpicos na Antiga Grécia, não havia guerras, nem execuções capitais, nem penhoras
judiciais: era uma trégua geral. São conhecidos numerosos modelos de jogos: chineses,
indianos, egípcios, gregos, romanos, etc, que são a sua maneira, réplicas dos grandes jogos
públicos e reflexos dos mais variados aspectos das necessidades de cada época. Um exemplo
disso é o nascimento dos jogos eletrônicos e sua considerável expansão desde seu surgimento
no final do século XX.
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A permanência e aumento de complexidade, tipos e estudos deste tipo de jogo no


século XXI diagnosticam a busca pela adaptação à tecnologia. Logo se conclui que o ludismo
encontra vários suportes, mas está sempre presente no decorrer da história da humanidade.

Uma referência da presença lúdica no homem desde a Idade Média e o Renascimento


está na abordagem adotada pelo artista Pieter Bruegel, dos países baixos, que representou de
maneira mais clara a conexão entre fator lúdico e arte, ressaltando sua importância nas
relações culturais e nos aspectos sociais.

Tendências de jogo no contexto educacional: raízes e práticas atuais

O jogo é concebido e utilizado no contexto educacional para o atendimento de


diferentes metodologias e finalidades. O estudo das vertentes permite a compreensão de
concepções que sustentam ou negam o jogo como recurso pedagógico.

Para a análise das tendências pedagógicas de jogo, no contexto educacional, tomamos


como referência básica o texto do eixo Brincar, publicado pelo MEC – Ministério de
Educação e Cultura, no ano de 1998, na versão preliminar do Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil (RCNEI). Esse material foi divulgado e distribuído para análise e
sugestões e
resultou na versão final do RCNEI (BRASIL, 1998a).

A partir do início do século XIX, estudiosos assumiram o jogo como objeto de


investigação científica e elaboraram pesquisas que procuraram compreender e explicar a
importância desse tipo de tividade, na vida dos homens e dos animais. Segundo o Documento
(BRASIL, 1998b), várias dessas teorias, somadas àquelas elaboradas antes desse marco
histórico, continuam influenciando as tendências e concepções atuais do jogo.

O jogo como recurso pedagógico

Novos desafios surgem constantemente aos que atuam e se dedicam à educação.


Estamos passando por mudanças que atingem todos os setores da sociedade, como surgimento
cada vez mais acelerado de novas tecnologias, facilidade e rapidez de acesso à informação e o
avanço do conhecimento científico. Porém, a escola, sendo uma instituição social destinada à
educação das novas gerações, não consegue manter seus professores atualizados e resolver os
inúmeros problemas contemporâneos, como evasão escolar, dificuldade de aprendizado, falta
de disciplina e pouca motivação dos professores e alunos. O ser humano deve estar preparado
para enfrentar essas transformações, principalmente no campo da educação, que será mais
exigente e complexa:
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A educação será mais complexa, porque cada vez sai mais do espaço físico da sala de
aula para muitos espaços presenciais e virtuais; porque tende a modificar a figura do professor
como centro da informação para que incorpore novos papéis como os de mediador, de
facilitador, de gestor, de mobilizador. Desfocalizará o professor para incorporar o conceito de
que todos aprendemos juntos, de que a inteligência é mais e mais coletiva, com múltiplas
fontes de informação. (MORAN, 2004, p. 32).

Apesar de algumas instituições buscarem novas metodologias com o propósito de


reformulação do sistema escolar, muitas ainda estão focadas no ensino tradicional, que têm o
professor como o centro, o sujeito ativo, responsável pela transmissão do conhecimento de
forma mecânica; e o aluno, o sujeito passivo, que não pode contestar ou participar, apenas
decorar o conteúdo aplicado pelo professor. O professor deve atuar como mediador do
processo ensino-aprendizagem; o ensino deve estar centrado no aluno, ou seja, o ensino que
leva o aluno a construir seu próprio conhecimento Carvalho (2003).

As universidades têm papel fundamental na formação do professor, mas não pode ser a
única opção. A formação continuada é uma exigência para os tempos atuais. A busca por
aperfeiçoamento e novos conhecimentos para enriquecer a prática pedagógica, seja a partir de
cursos, oficinas, seminários, palestras ou pós-graduação são instrumentos que irão contribuir
não só no trabalho do docente, mas também trará resultados positivos na qualidade do ensino.

A formação contínua, como define Almeida (2005 apud GARCIA, 1995) pode ser
entendida como sendo o conjunto de atividades desenvolvidas pelos professores em exercício
com objetivo formativo, realizadas individualmente ou em grupo, visando tanto o
desenvolvimento pessoal como ao profissional, na direção de prepará-los para a realização de
suas atuais tarefas ou outras novas que se coloquem.

Nesse contexto, a partir da formação continuada, sobretudo dos cursos de capacitação²,


o professor poderá se preparar para utilizar uma ferramenta que se mostra cada vez mais
eficiente no processo educativo, o jogo, que como recurso pedagógico traz novas
possibilidades à prática educativa. Além de possibilitar o desenvolvimento de diferentes
habilidades, também proporciona ao professor uma forma de dinamizar seu trabalho e
despertar no aluno o prazer de aprender.

O Jogo e suas possibilidades

Além das várias possibilidades e funções atribuídas ao jogo, Wittizorecki (2009, p. 73-
74) contempla alguns valores que podem ser alcançados utilizando os jogos:
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• VALOR FÍSICO: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de trabalhar


as propriedades motoras, como a força, a resistência, a velocidade, a flexibilidade, o equilíbrio
e a coordenação, além das habilidades motoras básicas, como correr, saltar, lançar, balançar-
se.

• VALOR PSÍQUICO: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de


externar tensões emocionais, possibilitando um efeito catártico nas vivências, além de
experimentar diferentes papéis e lugares: liderar ou ser liderado, foco na individualidade ou
na coletividade, o fato de vencer ou perder, de ter êxito ou fracasso, de exercer a tolerância
consigo e com o outro.

• VALOR INTELECTUAL: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de


analisar e enfrentar desafios e problemas de diferentes complexidades que exijam a
construção de variadas respostas e alternativas, estimulando, assim, as funções cognitivas do
indivíduo.

• VALOR SOCIAL: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de


ampliação do espaço social da criança, em função da interação, convivência e dos laços
estabelecidos com outros sujeitos que com ela brincam, incorporando e reconstruindo pautas
sociais de relacionamento;

• VALOR EDUCACIONAL: nessa perspectiva, o jogo, por meio do planejamento do


adulto, representaria a possibilidade de organizar intencionalmente a aprendizagem de
normas, valores e conteúdos. Nesse caso, não estamos nos referindo ao jogo como sinônimo
de brincar.

Ao vislumbrá-lo intencionalmente com seus valores educativos, o enquadramos em


outra classe como jogo pedagógico. Também em função dessas possibilidades que os jogos
proporcionam, dando destaque para os jogos cooperativos, nos quais os objetivos são comuns,
as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos (BROTTO, 2011), é
importante aproveitá-los como uma alternativa para a diminuição da violência, falta de
disciplina e evasão escolar. Oliveiras (1998 apud CORREIA, 2006 p. 46-47) apresenta os
jogos cooperativos como capazes de diminuir as manifestações de atitudes agressivas e de
aproximar as pessoas uma das outras e também da natureza, em razão de suas características,
que são:

• não valorizam o fato de ganhar ou perder;


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• evitam a eliminação de participantes, procurando manter todos incluídos até o fim do


jogo;

• procuram facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras;

• procuram evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo.


Cavallari (2006 apud BROTTO, 2001, p. 56) faz uma comparação entre as formas de
percepção, vivência e ação dos jogos competitivos e jogos cooperativos:

O jogo é uma atividade física e mental que desenvolve diferentes capacidades.


Almeida (2003, p. 119) relembra que os jogos não são fins mas meios que completam e
devem ser somados ao trabalho do educador e para facilitar a aplicação dos jogos visando o
desenvolvimento de diferentes capacidades ele os agrupou da seguinte forma:
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• Jogos de interiorização de conteúdos. Objetivos: desenvolver a atenção,


memorização, raciocínio, criatividade, valores éticos, agilidade motora.

• Jogos de expressão, raciocínio, interpretação e valores éticos. Objetivos: desenvolver


a memória, a linguagem oral, a sociabilização, valores éticos, criticidade e o raciocínio.

• Jogos de cooperação, integração, expressão corporal, comunicação e coordenação


motora. Objetivos: união, inclusão, raciocínio rápido, desenvolvimento das habilidades
motoras, comunicação e criatividade.

O jogo tem papel fundamental no desenvolvimento do ser humano e pode ser utilizado
como uma ferramenta eficiente no processo educativo. Como destaca Melo (2008) ao falar
sobre o jogo em sala de aula, o aluno aprende inconscientemente, pois a diversão alivia a
pressão escolar e a necessidade constante de dominar o conteúdo – a pressão escolar é
substituída pela descontração e os resultados são mais expressivos. Muitos professores
sonham em ter seus alunos com vontade de ir para escola, querendo aprender mais, sem que
seja uma obrigação. Mas o que os professores estão fazendo para que isso se torne realidade?

Para atingir esse fim é preciso buscar novas metodologias de ensino, repensar o
conteúdo e as práticas pedagógicas; substituir a rigidez e a passividade imperantes no
processo ensinoaprendizagem por métodos que reforcem o amor pela vida, pela alegria, pelo
entusiasmo de aprender e seduzir os seres humanos para o prazer de conhecer. Deve-se ter
consciência do significado de educar.

Conforme ressalta Dallabona e Mendes (2004, p. 110) “Educar é um ato consciente e


planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo. É seduzir os seres
humanos para o prazer de conhecer. É resgatar o verdadeiro sentido da palavra “escola”, local
de alegria, prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento.” Torna-se cada vez mais
necessário resgatar o prazer no trabalho, na educação e na vida.

Utilizando o jogo como recurso pedagógico o professor trabalha mais feliz, e como
afirma Dallabona e Mendes (2004 apud MARCELLINO, 1990, p. 126) “É só do prazer que
surge a disciplina e a vontade de aprender.” Para que se tenha um bom aproveitamento e
resultados satisfatórios na utilização dos jogos é preciso ter algum conhecimento prévio das
características e necessidades de cada faixa etária (Tabela 1), saber como aplicar e mediar o
jogo. Wittizorecki (2009, p. 88) nos alerta para os fatores que devem ser evitados nos jogos:
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ELIMINAÇÃO DOS PARTICIPANTES: a eliminação pode trazer uma sensação de


frustração nos participantes, deixando-os na condição de observadores, quando o fator
participação é primordial.

