FILTROS PASSA-BAIXAS POR APROXIMAÇÃO BUTTERWORTH E
CHEBYSHEV UTILIZANDO TOPOLOGIA SALLEN-KEY
Douglas de Florio Ubeda Almeida
Aluno do curso de Engenharia Elétrica: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco - PR
e-mail: douglas_florio@hotmail.com
Resumo - Este trabalho aborda o funcionamento de
filtros analógicos passa-baixas, projetados por meio de
amplificadores operacionais utilizando modelos
matemáticos de funções de Aproximação Butterworth e
Chebyshev e comprovando suas eficácias por meio de
simulações e análise prática. Tal projeto demonstra a
resposta de um filtro implementado pela topologia
Sallen-Key, ou seja, o seu comportamento em relação ao
ganho do amplificador quando submetido a altas
frequências, permanecendo inalterável nas baixas.
Palavras-Chave – Filtro passa-baixas, Sallen-Key,
Aproximações Butterworth e Chebyshev.
I. INTRODUÇÃO
Na eletrônica analógica, os processamentos de
sinais analógicos são feitos usando filtros que podem ser
classificados de passivos ou ativos. Os filtros passivos são
constituídos de resistores, capacitores e indutores e,
geralmente, usados para frequências acima de 1MHz. Já os
ativos são construídos com capacitores, resistores e amp-
ops, úteis em frequências abaixo de 1 MHz [3].
A utilização de filtros, sejam eles passivos ou ativos, é de
grande importância para a eletrônica quando se fala em
frequências, pois quase todos os sistemas eletrônicos ou de
comunicação utilizam a implementação do mesmo para
filtrar, de modo exato, determinada frequência especifica de
acordo com o projeto desejado [2].
Em suas diversas topologias adotadas (Sallen-Key, RC,
MFB), existem cinco tipos de filtros e cada um com sua
determinada característica: passa-baixas, passa-altas, passa-
faixa, rejeita-faixa e passa-todas [1]. Sendo assim, um
quadripolo capaz de atenuar certas frequências de sinais de
entrada e permitir a passagem das demais, tendo como
resposta o ganho de tensão de acordo com a frequência.
Ainda, a dinâmica da resposta depende da ordem do filtro
projetado [2].
Hoje em dia, os filtros são implementados como
elementos constitutivos básicos em equipamentos tais como
MODEM (MOdularos-DEMmodulador) que conectam
computadores nas redes de comunicação de dados e em
equipamentos de diversas áreas da engenharia que
necessitam separar, bloquear, melhorar e modificar sinais,
ou ainda, para o atendimento aos limites de injeção de
harmônicos em conversores. Além disso, vale ressaltar o
uso de filtros ativos passa-baixas dentro da área de
instrumentação, em que a eletromedicina e bioeletrônica
utilizam de equipamentos que necessitam operar em
frequências baixas [2].
É evidente que, para o planejamento de um filtro, é
necessário atender as especificações do projeto, ou seja, a
faixa de frequência na qual irá operar para tal fim. Para isso,
alguns parâmetros têm que ser definidos tais como banda de
passagem, banda de corte, frequência de corte, ordem do
filtro e atenuação máxima e mínima das respectivas bandas
[1][2].
II. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Embora exista uma variedade de filtros, o foco para este
projeto é em filtros passa-baixas nos quais, como já dito,
permite a passagem de todas as frequências desde 0 Hz até
a frequência de corte denominadas banda de passagem e
impedindo as demais frequências consideradas altas na
banda de corte, logo após essa frequência de corte fc. Para
uma análise mais detalhada, denomina-se ainda a banda de
transição, na qual dispõe-se de uma faixa de frequências f1
e f2 em que o ganho decaí de forma mais realista. Esses
parâmetros estão ilustrados na Figura 1, que demostra a
resposta real e ideal do filtro em questão em função da
frequência, onde G corresponde ao ganho [1].
Fig. 1. Resposta em frequência real na curva em pontilhado e
ideal no retângulo em azul
Para os cinco tipos de filtros e suas respectivas respostas
em frequência, existem padrões de aproximações que traduz
a forma mais ideal possível de representa-los de maneira a
atender as expectativas do projetista [1]. Essas formas são
denominadas funções matemáticas que determinam as
equações de transferência de um filtro. E são elas:
aproximação de Butterworth, aproximação de Chebyshev,
aproximação Elíptica ou de Cauer e aproximação de Bessel,
entre outras [3].
A. Aproximação de Butterworth
Cognominada de aproximação maximamente plana, a
aproximação de Butterworth é considerada o modelo
matemático que admite atenuação quase zero na banda de
passagem onde se localiza o ripple. Ainda, seu desvio
máximo do valor de ganho KPB (adorando ideal unitário)
ocorre apenas na borda da banda de passagem, caindo Uma vez que a função de transferência é expressada, é
gradativamente para um valor de atenuação Ap aceitável. possível encontrar os polos que representam a aproximação
Isso se deve ao fato de que as derivadas de primeira ordem em questão utilizando o denominador da expressão (1) e
2n – 1 do modulo da função de transferência, da expressão admitindo que ela não possui zeros. Este procedimento é
(1), em relação a frequência são zeros em ω=0, fazendo com dado pela expressão (2) e (3), em que substitui ω=s/j [5].
que a resposta seja plana e dando, assim, origem ao seu 2 n
cognome. Entretanto, sua desvantagem em relação a outro 1  s  ( 2)
tipo de aproximações é o seu decaimento ser relativamente  j  0

