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Voltaire

 Com ele, pôde-se concluir que todo fato ou teoria “na história foi revisto em
algum momento”, uma vez que seria inconcebível “nascer com ideias e
conceitos prontos em nossas cabeças”. Estas observações, não por menos,
são precedidas das ideias do filósofo britânico John Locke, para quem a
experiência sensorial (e não a reminiscência platônica) “permite a crianças
e adultos adquirir conhecimento confiável sobre o mundo externo”.

 diz que “toda ideia ou teoria pode ser desafiada”, e apesar de as “certezas”
oferecidas pelas instituições serem acalentadoras, “por ser mais fácil
aceitar as declarações oficiais”, se analisadas a fundo, [tais certezas] não
passam de um completo absurdo. Ora, se não existem ideias inatas, tão
pouco é concebível um escopo teórico/prático que esteja além da
construção cultural, e que vem sendo preservado pela “tradição” e pela
história. Daí sua “rebelião” contra as instituições tradicionais.

 Percebendo, no viver, as coisas que lhe dão prazer, as que satisfazem suas
necessidades, as que lhe são úteis, Voltaire[1] nos apresenta que o homem nasce com
uma tendência violenta para a dominação, as riquezas e os prazeres. A partir disso,
se pode concluir que todos os homens seriam necessariamente iguais se não
tivessem necessidades.
 O homem carece por coisas agradáveis, que o satisfaça, tais como dinheiro,
mulheres, carros etc. Por conseguinte, ele quer usufruir de todos os seus prazeres e,
para isso, luta com suas estratégias para alcançar tais fins
 A igualdade para Voltaire é apresentada como um princípio segundo o qual todos os
indivíduos respeitam as leis da sociedade, às quais lhe garantem a paz e a
organização. Ou seja, um indivíduo tem o direito de acumular bens, desde que trate
o outro, mesmo que não possua posses, da mesma forma que trata uma pessoa que
as tenha.
 Em suma, devemos nos questionar: há possibilidade de construir uma sociedade
igualitária na contemporaneidade? Existem homens que vivem puramente de forma
igualitária hoje? A realidade que se vê é que o homem luta para adquirir cada vez
mais seu prestígio sem se preocupar com os outros. Voltaire nos afirma que o
homem é livre para lutar em prol de seus objetivos pessoais, uma vez que o meio já
o influencia. Porém, devemos estar conscientes que nessa luta pela sobrevivência
deve haver respeito e harmonia no tratamento de um indivíduo para com o outro,
havendo assim no meio das diversidades da sociedade, uma parcela de luta pela
igualdade.
 Pretende lutar contra os sistemas vãos, contra opiniões falsas e condena toda
atitude fundada na crença e na superstição ou ainda nos pensamentos puramente
abstratos. No entanto, ele não se contenta apenas em destruir opiniões, mas possui
também convicções positivas de pesquisa sobre a verdade, a sabedoria e a
felicidade.
 retende lutar contra os sistemas vãos, contra opiniões falsas e
condena toda atitude fundada na crença e na superstição ou
ainda nos pensamentos puramente abstratos. No entanto, ele não
se contenta apenas em destruir opiniões, mas possui também
convicções positivas de pesquisa sobre a verdade, a sabedoria e
a felicidade.
 autor anticlerical, e se dedicou a muitas causas contra o poder
da Igreja e os abusos do fanatismo. Ele escreveu muito contra a
superstição e o que era então chamado de entusiasmo,
compreendido como a convicção de sentir-se imbuído de Deus
ou de tarefas atribuídas por Ele. Denunciou esses abusos na
mistura perigosa entre poder e religião, entre governo e Igreja,
entre convicções religiosas e o Poder Judiciário.
 Voltaire deduz duas provas da existência de Deus, as quais segundo ele resumiriam
todas as outras provas e também todos os outros escritos sobre esta questão. Sendo
assim, o primeiro argumento a ser considerado é exatamente esta ordem do
universo, mas não só ela, como também o fim com que cada coisa se relaciona:
 Quando vejo um relógio cujo ponteiro marca as horas, disso concluo que um ser
inteligente montou as engrenagens desta máquina para que o ponteiro marque as
horas. Assim quando considero as engrenagens do corpo humano, concluo que um
ser inteligente montou os órgãos para serem recebidos e nutridos por nove meses
na matriz: que os olhos nos são dados para ver, às mãos para segurar, e assim
por diante.(VOLTAIRE, 1978b, p.63).
 para Voltaire, como para Newton, Deus é o grande engenheiro ou mecânico que
idealizou, criou e regulou o sistema do mundo (REALE, 2005, p.257), ou seja, se
existe uma ordem no universo é porque alguém ordenou, e o relógio é uma prova
inegável da existência do relojoeiro, assim como o mundo é uma prova evidente da
existência de um Criador Supremo que é Deus. “Se Deus não existisse seria preciso
inventá-lo, porém a natureza proclama a sua existência”. (REALE, 2005, p.257).

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