Artur Barrio

1
 Artur Barrio

2 3
 “The smell of the sea has a pleasurable side for me, sensual, strong, while for others it is horrible, they prefer Chanel nº 5. I like it as well, but my
organicide is different. Chanel nº 5 needs the presence of the person who uses it, while in the sea I am solitary, I am me with my presence in the world”.

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 No início de 1998, Antonio Manuel
e Artur Barrio foram convidados a fazer onde uma pequena lâmpada provocava space where the scenery is present, almost

uma experiência no então novíssimo invasive, and the light literally inevitable;
o brilho dos farelos de laca espalhados
for Barrio, the hexagonal gallery, without
Museu de Arte Contemporânea de pelo chão. Odores, embrulhos, tecidos
scenery, with artificial light, a large space
Niterói. A mostra Ocupações/Desco- retorcidos, fios tencionados completa-
brimentos – tema-título sugerido pelo vam o ambiente: “Um sonho de olhos abertos e de olhos fechados”.
curador Luiz Camillo Osório, na época A ampla documentação fotográfica deste projeto nos possibilita a edição dos
diretor de teoria e pesquisa da insti- catálogos Antonio Manuel – Ocupações/Descobrimentos e Artur Barrio – O sonho do
tuição – pretendia juntar-se as come- arqueólogo –, registros de dois bem to be occupied. Each space, therefore, very
morações dos 500 anos do Brasil que sucedidos diálogos entre arquitetura distinct but equally challenging.
It took almost three months of intense
em Niterói aconteciam mais cedo. e arte contemporânea.
work and many visits to the museum, until
A proposta era ocupar os espaços de Oscar Niemeyer com instalações que the final project was decided on: Antonio
evocassem as suas – nossas – origens portuguesas. A Antonio Manuel foi entregue Manuel built walls, gave them colour and

o espaço onde a paisagem é presente, quase invasora, e a luz literalmente inevi- textures, opened holes, established pas-
sages and a playful relationship between
tável; para Barrio, o salão hexagonal, sem paisagem, com luz artificial, uma ampla
the architecture and nature: What is impor-
extensão a ser ocupada. Espaços, por- tant is important is that veryone has their
tanto, bem distintos mas igualmente At the beginning of 1998, Antonio Manuel experience here”; Artur Barrio, meanwhile,

desafiadores.
Foram quase três meses de tra-
balho intenso, muitas idas ao museu,
até surgir o projeto final: Antonio
and Artur Barrio were invited to create an created a shadowy environment where a
experience at the then brand new Niterói small lamp made the granules of resin
spread over the ground sparkle. Odours,
Museum of Contemporary Art. The show,
Occupations/Discoveries – the theme-title bundles, twisted cloths and moulded wires
suggested by the curator Luiz Camillo Os- completed the environment: “A dream with

Manuel construiu paredes, deu-lhes
cor e texturas, abriu buracos, es-
tabeleceu passagens e uma relação
ório, at that time the institution’s director eyes open and eyes closed”.
of theory and research – intended to join The extensive photographic documentation
of this project has allowed us to publish the
in with the commemorations of 500 years
of Brazil, which in Niterói would take catalogues Antonio Manuel – Occupations/

place earlier. Discoveries and Artur Barrio – The dream of

lúdica entre arquitetura e natureza:
“O que importa é que cada um tenha
aqui a sua experiência”; já Artur Bar-
rio, criou um ambiente de penumbra
The proposal was to occupy Oscar Nie-
meyer’s spaces with installations which
would evoke their – our – Portuguese
origins. Antonio Manuel was given the
the archaeologist – records of two highly
Dôra Silveira successful dialogues between architecture
Museu de Arte Contemporânea and contemporary art.
de Niterói, setembro de 2002

