JORNAL DA ALERJ

A S S E M B L É I A L E G I S L AT I VA D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O
Ano V N° 161 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007

E stado M a ravi l hoso

 NESTE NÚMERO Deputados apontam sete pontos turísticos do interior do Rio de

Janeiro que saltam aos olhos por sua beleza e convidam fluminenses
e turistas a conhecer e desfrutar dos encantos deste belo estado

A
Departamento de
Segurança lança
campanha interna s belezas naturais e as maravi- 77 belezas que contribuem para o fascínio
PÁGINA 3 lhas arquitetônicas do Estado deste estado. Dentre elas, as sete escolhidas
do Rio de Janeiro já serviram foram: o Centro Histórico de Paraty, o Dedo
Tropa de Elite de inspiração para artistas e intelectuais do de Deus, o Museu Imperial de Petrópolis,
desperta polêmica mundo inteiro. A eleição do Cristo Redentor o Parque Nacional de Itatiaia, o Museu de
também entre como uma das novas Sete Maravilhas do Arte Contemporânea de Niterói (MAC), a
os parlamentares Mundo eternizou a nossa cidade e acentuou Ilha Grande e as Praias de Búzios.
PÁGINAS 4 e 5 o orgulho dos cariocas. Mas nem só das Para o deputado Nelson Gonçalves
belezas da capital vive o estado. Na eleição (PMDB), que votou na vencedora Paraty,
O exemplo de promovida pelo JORNAL DA ALERJ entre escolher uma, dentre as várias maravilhas
superação que os 70 deputados da Assembléia Legislativa do estado, foi uma tarefa difícil. “Todas as
Beatriz Santos do Estado do Rio de Janeiro para escolher belezas são muito importantes. Mas o Centro
quer transmitir as Sete Maravilhas do Interior, ficou clara Histórico de Paraty é um conjunto de obras
no seu mandato a importância desse patrimônio para o de- e um patrimônio não só do Rio de Janeiro,
PÁGINA 12 senvolvimento do turismo e da economia mas do Brasil preservado“, justificou.
local. Foram lembradas pelos parlamentares PÁGINAS 6, 7 e 8
 2 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007 3

FRASES CONSULTA POPULAR EXPEDIENTE

POR DENTRO DA ALERJ Rafael Wallace

“ É preciso dotar
o estado de uma
política séria, que
 Pessoas com deficiência têm direito ao RioCard?
Como faço para conseguir o cartão?*
* Pergunta respondida com freqüência pela comissão.

leve os agricultores
e as cooperativas a Social (CRAS) de abrangên-
terem condições de cia de sua circunscrição,
trazer para a Deputada pelo telefone 4003-3737, e ALERJ
capital e outras Sheila levar os seguintes documen- ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
cidades produtos Gama tos: carteira de identidade ou
com qualidade (PDT) carteira de trabalho, certidão

”
Presidente
e preço justo de nascimento para crianças, Jorge Picciani

atestado médico (fornecido 1ª Vice-presidente

João Pedro (DEM), sobre a
necessidade de o estado possuir uma
política que garanta o equilíbrio entre
produtores e consumidores.
“
Fazemos
questão desse
Coronel Jairo
por instituição pública mu-
2º Vice-presidente
 Têm direito ao RioCard, nicipal, estadual ou federal Gilberto Palmares
que é o passe-livre municipal, ou pela rede credenciada 3º Vice-presidente
os portadores de deficiência fí- ao SUS) e comprovante de
Pedro Fernandes Neto
sica, auditiva, visual (apresen- residência. 4º Vice-presidente
tando acuidade visual igual ou Para ser aceito, o atestado
Gerson Bergher

registro porque menor que 20/200, no melhor deve ser original ou cópia au-
1ª Secretária
Graça Matos
entendemos que olho, após a melhor correção, tenticada, ter carimbo legível, 2º Secretário
as grandes figuras ou campo visual inferior a assinatura do médico legível Zito
da humanidade, 20º – tabela Snelben), mental, e ter a Classificação Estatís- 3º Secretário
como Che Guevara, além de pessoas ostomiza- tica Internacional de Doença
Dica

são assassinadas, das, doentes renais crônicos, e Problemas Relacionados à

4ª Secretário
Fabio Silva
mas seus ideais transplantados, hansenianos Saúde (CID) da deficiência 1a Suplente
permanecem como e portadores de HIV. atualizado. Para os deficientes Renata do Posto
inspiração para Para requerer o RioCard, auditivos, além do atestado 2 o Suplente
todos que, em você deve procurar o Centro médico é necessário levar o
Armando José

Time afiado na Segurança

qualquer ponto do de Referência da Assistência audímetro.
3º Suplente
Pedro Augusto
nosso planeta, de 4º Suplente
qualquer idade e Edino Fonseca
condição social,
lutaram contra toda ALÔ, ALERJ “Fui bem atendida” JORNAL DA ALERJ
A diretora do Departamento de Segurança Cristina Vilhena e sua equipe: telefones celulares à disposição de todos os setores da Casa
forma de injustiça Publicação quinzenal

”
Fabiano Veneza

e opressão
Gilberto Palmares (PT), sobre o 40º
aniversário da morte de Ernesto Che
Guevara, no dia 9 de outubro.
do Departamento de
Comunicação Social da
Campanha visa a estimular troca de informações os telefones celulares de todos os responsáveis por guar-
Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro entre os departamentos da Casa e quebrar mitos dar os quatro prédios da Casa – além dos palácios e do
Maria Luísa Proença, Centro Administrativo, eles cuidam também da garagem
65 anos, recorreu ao Jornalista responsável sobre papel do Departamento de Segurança
Fernanda Pedrosa da Avenida Brasil. “Nossa intenção é mostrar que estamos
Alô, Alerj para resolver

Rafael Wallace
(MT-13511)
problemas com o seu
Coordenação: Geiza Rocha
plano de saúde
Reportagem: Everton Silvalima,
Luciana Ferreira e Fernanda Porto
Estagiários: Ana Beatriz Couto,
N
E VERTON S ILVALIMA aqui para o que precisar. Queremos existir não somente
como aqueles que reprimem, mas também como os que dão
o Palácio 23 de Julho, Asa e Fred; no Tiradentes, informações”, deseja a diretora. Vilhena informa que, para
Júlio e Ricardo; no Centro Admi- ter um grupo cada vez mais especializado,
nistrativo da Alfândega, Nelson, os seguranças da Casa fazem treinamentos