DISCRIMANAÇÃO: seja de ordem sexual, étnica, religiosa ou outra qualquer, é


importante que os estigmas não sejam reforçados nos jogos. Faz-se necessário evitar, por
exemplo as “brincadeiras de meninas” e “brincadeiras de meninos”, de modo a favorecer a
igualdade de oportunidades e de papéis, devendo o professor problematizar os estereótipos de
gêneros em voga nos diferentes jogos.

DIREÇÃO AUTORITÁTIA: o professor não deve se colocar como eixo central da


aula, possibilitando um espaço para que todos possam propor e dirigir a atividade em algum
momento.

A arte como viés no processo psicopedagógico

Na arte, emoção e cognição se interagem. Em espaço psicopedagógico, trabalhase


tanto a emoção, como o pensamento. Os recursos da arte podem colaborar para que os
conteúdos se elaborem, sejam significativos e prazerosos. É portanto, um espaço
construcional, de re-significação.
Segundo Allessandrini (1996, p. 29-30):
“A experiência artística, expressão da alma e da percepção que o
homem tem do mundo, apresenta-se como recurso importante para
ampliar a aprendizagem daquele que se relaciona com o outro, e
aprende a partir dessa relação. [Considera também] ...a linguagem da
arte importante na expressão da atividade cognitiva do aprendiz.”

É fundamental que o psicopedagogo tenha um olhar sensível para compreender os


processos internos da sua criança, para nortear a sua práxis e sua ação construtiva, porque
através do fazer criativo, pode potencializar a ação do aprendiz, levando-a a acreditar em sua
competência adormecida, resgatando sua auto-estima e também oportunizar o
redimensionamento do aprender.
A psicopedagogia trabalhada através da arte, permite descobertas internas que nutrem
a essência do aprender de forma prazerosa, do sentir, do tocar, do misturar, do agregar, do
colar, do juntar, do modelar, do esculpir, do traçar, do dançar. É apostar na habilidade manual
em sintonia com o prazer do sentimento, do afeto (esta força interna que faz crescer...), que
constrói um mundo de significados e significantes. Um mundo de cores, de palavras, de
pensamentos e de ações. De vida tecida e construída em alicerce de afeto cognitivo.
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Nas inter-relações, os aspectos afetivos e cognitivos juntam-se em um corpo de


conhecimentos que penetram o universo da formação dos conceitos e da construção cognitiva.
O uso de recursos expressivos e artísticos para trabalhar criança com problemas de
aprendizagem, ampliam propostas psicopedagógicas porque enriquecem as vivências, abrem,
permeiam e fecham atividades de movimentos, expressão e consciência corporal.
Através do fazer-criativo a criança se entrega, se envolve e se mobiliza para a
reconstrução do fazer, do criar, do descobrir, do aprender, pois “O trabalho de arte
passa pela mente, pelo coração, pelos olhos, pela garganta, pelas mãos; e pensa e
recorda e sente e observa e escuta e fala e experimenta e não recusa nenhum momento
essencial do processo poético” (Bosi,1985, p. 71).

Barbosa (1991, p. 4) afirma que “Arte não é apenas básico, mas fundamental na
educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite. É cognição. É profissão. É uma
forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é
conteúdo.”

Aprendizagem e desenvolvimento

Na concepção de Piaget, a aprendiz agem situa-se ao lado oposto do desenvolvimento,


pois geralm ente é provocada por situações criadas pelo educador ou é determinada por uma
situação interna. Sendo a aprendizagem estimulada, portanto se opõe à espontaneidade.
Portanto, entende-se que a aprendizagem é decorrente de uma mudança interna do
indivíduo.
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Desta forma, a aprendizagem depende em grande parte da motivação: as necessidades


e os interesses da criança são mais importantes que qualquer outra razão para que ela se
ligue a uma atividade. Ser esperta, independente, curiosa, ter iniciativa e confiança na sua
capacidade de construir uma idéia própria sobre as coisas, assim como exprimir seu
pensamento com convicção são características que fazem parte da personalidade integral da
criança. (FRIEDMAN, 1996)
Piaget estudou basicamente as origens do conhecimento nas crianças. Acreditava que
o conhecimento se forma aos poucos nos indivíduos, que o constroem progressivamente no
decorrer de uma atividade de adaptação. Assim a criança se mantém na tarefa e no processo
de aprendizagem com maior motivação e desejo de crescimento pessoal quando sente que
pode vencer obstáculos, sugerindo, portanto, a existência de uma ordem lógica e progressiva.
A dificuldade crescente que a criança irá sentindo, com o domínio corporal no espaço
e no tempo, e simultaneamente com a combinação de movimentos grossos ou globais, e com
os movimentos finos e assimétricos, como requerem as habilidades específicas, dependendo
de um longo processo de maturação e das experiências vividas nas diversas formas de
aprendizagem motora (DE MARCO, 2006)
Desta forma o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado a
um processo geral de embriogênese, que diz respeito ao desenvolvimento do corpo, do
sistema nervoso e das funções mentais, tratando-se de um processo de desenvolvimento total.
Em outras palavras, desenvolvimento é “um processo que se refere à totalidade das estruturas
de conhecimento”. (FRIEDMAN, 1996, p. 57)
Neste sentido entende-se que o desenvolvimento é a principal causa para formação dos
conhecimentos e que acontece de uma interação entre o sujeito e o meio. Para entendermos
como se desenvolve o conhecimento, se faz necessário partirmos da idéia central de operação,
que compõem um conjunto de ações que transformam o objeto e capacitam o sujeito a
construir as estruturas de transformações.
Portanto, para se conhecer um objeto é preciso agir sobre ele, modifica-lo,
transformá-lo, compreender o processo dessa transformação e o caminho pelo qual o objeto é
construído. O substituto lúdico de um objeto pode ter com esse uma semelhança muito menor
do que a que tem um desenho com a realidade que representa. Mas o substituto lúdico oferece
a possibilidade de ser manuseado tal como se fosse o objeto que ele substitui. O pré-escolar
escolhe os objetos substitutos apoiando-se nas relaçõesreais dos objetos [...] (MUKHINA,
1995, p. 156)
Apesar de sabermos que há fatores natos que determinam os diversos aspectos do ser
humano, não há como negar que as interações em que o indivíduo estabelece no meio
originam seu modo de ser no mundo.
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Segundo Piaget (PIAGET; INHELDER, 1993) a criança não herda sua inteligência de
forma definitiva e acabada, mais sim trás em sua bagagem genética, possibilidades
hereditárias na forma de estruturas biológicas, que lhe permitirão o surgimento de certas
estruturas mentais.
Portando, não herdamos nossa inteligência, mas sim um organismo que vaiamadurecer
em contato com o meio ambiente. Dessa interação organismo-ambiente resultarádeterminadas
estruturas cognitivas (engramas) que vão funcionando de modo semelhante durante toda a
vida da criança. O autor ressalta também os estímulos sociais, que são os conceitos, tarefas e
comportamentos que são passados por pessoas de uma determinada cultura que costumamos
chamar de aprendizagens sociais.
Assim, a criança adquiri conhecimentos que advém do seu contato humano constante e
contínuo. Portanto, se torna evidente que essa fase do desenvolvimento humano é amplamente
adequada para implementação de atividades que visam à estimulação da criança. (DE
MARCO, 2006)
Para Vigotsky, ao brincar a criança reproduz nas atividades adulta de sua cultura e
ensaia seus futuros papéis e valores. Desta forma, dá oportunidade para o desenvolvimento
intelectual da criança. No jogo a criança começa a adquirir estímulos e as habilidades e
atitudes necessárias à sua participação social, a qual só poderá ser atingida completamente
mediante a convivência com seus companheiros da mesma idade e também com os mais
velhos. Nos jogos a criança adquiri e inventa regras. Vigotsky (1989, p. 148), traça um
paralelo entre o brinquedo e a instrução escolar afirma que ambos criam uma “Zona de
Desenvolvimento Proximal”, definindo como: [...] A distância entre o desenvolvimento real,
que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através de solução de problemas sob a orientação de
um adulto ou em colaboração de companheiros mais capazes.
Diante destes contextos, o brinquedo e a instrução escolar a criança organiza
habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis, que passará a introduzir. Durante as
brincadeiras, todos os aspectos da vida da criança convertem-se em temas de jogos, portanto
na escola, o conteúdo a ser lecionado como papel do adulto especialmente treinado para
ensinar, deve ser cuidadosamente planejado para atender as reais necessidades da criança.
Dante (1998, p. 49) destaca que as atividades lúdicas podem contribuir
significativamente para o processo de construção do conhecimento da criança. Vários estudos
a esse respeito vêm provar que o jogo é uma fonte de prazer e descoberta para a criança [...]
Desta forma, estudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento infantil vêm salientando a
importânciado jogo no universo da criança, pois as mesmas brincam grande parte do seu
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tempo, e o jogo constitui um dos recursos mais eficazes de ensino para que a criança adquira
conhecimentos sobre a realidade.
Os jogos com fins educativos são instrumentos eficientes se aliadas ao trabalho
pessoal e criativo do educador, para transformar espaço da escola em troca de idéias e
vivências, de expressão lúdica de acordo com a realidade com a qual trabalha, segundo os
interesses e expectativas dos educados, buscando criar condições de superar os limites, de
compreender a complexidade da realidade, de aprimorar sua capacidade comunicativa e
ampliar de forma significativa, sua inserção no espaço em que vive.
Os conhecimentos advindos de uma interação lúdica, com toda a sua gama de aspectos
afetivos e cognitivos que os caracterizam, têm um valor especial para a criança pequena, visto
que o caráter da genuidade da interação torna-os também mais genuínos, pois emergem das
possibilidades concretas e virtuais dadas pelos parceiros. (OLIVEIRA, 1996, p. 43)
Quando os jogos educativos são utilizados como recurso pedagógico com um fim que
não se encerre em si mesmo, eles perdem o caráter do brincar pelo brincar, pois a sua atenção
deve estar voltada para os efeitos e resultados dando prioridade à aprendizagem. Aqui a
atividade lúdica busca interagir com os conteúdos que estão sendo trabalhados pelo professor
funcionando, nesse contexto, como um instrumento que vai tornar o ensino-aprendizagem
uma atividade prazerosa, que facilite o aprendizado dos alunos em uma perspectiva que este
possa pôr em jogo toda a sua capacidade intelectual nesse processo.