6 7
 Poucos artistas são menos
afeitos à vontade de forma da
arquitetura de Niemeyer do que
Artur Barrio. No entanto, sua instalação, no salão central do MAC, sem
contemporizar com o “belo” soube tirar partido de suas especificidades locais.
Mais do que um enfrentamento poético, a instalação de Barrio propunha uma
espécie de reviramento da forma, um mergulho misterioso nas entranhas da
baía de guanabara. “Uma realidade meta­física que esconde-se por detrás do
mundo das aparências”1. Não se
Artur Barrio
tratava de “sujar” a forma, mas
L uiz C a mil l o O s orio,
de dar-lhe entranhas e carne. O a g os to/ s e te mbro de 2002
que mais impressionava naquele
trabalho de Barrio era a sensação
de ser transportado para algum
tempo imemorial.
O MAC está voltado para fora:
arquitetura, luz e paisagem inte-
gram-se. A instalação de Barrio era
toda “para dentro”: introspectiva,
sombria, misteriosa – “o eu e sua Few artists are less used to the wish for
form of Niemeyer’s architecture than Artur
presença solitária no mundo”. Não
Barrio is. Nevertheless, his installation, in
se deve confundir o para dentro
the MAC central hall, without conforming
aqui com alguma entonação sub- to “beauty” knew how to take advantage
jetiva ou psicológica, mas sim com of the specifics of the location. More than

um campo de forças e desejos que a poetic confrontation, Barrio’s installa-

prefere a profundidade à superfície,
a pulsão à forma. A verdade que
emana dos projetos e instalações
8 9
tion proposed a type of turning around
of the form, a mysterious dive into the
bowels of Guanabara Bay. “A metaphysi-
cal reality which hides behind the world
de Barrio tem a contundência of appearances”1 . This was not to “dirty”

de uma ferida, surgindo de uma
necessidade física e originária de
expressão, que ao se materializar,
efetiva-se.
Em uma nota enviada por fax
ao artista Ricardo Basbaum , Barrio
2
faz um comentário heraclitiano
sobre o neoconcretismo, a saber:
“O neoconcreto não pensou o corpo
mergulhado no mar salgado en-
quanto que sensorialidade absoluta
lúdica prazerosa e retinianamente
o éden ele mesmo...............Por-
the form, but to give it flesh and bones.
The most impressive thing in Barrio’s work
was the sensation of being transported to
some time immemorial.
MAC faces outwards: architecture, light
and landscape integrate. Barrio’s instal-
lation was completely inward looking:
introspective, dark, mysterious - “the I
and its solitary presence in the world”.
One shouldn’t confuse the inward look
here with a subjective or psychological
intonation; instead it is a force field, a
field of desires, which prefers the depths
to the surface, the pulse to the shape.
The truth, which emanates from Barrio’s
sensorialidade não-retiniana, não
visual, onde o corpo é tocado,
absorvido e recolocado dentro do
“éden original” – ênfase para o
deslocamento do olho para o corpo
(corpo sem órgãos?) como singula-
ridade da poética de Barrio e sua diferença em relação ao neoconcretismo. Cabe
também frisar, en passant, que é no trabalho com fotografia submarina que
a imagem ganha certa autonomia
na obra de Barrio e também uma
curiosa pureza estética. É somente
submerged in the salty sea while feeling
debaixo d’água, com máscara, tubo absolute, playful, pleasurable retinal
de oxigênio e câmera fotográfica, sensoriality (sic), Eden itself. Therefore

tanto a visão neoconcreta atém- the neoconcrete vision supports itself

que parece existir a possibilida-
se aos princípios meios fins da arte dentro da tradição terrestre (digamos de de uma beleza sem trauma
assim).........ou da arte de sempre........tateando fragilmente o mergulho tal – quando o corpo sai da terra, da
e qual e preferindo portanto o uso do transitivo indireto.................”. Tal- gravidade, do vício, da dor.
on the beginning, middle and end of
art inside the terrestrial tradition (shall
we say).........or the same art as
always........groping tentatively in the

vez, a tal necessidade expressiva,
mencionada por mim no parágrafo
anterior, queira apenas indicar
a intransitividade do mergulhar
enquanto afirmação de um corpo
que é simultaneamente nascimento
e morte, prazer e dor, silêncio e
sentido. O que o mergulhar o corpo
na água salgada acena é para uma
projects and installations, has the bruis-
ing of a wound, arising from a physical
and native need for expression, which, on
materialising, realises itself.
In a note sent by fax to the artist Ricardo
Basbaum2 , Barrio made a heraclitian
com­­mentary on neoconcretism: “The
neo­concrete did not think of the body
O percurso do trabalho do MAC,
como nos mostra o caderno-livro
editado na época da exposição,
foi dos mais intensos. Idéias nas-
cidas de uma longa vivência no
mar. Idéias com cheiro, pressão,
densidade, fluidez. Idéias úmidas
e obscuras, nunca abstratas, fo-
ram sendo redigidas, apagadas,
dive and preferring therefore the use
of the indirect transitive.................”.
Perhaps, this expressive necessity, men-
tioned in the previous paragraph, seeks
merely to indicate the intransitivity of
diving while being the affirmation of a
body, which is simultaneously birth and
death, pleasure and pain, silence and
sense. What the diving of a body into salt
water calls attention to is a non-retinal
sensoriality (sic), non-visual, where the
body is touched, absorbed and replaced