“
Bruno Fernandes, Camila de Paula, Alexandre e Bira; no Plenário Barbosa Lima constantes, alguns no Rio e outros em esta-
Carla Boechat, Fabiano Veneza, Sobrinho, Cláudio Murilo; na galeria, Flávio; e Queremos mostrar dos como o Paraná, onde aprendem a lidar
como plantonistas, Tião e Zé. Este é o time de nossa cara para que as com situações que envolvem o controle de
Karina Moura, Marcela Maciel,
Desde que tive a experi- mensalidade aumentou por Natália Alves, Sérgio Jardim, Zô
ência de morar oito anos na duas vezes, em menos de 11 responsáveis por azeitar os 140 craques do pessoas vejam que ela acesso e de manifestações e, até mesmo,
“
Guimarães
É uma alegria Departamento de Segurança da Alerj, comanda- não é tão feia quanto
”
França aprendi a reivindicar seis meses. Entre a ligação Fotografia: Rafael Wallace com o fim de incêndios.
participar os meus direitos. Um dia es- para o Alô,Alerj e a resposta do pela comissão técnica formada pela diretora parece “Precisamos de gente cada vez melhor
novamente dos tava na minha casa assistin- do plano de saúde foram
Diagramação: Daniel Tiriba
Cristina Vilhena, os subdiretores Gilcir e Ivan qualificada porque nos relacionamos com
trabalhos da Mesa do à TV Alerj e vi o anúncio duas semanas. O serviço foi Telefones: (21) 2588-1404/1383 e o assessor Kelson. Para que os funcionários Cristina Vilhena, diretora deputados, assessores, em suma, um públi-
Diretora. Espero do Alô,Alerj, que me ajudou rápido e fui bem atendida. O
Fax: (21) 2588-1404
Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 da Casa saibam de cor essa escalação – assim co selecionado e exigente”, comenta Vilhe-
contribuir de forma a resolver dois problemas: um plano foi obrigado a marcar CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJ como sabem a escalação do seu time do cora- na. A diretora lista, inclusive, os maiores
humilde, porém com um inventário, em Mari- a cirurgia no hospital mais
Email: dcs@alerj.rj.gov.br
www.alerj.rj.gov.br ção –, o setor resolveu lançar, há pouco mais de um mês, problemas que o departamento encontra no dia-a-dia: na
inteligente, para os cá, e outro com meu plano de próximo da minha casa. a campanha SOS – Sistema de Orientação da Segurança. parte externa dos prédios, confusão com manifestantes,
trabalhos
”
Fábio Silva (PMDB), após o anúncio
saúde, que insistia para que
eu fizesse uma cirurgia em
Muita gente não sabe o
potencial que os cidadãos
Impressão: Gráfica da Alerj
Coordenação: Leandro Pinho
Montagem: Bianca Marques e
Rodrigo Graciosa
“Queremos mostrar nossa cara, para que as pessoas vejam
que ela não é tão feia quanto parece”, explica Vilhena.
e, na interna, a falta do hábito na utilização do crachá.
“O não uso do crachá já diminuiu bastante, até mesmo
do resultado da eleição para o cargo de um bairro muito distante da têm de reclamar os seus Para a diretora, o SOS visa a ser a identificação no peito porque o Departamento de Comunicação Social da Casa
4º secretário da Mesa Diretora, em que
ele venceu com 37 votos. minha casa. E , além disso, a direitos. Tiragem: 2 mil exemplares de cada segurança. A campanha consiste, basicamente, também faz campanha de conscientização sobre esse
Dúvidas, denúncias e reclamações: 0800 22 00 08 em colocar à disposição dos funcionários da Assembléia assunto”, reconhece.
12
4 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007
EM DEBATE
A violência na
mira da sociedade
Atuação do Capitão Nascimento, personagem do filme Tropa de Elite, causou polêmica antes mesmo de o filme ser lançado oficialmente
Membros das comissões
de Direitos Humanos e de
Segurança Pública analisam
o filme Tropa de Elite
C
M ARCELA M ACIEL
orrupção, tortura e a ausência
do estado nas comunidades
carentes são os principais
problemas apontados pelo filme Tropa de
Elite, do cineasta José Padilha, lançado
no início de outubro. Antes mesmo de
seu lançamento, a repercussão da cópia
pirateada do filme já mostrava o sucesso
da obra e de seu personagem principal, o
Capitão Nascimento, protagonizado pelo
ator Wagner Moura. À frente da equipe
do Batalhão de Operações Especiais da
Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope),
Capitão Nascimento sobe favelas, mata,
agride bandidos e, para encontrar um de-
terminado traficante, passa a torturar até
mesmo os moradores em troca de notícias
sobre o criminoso que procura. Embora
este tipo de atuação da polícia pareça in-
correta, Capitão Nascimento tornou-se um
herói nacional, levantando questões acerca
da intolerância da sociedade em relação
à atual situação da segurança pública.
Para debater esta e outras polêmicas sus-
citadas pelo filme, o JORNAL DA ALERJ
ouviu os deputados Álvaro Lins (PMDB),
Coronel Jairo (PSC), Flávio Bolsonaro (PP),
Marcelo Freixo (PSol), Paulo Ramos (PDT)
e Alessandro Molon (PT), todos membros
das comissões de Direitos Humanos e de
Segurança Pública e Assuntos de Polícia
da Alerj.
Com exceção do deputado Flávio Bol-
sonaro, todos ficaram preocupados com a
reação da sociedade em relação ao filme.
Vice-presidente da Comissão de Direitos
Humanos, Freixo afirmou ser preocupante
a aceitação da tortura e levantou o possível
motivo que leva a população a ter esse
comportamento. “É muito grave ver a iden-
tidade que a opinião pública criou sobre o
tipo de relação estabelecida entre polícia