Diferentes enfoques sobre o jogo

As atividades lúdicas podem contribuir significativamente para o desenvolvimento


intelectual, motor e afetivo-social da criança, fazendo-a ter vontade de aprender mais, pois
além do jogo ser educativo, este proporciona momentos de alegria, prazer, fantasia e
descontração Friedman (1996, p. 11) nos faz está análise da seguinte forma:
Sociológico: a influência do contexto social no qualos diferentes grupos de crianças
brincam;
Educacional: contribuição do jogo para o desenvolvimento e aprendizagem das
crianças;
Psicológico: o jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique,
das emoções e da personalidade dos indivíduos;
Antropológico: a maneira como o jogo se reflete, em cada sociedade, os costumes e a
história das diferentes culturas;
Folclórico: analisando o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas
gerações e de como é transmitido através dos tempos.
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O jogo é fundamental na formação do ser humano e possui uma grande importância


como elemento educacional, pois segundo Friedman (1996, p. 66), o jogo desenvolve
algumas dimensões tais como:
O desenvolvimento da linguagem: a linguagem é uma forma de se comunicar e se
expressar, um meio, portanto de interagir socialmente;
O desenvolvimento cognitivo: o jogo dá acesso a um maior número de informações;
O desenvolvimento afetivo: o jogo dá oportunidade da criança expressar seus afetos e
emoções;
O desenvolvimento fisco-motor: a interação da criança com ações motoras, visuais,
táteis e auditivas sobre os objetos do seu meio é essencial para o desenvolvimento integral;
O desenvolvimento moral: a construção das regras cria uma relação de respeito com
o adulto e com outras crianças.

Classificação dos jogos

Os jogos podem ser classificados em diferentes formas. No entanto, para o presente


estudo, adotaremos somente as que entendem os se coadunarem com os objetivos do mesmo.
Teixeira (1997, p. 34), classifica os jogos de três formas, de acordo com suas finalidades e
maneiras de jogar:
Sensoriais – são aquelas que ajudam a desenvolver os sentidos. Ex: cabra-cego, pois
neste jogo o sentido da audição é essencial;
Raciocínio – desenvolve o raciocínio, ex: xadrez, palavras cruzadas entre outros;
Motoras - é aquelas que exigem a participação de todo o corpo, mais dependem
principalmente dos músculos, ex: pega-pega;

Para Machado (1986, p. 85), os classificam-se das seguintes formas:


 Grande jogo ou desporto - realizado com as equipes e com regras
internacionais e longa duração;
 Pequeno jogo de curta duração e de poucas regras - as regras dos jogos variam
de um lugar para outro, segundo os costumes do local.

São jogos motores ativos que convém a todas as crianças menores;


 Jogos dirigidos – apresentam características educativas e são orientados pelo
professor. São submetidos a regras e cumprimentos, havendo mais respeito aos direito
do companheiro, obedecendo a uma seqüência normal do seu processo do
desenvolvimento e crescimento;
18

 Jogo livre – são jogos escolhidos livremente pelo interesse do grupo;


 Jogos individuais – os jogadores agem sem companheiros. Esta forma de jogo é
própria das crianças pequenas entre dois a seis anos de idade;
 Jogos coletivos – são aqueles em que a presença do companheiro é de fundamental
importância.
Claparede e Groas (apud RIZZI; HAYDT, 1986, p. 10) adotam como critério
classificatório a função, e dividem os jogos em duas grandes categorias, que comportam
varias subdivisões:
1.Jogos de experimentação ou jogos de funções gerais.
 Jogos sensoriais (assobio, gritos, etc.);
 Jogos motores (bolas, corridas, outros);
 Jogos afetivos (amor e sexo);
 Jogos intelectuais (imaginação e curiosidade);
 Exercício de vontade (sustentar uma posição difícil o máximo de tempo
possível).
 Jogos de funções especiais
 Jogos de luta, perseguição, cortesia, imitação, jogos sociais e familiares;

Jean Piaget (apud RIZZI; HAYDAT, 1986, p. 11), também se dedicou à elaboração de uma
classificação de jogos, tendo utilizado anteriormente, os seguintes procedimentos:
 Observação e registro dos jogos praticados pelas crianças em casa, na escola e
na rua, tentado relacionar o maior número dos jogos infantis;
 A analise das classificações já existentes e aplicações dessas classificações
conhecidas à relação de jogos coletados;
Tendo adotando como critério classificatório o grau de complexidade mental, Piaget
verificou que existem basicamente três tipos de estruturas que caracterizam os jogos: o
exercício, simbólico e de regras. A partir dessas premissas, ele distribuiu os jogos em três
grandes categorias, cada uma delas correspondendo a um tipo estrutura mental.
 1-Jogo de exercício sensório motor;
 2-Jogos simbólicos (de ficção ou imaginação e de imitação);
 3-Jogos de regras.
As três classes de jogos (exercício, simbólico e regras) correspondem às três fases do
desenvolvimento mental ou cognitivo. Chateau (1987), afirma que há uma ordem de
aparecimento dos jogos, como fez Piaget.
19

Esses estágios incluem: jogos funcionais da primeira infância; jogos simbólicos que
aparecem pouco antes dos três anos; jogo de proezas que cobrem principalmente os primeiros
anos da escola primaria; jogos sociais que se organizam mais no fim da infância.

Jogos em grupo, artes e Processos criativos na Educação.

Visando desenvolver a pesquisa que investiga a brincadeira como o foco na construção


do processo do ensino e aprendizagem nas séries iniciais é fundamental destacar que ao
brincar a criança se desenvolve em vários aspectos que são prioridades para a formação
íntegra como ser humano autônomo inserido no contexto sócio-cultural.

Nessa perspectiva, a brincadeira é a principal ação que manifesta a essência da


aprendizagem significativa na vivência do aprendiz. Por meio da ação do brincar, a criança,
que naturalmente possui a característica da curiosidade, é inserida em um mundo de fantasia
proporcionado por elas e pelo próprio contexto; a formação do saber aprimora-se através
dessa prática importante.

Essa junção entre a formação da aprendizagem e a prática do brincar é pertinente para


o fornecimento de informações específicas, que têm como meta explorar conteúdos que
retratam a evolução da criança nesse contexto lúdico.

Ressaltando que o ensino por meio de palavras e representações simbólicas é


considerado conteúdo abstrato, ao romper com esse paradigma, valoriza-se o educando que
aprende brincando e se introduz o conteúdo concreto, através do qual a criança realiza
conexões com a aprendizagem momentânea e com seus pressupostos.

No ambiente educacional, as propostas pedagógicas devem atender às necessidades


infantis de acordo com cada fase de desenvolvimento da criança, com atividades que
explorem a imaginação, para haver a constante evolução da autonomia e autoconhecimento.

O brincar na aprendizagem

No âmbito da construção da aprendizagem, alguns jogos têm o propósito de auxiliar o


educando na aquisição da aprendizagem como os matemáticos e linguísticos. Já em outros
momentos, eles os auxiliam no desenvolvimento afetivo, físico-motor e social.

No entanto, o educador precisa respeitar o processo de cada um, para que o jogo não
se torne um momento obrigatório e sim que seja um momento prazeroso e com significado
20

cognitivo para o aluno. Quando o educador incentiva no educando o interesse nas pesquisas,
desenvolvimento de trabalhos em grupo, a busca pelas respostas através do lúdico, esse aluno
estará aprendendo de uma forma prazerosa a atividade proposta e, consequentemente, ao
assimilar esses novos conceitos terá uma aprendizagem cognitiva com êxito.

A atividade lúdica resulta em instrumento facilitador da aprendizagem; por meio


dessas atividades educacionais. Os jogos e brincadeiras para crianças de seis a sete anos
possibilitam a construção do seu próprio conhecimento; a interação entre várias culturas,
valores e costumes que estão a sua volta e ajudarão o educando a alcançar sua própria
autonomia.

O brincar permite que a criança tenha mais liberdade para criar, pensar e construir o
conhecimento por meio dessas atividades lúdicas, auxiliando no desenvolvimento de suas
habilidades.

O ensino e a aprendizagem através da ludicidade fazem com que a criança se aproprie


e reproduza o mundo adulto, despertando a curiosidade infantil e proporcionando a constante
busca pelo novo.

A Intervenção Psicopedagógica com os jogos

A utilização do jogo na intervenção psicopedagógica, primeiramente, requer um


ambiente acolhedor, prazeroso em que o paciente se sinta a vontade para estar criando e
desenvolvendo suas representações simbólicas.

Na terapia do brincar, o paciente constrói a aprendizagem a partir da interação dele


com o novo elemento, que por meio dessa ação o psicopedagogo proporciona o
desenvolvimento do cognitivo buscando a evolução do prazer para a aquisição de novos
saberes.

De acordo com Bossa (2007, p.110), a ação do jogar é o momento de observação nas
atitudes infantis para que haja a identificação de como a criança efetiva a ação do aprender
voltada para sua realidade escolar A atividade lúdica auxilia no diagnóstico e tratamento nas
dificuldades de aprendizagens, pois quando um paciente não desenvolve a habilidade de
jogar, há a identificação de explicitar o quanto é difícil para esse individuo construir o
conhecimento, necessitando de estímulos e tempo para se apropriar dessa prática saudável e
importante à ampliação do conhecimento social, afetivo, cognitivo e emocional.

Diante disso, jogos e brincadeiras irão contribuir para um enriquecimento intelectual e


a construção do conhecimento, ativando o processo cognitivo do aluno, proporcionando a
21

criação de oportunidades para a criança expressar suas ideias, ensinando a respeitar as


opiniões dos outros, promovendo assim a autonomia do infante.

Ao brincar, as crianças expressam seus sentimentos de medo, desejo, frustração e


angústia, dando espaço para a sua imaginação, além de fazer uso de sua própria criatividade
para inventar seus brinquedos, expondo o ato de conhecer suas potencialidades; para que haja
o auxilio no desenvolvimento da coordenação motora fina e grossa dos pacientes, estimulando
habilidades importantes para o processo de ensino-aprendizagem.

A aquisição do conhecimento, do desenvolvimento físico-motor, social e moral por


meio do lúdico, ampliam o contexto para sanar as dificuldades de aprendizagens rumo a uma
aprendizagem significativa.

