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1. Introdução
Para enfrentar um cenário cada vez mais competitivo, as organizações mais dinâmicas
buscam continuamente alternativas para a melhor utilização de todos os recursos de suas
atividades. As empresas varejistas, também sujeitas às recentes transformações econômicas,
têm priorizado aspectos como, o aumento da eficiência operacional, compreensão do
relacionamento com o consumidor, além do melhor aproveitamento dos produtos antes
destinados ao descarte.
Sendo o mercado varejista a principal ligação entre os produtores e o consumidor
final, este tem uma importante participação na gestão ambiental, contribuindo para que os
resíduos, como embalagens plásticas e papelão, sejam retornados para reciclagem. Conforme
Parente e Gelman (2006), através destas práticas, estas empresas buscam o reconhecimento de
sua sustentabilidade e o aumento da credibilidade junto aos clientes ao demonstrar seu
comprometimento social e ambiental, como também a redução na emissão de lixo.
A logística reversa, aplicada no varejo supermercadista, surgiu para oferecer novas
oportunidades de captação de recursos e, segundo Leite (2003), para apoiar as empresas a se
tornarem economicamente rentáveis através do aproveitamento de resíduos, além de fomentar
uma visão socioambiental para a organização. De modo geral, os fornecedores das empresas
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Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade
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venda está ligado a fidelização de clientes, proteção à marca, bem como distribuição de
estoque. Ambos trazem benefícios para a organização, os quais são mostrados na figura 1.
Figura 1 – Agregação de valor dos fluxos reversos
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4. Considerações finais
A logística reversa apresenta-se como uma alternativa factível para melhorar o
desempenho de um varejo supermercadista, seja este em termos financeiros ou
socioambientais. No entanto, as empresas estudadas não fazem uso de maneira ampla dos
conceitos de logística reversa para a obtenção de ganhos financeiros, sendo esta aplicada
apenas para o atendimento de aspectos ambientais. Uma exceção foi o supermercado C que,
através de acordo, repassa o prejuízo gerado pela não comercialização de produtos aos seus
fornecedores.
O supermercado A segue uma política centralizada, na qual os resíduos (embalagens)
são repassados a uma empresa recicladora sem ônus. Pode-se dizer que o principal objetivo
dessa rede, no que tange a logística reversa, é manter a imagem de empresa sustentável
através das atividades que ora são realizadas. A ampliação do processo de logística reversa
nessa empresa confronta, de acordo com o estudo, com uma sistemática complexa devido à
centralização das decisões e, principalmente, pelo número de estabelecimentos envolvidos.
A logística reversa no supermercado B é inexistente, tão pouco há interesse de
recolhimento contínuo por empresas especializadas. Isso decorre pelo baixo volume de
resíduos devido ao porte da loja. Contudo, o responsável pelo supermercado demonstrou
interesse em desenvolver parcerias com fornecedores para melhorar o processo de entrega e,
consequentemente, reduzir a quantidade de frutas e verduras descartadas diretamente para lixo
comum.
Por sua vez, o supermercado C, apesar do número reduzido de lojas, apresenta um
nível maior de conhecimento sobre a logística reversa em detrimento as outras empresas
pesquisadas. Entretanto, não há benefícios financeiros oriundos de vendas de embalagens,
alem de inexistir projetos para ampliação ou desenvolvimento de atividades voltadas para o
melhor aproveitamento de resíduos.
Como sugestão para melhoria dos processos de logística reversa no caso do
supermercado A, seria a implementação de uma gestão local para os resíduos, objetivando o
lucro com as vendas. Já para o supermercado B, recomenda-se o estudo de viabilidade para a
separação e venda por tipo de embalagem. A rede do supermercado C pode buscar parcerias
com empresas de reciclagem que estejam interessadas na compra de seus resíduos de
embalagens e, dessa forma, obter ganhos financeiros com esse processo.
Referências
ADLMAIER, D.; SELLITTO, M. A. Embalagens retornáveis para transporte de bens manufaturados: um estudo
de caso em logística reversa. Revista Produção. São Paulo, vol.17, n.2, p.395-406, maio-agosto, 2007.
CHAVES, G. DE L. D.; BATALHA, M. OO. Os consumidores valorizam a coleta de embalagens recicláveis?
Um estudo de caso da logística reversa em uma rede de supermercados. Gestão e Produção v.13, n3, p. 423-434,
set-dez, 2006.
COPACINO, W. C. The three meaning of supply chain management. Logistics Management, vol. 42, n. 6,
junho, 2003.
CZINKOTA, M. R. et al. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001.
GRAVES, S. C.; RINNOOY, K.; ZIPKIN, P. H. Logistics of Production and Inventory. Handbooks in
Operations Research and Management Science, 1993.
KOTLER, P. Administração de marketing. Editora Prentice Hall, São Paulo, 2000.
LACERDA, L. Logística Reversa - Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Disponível
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Caracterização do Estabelecimento
Área de Venda (m2)
Número de check-outs (caixas)
Número de funcionários
Fluxo médio de clientes
( ) não ( ) sim
( ) não ( ) sim
4- No caso de sim, quais são estas atividades, produtos e processos de monitoramento estão
envolvidos (pode se descrever o processo também através de fluxogramas)?
6- Qual a estrutura para a formalização das políticas, práticas, contratos e acordos relativos a
área logística reversa, bem como os seus parceiros externos? (se possível utilizar um
organograma para definir as responsabilidades individuais)
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7- Quais são os tipos de padrões e processos utilizados? São centralizados e definidos pela
matriz ou descentralizados e auto-geridos localmente. Neste sentido também quais são os
principais indicadores (caso existam) que são considerados no atendimento dos objetivos
da logística reversa. (sejam estes redução de impacto ambiental, quantidade de material
direcionado a reciclagem, entre outros)
( ) Vendidos pelo peso ( ) Vendidos pelo volume ( ) Vendidos por preço fixo periódico
definido em contrato ( ) São repassados sem custo a empresas por contrato ( ) Doados a
ONGs/Cooperativas/Empressas ( ) Sem política ( ) Outros: