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Apresentação dos contratos entre SETOP e Consórcios Concessionários do Transporte

Coletivo por Ônibus na RMBH

1) O Sistema de Transporte por ônibus na RMBH:

- É dividido territorialmente: são 7 Redes Integradas de Transporte e uma área de uso comum,
correspondente ao município de Belo Horizonte;

- Cada RIT é operada por uma Concessionária;

- A Concessão foi iniciada em 2008, após licitação realizada no ano anterior pela SETOP;

- Mostrar: Mapa e Quadro com empresas e consórcios.

- A SETOP é responsável pela gestão do sistema, enquanto o DEER é responsável por sua
fiscalização.

- Mostrar organograma (?).

2) O Contrato de concessão:

- São contratos administrativos, instrumento obrigatório nos casos de concorrência, mesmo


quando há dispensa ou inexigibilidade;

- Normalmente, há uma minuta do contrato já no edital de licitação;

- Qualquer um pode ter acesso aos termos do contrato;

- Lei 8.666/93: “os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das
partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam”.

- Lei 8.666/93 estipula cláusulas obrigatórias para os Contratos de Concessão;

- A seguir, apresento algumas das principais informações contidas nos contratos.

3) O contrato. Contrato SETOP Nº007/2008 “que entre si fazem o Estado de Minas Gerais, por
intermédio da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas e o Consórcio Esmeraldas
Neves para prestação de serviços de administração e exploração, sob o regime de concessão, do
conjunto de linhas que compõem a Rede Integrada de Transporte – RIT 6 – do Sistema
Metropolitano de Passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, em caráter
de exclusividade”.

1. Cláusula primeira – estabelece partes e fundamentos: Estado de Minas (representado pela


SETOP) e o Consórcio, liderado por uma das empresas que o compõem. No caso da RIT 6, a
liderança era estabelecida pela Transimão e, posteriormente, pela Saritur.

O Fundamento é a própria concorrência, realizada a partir do edital 001/2007, que foi


homologada em janeiro de 2009.

2. Cláusula segunda – objeto do contrato de concessão e regime legal


Objeto: “prestação de serviço de administração e exploração, sob regime de concessão,
mediante a cobrança de tarifa dos usuários do conjunto de linhas constantes do quadro abaixo,
que compõe o lote denominado RIT 6, do SMP da RMBH, de acordo com o Projeto Básico e
com a Proposta Técnica apresentada pela Concessionária”.

Caráter de exclusividade.

Gestão, acompanhamento e controle: SETOP

Fiscalização: DEER.

3. Valor da Concessão: cerca de 2 bilhões.

4. Valor da Outorga: cerca de 19 milhões: pago pela Concessionária à SETOP em 36 parcelas


mensais.

- O contrato definia o pagamento do CGO (Custo de Gerenciamento Operacional) – emitido


pela Diretoria de Fiscalização – 4% da receita da linha, conforme portaria do DEER.

- DER aplica multas.

5. Tarifa: são seis sub-itens:

5.1. Tarifa é fixada pela SETOP para cada uma das linhas;

5.2. Tarifa deve ser revista sempre que forem criados, alterados ou extintos tributos/encargos
legais. Ou quando houver modificação de coeficientes. Exemplo: melhoria do itinerário,
atualização tecnológica. (Isso aconteceu em 2014, em virtude da implementação do BRT, o que
levou a um aumento substancial no valor da tarifa. MOSTRAR TABELA).

5.3. A tarifa fixada pela SETOP será reajustada anualmente observados os critérios
estabelecidos em legislação e a variação dos parâmetros que compõem a base de cálculo
tarifário;

5.4. Aumentos deverão ser publicizados;

5.5. A tarifa inicialmente estabelecida poderá ser alterada em função de exigência, pela SETOP,
da oferta de serviços diferenciados, bem como de modificações operacionais das características
técnicas das linhas integrantes da RIT 6.

5.6 É vedado estabelecer privilégios tarifários, exceto os previstos em lei.