Algumas situações de vivências e análises do jogo como recurso pedagógico

Os relatos apresentados, neste tópico, foram produzidos por professoras que


participaram com o autor de uma proposta de pesquisa-ação e que expunham nos seminários
os tipos de jogos realizados nas suas práticas educativas. Tais momentos eram utilizados para
trocas de experiências e informações e análise crítica dos referenciais teóricos que davam
suporte ao trabalho pedagógico nas instituições onde contemplavam o jogo como conteúdo.

Atividade 01: Mímica do chapéu Materiais: chapéu, aparelho de som e músicas com
ritmos variados.

Descrição: Alunos dispersos pela sala, ouvindo uma música; o professor de posse de
um chapéu, coloca-o na cabeça de um aluno. Este, ao receber o chapéu, deve dançar, criar
movimentos no ritmo da música, sendo imitado pelos demais participantes. Após um
determinado período, o chapéu é passado para um outro colega, que propõe o seu modo de
dançar, sendo imitado pelo grupo.

Relatório de observação: “Organizei o material necessário: aparelho de som, músicas


e um chapéu de praia; expliquei a brincadeira para as crianças do pré III, idade de 06 anos.
Iniciei a atividade e depois permiti que os alunos prosseguissem sem a minha intervenção
direta. Foi uma atividade muito significativa, pois cada criança se expressou da sua maneira
e fez gestos mais ou menos complicados. Já com a turma de pré I (4 anos) os alunos de posse
do chapéu, apenas imitavam o meu gesto e passavam rapidamente o chapéu. Nessa turma,
um outro fato me chamou a atenção, as crianças só passavam o chapéu para alguns que
estavam do seu lado, monopolizando a brincadeira e causando desinteresse no restante.
Parei a atividade e conversei com o grupo, analisando o que estava acontecendo. Depois a
22

atividade recomeçou e notei que desta vez houve uma maior participação dos alunos, na
recepção do chapéu.” (Ficha de observação)

A exposição da professora não provocou surpresa para a maioria dos participantes da


pesquisa. Explicaram que entendiam que a brincadeira deveria adequar-se ao nível de
desenvolvimento proximal da criança e como os estudos de Leontiev (1988) e Vygotsky
(1991) contribuíram para a compreensão do que ocorreu nessa situação. O que importa na
brincadeira ou no jogo é o processo e não o resultado. Ressaltamos, também, conforme
orienta Elkonin (1998), que a atividade lúdica é resultante de aprendizagem social, portanto,
cabe ao professor, no início, ensinar, ampliar a cultura lúdica e assessorar a criança; no
decorrer do processo, deixá-la realizar a atividade lúdica com autonomia, isto é, com menos
interferência possível.

O próximo exemplo apresentado é bastante ilustrativo quanto às diferentes formas de


comportamento das crianças nas situações lúdicas.

Atividade 02: Cachorro do Nicolau Material: um molho de chaves e uma venda para
tampar os olhos.

Desenvolvimento: Crianças formadas em círculo (gatos), estando um participante que


vai representar o cachorro, no centro, com os olhos vendados. Ao lado dessa criança, fica um
molho de chaves. O professor escolhe uma criança do círculo (gato), que tenta pegar o molho
de chave, sem ser notada pelo “cachorro do Nicolau”. Caso o cachorro ouça o barulho da
chave, deve latir e a criança volta para o seu lugar; caso consiga pegar as chaves sem ser
notado, volta para o seu lugar e esconde a chave, logo após, tira-se a venda do “cachorro” e
ele tentará descobrir qual a criança que foi ao centro. Caso não descubra, invertem-se os
papéis. A frase cantada: “O cachorro do Nicolau é cego, cuidado que ele ouve bem” foi
sugerida para acompanhar a atividade.

Relatório de observação: “Apresentei a brincadeira à turma do pré III que ficou muito
curiosa e ansiosa para realizá-la. No início, foi complicado, pois todos queriam ser o
cachorro e decidimos que a professora é quem escolheria o “cachorro”. Na primeira vez,
demorou para o cachorro pegar o gato, porém nas outras vezes, devido ao silêncio e à
atenção, o cachorro conseguiu ouvir o som da chave e afugentar o gato. Já no pré I, a
atenção voltou-se para o próprio cachorro que foi tocado o tempo todo e os alunos adoraram
vê-lo correndo de um lado para o outro, tentando pegá-los.” (Ficha de observação).

A modificação na forma de as turmas realizarem a mesma atividade lúdica não altera o


conteúdo do jogo. Apenas considerando o nível de desenvolvimento da criança, predominou
23

num determinado momento a imaginação num outro a regra, o interesse pelo produto. Foi
mais interessante para as crianças do pré I exercerem papéis de cachorro e gato do que
alcançar o resultado do jogo, que era pegar o molho de chaves. Explica Vygotsky (1991) que
o processo de evolu- ção da brincadeira processa-se de atividades em que há uma situação
imaginária clara e regras ocultas, para atividades com regras claras e uma situação imaginária
oculta, sendo que essas últimas surgem no fim da idade pré-escolar e se desenvolvem durante
a idade escolar.

Atividade 03: Escrita pictográfica Material: papel, lápis ou caneta. Desenvolvimento: a


criança escreve o seu nome, substituindo cada uma das letras por um desenho de alguma coisa
que comece com a letra substituída do nome. Os papéis são misturados e as crianças procuram
decifrar as escritas pictográficas. Turma: 4ª série

Relatório de Observação:“Apresentei a atividade que foi bem recebida pelas crianças.


Participaram da brincadeira com muita desenvoltura, sem nenhum tipo de problema. Após
um tempo brincando, propuseram alterações. A partir dessa atividade, os alunos sugeriram
uma outra forma de brincar com as letras, ao invés de desenhar o nome com a escrita
pictórica, escreveram o nome e desenharam, enfeitaram, deformaram as letras. Achei a idéia
muito interessante e a nova proposta estimulou a criatividade e a interação entre os alunos.
Percebi que propor atividades lúdicas às crianças não significa desvirtuar ou descaracterizar
este tipo de atividade, apenas enriquecemos o seu conhecimento sobre jogos e a partir das
novas atividades vivenciadas, eles podem criar outras. Muitas vezes reclamamos que as
nossas crianças não sabem mais brincar ou que brincam só de atividades violentas, o nosso
papel como educadores é ensinar atividades diversas, interessantes e demonstrar que
valorizamos e apreciamos tais brincadeiras.” (Ficha de observação).

Atividade 04: Saudação criativa Desenvolvimento: Crianças andam dispersas pela


sala; ao se encontrarem, param em duplas, frente a frente, e cada uma inventa uma forma
diferente de saudar o colega e é imitado por este; depois, trocam de par, imitam ou inventam
novas formas de saudar, como exemplo, entre outras, a saudação de dois japoneses, duas
comadres na feira, dois loucos, dois caipiras.

Relatório de Observação: “A atividade foi fácil para a minha turma, todas as crianças
participaram muito bem e com muita alegria. Esse tipo de atividade é muito interessante,
porque todos participam ao mesmo tempo e ninguém fica reparando o que o outro está
fazendo. Estão todos ali, ao mesmo tempo e fazendo a mesma coisa. Isso para mim, quando
acontece, é muito bom, pois consigo observar a turma toda e não preciso ficar chamando a
atenção de ninguém. Nos momentos lúdicos, as crianças interagem com seus pares de
24

maneira mais natural e espontânea. Superam problemas de relacionamento, de


discriminação e são mais solidárias e cooperativas. Percebi que melhorou muito na minha
turma, depois desse tempo todo, participando de jogos, cotidianamente, a relação aluno-
aluno e professor-aluno. O interessante é que eles sempre brincaram e eu não notava a
diferença na socialização, a partir do momento que tomei consciência do jogo e da sua
importância no desenvolvimento das múltiplas inteligências, e passei a sugerir jogos que
desenvolviam as inteligências pessoais, houve um avanço considerável nas nossas relações
interpessoais. No meu ponto de vista, o que mudou, na verdade, foi a minha intencionalidade
e a convicção no valor das brincadeiras.” (Ficha de observação)

O relato foi fundamental para que o grupo reafirmasse a importância dos subsídios
teórico-práticos assimilados, na investigação, para a utilização do jogo como recurso
pedagógico. O suporte teórico possibilitou uma nova forma de conduzir o processo e
aprimorou a observação dos professores, que passaram a constatar, com mais clareza, as
contribuições das atividades lúdicas no processo de desenvolvimento e aprendizagem da
criança.

Atividade 05: “Velha a fiar” Desenvolvimento da atividade: As crianças aprendem a


música, interpretam as situações e os diferentes personagens apresentados. Letra da música
Estava a velha a fiar, veio a mosca lhe incomodar. A mosca na velha, a velha a fiar. Estava a
mosca no seu lugar, veio a aranha lhe incomodar. A aranha na mosca, a mosca na velha, a
velha a fiar. Estava a aranha no seu lugar, veio o rato lhe incomodar. O rato na aranha, a
aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar. Estava o rato no seu lugar; veio o gato lhe
incomodar. O gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a
fiar. Estava o gato no seu lugar, veio o cachorro lhe incomodar. O cachorro no gato, o gato no
rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar. Estava o cachorro
no seu lugar, veio o pau lhe incomodar. O pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato,
o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar. Estava o pau no seu
lugar, veio o fogo lhe incomodar. O fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o
gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar. Estava o
fogo no seu lugar, veio a água lhe incomodar. A água no fogo, o fogo no pau, o pau no
cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na
velha, a velha a fiar. Estava a água no seu lugar, veio o boi lhe incomodar. O boi na água, a
água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na
aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar. Estava o boi no seu lugar, veio o
homem lhe incomodar. O homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau
no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca
25

na velha, a velha a fiar. Estava o homem no seu lugar, veio a morte lhe incomodar, A morte
no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro,
o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a
velha a fiar.

Relatório de Observação: “A brincadeira da “velha a fiar” foi muito interessante e as


crianças, da minha primeira série, ficaram empolgadas em desempenhar os diferentes papéis.
As crianças memorizaram os personagens na hora de cantar e brincavam como se fosse um
enorme teatro. Na hora só brincamos e nos divertimos muito, depois, considerando o
interesse que a atividade despertou nas crianças, eu aproveitei as palavras utilizadas na
atividade para trabalhar ditado, palavras cruzadas, caças palavras.” (Ficha de observação)
A professora, no relato, fez questão de frisar e distinguir o brincar do trabalho escolar, aspecto
que foi muito oportuno para o resgate de alguns apontamentos analisados, a conceituação do
jogo, as fronteiras e as possibilidades de integração entre o brincar e o aprender.