lento [1], [4].

 0

 02 n
Pode ser notado que, a resposta para este tipo de n n
aproximação, em relação ao grau de nivelamento do filtro s  ( 1)   0 ( 3)
projetado, depende exclusivamente de sua ordem n, ou seja,
à medida que n aumenta mais ideal se apresenta a resposta Encontrando, assim, a expressão (4) que representa as
de frequência do mesmo [4]. Além do mais, sua taxa de raízes Pk do polinômio da expressão (3), em que k=1,2,3...n
decaimento, medida em dB (decibéis) por década, é igual a é o número de polos [5]:
20n dB/década [1].
O projeto em si desse tipo de aproximação é expressado j  j  ( 2 k 1) 
  ( 4)
por meio de modelos matemáticos capazes de encontrar a 
e 
2 2 n 
ordem n do filtro de acordo com os parâmetros requisitados P 0  e
k
do projeto e, por consequência, os polos para a equação de
transferência que represente o seu comportamento frente as Com os polos encontrados e substituindo na expressão
frequências. O procedimento adotado é realizado da (5), obtêm-se uma nova função de transferência que
seguinte forma [2]: representa a aproximação de Butterworth [5]:

1) Método de projeto utilizado para Butterworth. P 1 P 2 P 3 ...P n ( 5)
s  P 1 s  P 2 s  P 3 ...s  P n
H ( s)
Da função de transferência dada pela expressão (1), para
filtros passa-baixas, obtêm-se o desenvolvimento da
Entretanto, as expressões encontradas são genéricas para
função-resposta característica expressada por (5).
ordem n. Assim, para encontrar a ordem são realizadas
algumas manipulações algébricas [5].
K
PB Com os valores de atenuações especificados em dB,
H ( j ) facilmente se encontram os ganhos aplicando a função
2 n ( 1)
1   logarítmica de conversão para decibéis dadas pelas
  expressões (6) e (7).
 0
Onde:
 1
20 log G A
1
( 6)

20 log  G 
n - Ordem do filtro a ser determinada.
ω0 - Frequência normalizada. A ( 7)
2 2
KPB - Ganho quando ω=0.
Onde:
ω - Frequências angulares da banda de transição.
A1 - Atenuação superior para faixa de transição.
Fazendo KPB=1 e variando o valor de n, temos as curvas
A2 - Atenuação inferior para faixa de transição
correspondentes para cada resposta dependendo da ordem
G1 - Ganho superior para faixa de transição.
do sistema, representado pela Figura 2.
G2 - Ganho inferior para faixa de transição.
Substituindo na expressão (1) em que ω 1 tem-se G1 e
em ω2, tem-se G2, obtêm-se as expressões (8) e (9):
1
G
 1  1
1  ( 8)
 0 
 

1
G
 2  2
1 
( 9)
 0 
 
Fig. 2 - Curvas para resposta de ordem n para aproximação de
Butterworth Isolando ω 0 da expressão (8), tem-se a expressão (10):
 12 n 2 f 12 n função de transferência da aproximação sugerida por
0 2 n
1  1  1
( 10)
Chebyshev.
1 G 
G12  1