10 11
rabiscadas. Nos cadernos-livros
nascem e vivem, à sua maneira,
as instalações de Barrio. Não há
passagem de um para outro, há
co-pertencimento. “O pó – solidi-
ficá-lo; o sólido – transformá-lo em
pó; o vegetal em líquido e assim
sucessivamente.............”; até o
livro tornar-se instalação e esta
reinventar-se como livro.
Citemos algumas passagens do seu caderno-livro. “Arrancar o tapete
deixando assim o cimento apa­rente............utilização na montagem dos
materiais existentes no museu e
nos seus arredores>no morro>na
praia>nas águas da baía de gua-
nabara> nas folhagens> nas ár-
vores> no lixo> pigmento(s)>
roupas>botões>carne>pó de serra
(de madeira)>fios elétricos pelo
chão>emaranhados>garrafas de
plástico com água poluída da baía
de guana­­­­­­­­bara>o carrinho do Adão
>um cão vira-lata dormindo>uma
mendiga com suas bolsas de tras-
tes e roupas sujas>um pedaço de
peixe pendurado do teto>pássaros
12
inside the “original Eden” – emphasis on
the dislocation from the eye to the body
(body without organs?) as the singular-
ity of Barrio’s poetry and his differences
in relation to neoconcretism. It is worth
emphasising, en passant, that it is in the
underwater photography that the image
gains a certain autonomy in Barrio’s work
and also a curious aesthetic purity. It is
only under the water, with mask, oxygen
tank and camera that there seems to exist
the possibility of beauty without trauma
- when the body leaves the earth, gravity,
vice and pain.
The course of the MAC work, as shown us
by the notebook edited at the time of the
exhibition, was extremely intense. Ideas
born from a long life in the sea. Ideas
with smell, pressure, density, fluidity.
Ideas both damp and dark, never abstract,
were being written down, rubbed out and
vivos soltos no espaço>tartarugas scribbled down. Barrio’s installations, in
caminhantes........interferir nas this way are born and have life in the
notebooks. There is no passage from one
paredes, no teto, na iluminação,
to another, there is co-belonging. “The
no chão, na acústica, no espaço, powder - solidifies; the solid transforms
no tempo, na locomoção”, enfim, into powder; the vegetable into liquid
pelo fluxo das idéias que surgiam and so on successively.............”; until
the book becomes installation and this
rabiscadas, imaginamos um inferno
is reinvented as a book.
oceânico instalando-se no museu.
We cite some passages from his notebook.
As possibilidades presentes aí, que “Pull up the carpet leaving the bare
são reais ao seu modo, pressupu- concrete............use of materials in the
museum and its surrounds >on the hill
nham um enfrentamento sem a
>on the beach >in the waters of Guana­
resistência do espaço construído,
bara bay > in the leaves > in the trees > in
do lugar e sua força específica. Daí the rubish>pigment(s)>clothes>but­tons
que a atualidade da instalação – >meat>sawdust (from wood)>electric
que não descarta mas complementa wires on the ground >tangles>plastic
bottles with polluted water from Guana­
a virtualidade dos cadernos-livros
bara bay >Adam’s car >a street cur sleep-
– foi se encaminhando diferente- ing >a beggar with his bags of junk and
mente, com uma economia poética dirty clothes >a piece of fish hung from
menos expansiva. Afinal, “força é mudares de vida”.3
No processo do caderno-livro para o espaço, na realização da instalação,
o enfrentamento foi se deslocando.
Não se trata de recuo ou de adequa-
ção, mas de deixar ser o que é em
um determinado lugar e momento.
Foi ficando desinte­ressante, no
ato poético que enfrentava o
espaço do Niemeyer, afirmar pela
13
negação (a impureza contra a
pureza), mas positivar a diferença
(a impureza do puro e a pureza do
impuro). Um vazio denso e com
cheiro nasceu de dentro da geo-
metria irregular do salão central.
O chão virou mar. Nosso olho ao
entrar no salão central do museu,
totalmente às escuras, era puxado
por uma pequena luz amarela, ao
fundo, sobre um desenho com
sal, texto, garatujas e pedaço de
peixe. Uma linha cruzava o espa-
ço desmontando a geometria e
segurando algumas poucas coisas
– uma trouxa aqui, um pacote ali,
sempre com bacalhau dentro. A laca de cor âmbar, espalhada pelo chão,
fazia cintilar o pequeno ponto de luz amarela, transformando o tapete em
um mar crepuscular. Toda esta descrição não pretende dar à instalação um
caráter represen­tacional – nada
está sendo re­­­­­­­pre­­sentado, muito
pelo contrário, é uma certa expe-
riência do mar que se instalou ali.
Uma experiência do mar estranha
e complementar àquela produzida
pelo olhar fascinado de dentro do
museu.
Esta produção de estranha­
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the ceiling >live birds free in the space
>turtles walking........interfering in the
walls, in the ceiling, the illumination, the
ground, the acoustics, the space, the time
the movement”, in the end, through the
flow of ideas which were scribbled down,
we imagine an oceanic inferno installing
itself in the museum. The possibilities
here present, which are real in their own
way, presuppose a confrontation without
resistance from the constructed space,
from the place and its specific force. From
this point, the reality of the installation
– which does not discard but complements
the virtuality of the notebooks – devel-
oped differently, with a less expansive
poetic economy. In the end, “force is
changes in life”.3
In the process of notebook to space, in
the realisation of the installation, the
confrontation was set aside. This was not
a retreat or conformity, but instead letting
things be in a specific time and moment.
It became uninteresting, in the poetic
act which confronted Niemeyer’s space,
to affirm by negation (impurity against
purity), to make positive the difference
mento acompanha a trajetória de Barrio. “Acho que pelo menos o clima de
algo que incomoda, que é diferente, me acompanha. Hoje em dia acho que
isso sou eu, não é apenas uma
questão de provocação pura e sim-
ples”. É fundamental desvincular