Analise de casos vivenciais de recreação na psicopedagogia

Uma Escola que acolhe crianças com dificuldade de aprendizagem e adaptação, em


idade escolar entre oito a quinze anos de idade. O trabalho com a Recreação, como
metodologia para construir Cidadania, já se desenvolve na escola há quatro anos e justifica-se
tanto pelos estímulos, pelos motivadores e pelas oportunidades de ensino aprendizagem que
proporcionam tanto aos alunos (as), como na qualificação de professores (as).

Define-se a Recreação como uma metodologia que apresenta uma proposta de


ensinoaprendizagem construtivista e sociointeracionista alegre e muito divertida, e de
abordagem inter e transdiciplinar, em que o processo de aprendizagem se dá pela interação
numa dimensão individual e coletiva. A recreação se caracteriza por uma seqüência de ações e
atividades educativas com um objetivo:, instigar processos internos de desenvolvimento
mental para desenvolver a cidadania, para que os (as) alunos (as) sejam capazes de produzir,
reproduzir e criar o novo.

O Processo de ensino-aprendizagem faz parte de um todo. Um complexo modelo


interativo, centrado na construção do saber do (a) aluno (a) e na diversidade. O aluno,
enquanto indivíduo é o responsável pela transformação, mediada pelo (a) professor (a) numa
relação dialógica problematizadora.

A partir de perguntas, constrói uma hipótese, busca a teoria, faz a intervenção, volta à
realidade e problematiza novamente. Além dessas relações, não se pode ignorar a integração
de mecanismos neurológicos, dependentes da evolução dos sistemas piramidal e
26

extrapiramidal da pessoa humana. O primeiro, entendido como um sistema mecânico


responsável pela motricidade fina, voluntária e ideomotora; o segundo constitui o sistema de
fundo tônico-motor automático, que se opõe ao primeiro, servindo de guia às impulsões
piramidais.

Nessa dinâmica, o processo de ensino aprendizagem ocorre por meio da metodologia


da recreação. Pela análise e síntese, estende-se da teoria à prática e da prática à teoria, propõe
situações problematizadoras, estimula a curiosidade, a compreensão e a construção de novas
alternativas, numa aprendizagem significativa, que deriva da observação feita pelos alunos
(as), a partir do contato com a realidade. Estimulados pelo (a) professor (a), os alunos (as)
elaboraram conceitos e conteúdos, traduzindo as suas vivências e os seus interesses.

Na proposta, o ensinar e o avaliar são concomitantes. Primam pela avaliação formativa


e emancipatória, com um nível de abrangência compatível com a proposta. Envolvem o (a)
aluno (a) nas suas funções afetivas cognitivas e psicomotoras, no seu conhecimento como um
todo e o professor (a) que tem uma visão do processo bem como de suas expectativas. A
Cidadania é o conjunto de direitos e deveres de um indivíduo no processo democrático, o que
lhe permite intervir na direção dos negócios públicos do Estado, de forma proativa,
participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração.

A Educação Fiscal é uma nova modalidade educacional para desenvolver a


participação democrática, conscientizando a população sobre a importância do exercício pleno
da cidadania. No trabalho desenvolvido com alunos (as) e com essas experiências, percebesse
a qualidade da pessoa inserida no tempo e no espaço humano, vivenciando uma série
desituações de conflito, de interesses e de necessidades. A possibilidade de múltiplas
interpretações demonstra um caráter político e as ações rotineiras aumentam
exponencialmente na sociedade, portanto, qualificar professores (as), para acompanharem
essa evolução, torna-se inevitável.

A pesquisa envolve a Recreação, a Cidadania e a Educação Fiscal Atende o nosso


tempo e do nosso espaço, contemplando a área educacional, econômica e social. Responde ao
problema da pesquisa com eficácia e proporciona conhecer o sistema instigando a
participação e a reorganização. Estimulam o (a) aluno (a) a ser um Auditor (a) Social
colaborador capaz de contribuir com a sociedade na resolução dos seus problemas respeitando
a diversidade.

O objetivo, neste trabalho, foi despertar no (a) aluno (a) a cidadania e o Programa da
Educação Fiscal traz com ele o vínculo que faltava, o objeto do desejo, o foco da atenção e da
27

concentração, “a moeda” e a oportunidade de aprender a lidar com o sistema. A partir desse


programa, desenvolveram-se atividades para a cidadania, que abordam a educação fiscal de
forma recreativa, associada ao calendário escolar e aos conteúdos, concomitantemente.

A partir disso, provoca-se uma mudança de atitude na linguagem e no comportamento,


por meio das dinâmicas promovidas em sala de aula e nos ambientes de recreação7, nos (as)
alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem8 e adaptação social. A dificuldade de
aprendizagem identifica os nossos alunos (as). A partir desse quadro, inicia-se o nosso
desafio, ressignificar os saberes, despertar interesse, criar um novo método que possa encantá-
los para que compreendam os conceitos, os conteúdos, aprendam a investigar, a analisar e a
sugerir, de forma reflexiva, as práticas pedagógicas rotineiras, de forma cosmopolita.

O trabalho sugere uma prática didática metodológica, mediada pela Recreação na sala
de aula e em Ambientes de Recreação, em um contexto Dialógico Problematizador facilitando
a resolução de problemas. A investigação ação-escolar9 possibilita ao professor (a) identificar
os problemas que enfrenta e o motiva a buscar uma solução para a sua prática profissional.

O estudo relata a experiência no âmbito teórico-metodológico de caráter inclusivo que


procura detectar novas formas de pensar a Recreação em sala de aula e nos Ambientes de
Recreação. Essa serve como um suporte pedagógico, pois permite desenvolver os saberes dos
cidadãos e aprimorar o seu espírito numa relação de afeto, cognição e prazer no intuito de
construir cidadania numa perspectiva ética, sensível e inteligente.

No contexto, os direitos, os deveres, a democracia, a cidadania indicam caminhos para


a inclusão escolar, econômica e social. Representam o respeito e a valorização da diversidade
humana, como instrumento de bem-estar social e de desenvolvimento. A inclusão é percebida
como um todo. Não é apenas a inclusão gradativa do aluno no processo escolar, , mas visa
garantir o seu acesso a todos os setores, ações e atividades sociais que lhe permitam participar
deste maravilhoso exercício de cidadania.

A educação hoje considera a inclusão escolar e social como um processo cultural a ser
construído. A comunicação é uma importante ferramenta para a transformação da sociedade e
a formação da pessoa humana que nela atua. Portanto, é preciso ressaltar que as leis e as
políticas públicas representam caminhos para a promoção da garantia da igualdade social. O
movimento pela inclusão deve atuar de forma vigilante e coordenada para que esses direitos
sejam realmente consolidados.

Assim, surgiu esta metodologia, dessa diversidade, como uma nova concepção de
educação, para a ela aderir, é preciso explorar as suas potencialidades nas situações de
28

ensinoaprendizagem, de forma adequada, com organização e sistematização. A metodologia


da recreação requer um planejamento com objetivos definidos, organizado na forma de ações
educativas e atividades que contemplem um resultado esperado. Isso, além dos saberes que
formam e emancipam o aluno para refletir, analisar e problematizar, de forma crítica, a
aprendizagem e o seu entorno.

O professor deve instigar o (a) aluno (a) a elaborar hipóteses ou sugestões para a
resolução dos problemas, como reflexos dessas questões na educação e na sua vida futura. O
acesso ao conhecimento é de fundamental importância para explorar as suas potencialidades e
requer uma prática para determinar critérios e buscar opções mais apropriadas de ação e
entendimento. A possibilidade de compreensão surge do diálogo, da leitura e da interpretação,
quando essas passam a ter significado e sentido nas experiências vividas.

O lúdico e a psicopedagogia

O brincar possibilita a transição entre os mundos interno e externo, construindo a


subjetividade. Essa área intermediária de experiência, constitui parte maior da experiência do
bebê e, através da vida é conservada na experimentação intensa que diz respeito às artes, à reli
gião, ao viver imaginativo e ao trabalho científico criador. Nesse espaço de transição
criança/outro-meio, dá-se a aprendizagem, por essa razão , o processo lúdico é fundamental
no trabalho psicopedagógico.
Segundo Weiss (2000), ao se abrir um espaço de brincar durante o diagnóstico, já se
está possibilitando um movimento em direção da saúde, da cura, pois brincar é universal e
saudável. A sessão lúdica diagnóstica distingue-se da terapêutica porque nessa o processo de
brincar ocorre espontaneamente, enquanto que na diagnóstica há limites mais definidos.
Podendo ser feitas intervenções provocadoras e limitadoras para observar a reação da criança:
se aceitaou não as propostas, se revela como quer ou pode brincar naquela situação, como
resiste às frustrações, como elabora desafios e mudanças propostas na situação.
Winnicott (1975, p. 95) coloca que: “É no brincar, e somente no brincar, que o
indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é
somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu self”
Parafraseando Weiss, “Assim todo profissional que trabalha com crianças sente que é
indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e assim melhor se comunicar,
se revelar” (2000, p.35).