Substituindo a expressão (10) em (9) tem-se a expressão

(11) para valores de n:
1
1
2 n 2
 
2 G2 (11)
 1 
  1
1
2
G1

B. Aproximação de Chebyshev Fig. 3 - Curvas para resposta de ordem n para Aproximação de

Em respostas de filtros de baixa ordem, o modelo de
Butterworth não é apropriado para frequências próximas a
frequência de corte. Assim sendo, o modelo de Chebyshev
é bem empregado pois possui comportamento satisfatório
para essas frequências [2].
Pode ser notado que, esse tipo de aproximação é utilizado
quando não se tem preocupação com a resposta de
frequência na banda passagem, pois a ocorrência de
ondulações (ripple) nessa banda é inevitável. Porém, para
projetos que necessitam de um decaimento mais rápido na
banda de transição, este tipo de modelo matemático é bem
utilizado [1].
Apesar de apresentar maior atenuação na banda de
transição, a resposta de frequência na banda de passagem
não é satisfatória devido a quantidade de oscilações de
ripples que ela apresenta. Por consequência disso, a
determinação da quantidade de ondulações é determinada
pela ordem do filtro, ou seja, o número de ondulações é
igual a ordem do filtro dividido por 2 e, ainda, pelo efeito
da constante ε, da função-resposta, na amplitude dos ripples
[1], [2].
1) Método de projeto utilizado para Chebyshev.
Da função de transferência dada pela expressão (12),
para filtros passa-baixas, obtêm-se o desenvolvimento da
função-resposta característica expressada por (5) [2].
K
PB
H ( j )
2 (12)
2    
1   C  
n 
  0 
Onde:
n - Ordem do filtro a ser determinada.
ω0 - “Largura de banda".
KPB - Ganho quando ω=0.
Cn2(ω/ω0) - Polinômio de Chebyshev.
ε - constante de ripple.
Para visualizar melhor a característica da função-
resposta de Chebyshev, o gráfico da Figura 3 descreve o
comportamento das ondulações e das correspondentes
bandas de frequência para valores de KPB unitário onde a
frequência é é nula (ω=0), levando em consideração o efeito
da constante ε na amplitude dos ripples, de acordo com a
Chebyshev
Para o método de aproximação de Chebyshev, é
necessário encontrar a ordem do filtro com os requisitos
especificados do projeto, tal como as frequências angulares
da banda de transição e suas respectivas atenuações, para
poder designar o Polinômio de Chebyshev da Tabela 1, pois
o mesmo depende da ordem do sistema [2].
TABELA I
Polinômio de Chebyshev
𝒙 =Cn(ω/ω0)
Ordem n Polinômio Chebyshev
0 1
1 𝑥
2 2𝑥 2 − 1
3 4𝑥 3 − 3𝑥
4 8𝑥 4 − 8𝑥 2 + 1
A procedimento para encontrar a ordem é da seguinte
forma [2]:
Para encontrar ε, substitui A1 na expressão (13) e, da
mesma forma para encontrar G2, substitui A2 na expressão
(7).
A 20  log 1  
1
2  (13)
Com o valor de G2 definido, substitua-o na expressão
(14), adotando que a primeira frequência angular ω 1 da
banda de transição seja igual a frequência ω0 e que a
segunda frequência ω2 seja igual a ω. Por fim, com os
valores substituídos, encontra-se a ordem do filtro desejado
[2].
1
G2
 2 (14)
 1   2 cosh  n acosh    
2
   0   
Com o valor da ordem definido, faz-se uma recorrência
na Tabela 1 para escolher o devido polinômio e substituí-lo
na expressão (12). Adquirindo, assim, a função resposta de
ordem n.
 O método para encontrar os polos de Chebyshev é Para ordem um, o resistor e o capacitor é dado da
substituindo os parâmetros encontrados na expressão (15) seguinte forma para a Topologia RC:
[2]: 1
C (22)
0  sin
( 2 k  1)    1  1  R 
P  sinh n  asinh    x
k
 2  n      (15) Para filtros de ordem n, faz-se uma associação dos
 i 0  cos 
( 2 k  1)    1  1  estágios de segunda ordem em cascata em que se deseja
  cosh  n acosh    
 2  n     ordens pares.
No entanto, para ordens ímpares, usa-se filtros passivos
Por fim, com os polos determinados substituindo na utilizando componentes calculados pela expressão (22) [1].
expressão (5), obtêm-se uma nova função de transferência
que representa a aproximação de Chebyshev. III. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