o estranhamento da provocação,
na medida em que o primeiro quer
dar à arte, ao fazer poético, uma
potência política e o outro, que
quer dar à política, ou melhor,
ao discurso ideológico, um verniz
estético. Lendo recentemente um
texto do filósofo Jacques Rancière
sobre o bicentenário de Vitor Hugo,
vi uma passagem que me remeteu
à obra de Barrio e que cabe citá-la
para melhor qualificar a potência
política deste estra­n hamento
poético que lhe é tão singular:
“o subsolo obscuro da cidade bri-
lhante é para os políticos o mundo
da miséria que denuncia a ordem
social ou o reino da subversão que
mina suas bases. Para o romancista,
a descida aos infernos da sociedade
é outra coisa: o mergulho nesse
mundo subterrâneo que é a verdade
15
(the impurity of the pure and the purity
of the impure). A dense void with its own
smell was born in the irregular geometry
of the central hall. The ground became the
sea. Our eyes on entering the central hall
of the museum, completely in the dark,
were drawn to a small yellow light, on
the ground, on a drawing with salt, text,
scrawls and a piece of fish. A line crossed
the space disassembling the geometry and
fixing a few small things - a bundle here,
a package there, always containing cod.
The amber coloured sap, scattered over the
ground, made the small point of yellow
light glitter, transforming the carpet into a
twilit sea. This description does not intend
to give the installation a representational
character - nothing is being represented,
much to the contrary, it is a certain
experience of the sea which was installed
here. An experience of the sea which is
both strange and complementary to that
produced by eyes fascinated by what they
see inside the museum.
This production of estrangement follows
Barrio’s trajectory. “I think that at the
very least the ambience of something
disquieting, something which is different
accompanies me. Nowadays, I think that
this is me, it is not just a question of
pure and simple provocation”. It is fun-
secreta do outro, no universo da
grande igualdade que sustenta a
superfície das diferenças sociais
e recebe seus farrapos. O esgoto,
diz Vitor Hugo, é a consciência da
cidade, o grande cínico que diz
tudo: a toga do juiz se arrasta perto
de algo podre que foi a saia da em-
pregada, a moeda de ouro ao lado
do prego do suicida, ou esse fino
lençol de marquesa que se tornou
a mortalha de um revolucionário. Essa grande desordem é diferente de uma
curiosidade de esteta. É o emblema de outra igualdade, diferente daquela pela
qual se combate nas barricadas. É
também o emblema de uma nova
idéia de arte”4. É a potência do
estranha­mento e do choque que
confere a este novo tipo de arte
– que vem de Vitor Hugo até Barrio
– uma força de combate distinta
daquela das barricadas, mas não
menos revolucionária, afirmando-
se, simultaneamente, como uma
potência ética e estética.
16
damental to separate the estrangement
from provocation, in the sense that the
first wishes to give art a political power
and the other wishes to give politics,
or rather, the ideological discourse, an
aesthetic varnish. Recently reading a
text on the bicentennial of Victor Hugo
by the philosopher Jacques Rancière, I
came across a passage which recalled
Barrio’s work and which is worth quoting
to better qualify the political power of this
poetic estrangement which is so singular:
“the obscure underground of the brilliant
city is for the politicians of the world of
misery who denounce the social order or
the kingdom of subversion which mines
its bases. For the novelist, the descent
into the hells of society is another thing:
a dive into this subterranean world,
which is the secret truth of the other,
into a universe of great equality which
sustains the surface of social differences
and receives its refuse. The sewer, says
Victor Hugo, is the conscience of the city,
1
As citações sem referências explicitadas usadas
neste texto são do próprio Barrio e foram extraídas
do livro/catálogo/registro publicado por ocasião
da exposição do artista no MAC-Niterói, em maio
de 1999. 2Citado por Basbaum em seu texto sobre
Barrio publicado no catálogo da exposição no Museu
Serralves, Porto, Portugal, outubro/dezembro de
2000. 3Final do poema “Torso arcaico de Apolo”
de Rainer Maria Rilke, que usei como título de um
outro texto meu sobre Barrio. 4Rancière, J. – “As
ambigüidades de um bicentenário”, Caderno Mais,
Folha de São Paulo, 18/08/2002.
17
the great cynic which says everything:
the robes of the judge trail close to
something rotten which was the maid’s
skirt, the gold coin next to the suicide’s
nail, or this fine sheet of the marchioness
which became a revolutionary’s shroud.
This great disorder is different to the
curiosity of the aesthete. It is the symbol
of another equality, different from that
which is fought for at the barricades. It is
also the symbol of a new idea of art”4. It
is the potential of the estrangement and
shock which gives this new type of art
– which goes from Victor Hugo to Barrio
– a combative power distinct from that of
the barricades, but no less revolutionary,
establishing itself, at the same time, as
an ethical and aesthetic power.
1
The quotations without references used in this
text are from Barrio and were taken from the
book/catalogue/record published on the occasion of
the artist’s exposition at MAC-Niterói, in May 1999.
2
Quoted by Basbaum in his text on Barrio published
in the catalogue for the exhibition in the Museu
Serralves, Porto, Portugal, October/December 2000.
3
End of the poem “Torso arcaico de Apolo” by Rainer
Maria Rilke, which I used as the title of another of
my texts on Barrio. 4Rancière, J. – “The ambiguities
of a bicentennial”, Caderno Mais, Folha de São Paulo,
18/08/2002.
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Godofredo Pinto manutenção
Prefeito de Niterói Pôncio Muniz, Carlos Ramos, Getúlio Carvalho,
Maria Felisberta Trindade Carlos de Souza, Givaldo Falcão, Nilson Duarte,
Secretário de Educação e Cultura
Valdo Nogueira