A Arte e a psicopedagogia
29

A Arte e a terapia, através das Artes Plásticas à Psicopedagogia, não é a contemplação


da arte pelo belo, como objetiva as artes em si, entendendo-se também ser bela a maneira pela
qual conduzir o aprendente em suas construções: a de se fazer arte educacionalmente. Trata-se
a arte como mola propulsora, capaz de ser utilizada na obtenção de resultados benéficos à
Psicopedagogia, como o próprio título desta o diz, através das artes plásticas e da arterapia,
para um melhor desenvolvimento dos aprendentes. Tem como base as pesquisas de Carls
Jung; Nise da Silveira e Osório Cesar, que tiveram forte influência da arte de vanguarda
modernista, e também alguns estudos psicanalíticos do Pai da Psicanálise, Sigmund Freud.
Tal foco de pesquisa coloca o psicopedagogo em um patamar inovador: ser também
um arterapeuta da educação. Este fica, assim, entre as interfaces da educação e arteterapia,
ambas numa correlação, em prol da superação de dificuldade de aprendizagem e distúrbios de
aprendizagem do sujeito /aprendente em todas suas faixas etárias.
A humanidade vive um tempo em que a educação passa por um momento de
mudanças em sua metodologia, e necessário se faz que a escola, em seu contexto educacional,
se adapte a estas novas mudanças.
Hoje a escola está mais voltada para um melhor conhecimento dos seus aprendentes,
promovendo um aprendizado mais alegre e participativo. Ao trabalhar a criatividade, o
educador valoriza sua prática e enriquece sua ação criadora, assim, ensinantes e aprendentes
estão inseridos nesta conciliação de novas amostras educacionais. Redimensionarem-se essas
vivências dentro desse argumento psicopedagógico/arteterapêutico, calcado também na Teoria
da Psicogênese da Língua Escrita de Ana Teberosky e Emília Ferreiro e o biólogo Jean
Piaget, em sua Teoria Psicogenética, ao fazer-se a Avaliação do Questionário de Perguntas,
quando o psicopedagogo investiga o aprendente no campo da leitura e escrita, ajudando-o,
nessa superação, a perceber conflitos internos e externos, paralelamente a esta, a começar um
acompanhamento arteterápico, que em suas produções artísticas.
O psicopedagogo é um profissional que está focado nas interfaces da educação e da
saúde, cujo processo é busca constante pela qualidade de "Ser" e "Dever Ser", numa
realização humana de ações focadas no autoconhecimento e auto-estima. Incentivar a
superação das dificudades e descobertas das potencialidades, é algo bastante relevante em
nossos dias, pois sabemos do caminhar lento dos nossos passos educacionais, sendo de
promordial importância avançarmos mais, com atitudes de um país ainda em
desenvolvimento, mas também focado em uma visão além de suas fronteiras. Leny Magalhães
Mrech, em seu livro Psicanálise e Educação:Novos Operadores de Leitura, nos atenta para o
fato de que:
A cultura cria formas especiais de conduta , muda o tipo de atividades das funções
psiquicas superiores .Ela constrói novos extratos no sistema de desenvolvimento da conduta
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do homem.Este é o fato fundamental , que confirma cada uma das páginas da psicologia do
homem primitivo, que estuda o desenvolvimento psicológico e cultural de forma pura e
isolada.No processo de desenvolvimento histórico, o homem social muda os modos e
procedimentos de sua conduta , transforma os códigos e funções inatas , elabora e cria novas
formas de comportamento, especificamente culturais.(Apud, Magalhães, 2003, p.6).
As mudanças ocasionadas pela cultura fazem com que se mude a maneira pela qual o
homem vai ser idealizado, modificando também com isto sua estrutura de pensamento, e este
processo pelo qual passa sua aprendizagem é mutante, na medida em que ele constrói e
organiza este saber.
As artes plásticas: em harmonia com a ciência Percebe-se que existem na mente
humana duas vertentes para decifrar as emoções; de um lado, estão as Ciências com seus
avanços tecnológicos, nos apontando um caminho, em uma rapidez quase que momentânea de
informações; e as Artes, que com a sensibilidade dos artistas, retrata os anseios e sentimentos
mais escondidos, em diversos tipos e relevos, cores e nuances, sombras e perspectivas.
Os neurocientistas buscam artisticamente uma explicação mais sensível aos
diagnósticos de imagens que estimulam à cognição e o lúdico. A busca pela essência humana
é interminável, algo impossível também para relatar através da arte, sem essa ajuda
tecnológica, ambas tomam uma dimensão bem maior, se intercaladas.
Cientistas, como Albert Einstein, utilizaram-se da arte para elaborar trabalhos teóricos,
racionais. As Artes Plásticas estão também auxiliando os exames tomográficos (alguns
pintados à mão), Raios-X de manequim de vitrine, neurônios que monitoram robôs e
desenhistas. Até onde vai o avanço das Ciências com as artes? Por certo não sabemos, mas se
acredita ser de grande valia para obtenção de resultados que possam minimizar ou evitar
futuros danos, conduzir a conseqüências desastrosas, por falta de um olhar mais criterioso e
sensível.
A artista alemã Gabriele Leidloff (1990), fotografando bonecos de sexshop e
celebridades, foi pioneira dessas experiências e celebridades, o que resultou em uma
exposição. Essa pesquisa ajudou na técnica de produção de imagens, para aprofundar-se mais
nas questões cerebrais, e os diagnósticos clínicos, despertam inspiração as obras de arte,
atualmente, existindo um biofeedbak entre neurociência e arte.
Será então a arte vista ou aplicada na correção do que diríamos imperfeições ou áreas
não detectadas somente com o respaldo tecnológico? Porém as ciências naturais discordam
desta opinião, por não entender as artes focadas sob este ângulo, no que ocorre uma grande
recusa pelo novo, pela modernidade. São obviamente sob duas ópticas em simbiose com o
objeto observado, cada um captando de acordo com o que o outro oportuniza e oferece. A
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neurociência, buscando uma forma racional de decodificar os enigmas do planeta, e a arte,


emprestando sua sensibilidade em uma visão quase poética.

A trajetória da arteterapia

Expressar-se através da arte, de uma idéia, de um ideal ou manifestação das profundas


emoções e sentimentos. Ligação com as origens. Arte, do latim ars, arts, de agere, agir,
movimento. Art é uma produção única, original. Criatividade, do francês couer, coração.
Terapia, transformação, cura. Arte terapia =a ação de transformar, curar com o coração,
através da arte.
Arteterapia é um processo terapêutico que serve de recurso expressivo, a fim de
conectar os mundos internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. Variados
autores definiram-na como a arte livre, unida ao processo terapêutico, que transforma a
arteterapia em uma técnica especial, distinguindo-se como método de tratamento psicológico,
interligado no contexto psicoterapêutico como mediador artístico.
Tal atuação origina uma relação terapêutica particular, estável, na criação entre o
sujeito (criador), o objeto de arte (criação) e o terapeuta. O recurso à imaginação ao
simbolismo e a metáforas enriquece e amplia o processo livre.
A procedência da Arteterapia é da Antroposofia de Rudolf Steiner, segundo o qual o
homem é considerado um ser espiritual composto de alma e corpo vivo, onde por meio dos
conhecimentos: cor, forma, volume, disposição espacial. A terapia artística permite que a
pessoa vivencie os arquétipos da criação, ou seja, re-conecte-se com as leis que são essenciais
a sua natureza, como isso, proporciona um contato com a essência criadora de cada um. Entre
1876 a 1906, a arte era aplicada por criminalistas e psiquiatras para diagnóstico de doenças
mentais.
As motivações inconscientes abalaram a visão tradicional daquela época, em 1906 a
1913. Freud se dedicava a escrever sobre artistas e suas obras, fazendo análise deles sobre a
Teoria da Psicanálise, sendo possível a análise das manifestações inconscientes através da
leitura dessas obras artísticas.
Observava-se que o inconsciente se manifesta por meio de imagens, sendo uma
comunicação simbólica com função catártica. Consequentemente, a criação artística seria
fruto de desejos sexuais, impulsos instintivos não passíveis de serem satisfeitos na realidade.
A Pedagogia Contemporânea instaura técnicas ativas das quais Decroly, Frenet,
Montessori foi os precursores. Na História da Psicologia, a maneira das expressões das
emoções, sentimentos, idéias através do desenho nas sessões iniciou-se com Jung e esse
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material foi intensamente estudado através de Técnicas Projetivas (H.T. P, Psicodiagnóstico


de Rorchach, Teste da Figura Humana e outros).
Na década de XX, Jung começa a utilizar a arte como parte do tratamento
psicoterápico. Assim sendo, as imagens representavam uma simbolização do inconsciente
pessoal e muitas vezes o inconsciente coletivo, decorrente da cultura humana nas diferentes
civilizações, onde analisou mitologias e culturas, sendo cada uma delas impregnadas de
emoções distintas em diferentes conjunturas socais ao qual nomeou estruturas arquetípicas,
sendo admissível compreender a conduta individual e a manifestação da sociedade no tempo e
no espaço.
Verificou-se que estes estados de confusão receberam o nome de inconsciente
coletivo. Em 1927 a 1929, a Dra. Ita Wegmann, O Dr.Husseman indicava a arte como parte
do tratamento médico, nos Estados Unidos , na década de 40, Margareth Naumburg
sistematiza a arteterapia dando investida ao uso das artes na metodologia terapêutica, com
destaque em trabalhos corporais, tendo em vista a situação crítica de um público diferenciado
do pós-guerra, abarrotando as práticas convencionais viventes.
Evidencia-se já está na Europa que está bem disseminada a arteterapia, nesta época,
sendo aplicada nos hospitais gerais, em palestras e comitês, como também sendo oficializado
o curso de graduação e pós-graduação no ano de 1980.
No Brasil, em 1923, Osório César, interno do Hospital Juquerí, e outros hospitais
psiquiátricos no Rio de Janeiro iniciam o processo de desenvolvimento em estudos sobre as
Artes dos Alienados, Somente em 1925, foi criada a Escola de Livre de Artes Plástica acima
mencionada.
Enveredou-se por este caminho como alternativa de trabalho, para se chegar mais
perto do mundo irreal do doente mental, a médica psiquiatra alagoana, Nise da Silveira e
Osório Cesar, em 1946, inclui oficinas de arte na seção de terapia ocupacional no Centro
Psiquiátrico D.Pedro II, sendo criado em 1952, o Museu do Inconsciente, Nise da Silveira,
participa do Congresso de Zurique a convite de C.G.Jung levando trabalhos dos internos.
Em 1970, foi ministrado por um norte americano, o primeiro curso de arterapia na
PUC, somente no ano de 1981, médica psiquiatra Nise da Silveira, escreve seu livro primeiro,
"Imagens do Inconsciente".
O primeiro curso de pós-graduação em Arterapia do Rio de Janeiro deu-se em 1996,
sendo a criação da Associação de Arterapia em 1999. A arteterapia é utilizada em instituições
de Reabilitação Física como AACD e de Deficiência Mental como APAE e outras, Hospitais
de Clínica Geral com clínicas de queimados e mutilados e setores das doenças degenerativas
como Câncer, AIDS, Esclerose Múltipla, Alzheimer e outros.
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Atualmente essa propagação da arteterapia está cada vez maior em várias capitais do
país, Centro de Referências de São Paulo (AIDS) possui psicólogo trabalhando com artes, em
múltiplas funções (SIC), em clínicas privadas, em consultórios, a arte tem sido também
excelente instrumental nas terapias sexuais, familiares, de aprendizagem, onde existe também
a ajuda psicopedagógica, nas diferentes dificuldades de comunicação verbal e oral.
Esconderem-se inconscientemente nos sonhos, foi visto com muito estudo por
diversos profissionais, O Pai da Psicanálise, como era conhecido Freud, por sua vez,
descreve-os como registros inconscientes, pelo qual o sujeito reprime seus mais ardentes
desejos. Por vezes, a repressão chega a ser tão grande que se perde ali mesmo, o que se
sonhou, e esta percepção de que o aprendente tem algo, pode transparecer em suas produções
artísticas, ajudando a e descobrir causas do não aprender. No volume VI Obras Completas de
Freud, ele relata que frequentemente experimentamos os sonhos em imagens visuais,
sentimentos e pensamentos, sendo mais comum na primeira forma.
Percebe-se que parte da dificuldade de se estimar e explicar sonhos deve-se à
dificuldade de traduzir essas imagens em palavras. Muitas vezes, quando as pessoas sonham,
dizem que poderiam mais facilmente desenhá-los que escrevê-los. De acordo com escritos
freudianos, as imagens escapam com mais facilidade do superego do que as palavras,
alojando-se no inconsciente e, por este motivo, o indivíduo se expressa melhor de forma não
verbal. A necessidade da comunicação simbólica origina-se deste pressuposto, como forma de
auto-controle.
O Instituto Sedes Sapientiae, em 1998, teve como principal característica a construção
da interface que se estabelece entre universo da arte e da terapia, fazendo-se uma análise,
percebeu que, vivenciamos um período de globalização e mudanças na área de saúde mental,
necessário se faz, que se projete o que está por vim , com o que existe , é como está inserido
na história de forma simultânea, ou seja, o ontem e o amanhã, e no Hino Homérico a Hermes,
figura relacionada com a arte no seu sentido mais profundo de força metafórica.
A História está sempre presente, e por ela somos levados ao dia de hoje, procuramos
novos protótipos para integrar o presente. A arte, além de sua função social, entre outras,
poderá também ter uma função terapêutica, e a arteterapia, por sua vez cuida da pessoa
humana em sua essência mais profunda, interligando as áreas básicas do homem, no âmbito
neurológico, cognitivo, afetivo e emocional, resultando no aprimoramento das funções
egóicas, como: percepção, atenção, memória, pensamento, capacidade de previsão,
exploração, execução e controle da ação.
Volta-se para uma decorrência de um "consciente coletivo" que se compõe, a partir de
cada expressão singular e num dado momento nos restituísse as nossas próprias questões, no
processo individual são outras vozes que nos tomam por meio de nós mesmos, trazem a fala
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nossos próprios sussurros, objetivando emergi-los do que nos é indiferente e acolher seus
contornos.
A Importância da arteterapia para o tratamento psicopedagógico