e favela, com a legitimação da tortura.
Mas é claro que uma sociedade que vive
em pânico e que perdeu a perspectiva do
poder público e da legalidade das ações do
estado, desenvolve taxas muito elevadas
de intolerância”, ponderou o parlamentar.
Ex-chefe de Polícia Civil do estado, Lins
elogiou o longa-metragem, mas ressaltou
que é preciso entender que a obra é fic-
cional. “Como filme, Tropa de Elite busca
enfatizar certas situações que atraem mais
Divulgação
a atenção do espectador e acabam por gla-
mourizar a tortura”, explica. O parlamentar
acrescentou, ainda, que, por mais nobre
que seja o fim – e todos querem Justiça –,
a tortura não se justifica. “Caso contrário,
o País voltará a viver como no tempo de
repressão”, afirmou.
Membro das duas comissões, Ramos
disse que só defende a tortura quem não
passou por ela, e que o filme não traz
nenhuma novidade em relação à práti-
ca da violência já atribuída à polícia. O
parlamentar chamou atenção para um
outro aspecto que, para ele, a obra tenta
trazer: “Existe uma orquestração na obra
com o objetivo de levar a sociedade a
defender a descriminalização da venda
de entorpecentes, o que é uma tragédia”.
Para o pedetista, o filme tenta mostrar
que seria melhor a liberação das drogas
do que continuar reprimindo e ter como
conseqüência a corrupção generalizada,
que, segundo ele, pode existir no Bope.
“A massa humana é a mesma em ambas
as tropas, que são da Polícia Militar. Não
podemos afirmar que não há corrupção no
Bope ou que há, assim como fora dele. E,
se houver algo a criticar ou a enaltecer, que
seja criticada ou enaltecida a Polícia Militar
do Estado do Rio, pois o Bope faz parte
Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007
EM DEBATE
Deputado Coronel
Jairo (PSC)
dessa instituição. Não há diferenciação”,
afirmou Ramos, que é ex-policial militar.
A troca de personagens em brincadeira
de crianças na favela, que antes queriam
representar os traficantes e agora querem
ser do Bope, foi vista por um policial militar
e contada ao deputado Coronel Jairo. “Mas
eles querem ser da instituição porque o
Bope tortura ou por que combate o tráfi-
co?”, questionou o parlamentar, durante
um debate sobre o filme realizado na TV
Alerj. “É enganoso passar a imagem de
uma polícia corrupta e violenta porque
ela é minoria dentro da instituição. O
problema é que ninguém fala das coisas
boas e do trabalho social que a polícia faz
como, por exemplo, os dois partos diários
que são realizados atualmente, até dentro
da patrulha”, revelou.
Se a maioria dos policiais é corrupta ou
não, o presidente da Comissão de Direitos
Humanos, Alessandro Molon, disse não
poder afirmar. Mas, sobre as questões
abordadas no filme, ele não tem dúvidas de
que são compatíveis com a realidade. “Já
recebi diversas denúncias sobre abuso da
autoridade policial, e sabemos que a cor-
rupção e a violência existem”, sublinhou.
Todos os deputados lembraram, ainda,
Deputado Paulo
Ramos (PDT)
Deputado Flávio
Bolsonaro (PP)
que o filme não chegou a retratar o carro
blindado utilizado pela polícia, o Caveirão,
criado posteriormente à época mostrada
no filme, e que potencializou o abuso po-
licial. “Quando o Caveirão é utilizado para
dar proteção ao policial em sua função de
proteger a sociedade, não podemos ser
contra. Mas sabemos que, por algumas
vezes, ele já foi mal utilizado e isso não
pode acontecer”, afirmou Molon. Bolsonaro
defendeu a utilização do Caveirão e disse
que, se quem morre nas incursões policiais
são os bandidos, não há problema. “Quanto
mais morrerem, melhor. Não sou a favor
de direitos humanos para quem não tem
atitude humana”, afirmou.
Para reverter esse quadro de corrup-
ção, intolerância e sensação de medo, é
necessário muito mais que um número
maior de policiais melhor preparados e
remunerados nas ruas. Segundo os entre-
vistados, é fundamental se voltar para a
questão social. Para Coronel Jairo, é preciso
ressocializar as crianças que trabalham
para o tráfico – e que, muitas vezes, sus-
tentam sua família com aquele dinheiro
–, e investir na Educação. “A polícia deve
ser usada apenas para prevenir e corrigir.
O caminho da mudança estrutural está
Deputado Álvaro
Lins (PMDB)
5
11
Fotos: Rafael Wallace
Deputado Marcelo
Freixo (PSOL)
na Educação, porque é através dela que
promovemos uma maior qualidade de vida,
diminuimos os índices de desemprego e de
violência”, apontou. A política de confronto
também foi apontada pelos parlamentares
como algo a ser mudado. Com um exemplo
real, Freixo contou, durante o debate na
TV Alerj, que no Morro do Cavalão, em
Niterói, há quatro anos, o estado passou a
fazer seu papel. “A estratégia foi definida
de uma maneira correta quando a polícia
subiu morro e ocupou o território na lógica
de respeito ao morador, e não da guerra. A
polícia não só entrou como debateu com a
comunidade os modelos de policiamento
e, logo depois, o estado entrou levando
biblioteca, teatro, creche. O estado tem
que garantir a segurança, a começar pela
dos moradores”, disse. Freixo ressaltou
ainda que esta é uma luta a ser travada
por toda a sociedade, onde cada um pode
fazer sua parte. “Não adianta condenar
a corrupção se você é corruptor, mesmo
nas pequenas coisas. A coerência dos
passos dados no dia-a-dia é que vai fazer
um caminho diferente na nossa política”,
afirmou. Finalizando, Freixo deixou uma