6. Definição de Serviço Adequado: o serviço deve satisfazer condições de “regularidade,


continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia e modicidade das tarifas”.

- Regularidade: segue os princípios do contrato e normas técnicas aplicáveis;

- Continuidade: manutenção do serviço em caráter permanente;

- Eficiência: “execução dos serviços de acordo com as normas técnicas aplicáveis e em padrões
satisfatórios, que busquem, em caráter permanente, a excelência dos serviços, e que assegurem,
qualitativa e quantitativamente, o cumprimento dos objetivos e das metas de concessão”.

- Segurança: eguir o Código de Trânsito;


- Atualidade: modernidade das técnicas, conservação, manutenção e “expansão na medida das
necessidades dos usuários”;

- Generalidade: serviços iguais, sem discriminação;

- Cortesia: urbanidade, respeito, polidez;

- Modicidade da tarifa: justa correlação entre custos e indenização aos usuários.

4) Outras informações do contrato:

- Cláusula nona – Competências da Setop e do DEER – 9.1.3. É competência da Setop “garantir


à concessionária tarifas justas, remuneratórias do serviço concedido” e “propiciar o equilíbrio
econômico-financeiro do serviço concedido”. Ao mesmo tempo, a SETOP deve “gerenciar o
serviço concedido, visando o pleno atendimento dos usuários, de forma a satisfazer as condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia e
modicidade” e “alterar o quadro de características operacionais do serviço concedido,
visando o melhor e adequado atendimento ao usuário e o bem-estar social”.

- Cláusula 10 – Obrigações e direitos da Concessionária: “ter garantida a manutenção do


equilíbrio econômico-financeiro do serviço concedido”.

- Cláusula 12 – do quadro de indicadores de desempenho: “será utilizado para determinação da


qualidade do serviço prestado e aplicar, quando cabível, as sanções pertinentes”. São medidos
anualmente e, “para que não seja configurado o descumprimento contratual, passível de
aplicação de sanções previstas neste Contrato, a empresa deverá alcançar, no final do 15º ano, o
ID maior ou igual a 95%”. Pode ser aplicada caducidade do contrato, nesse caso, mediante
processo administrativo.

- Cláusula 14 – Prazo de 30 anos. (Citar caso 15+15).

- Cláusula 16 – prevê possibilidade de cessão do contrato de concessão, com anuência da


SETOP. Segue previsto na Lei 8789/95.

Comentários a partir do Curso Gestão Integrada da Mobilidade Urbana, publicada pelo


Ministério das Cidades em 2006

Prazo do contrato: é visto como elemento de incentivo à eficiência, já que há


possibilidade de perda da concessão ao fim do contrato. Pressupõe-se que o prazo seja
suficiente para amortizar (cobrir investimentos) e remunerar (gerar lucro) os
investimentos.

Política tarifária:

“A tarifa constitui um dos pontos mais conflituosos da política de concessões, pois se


tenta construir aqui um equilíbrio entre duas aspirações legítimas, mas contraditórias”
(p. 127).

De um lado: garantir modicidade das tarifas. Do outro: garantir equilíbrio econômico-


financeiro e “atratividade para os investidores”.
A tarifa tem que garantir custos de capital, custos operacionais e lucro ao operador,
tanto no início da prestação do serviço, quanto ao longo do período concedido – o que
leva à “necessidade” de ajustes tarifários, uma vez que as condições econômicas se
alteram.

“A garantia de modicidade das tarifas dos sérvios públicos é um permanente princípio


do Direito Administrativo, que muitas vezes se esbarra nas necessidades de
ressarcimento do concessionário, mesmo que às custas da generalidade de acesso”.

Revisão e reajuste da tarifa – procedimentos utilizados para manter equilíbrio


econômico do contrato, considerando a alteração dos custos de produção e das receitas.
“Ao mesmo tempo, eles representam um ponto permanente de conflito, porque a renda
dos usuários não consegue muitas vezes acompanhar a evolução dos custos”. Além
disso, ganhos de produtividade dificilmente podem ser detectados pelo usuário ou pelo
Poder Público.

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