Em seu livro Percursos em Arteterapia: Arteterapia Gestáltica, Arte em Psicoterapia,


Supervisão em Arteterapia, a autora Selma Ciornai cita Buber, que foi filósofo, educador e
sobretudo, um humanista. Época em que era evidente e crescente o individualismo, onde
éramos alienados em relação ao outro, para ele, o dialogismo acontece nas interfaces que se
situam entre Eu e o Outro, aponta o aprender como algo que se motiva, não pronto e
determinado, mas descoberto pelo próprio indivíduo, nos diz:
Devo dizer mais uma vez; não tenho ensinamentos a transmitir.
Apenas aponto algo, indico algo na realidade, algo não visto ou
escassamente avistado. Tomo quem me ouve pela mão e o encaminho
à janela. Escancaro-a, aponto para fora. Não tenho ensinamento
algum, mas conduzo um diálogo. (Martin Buber, 1967, p.165).

Percebemos quão grande é a sua relação dialógica com a arteterapia, citando


novamente Buber, percebemos que o trabalho arteterapêutico é idêntico ao de um professor,
na medida em que aponta somente a janela em direção ao saber, mostra a importância do
descobrir, vejamos:
A realidade decisiva é o terapeuta, não os métodos. Sem métodos somos diletantes.
Sou a favor dos métodos, mas somente para usá-los, não para acreditar neles. Embora nenhum
médico possa passar sem uma tipologia, ele sabe que em certo momento, a pessoa
incomparável do paciente está frente à pessoa incomparável do médico. Ele joga fora a sua
tipologia o máximo que puder e aceita essa coisa imprevisível que acontece entre terapeuta e
cliente [...] O mestre verdadeiro responde à singularidade. (Buber, 1967, p.165 Apud Ciornai,
2004).
Observa-se a relevância de um trabalho voltado para arteterapia em psicopedagogia,
sendo comum estabelecer hoje em nossos dias, já que demoramos muito a intervir
psicopedagogicamente com nossos ensinantes, em função das necessidades da criança. Os
brinquedos, jogos dramáticos e recursos arteterapêuticos desempenham, neste período, um
papel nuclear. Seu uso é de principal importância na estruturação do processo
psicopedagógico, tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte da
criança através do uso de brinquedos e jogos e atividades de expressão artística.
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Verifica-se também ser de suma importância o uso das artes plásticas com
adolescentes e adultos, devido ao fato de que as mesmas podem elevar a auto-estima do
aprendente e melhorar no âmbito das dificuldades relacionadas com a aprendizagem, o
recurso da arteterapia para diagnosticar, e precaver-se também de aceitáveis dificuldades,
como forma alternativa de promover um aprendizado mais consistente e saudável, portanto
essas linguagens plásticas, poéticas e musicais, dentre outras, podem ser mais adequadas à
expressão e elaboração do que é apenas vislumbrado, ou seja, esta complexidade implica na
apreensão simultânea de vários aspectos da realidade.
Esta é a qualidade do que ocorre na intimidade psíquica; um mundo de constantes
percepções e sensações, pensamentos, fantasias, sonhos e visões, sem a ordenação moral da
comunicação verbal do cotidiano.
A psicopedagogia, focada em uma visão multidiciplinar, apropria-se de outros campos
do saber humano, como pedagogia, psicologia, psicanálise , sociologia, neuropsicologia,
antropologia, linguistica e áreas afins, com a função de ressaltar a importância da construção
do conhecimento , e a Arteterapia ajuda a superação de problemas diversos inseridos em uma
dificuldade de aprendizagem que é permeada também , com a ajuda desses profissionais ,
quando necessário for um acompanhamento conjunto de todos ou alguns desses sujeitos,
habilitados cada um em sua área, mas que unidos por um mesmo objetivo:dar melhor
qualidade de vida ao aprendente em todos os aspectos sócios educacionais: nesta simbiose que
é a prendizagem.
A arteterapia mostra esse norte, como alternativa de obtenção de resultados
satisfatórios a curto, médio ou longo prazo, dependendo das necessidades não do coletivo em
si , mas das individualidades de cada um, imbuído desse contexto artísto em uma trca
constante de saberes e decobertas.
Enquanto profissionais, agindo no campo da psicopedagogia, calcada em especial na
arteterapia, necessário se faz que compreenda os diferentes fatores que contribuem para o
aparecimento das dificuldades de aprendizagem, principalmente no âmbito escolar, a fim de
diagnosticar e tratar o sujeito que não consegue aprender, que não deseja de alguma forma,
aprender, a través da anamnese, um primeiro encontro que ele tem com seus familiares e o
aprendente, busca-se o olhar psicopedagógico e a escuta psicopedagógica, elementos
facilitadores à percepção de prováveis fatores que ocasionaram "o não aprenderem", tal
escuta, e tal olhar podem ser adquiridas com a utilização dos procedimentos artísticos,
observando-se os traços desenhados e pintados, das falas, dos silêncios, dos gestos e do corpo,
por fim em diversas manifestações expressivas do aprendente, o que deixa o ensinante ciente
do que ocasionou a não aprendizagem, neste movimento investigativo.
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Os trabalhos arterapêuticos têm um poder medicinal, que geram saúde psicológica, o


que não deixa de ser verdade em parte, quando o aprendente tem problemas de distúrbios
mentais, distúrbios de aprendizagem ou dificuldades de aprendizagem, regido de um processo
criativo, de crescimento, em uma Base Fenomenológico-Existencial, Acreditando ser a
própria pessoa em certos aspectos, co-responsável por sua saúde e superação.
Encontrando sentimentos que sejam pessoalmente relevantes e significativos em seus
trabalhos e criações, a arteterapia aponta possibilidades para as intervenções
psicopedagógicas, o psicopedagogo procurará conhecer a história pessoal do sujeito
aprendente, observar o papel no meio familiar onde convive tentar descobrir aspectos diversos
da convivência diária que ele possui suas relações inter e intrapessoais e tempos de atuação
destas ações. Esta intervenção psicopedagógica e arteterapêutica está também pautada em
recursos psicopedagógicos nunca expressão plástica do educando que se trabalha, objetivando
abrir alternativas que emergem em uma desinibição, chegando-se ao ponto onde está
localizado o foco que o impede de aprender.
O psicopedagogo deve conhecer as técnicas aplicadas pelo arteterapêuta, para ver
quais são as técnicas necessárias para cada caso específico de aprendizagem e qual funcionará
na a sua aplicabilidade com seus clientes.
O conhecimento das técnicas tanto expressivas quanto das Teorias Psicológicas e deve
partir de um autoconhecimento para trabalhar mais segurança os conteúdos estão sempre
atentos durante todo processo de criação do aprendente, ele se expressará através da escolha
da técnica, da forma que constrói da fala e dos sentimentos expressivo durante a criação e
depois dela, onde sua profissionalização dependa de ter a competência, onde deve encontrar
uma ordem dos símbolos para a desorganização do sofrimento do sujeito- aprendente, que não
precisa ter habilidade manual para exercer este trabalho o que está em evidencia são os
sentimentos que deixa emergir com esta ação.
[...] O espaço psicopedagógico... Aberturas e limites mediados por diferentes formas
de aprender, criando e expressando. Espaço demarcado pela preocupação do aprender,
integrando diferentes formas de criar e ao mesmo tempo construir o conhecimento... O
tempo... quanto eu e o outro precisávamos saber o momento certo para perceber, para
transformar! Aquele menino que procurava ajudar, precisava saber esperar [...] (Apud,
CIORNAI, 2004.).
A psicopedagogia é uma ciência que interfere como área do conhecimento, buscando
em seus métodos e intervenções, uma alternativa de chegar-se ao saber, mesmo que por vias
cognitivas que fogem do contexto comum do aprender em instituições educacionais, ajudar
psicopedagogicamente, dando continuidade ao aprendizado que por ora necessitava desta
intervenção.
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As técnicas artetapêuticas e suas aplicações nas oficinas psicopedagógicas


Sabe-se que as oficinas são abrangentes a diversos profissionais, como os
arteterapeutas, costureiros, cozinheiros, mecânicos, artesãos e outros. Trabalham-se nas
oficinas, confeccionando-se algo, é uma tarefa de quem o faz, um ofício; as pessoas inseridas
nesta função desenham , criam , recriam e produzem.
As Oficinas Psicopedagógicas são recursos que podem ser utilizados pelos educadores
e psicopedagogos, a utilização das artes, como configuração de acolher o sujeito da
informação. No decorrer do acompanhamento psicopedagógico, o aprendente irar adquirir,
partindo-se da introspecção do sujeito em suas objetividades e subjetividades, onde as
técnicas devem facilitar a obtenção de auto-estima e autoconhecimento.
Conhece-se e conhecer o outro são ações primordiais em um fazer
arteterapeutico/psicopedagógico, e que aconteça de forma intencional e participativa, em um
diálogo que esteja inserido em parâmetros éticos, que essas intervenções; fluam de acordo
com a singularidade do sujeito em questão, em uma tentativa de descobrir o caminho que faz
mais sentido para o aprendente e de acordo com o seu desenvolvimento cognitivo, para não
acontecer de o resultado não ser suficiente, abrange com isto, sua psicomotricidade,
emocional, e afins. O aproveitamento certo para cada estágio de desenvolvimento, abre-se um
leque de opções que facilitarão o saber.
Dentre estas atividades, propulsoras do aprender e apreender conhecimentos temos
como foco principal as artes plásticas, que são, por vez, as mais diversificadas de conteúdos
que podem ser colocados em prática, quanto ao manejar de seus inúmeros materiais, tanto
promovem como instigam a aprendizagem dos alunos, é imperativo que o psicopedagogo
como mediador desta aprendizagem , conheça-se primeiramente para tratar o seu aprendiz.
Inúmeras são as sugestões de temas que ajudam o psicopedagogo a entender melhor os
conflitos que permeiam as dificuldades de seu cliente. Pode começar com o tema da pintura
ou desenho por a própria fala dele, o que disse e o que mais o perturbou e perturba
atualmente, então, partindo-se dessa abertura, escolhe o tema: "eu - só", "eu - super-herói" "eu
- você" "eu - mundo", finalmente, que os episódios ocorram norteando este conhecimento
prévio do profissional ou que seja uma porta escolhida pelo próprio aprendente.
Utilizar-se de técnicas com materiais que lambuzem muito as mãos, para os que têm
"psicose de lavá-las a toda hora", entendendo ser este um hábito constante de quem é
compulsivo. Ajudam muito na superação destes problemas o manuseio das tintas a óleo,
canetas hidrográficas, argilas e outras. Estes materiais oferecem saídas de interatividade com
os demais, no caso do tratamento ser em grupo, expressão de sentimentos, falar sobre eles
projetá-los nos seus afazeres, apoderar-se deles e aprender novos arquétipos para suportá-los,
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enriquecendo-se e alargando-se os caminhos, objetivando-se construir uma forma mais


concreta de perceber-se inserido no mundo, não como mais um, mas como o único que se
parece com ele mesmo.
Observar-se as dicas que os adolescentes e as crianças dão, como por exemplo: a
maneira como falam, se alto ou baixo, sua postura, se fazem barulho ou são silenciosos, por
fim, tudo o que julgar necessário como material que enriquecerá seu diagnóstico, para o
sucesso do tratamento.
Em seu fazer arteterápico, o psicopedagogo precisa traçar um quadro em que organize
este tratamento, eleborando-se hipóteses e buscando-se "aberturas" que serão ou não válidas
ao próprio aprendiz. Não se esquecendo que é de suma importância ter-se um pensamento
arterapêutico por trás de todas as intervenções que se possam executar. No trabalho
psicopedagógico, modificar-se a linguagem plástica, em linguagem verbal e trabalhando com
os conteúdos dessa linguagem escrita e falada.
Relata-nos a autora Sonia Alejandro Reisin no seu livro, Arteterapia Semânticos e
Morfologias, em um enfoque maravilhoso, sobre o quão é importante perceber a simbiose
existente entre o objeto e o sujeito:
O objeto me diz algo em sua objetividade que retorna sobre o sujeito, implicando sua
subjetividade. O ato do sujeito gera objeto (a cena dramática, a pintura, a música, etc). [...]
nos fantoches e nas máscaras há uma dimensão de construção plástica que pode devir na
atuação, pondo em fogo o mágico de dar vida ao inanimado, embora também possa provocar
uma angústia posterior ao simbólico a que remete como essa magia e esse poder da máscara
que se torna independente do sujeito, que o revele no fogo de diferentes papéis (embora
muitos deles recusados). (Apud, Reisin, 2006, p.18.).
Ter-se um olhar clínico voltado também para a reação do sujeito ao contato com o
objeto, embora os pareçam simples objetos inanimados, mexem consequentemente com suas
emoções e o remete a um comportamento ali percebido, dando indícios por vezes do que a fez
não aprender, recuar, desistir e não apoderar-se de autonomia mesmo já tendo ultrapassado os
Estágios de Desenvolvimento Piagetianos.
Arteterapia pode ser utilizada como elo de interação entre os vários campos do
conhecimento para o aprendente adquirir aprendizagem, em todas as faixas etárias que se
fizerem necessário em determinadas situações que precise esta técnica ser aplicada, no âmbito
escolar, empresarial, hospitalar e como simples tratamento direcionado apenas para um sujeito
sem vínculos com nenhuma instituição, somente trabalhar o Ser humano e o e o "Dever ser".
O trabalho em grupo promove resultados benéficos no trabalho do psicopedagogo em
arteterapia, pois muito do que se aprende em sociedade é resultado do trabalho em grupo que
é realizado. As pessoas se identificam em suas dificuldades e se apóiam uma nas outras,
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buscando soluções em feedback, o que obviamente dá um resultado mais satisfatório, já que o


tratamento arterapêutico tem uma abrangência maior de cura. Os grupos podem ser
catalisadores para o desenvolvimento de recursos e habilidades latentes.
Os aprendentes que acham também intensos os trabalhos individuais não bons para
trabalhar em grupos, havendo, portanto solidariedade entre eles, como forma também de
ensinar o sentido da partilha. A maioria dos terapeutas concorda com o tratamento em grupo,
enquanto uma minoria acredita ter suas desvantagens, por ficarem muito expostos os
problemas de cada um, e, igualmente, a vantagem de economizar tempo, já que, depois de
uma avaliação prévia, no caso do psicopedagogo, uma anamnese, para após organizar os
aprendentes que trabalharam ou não juntos, tendo o critério de não haver rotulações nos
grupos, percebendo-se a falta de privacidade dos problemas de cada um.

Diagnóstico psicopedagógico

Inicia-se o tratamento psicopedagógico, com auxílio arteterápico, em seguida, é claro,


são feitos os procedimentos do diagnóstico psicopedagógico, próprios do Psicopedagogo
Clínico, composto por: entrevistas, testes, observações e análises variadas, abrangendo causa
da dificuldade de aprendizagem, desistências, reprovações, abandono das atividades escolares.
São de propriedade de Análise Diagnóstica: o Eixo Horizontal, permeado por todas as
ocorrências instantâneas que frequentemente acarretam choque emocional, inadaptação,
dificuldade de aprendizagem, e Eixo Vertical, que engloba os episódios e elementos histórico-
orgânicos que provocaram traumas e originaram a estruturação do repertório comportamental
da criança.
Faz-se uma Coleta de Dados. Antes, entrevista-se contratualmente os pais ou
responsáveis, com o intento de obter informações básicas do aprendente, é a E.F.E.
S(Entrevista Familiar Exploratória Situacional), onde toda a família é convidada a dar seu
depoimento sobre o cliente em questão, principalmente os que convivem mais com ele (a).
A entrevista com os professores, amigos e outros profissionais arraigados nesta tarefa,
começando-se ao EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), a temática,
envolve tudo o que o aluno diz, em duas aparências: um manifesto e outro latente, a dinâmica,
entende-se por tudo que faz, ou seja, sua conduta: voz, postura corporal, gestos, sendo
apontado de produto, tudo o que ele deixa no papel. Com os matérias por sobre a mesa, postos
pelo psicopedagogo, que é útil pedir ao aluno que mostre o que sabe fazer, são materiais do
seu dia a dia, cola tesoura, papel massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra cabeça,
e outros que a ocasião necessitar.
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Havendo, deste jeito, uma série de testes que podem ser aplicados pelo
Psicopedagogo, é voltada especificamente para a Psicopedagogia, TDHA (Déficit de Atenção
com Hiperatividade), Testes Piagetianos, Desenho- História, Testes Projetivos. Os testes
psicológicos são avaliativos de memória, inteligência, personalidade, restrita somente ao
psicólogo.
Faz-se também uma Avaliação Psicomotora, observando fatores correlacionados com
super-proteção, motricidade fina e ampla, coordenação espacial, contração e rigidez muscular.
Avaliação da Linguagem, fala (mudez, gagueira, voz alta, voz baixa), leitura (habilidade
geral, soletra,reconhece letras, mas é incapaz de ler, não extrai sentidos e significados), escrita
(caligrafia e forma de reprodução). Avaliação Perceptiva Motora compreende-se: Reação
Motora ao Tato, Reação Motora a Sons, Reação Motora a Estímulos Visuais, Reação Motora
a Estímulos Conjugados e também observação dos jogos e as interpretações de situações do
sujeito.
As Provas Operatórias são alternativas de terapêutica psicopedagógica, onde é dado
um material ao aprendente, com a intenção elaborar atividades, onde será vista sua estrutura
cognitiva, sendo uma análise que perceberá o nível operatório do sujeito e sua correlação com
uma faixa etária.
As diferenças individuais não serão tomadas como indicadores da quantidade de
inteligência, mas como uma característica no estágio do desenvolvimento intelectual ao qual
se insere o aprendente, e que os erros e acerto, são conseqüências o que se atravessa em sua
história, e em uma classificação dos resultados, pode-se então perceber o problema da
dificuldade de aprendizagem em três níveis, ou seja: nível 1, é indicativo de que houve
ausência da noção (não atingiu o nível operatório neste domínio), nível 2, indicativo de as
respostas são instáveis em relação ao tipo de operação apresentado, nível 3, indica a aquisição
do nível operatório do domínio testado.
Faz-se também um Genograma, compreende-se todo o histórico de vida daquela
família e o aprendente, envolvidos no diagnóstico. E por fim, a Devolução, que é o tempo de
retorno das informações coletadas a família, é a entrega do Diagnóstico. Cabendo ao
psicopedagogo primeiro dizer a própria criança, em linguagem adequada a abrangência da
mesma.
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Referências

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