Claudio Valério Teixeira

Presidente da Fundação de Arte de Niterói - FAN A Exposição Ocupações/Descobrimentos foi
realizada no MAC no período de maio/julho de 1998
Ivan Macedo com curadoria de Luiz Camillo Osório
Superintendente - FAN

M useu de A r te C at á logo
C ontempo r â nea de N i te r ó i Projeto Gráfico
Conselho Deliberativo Dupla Design
Anna Maria Niemeyer, Carlos Roberto Siqueira Produção
Castro, Claudio Valério Teixeira, Italo Campofiorito, Thais Ribeiro da Silva
Janete Costa, João Sampaio, Jorge Roberto Silveira,
Fotografias
Marcos Gomes, Naum Rifer, Oscar Niemeyer, Otávio
Rainho, Ronaldo Pontes, Victor Arruda, João Magno Mesquita
Sattamini - Presidente do Conselho Versão para o inglês
Diretor do Museu
Bruce Kenneth Bailey
Italo Campofiorito Agradecimentos
Coordenadora Executiva
Antonio Mesquita Moreira de Carvalho, Robson
Dôra Silveira Rodrigues Gouveia, Nissim Sonsol, Jussara Nova
Raris, Adriana Santilhana Nietupski, Ruth de Sousa
Coordenadora do acervo Oliveira, Miulnei Ribeiro Barbosa
Marcia Müller
Agradecimento Especial
Diretora da Divisão de Museologia Selmo Treiger
Angelica Pimenta
apoio
Conservação de Obras de Arte Plaza Shopping Niterói
Nice Mendonça União de lojas Leader S/A
Diretor da Divisão de Arte Educação Millenium Transportes Especializados e Sensiveis
Luiz Guilherme Vergara
Arte-educadores
Beatriz Jabor, Daniela Seda, Ignês Guimarães,
Marcia Campos, Eduardo Machado de Souza –
Tatiana Assumpção e Carlos Roberto dos Santos
(estagiários)
Diretor da Divisão de Teoria e Pesquisa
Guilherme Bueno
Assistente
Leda Maria Abbês
Diretora da Divisão de Administração
Telma Lasmar Gonçalves
assistente administrativo
Alexandre Vasconcellos,  Luiz Rogerio Baltazar
museu de arte contemporânea de niterói
assistente arquitetura mirante de boa viagem, s/nº - boa viagem - niterói
Manoel Vieira rj - brasil - cep.24210 390
assessoria de imprensa tel./fax: 21 2620 2400 / 2620 2481
José Carlos Assumpção
horário de visitação
secretaria de terça a domingo, das 11h às 18h
Helena Melegari, Neide Villela
recepção visitas guiadas para grupos
Claudia Santos, Fernanda Melegari, Lourdes Portella, marcar com antecedência na Divisão de Arte e
Sergio Soares Educação, pelos tels.: 21 2620 2400 e 2620 2481

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