frase de Ghandi para reflexão: “Seja você
a mudança que quer no mundo”.
Deputado Alessandro
Molon (PMDB)
6 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007
CAPA
Beleza nos quatro
cantos do estado
Maravilhas escolhidas pelos
deputados revelam a riqueza
do Turismo fluminense
D
NATALIA A LVES
e olho no desenvolvimento
econômico que o turismo
pode gerar para as mais di-
ferentes regiões do estado, e de carona
na escolha do Cristo Redentor como uma
das novas Sete Maravilhas do Mundo, a
Assembléia Legislativa do Rio promoveu
uma eleição entre os 70 deputados da
Casa para escolher as Sete Maravilhas do
Interior do Estado. Seja por suas riquezas
históricas, por suas belezas naturais ou,
ainda, pela genialidade de seus idealiza-
dores, as sete atrações selecionados pelos
parlamentares atraem turistas do País e
do mundo para as suas regiões. Segundo
a Secretaria de Estado de Turismo, Espor-
te e Lazer do Rio, Búzios, na região das
Baixadas Litorâneas, é a sétima cidade
que mais recebe turistas estrangeiros
no Brasil, em sua maioria argentinos.
Turistas ingleses e franceses preferem
o charme e o encanto colonial do Centro
Histórico de Paraty, que é a 19° cidade
mais visitada do Brasil.
1ª
Segundo o líder do Governo na Alerj,
deputado Paulo Melo (PMDB), a eleição
atrai a curiosidade das pessoas para o
interior do estado. “Além de ajudar a forta-
lecer o turismo, ela incentiva a descoberta
e a visita a lugares que muitos cariocas
não conhecem”, lembra. O secretário
estadual de Turismo, Esporte e Lazer,
Eduardo Paes, destaca a variedade das
maravilhas citadas. “O Rio desfruta de um
privilégio em relação aos outros estados, e
o número de locais apontados (77) reflete
a grande variedade de maravilhas que
ostentamos”, ressalta Paes.
Para o presidente da Associação Brasi-
leira das Agências de Viagem (Abav-RJ),
Luiz Strauss, qualquer movimento em prol
do estímulo ao turismo é louvável. “A divul-
gação das belezas do interior é importante
porque aumenta a permanência do turista
e gera empregos e renda”, aponta.
A votação foi realizada por meio de
pergunta feita aos parlamentares sobre
quais seriam as três maravilhas do interior
do estado que eles destacariam. O resul-
tado você confere nas próximas páginas.
A idéia agora é lançar uma votação aberta
ao público, que poderá eleger as sete ma-
ravilhas a partir de uma lista de 20 pontos
turísticos, no site da Alerj.
Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007 7
“
Fotos: Acervo Turisrio
Podemos ver o Dedo de Deus
quando vamos para Teresópolis,
Petrópolis ou Guapimirim. Ele
está no meio da nossa cidade,
apontando para o céu, não há
nada mais bonito. Depois do
Cristo Redentor, o Dedo de Deus
é a mais bela maravilha do Rio
Deputada Beatriz Santos (PRB) ”
Localização: Situado nos limites do
Parque Nacional da Serra dos Órgãos,
entre os municípios de Petrópolis,
Guapimirim e Teresópolis.
Curiosidade:Com 1.692 metros de altura o
pico é assim chamado porque seu contorno
reproduz com nitidez uma mão apontando o
2ª Dedo de Deus indicador para o céu.
“ Como petropolitano me sinto
muito orgulhoso, pela eleição do
Museu Imperial de Petrópolis
como uma das maravilhas. Foi
feita uma justa homenagem ao
Centro Histórico de Paraty museu que guarda a memória do
Segundo Reinado, um dos períodos
Tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
mais importantes da História
Deputado Ronaldo Medeiros (PSB) ”
Nacional (Iphan), o Centro Histórico
de Paraty é considerado Patrimônio Localização: Município de Petrópolis
Nacional. Segundo a Unesco, ele é Curiosidade: Em viagem a Minas Gerais,
o conjunto arquitetônico colonial D. Pedro comprou a Fazenda do Córrego
mais harmonioso do País. A Seco, por 20 contos de réis. A fazenda foi
maçonaria deixou fortes influências deixada como herança para D. Pedro II, que
na arquitetura das fachadas dos em 1845 deu início à construção do prédio
sobrados. As ruas são protegidas
por correntes que impedem a
3ª Museu Imperial de Petrópolis neoclássico, onde hoje funciona o museu.
passagem dos carros e preservam
Luciana Ferreira
o encanto colonial. Todas as ruas
foram traçadas do nascente do sol
para o poente e do norte para o sul.
Localização: Município de Paraty
Curiosidade: A grafia correta do
“ O Rio é um paraíso. No Parque
Nacional de Itatiaia destaco a Bacia
do Paraíba do Sul, que é a minha
nome da cidade gera controvérsia.
luta. A fauna, flora e o Pico das
Mas, pela História, Paraty é com y.
Agulhas Negras são fantásticos,
No inverno, os índios que habitavam
o Vale do Paraíba desciam a serra em
busca do peixe parati e, por causa
vale a pena conhecer
Deputada Inês Pandeló (PT) ”
da grande quantidade de peixe,
chamavam o lugar de paratii que,
Localização: Município de Itatiaia. Situado
em Tupi, significa água do parati. Os
entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, o
jesuítas que catequizaram os índios
parque possui 30 mil hectares de área.
substituíram o duplo i por y. Em 1942,
Curiosidade: Primeiro parque nacional
a reforma ortográfica eliminou o y
criado no Brasil, no ano de 1937. As terras
do vocabulário e o IBGE passou a
que constituíram inicialmente o Parque de
escrever o nome da cidade com i.
4ª Parque Nacional de Itatiaia Itatiaia pertenciam ao Visconde de Mauá.
12
8 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007 9

