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Dimitri Wuo Pereira


dimitripereira@uni9.pro.br
Professor
UNINOVE

Rodrigo Paiva
rgpaiva@uni9.pro.br
Professor
UNINOVE

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CULTURA E ESPORTE: TRADIÇÃO, HÁBITO E COSTUME.

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PALAVRAS CHAVE
Complexidade, esporte, tradição, modernidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUNNING, E. (2014) Sociologia do esporte e os processos civilizatórios. São
Paulo: Annablume.

ELIAS, N.; DUNNING, E. (1985) A busca da excitação. Lisboa: Difel.

HOBSBAWN, E . Introdução: A Invenção das Tradições. In: HOBSBAWN, E.;


RANGER, T.(Org.) (1977) A Invenção das Tradições. – Tradução de Celina
Cardim Cavalcante – Rio de Janeiro: Paz e Terra.

MORIN, E. O Método 4. As ideias: habitat, vida, costumes, organização. 4ª ed.


Porto Alegre: Sulina, 2005.

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PRINCIPAL ÁREA FILOSÓFICA
Epistemologia e história

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O esporte é uma das mais difundidas tradições de práticas corporais. Desde
sua gênese entre os séculos XVII e XVIII (Dunning, 2014; Elias e Dunning,
1985), até os dias atuais na sociedade pós-moderna, é possível afirmar, que do
ponto de vista metodológico, o esporte permaneceu estático e conservador. No
entanto, no final do século XX e início do XXI, o esporte sofreu diversas
críticas. O exagero na competitividade, a vitória a qualquer custo, a busca de
rendimento precocemente, a vitória apenas pelo lucro, a exposição midiática, a
desconexão das práticas esportivas com a educação são objetos de
julgamentos pela desproporcionalidade com que se retira do esporte valores
positivos como a cooperação, a solidariedade e a superação. Verifica-se que
há elementos favoráveis e desfavoráveis, demonstrando a complexidade do
esporte. Defende-se, como hipótese, que o esporte como outras manifestações
humanas depende das relações sociais, e que, portanto, sua valorização
dependerá da análise de suas múltiplas potências. O objetivo deste trabalho é
discutir como a cultura esportiva se forma e se configura na atualidade, a partir
dos conceitos de tradição, hábitos e costumes para elucidar sua organização.
O pensamento de Hobsbawm sobre a cultura, proporcionará os elementos
necessários a esta reflexão. Para Hobsbawm (1997), a tradição se forma pela
repetição quase obrigatória das situações do passado, ou pela referência que
determinadas situações do cotidiano assumem na sociedade. O esporte,
nitidamente, configura-se como uma tradição, inventada na modernidade, que
forja uma perpetuação de práticas, métodos, comportamentos e valores.
Assim, os diferentes espaços de ensino de práticas esportivas cultuam de
forma irrefletida a tradição do método esportivo. Enquanto os costumes e
hábitos, para Hobsbawm (1997), são relativamente estáveis, mas
suficientemente sensíveis às mudanças socioculturais de um determinado
tempo histórico, ou seja, técnicas, regras, vestimentas, espaços e objetivos,
são hábitos e costumes que se transformam com o tempo. Diferente das
tradições, eles não se perpetuam, ou se enrijecem, pois servem aos indivíduos
inseridos no caldo cultural. Desta feita, ainda que as metodologias de ensino
das práticas esportivas demonstrem resistência à mudança, as flexibilizações
vislumbradas em alguns espaços de ensino e o surgimento de novas e
modernas práticas sugerem que o uso do termo tradicional não é adequado
para resignar o esporte. Corroborando com Morin (2005), o esporte está
inserido no jogo das interações entre seus elementos criadores (indivíduo –
sociedade – espécie), os quais são ao mesmo tempo produtores e produtos do
esporte. Portanto, acredita-se que no esporte: as regras podem se alteradas
dependendo da necessidade de uma escola; as técnicas aprimoram-se para se
atingir metas como medalhas ou sorrisos; vestimentas e espaços esportivos
sempre estão a serviço do desempenho e do prazer; e os objetivos dos
praticantes variam conforme o ser humano valora a prática, quer seja na
intenção de obter resultado, saúde e diversão. Numa perspectiva tradicional o
esporte petrifica-se, fossiliza-se, já numa concepção habitual ou costumeira ele
se transforma. Seria conveniente refletir se o esporte chamado tradicional,
pode ser reinterpretado como esporte habitual ou costumeiro.

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Nenhum recurso extraordinário

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