C. Topologias de Filtro Utilizada Para o desenvolvimento do projeto de filtros, foi

Para implementação das aproximações de Butterworth e especificado os requisitos mínimos, representados na
de Chebyshev, é necessário escolher uma das topologias Tabela 2, para montagem e obtenção dos resultados
para implementação dos respectivos filtros. Essas esperados utilizando as aproximações de Butterworth e de
topologias podem ser, por exemplo, filtro RC, filtro Salen- Chebyshev.
Key, filtro MFB, etc. Para tanto, os valores de capacitores e resistores deverão
Contudo, o mais usual das topologias é o Sallen- Key e ser obtidos tomando como partida esses parâmetros
RC, no qual necessitam serem calculados valores de especificados e, posteriormente, serem implementados na
capacitores e resistores que dependam do fator de qualidade topologia Sallen-Key.
e frequências de corte dos filtros a serem projetados. TABELA II
O fator de qualidade é adquirido de forma genérica para Requisitos para o projeto de filtros
ordem 2 pela expressão (16) e (17), em que cada filtro A1 (dB) A2 (dB) f1(kHz) f2 (kHz) ω1(rad/s) ω2(rad/s)
possui seus correspondentes valores de fator de qualidade 0,5 14 22,5 45 1,414×105 2,827×105
Q1 e Q2 de acordo com os polos encontrados pelas
expressões 4 e 15. Consequentemente, é análogo para os A. Filtro Passa-baixas por Aproximação de Butterworth
valores dos componentes do circuito. Utilizando Topologia Sallen-Key
O fator de qualidade é iqual a [5]: Primeiramente, utilizando as expressões 6 e 7 para obter
G1 e G2, substituindo esses valores juntamente com ω1 e ω2
P 1 P n (16) na expressão (10) e isolando n da expressão (11), obtêm-se
P 1  P n
Q n=3,8136. Adotando arredondamento para cima, a ordem
1
será n=4 para o filtro de Butterworth.
Com o valor de n encontrado, a frequência angular de
P 2 P 3 (17)
corte ω0 é dada por:
2 n
P 2  P 3
Q 2 n
2 ( 1 )
 (23)
0
 1  1
Em que, pela expressão (18), encontra-se a frequência de  2
corte [2]:  G1 
f
0 De onde se obtém ω0 = 1,839×105 rad/s.
Q (18)
0 f f Em seguida, substituindo este valor da frequência
c2 c1
angular de corte na expressão (4), obtém-se os quatros
Os valores de capacitores e resistores da topologia valores dos polos apresentados pela expressão (20) para k
Sallen-key, representados pelas Figuras 8 e 13, são dados variando até 4:
pelas expressões (19), (20) e (21) para ordem genérica dois,
em que a expressão (19) está relacionada com as expressões
(16) e (17) [2].


x P1 Pn (19) (24)

1
C2
( 20)
R1  R2  ( 2  Q)   
2
x

2 (21)
Onde: C1 ( 2 Q) C2
ωx - Frequência angular ressonante.
 f1 f2
0  A1 B. Filtro Passa-baixas por Aproximação de Chebyshev
 A2 Utilizando Topologia Sallen-Key e RC
Para projeto de filtro utilizando o modelo matemático de
Chebyshev, faz-se necessário encontrar, em primeiro caso,
HdB( f ) a ordem do filtro a ser analisado para posteriormente
 50
designar o polinômio de Chebyshev. Com isso, utilizando a
expressão (13), obtêm-se o valor de ε=0,349 e, da expressão
(7), o valor de G2= 0,2. Substituindo esses valores na
expressão (14), adotando que ω0= ω1= 1.414×105 rad/s,
 100 obtêm-se n=2,532. Adotando arredondamento para cima, a
3 4 5 6
100 110 110 110 110
f
ordem será n=3 para o filtro de Chebyshev.
Fig. 4. - Gráfico de bode em escala
logaritmo do filtro passa-
Com o valor de n encontrado, o polinômio de Chebyshev
baixas por aproximação de Butterworth
da Tabela 1 será:
A partir dos valores encontrados e substituídos na
expressão (12), obtém-se o gráfico de bode da Figura 4 em 𝐓(𝐱) = 𝟒𝐱 𝟑 − 𝟑𝐱 (𝟐𝟓)
escalas logaritmo.
Para escala decimal, obteve-se o gráfico da Figura 5. Substituindo Cn(ω/ω0), tem-se a expressão (26):