CAPA REFORMA

“ O MAC é um marco na política

de turismo nacional, não apenas
do Estado do Rio de Janeiro. Como
niteroiense, fico muito feliz de
Patrimônio em restauração
saber que ele está projetando a
cidade para o mundo
”
Deputado Comte Bittencourt (PPS)

za
O engenheiro Luiz Antônio Castro e
e
Localização: Município de Niterói Ven a arquiteta Lenise Pereira, da Alerj,
no
bi a
Curiosidade: O museu foi projetado por Fa
vistoriam as obras da cúpula
Oscar Niemeyer. O primeiro esboço do
projeto foi feito pelo arquiteto em um
restaurante, logo após visita ao mirante
da Boa Viagem. Sua construção foi feita
em cinco anos. Em setembro o museu
completou 11 anos. MAC - Museu de Arte Contemporânea 5ª

“ O ecoturismo é muito
importante porque ajuda no
desenvolvimento sustentável
da economia da região da Ilha
Grande. Mas precisamos chamar
a atenção das pessoas para a
preservação da natureza
Deputado Edson Albertassi (PMDB) ”
Localização: Município de Angra dos Reis
Curiosidade: A ilha tem 155 quilômetros
de litoral. São mais de 100 praias com
características das mais diferentes, além
de rios, lagoas, cachoeiras e formações
Cúpula do Palácio Tiradentes e sete lustres basicamente, na recuperação do coroamento, ou seja, na es-
rochosas. A ilha foi descoberta numa
do Saguão Getúlio Vargas estão em reforma trutura feita de ornatos presos por cabos de aço que rodeiam
expedição, em janeiro de 1502, pelo
para conter a ação do tempo e garantir a a construção. “Já havíamos trocado os vidros aramados há
preservação da história que representam
navegador André Gonçalves. Ilha Grande 6ª alguns anos e agora vamos nos ater a praticamente 64 pinos
que fi xam o coroamento e os ornatos”, explica o diretor de

