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FACULDADE UNINASSAU

CURSO DE BACHALELADO EM FISIOTERAPIA

MARIA SOLANGE MORAES SILVA

CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO


MUNICÍPIO DE PARNAÍBA/PI: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PARNAÍBA-PI
2018
MARIA SOLANGE MORAES SILVA

CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO


MUNICÍPIO DE PARNAÍBA/PI: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso (Artigo


Científico) apresentado como requisito
para obtenção de grau de Bacharelado em
Fisioterapia, pela Faculdade Mauricio de
Nassau.

Orientador:

PARNAÍBA-PI
2018
1 INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa, causada pelo


Mycobacterium leprae, um bacilo que possui alta infectividade e baixa patogenicidade. O
M. leprae afeta os nervos periféricos e pode ser transmitido por meio de gotículas ou
aerossóis, com a forma clínica multibacilar (BRASIL, 2002; BRASIL, 2010; BRASIL,
2014). A hanseníase apresenta alterações dermatológicas e neurológicas, que quando não
diagnosticadas e tratadas adequadamente, poderá ocasionar incapacidades físicas e
deformidades. A ocorrência de sequelas deve-se ao poder imunogênico do M. leprae
(BRASIL, 2002; BRASIL, 2014).
Desta forma a detecção da hanseníase, a prevenção das lesões dermatoneurológicas,
deformidades e morbidades no indivíduo com e/ou após a doença, bem como as orientações
de autocuidado, podem ser prejudicadas com a fragilidade que os serviços de saúde
possuem. Tais problemas provocados pela hanseníase são identificados a partir da triagem
do paciente, da Avaliação Neurológica Simplificada (ANS), anamnese, e aplicação da
Escala de Participação e Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (Escala
SALSA) (FINEZ; SALOTTI, 2011; BRASIL, 2008).
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento da hanseníase, sendo
eminentemente ambulatorial com esquemas terapêuticos padronizados, a partir da
associação de rifampicina, dapsona e clofazimina, que destroem a microbactéria e evita o
desenvolvimento da doença, levando à cura (BRASIL, 2010). Considera-se atualmente que
a hanseníase é uma doença tratável e curável (MARQUES, 2003, p. 145).
A hanseníase apresenta uma distribuição geográfica não uniforme e maiores
coeficientes de prevalência em países que se localizam nas regiões de baixo
desenvolvimento socioeconômico, como América Latina, África e Ásia (FONTES, 2011).
Observa-se um certo declínio dessa prevalência, desde a introdução da poliquimioterapia
em 1982, porém, o número de casos novos ao ano se mantém devido a diversos fatores
como: diagnóstico de novos casos e a transmissão elevada por indivíduos que não
apresentam sintomas (FONTES, 2011).
No Brasil, é uma doença de investigação e de notificação compulsória, que apesar
de se identificar tendência de estabilização dos coeficientes de detecção, apresenta níveis
e efeitos elevados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste (WHO, 2014). Em 2014, o
Brasil detectou 31.064 casos de hanseníase, e apresentou alto coeficiente de detecção geral
(15,32/100.000 habitantes), sendo realizada a avaliação neurológica no momento do
diagnóstico apenas de 86,99% deles. A região Nordeste apresentou o maior número de
casos detectados, com 13.523 registros e com o menor percentual de avaliação entre as
cinco regiões do país (83,22%) (PENNA et al., 2011; BRASIL, 2014).
Em 1991, a Assembleia Mundial de Saúde definiu a meta de eliminação da
hanseníase como problema de saúde pública, a qual é determinada como prevalência
inferior a um caso a cada 10 mil habitantes e continua vigente em países que não atingiram
a meta, como o Brasil (BRASIL, 2013). Atualmente, países que ainda reportam casos da
doença deverão se adaptar a “Estratégia Global de Hanseníase 2016-2020” que visa
diminuir ainda mais a carga da hanseníase, tanto no âmbito global quanto local, e inserir
intervenções específicas acerca do estigma e discriminação devido à patologia (WHO,
2016).
No caso especifico da formação do fisioterapeuta, faz-se necessário o ensino da
hansenologia nos cursos de graduação em Fisioterapia, para que o profissional de saúde
possa no seu cotidiano, ser capaz de lidar com as condições de saúde da população diante
da problemática da hanseníase (REBELATTO, 1999). A atuação do fisioterapeuta na
hanseníase faz parte de uma formação mais ampla focada no cuidado integral ao paciente,
conter a orientação sobre a doença ao doente, ao comunicante e à população em geral;
realização de diagnóstico precoce; prevenção de novos casos; avaliação, prevenção,
tratamento e reabilitação de incapacidades físicas; e, por fim, reintegração dos doentes à
sociedade (DIAS, 2007, 13). A prevenção de incapacidades é o pilar sobre o qual deve ser
construída a reabilitação (VIRMOND, 1997). O profissional de fisioterapia tem grande
importância desde a prevenção até a reabilitação destes pacientes (MARQUES, 2003, p.
148).
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

- O presente trabalho tem como objetivo analisar a caracterização


epidemiológica da hanseníase no município de Parnaíba/PI baseada em uma
revisão bibliográfica e na coleta de dados do sistema oficial de informação
de agravos e notificações (SINAN).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Caracterizar o perfil epidemiológico dos casos da hanseníase no município


de Parnaíba/PI presentes no sistema de Informação de Agravos de
Notificações (SINAN);
- Demostrar os aspectos clínicos da hanseníase;
- Classificar os padrões da incapacidade física das pessoas acometidas pela
hanseníase.
3 JUSTIFICATIVA

Considera-se que a realização do presente estudo é bastante oportuna e de suma


importância, a escolha do tema se justifica pelo fato da hanseníase ser uma enfermidade
com elevada prevalência no Brasil, e principalmente por se tratar da caracterização
epidemiológica no município de Parnaíba/PI, a qual faz parte da região nordestina, onde
há um alto índice de hanseníase. Visto que, há a necessidade de conhecer, pesquisar e
acrescentar conhecimentos e informações acerca do assunto no campo cientifico.
Sendo assim, este trabalho será uma ferramenta imprescindível a ser utilizado pelos
acadêmicos para disseminar dados e informações acerca do município de Parnaíba/PI. O
estudo também pode ser considerado viável, uma vez que há grandes quantidades de obras
sobre outros municípios e um estudo levantado em 2014 sobre essa mesma região. Outro
ponto interessante é que a fisioterapia, tem contribuído na promoção da saúde de pacientes
com hanseníase no processo de reabilitação destes.
Com isso, espera-se que o estudo realizado seja de grande valia para a população
em geral, uma vez que atuação do fisioterapeuta se torna um trabalho indispensável capaz
de prevenir contraturas, deformidades, além de dar uma melhor qualidade de vida para o
hanseniano e a família.
4 METODOLOGIA

A revisão bibliográfica foi feira por meio de busca online das produções cientificas
nacionais sobre a hanseníase no período de 2010 a 2017. Empreendeu-se um levantamento
bibliográfico de artigos das bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific
Electronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico e no periódico Hansenologia
Internationalis, por se tratar de uma revista que aborda temas sobre a hanseníase. Os artigos
obtidos foram selecionados os de maior relevância para o estudo correspondente. Como
palavras-chave foram utilizadas para a pesquisa “Caracterização da Hanseníase”,
“Mycobaterium Leprae”, “Hanseníase” e “Perfil Epidemiológico da Hanseníase”. Além
disso, foram extraídos do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) dados epidemiológicos do município de Parnaíba/PI, sendo este de domínio
público.

Estabeleceu-se para a seleção da amostra, artigos brasileiros, no período de 2010 a


2017, que apresentassem de maneira explicita no título e/ou resumo o perfil epidemiológico
e caracterização da hanseníase, independentemente do método de pesquisa utilizado, cujos
artigos foram inclusos apenas os que citavam o tema proposto em outros municípios e a
hanseníase como abordagem fisioterápica. A seguir, procedeu-se a leitura do material
levantado e identificou-se 16 trabalhos e 2 dissertações de mestrado.

Dessa forma, a amostra final foi composta por 18 artigos científicos, que estavam
relacionados à temática e atendiam ao objetivo proposto e aos critérios estabelecidos de
inclusão. Diante disso, desenvolveu-se um formulário de coleta de dados considerando
informações especificas de cada artigo, relacionados a autoria, local, ano de publicação,
fonte de localização, resumo, objetivos, delineamento e características do estudo,
instrumentos de coleta de dados, análise dos dados, resultados, discussão e conclusão. Esta
planilha foi ordenada de acordo com o ano de publicação dos artigos. A partir dessa
organização procedeu-se a análise do conteúdo dos artigos selecionados.

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