H
E VERTON S ILVALIMA Engenharia, Luís Antônio de Castro Teixeira. O engenheiro

“ Sabemos que a capital tem

uma grande concentração de
belezas, mas o estado todo é
muito bonito. É maravilhoso ter o
privilégio de acordar e poder
ver como é linda a praia da
Ferradura em Búzios
Deputado Paulo Melo (PMDB) ” dentro do corredor cultural do Rio. Mantê-lo não é tarefa
Localização: Município de Búzios
Curiosidade: O balneário é uma península
de oito quilômetros, rodeado de ilhas e com
20 praias. Entre elas destacam-se Geribá,
João Fernandes, Ferradura, Rasa, Brava e
Olho-de-Boi, esta última reservada para a
prática do nudismo. Nos anos 60, a ilustre
visita de Brigitte Bardot atraiu a atenção
de turistas do mundo inteiro.
á 81 anos, uma velha cadeia municipal deixava de
existir e, em seu lugar, surgia o edifício-sede da
Câmara dos Deputados, aquele que, mais tarde,
seria a sede da Alerj. Por conta de seu histórico, o Palácio
Tiradentes acabou se tornando um dos mais importantes
fácil, pois qualquer intervenção precisa ser aprovada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
– o prédio é tombado – e não pode modificar as principais
características físicas do lugar. Após quase 11 anos sem
reformas, o palácio passa, agora, por um “banho de loja”: a
cúpula de 18 metros de altura que fica na parte mais alta da
construção será reformada, numa obra de quase R$ 2 milhões
que deverá durar cinco meses, e os sete lustres de alabastro
do Salão Getúlio Vargas, na entrada do Palácio, passam por
uma restauração que custará R$ 14 mil.
Praias de Búzios 7ª As intervenções na cúpula estão sendo guiadas pela
Diretoria de Engenharia e Arquitetura da Casa e consistem,
explica que a cúpula também irá ganhar uma nova velatura
(pintura apropriada) e o terraço e as calhas serão impermeabi-
lizados. “É uma recuperação artística complicada porque tem
de ser feita de forma minuciosa. A cúpula está a 40 metros
do chão”, destaca Teixeira.
Já os lustres do Saguão Getúlio Vargas devem retornar
ao Tiradentes totalmente recuperados, após dois meses de
restauração na Casatelier, da restauradora Ana Frazão, no
Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio. O processo, autorizado
pelo Iphan, englobou a desmontagem, o transporte, a limpeza,
a recuperação e a recolocação das peças – os lustres têm 80
centímetros de diâmetro e comportam três lâmpadas cada.
“Eles sofreram a ação do tempo e precisavam passar por essa
reforma. No lugar deles colocamos luminárias tão discretas
que muita gente nem notou”, gaba-se o administrador do
Palácio, César Castro.
Segundo Castro e Luiz Antônio, entusiastas da restauração,
este é apenas o começo de uma série de intervenções que o
Palácio Tiradentes sofrerá em 2008. A história agradece.
12
10
 CURTAS
Fabiano Veneza
Homenagem a
Lewandowski
O ministro Ricardo Lewandowski,
do Supremo Tribunal Federal,
recebeu, no dia 5 de outubro,
na Alerj, a Medalha Tiradentes,
maior honraria entregue pelo
Poder Legislativo fluminense, e
o título de Benemérito do Estado
do Rio de Janeiro. Ambas as ho-
menagens foram sugeridas e en-
tregues pelo presidente da Alerj,
deputado Jorge Picciani (PMDB),
que, em seu discurso, destacou
o perfil de Lewandowski como
um ferrenho defensor dos Direitos
Humanos. “O ministro representa
aquilo que nós esperamos de cada
cidadão brasileiro, principalmente
no compromisso com um estado
onde todos exerçam seus direi-
tos”, disse Picciani.
Novo corregedor
A Assembléia Legislativa do Rio
elegeu, em sessão extraordinária
realizada no dia 3 de outubro, o
deputado Délio Leal (PMDB) como
o novo corregedor da Casa. Sua
função será fiscalizar as atividades
funcionais e a conduta de seus co-
legas, realizar inspeções e emitir
relatórios reservados. “Espero não
ter trabalho algum na Corregedo-
ria. É o que desejamos e o que de-
vemos à sociedade”, afirmou Leal,
após a votação. Na mesma sessão,
o deputado João Pedro (DEM) foi
eleito corregedor-substituto.
DESENVOLVIMENTO
Plano Safra beneficiará
agricultores do estado
Objetivo é beneficiar 16 mil
pequenos produtores
e diminuir o êxodo rural
O
BRUNO F ERNANDES
s agricultores do Rio têm
à sua disposição mais de
R$ 98 milhões em linhas de
crédito do Banco do Brasil para custeio,
investimento e comercialização, a fim de
que possam promover o incremento da
agricultura familiar fluminense através do
Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar, o Pronaf. O anúncio
foi feito no último dia 9, durante apresenta-
ção do Plano Safra, lançado pelo secretário
de Agricultura Familiar do Ministério de
Desenvolvimento Agrário (MDA), Adoni-
ram Sanches Peraci, na audiência pública
conjunta das comissões de Assuntos Mu-
nicipais e Desenvolvimento Regional e de
Agricultura da Alerj. “Vamos acompanhar
de perto a execução do plano e ficaremos à
disposição dos secretários de Agricultura
dos municípios para que o Safra possa se
tornar uma realidade
palpável no estado”,
afirmou o presidente
da Comissão de As-
suntos Municipais,
deputado Rodrigo
Neves (PT).
De acordo com
Peraci, o Plano Safra
pretende beneficiar
16 mil agricultores
no estado com in-
vestimentos que au-
mentaram em R$ 12
milhões levando-se O deputado Rodrigo Neves presidiu o lançamento do Plano Safra
em conta os recur-
sos liberados para a safra 2006/2007.
“Estamos buscando recuperar os pequenos
agricultores do nosso País, que são muito
importantes para a economia nacional. A
renda dos trabalhadores beneficiados pelo
programa cresceu, em média, 59%, e 11%
do Produto Interno Bruto (PIB) nacional
vêm da agricultura”, apontou o secretário
do MDA, lembrando a importância de um
programa desse porte ser lançado na Alerj,
Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007
já que a Casa é um local para discussão
de políticas públicas, idéias e conceitos.
O presidente da Comissão de Agricultura,
deputado Rogério Cabral (PSB), frisou a
importância do agronegócio para o cres-
cimento da economia fluminense. “Sou
produtor rural e sei das dificuldades por
que esses trabalhadores passam. Espe-
ramos que, com o Plano Safra, o êxodo
rural diminua e os jovens permaneçam
no campo”, disse.
O superintendente estadual do Insti-
tuto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) no Rio, Mário Lúcio Melo
Jr., defendeu a criação, pelas prefeituras,
de políticas públicas mais eficazes para a
agricultura familiar. “Temos um mercado
consumidor enorme. Dez por cento da
população nacional estão concentrados no
estado e o Safra é um ótimo instrumento
de política pública, se bem utilizado pelos
municípios”, explicou Melo Jr. Ele ainda
ressaltou que cerca de 1.800 famílias as-
sentadas nos últimos três anos precisam
de mais instrumentos de fomento para
poder produzir. Segundo o superintendente
do Banco do Brasil no Rio, Paulo Roberto
Fabiano Veneza
Meinerz, a estratégia da instituição visa
ao desenvolvimento regional, através da
oferta de linhas de crédito para o peque-
no produtor. “Investimos na organização,
na parceria entre as entidades ligadas à
agricultura familiar, na informatização
para acelerar o processo de crédito para
o agricultor e no treinamento dos funcio-
nários, que é fundamental para o bom
atendimento aos nossos clientes”, frisou.
Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007
EDUCAÇÃO
Deputados se unem para
salvar o ensino superior
Sheila Gama, Marcelo Freixo, Wilson Cabral, Comte Bittencourt e Fernando Gusmão visitaram a Uerj com o reitor Nival Nunes (centro)
Frente parlamentar
mobilizará esforços pela
aprovação de mais verbas
para universidades
C
S ÉRGIO JARDIM
om objetivo de diminuir os
cortes de orçamento e definir
um valor mínimo necessário
para o funcionamento adequado das
instituições públicas de ensino superior,
a Comissão de Educação da Alerj lançou,
no último dia 4, na sede da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no
Maracanã, Zona Norte do Rio, a frente
parlamentar de defesa da universidade
pública fluminense. Para o presidente da
comissão, deputado Comte Bittencourt
(PPS), o objetivo é sensibilizar os depu-
tados para promover a melhora da infra-
estrutura dessas instituições. “Vamos
elaborar uma agenda de trabalho para
reunir os parlamentares e transmitir a
eles os anseios das universidades. É o
primeiro orçamento que este Governo
irá aprovar e vamos apresentar emendas
a ele. Precisamos recuperar parte dos
recursos que vêm sendo cortados da Uerj.
Recebemos informações, nesse encontro,
de que seria necessário investimento de
R$ 1,1 bilhão para recuperar e manter a
universidade”, disse Comte, que aprovei-
tou a visita para verificar, com o reitor
Nival Nunes, as condições do prédio da
instituição atingido por um incêndio no
último dia 30 de setembro. “Viemos hipo-
tecar solidariedade aos funcionários. Esse
acontecimento prova que o sucateamento
das instituições de ensino do estado é
visível”, concluiu.
Membro da comissão, o deputado
Marcelo Freixo (PSol) afirmou que é
preciso mobilizar os líderes dos partidos.
“A universidade já tem um valor determi-
nado para a sua recuperação. Estamos
em um momento crucial do ano, que é
o momento da votação do orçamento
para 2008. É hora de nos mobilizarmos.
Nessa reunião do Colégio de Líderes, será
fundamental a presença de funcionários
e do reitor da universidade”, salientou
Freixo. Comte concordou com a posição
do parlamentar. “O papel da comissão
está sendo feito. Temos que alertar todos
os deputados, a sociedade e o Governo. A
inteligência do nosso estado está contida
nessas instituições. Se continuarmos
com essa série histórica que tivemos de
baixos investimentos de 2003 a 2007, as
nossas universidades, em cinco anos, não
poderão mais produzir esse referencial de
pesquisa”, analisou.
O deputado Wilson Cabral (PSB),
natural da cidade de Campos, no Norte
Fluminense, compareceu ao lançamento
11
Zô Guimarães
da frente e mostrou-se preocupado com
a situação da Universidade Estadual do
Norte Fluminense (Uenf). “A universidade
da minha região, apesar de recente, já
passa por dificuldades estruturais e, por
isso, resolvi aderir a esse movimento.
Tenho certeza que o sucesso dessa frente
trará reflexos para Campos e vizinhança”,
explicou Cabral. O presidente da Comis-
são de Ciência e Tecnologia da Alerj,
deputado Fernando Gusmão (PCdoB), se
colocou à disposição para trabalhar em
parceria com a Comissão de Educação na
luta pela recomposição do orçamento das
universidades estaduais. “Ao longo dos
anos tivemos cortes de 30 a 40% da verba.
No que depender de mim, as comissões
irão atuar juntas nessa frente”, divulgou.
O presidente do Sindicato dos Traba-
lhadores das Universidades Públicas Esta-
duais do Rio (Sintusprev-RJ), Arnaldo Ga-
ma, alertou para o clima de insegurança
que impera entre os funcionários da Uerj:
“Se nada for feito, outros acontecimentos
como o do incêndio irão ocorrer. Estamos
contando com a sorte. No domingo, dia
do acidente, nenhum estudante estava
presente”. Vice-presidente da Comissão
de Educação, a deputada Sheila Gama
(PDT) lembrou que sempre estudou em
instituições públicas. “A Uerj precisa
voltar a ser referência à excelência de
ensino nas universidades”, disse Gama.
12 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007

 ENTREVISTA BEATRIZ SANTOS (PRB)

Zô Guimarães

“Se você crê

em si mesmo,
as coisas
melhoram”
E VERTON S ILVALIMA

Ó rfã aos quatro anos e filha única, a pequena Beatriz

passou a ser criada por uma vizinha, em Porto
Alegre (RS), e aprendeu, com os altos e baixos da
vida, a ter perseverança. Eleita deputada com cerca de 40 mil
votos, Beatriz Santos (PRB), que hoje tem 56 anos, fala com
orgulho do passado sofrido. “Minha vida daria um livro”, as-
segura. Por tudo isso, a parlamentar tem se dedicado aos mais
carentes e à parcela da população que se vê servida apenas por
um atendimento público de má qualidade. “Não é porque não
tive que vou deixar de lutar para que outros tenham”, sintetiza
a deputada, que já trabalhou como empacotadora, atendente de
padaria, administradora de loja e vendedora de cosméticos.

A senhora é gaúcha. Co-
mo veio parar no Rio e se
tornar deputada?
Depois de ficar órfã, morei até
os 13 anos com uma vizinha.
Quando consegui emprego,
fui para uma pensão. Um
casal amigo decidiu viver no
Rio e me convidou. Vim, mas
eles ficaram pouco tempo
aqui. Permaneci e recomecei
minha vida, alugando quarto
numa pensão na Tijuca. Difi-
culdades foram surgindo, mas
volver um trabalho social em
São Gonçalo. Aí as pessoas
diziam: você pode ser vere-
adora. O PL (Partido Liberal)
me chamou e fui convencida a
entrar para a política. Tornei-
me vereadora e, no meio do
meu segundo mandato, saí
candidata a deputada.
A política é
exatamente co-
que, se me elegesse, iria criar
um meio para me aproximar
do povo. Não gosto de ficar
dentro de escritório. Na rua
ouvimos as reivindicações da
população. Levo comigo ad-
vogados, assistentes sociais e
vários outros profissionais.
Que outros
projetos seus a
Qual o trabalho que a se-
nhora tem desenvolvido
como presidente da Co-
missão de Combate às
Discriminações?
Alguns deputados tiveram
medo de entrar e pegar uma
comissão como essa. Eu não
tive! As maiores queixas que
temos recebido são de pre-
conceito racial. Por isso nosso

eu dizia para mim mesma:
não vou voltar, vou vencer
aqui! Se você crê em si mes-
mo, vai melhorar! Fiquei de-
sempregada e fui desalojada.
Passei 17 dias sem ter para
onde ir, perambulando pela
Praça Saens Peña. Foi quando
passaram pessoas da igreja,
evangelizando. Eles eram de
São Gonçalo e acabei indo
para lá. Fui morar com uma
senhora e comecei a vender
cosméticos, batendo de porta
em porta. Montei uma empre-
sa com 200 vendedoras que
durou 19 anos. Com a igreja
e a empresa, passei a desen-
imaginava?
“ Não gosto de
mo a senhora ficar dentro de
escritório. Na
Acho que dá pa- rua ouvimos as
ra fazer coisas reivindicações da
maiores e me- população
lhores. As por-
tas ainda estão
muito fechadas para nós
porque não temos ajuda go-
vernamental. Mas, quando se
tem o coração transparente
e se está disposto a ajudar,
Deus abre portas.
Como surgiu a idéia de
criar um gabinete móvel?
Assumi como deputada no dia
1º e, no dia 11, já estava com
o gabinete móvel na rua. Já
tinha dito para a comunidade
senhora desta-
caria?
Destacaria três:
um de caráter
ambiental, que
” visa à destina-
ção correta para
as lâmpadas flu-
orescentes que se rompem
e os outros de caráter pre-
ventivo, um para obrigar as
lan houses a colocar vidros
transparentes em seus pré-
dios, para que se possa saber
exatamente o que os jovens
estão fazendo lá dentro, e o
outro também para obrigar
os lojistas a exigirem um
documento com foto para a
comprovação de vendas fei-
tas com cartão de crédito.
trabalho tem sido feito para
amenizar esse problema. Na
primeira reunião disseram que
eu, como branca, não poderia
presidir uma comissão como
essa. Temos feito muitas audi-
ências e agora vamos começar
a fazer encontros itinerantes.
Já temos reuniões agendadas
para São Gonçalo, Campos e
Macaé.
A senhora acha que a mu-
lher está se interessando
menos por política?
Acho que sim, muito
por conta do que ela vê
acontecendo na política ho-
je. Mas não podemos nos
acovardar. A mulher tem é
que avançar.
12 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de outubro de 2007