𝑪𝒏 (𝝎⁄𝝎𝟎 ), = 𝟒(𝝎⁄𝝎𝟎 )𝟑 − 𝟑 𝝎⁄𝝎𝟎

1 f1 f2
G1 (𝟐𝟔)

A partir do polinômio da expressão (26), substituindo na

H( f )
0.5 expressão (12), tem-se a equação que representa o gráfico
da Figura 6, em escala logaritmo.
G2 f1 f2
0  A1
0  A2
100
3
110 110
4 5
110 110
6  20
f
 40
Fig. 5. - Gráfico da função de transferência em escala decimal do HdB( f )
filtro passa-baixas por aproximação de Butterworth
 60

Para o dimensionamento dos componentes  80

correspondentes a topologia Sallen-Key, é preciso utilizar

 100
as expressões 16, 17 e 19, substituindo os polos encontrados 100 110
3
110
4
110
5
110
6

nas mesmas para obter os valores dos fatores de qualidade f

e frequência de ressonância e, assim, usá-los para encontrar Fig. 6. - Gráfico de bode em escala logarítmica do filtro passa-
os capacitores e resistores do filtro passa-baixas. baixas por aproximação de Chebyshev
Os fatores de qualidades são Q1=1,307 e Q2=0,541, e o
valor da frequência de ressonância é ωx= 1,839×105 rad/s. Para escala decimal, obteve-se o gráfico da Figura 7.
Logo, com esses valores, encontra-se os valores dos f1 f2
1
capacitores C1=14,21×10-9 F e C2=2,081 ×10-9 F do G1
primeiro estágio de ordem 2 pelas expressões 20 e 21,
escolhendo resistores comerciais de 1kΩ.
Por fim, os capacitores e resistores do segundo estágio de
ordem 2 são calculados de forma análoga ao primeiro H( f )
0.5
estágio, apenas renumerando-os para uma melhor
organização da análise dos resultados. Tais valores
calculados são C3=5,886×10-9 F e C4=5,024×10-9 F, para a G2
mesma frequência de ressonância ωx. Os valores estão
apresentados na Tabela 3. 0
3 4 5 6
100 110 110 110 110
TABELA III f
Valores Calculados para o Projeto de Filtro Passa- Fig. 7. - Gráfico da função de transferência em escala decimal
baixas do Filtro Passa-baixas por Aproximação de Chebyshev
Resultados para ordem n=3,8136 e ωx= 1,839×105 rad/s
Primeiro estágio de ordem 2 Segundo estágio de ordem 2 Por meio do valor de n=3 e adotando que ω0= ω1=
Capacitor 1 14,21×10-9 F Capacitor 3 5,886×10-9 F
Capacitor 2 2,081 ×10 F
-9
Capacitor 4 5,024×10-9 F
1.414×105 rad/s, substitui-se esses valores na expressão
Resistor 1 1 kΩ Resistor 3 1 kΩ (15) para obter os polos representados pela expressão (27).
Resistor 2 1 kΩ Resistor 4 1 kΩ
 calculada, pode-se obter o gráfico de bode representado na
Figura 9 para a simulação do circuito da Figura 8.

(27)

De forma semelhante ao procedimento para filtro com

aproximação de Butterworth, porém, adotando agora ordem
n=3 e modificando a estrutura da topologia do segundo Fig. 8. Circuito filtro passa-baixas utilizando aproximação de
estágio para RL e permanecendo a topologia Sallen-Key Butterworth por topologia Sallen-Key
para o primeiro estágio.
Para o primeiro estágio, obteve-se os valores calculados
da frequência de ressonância ωx= 1,496 ×105 rad/s, do fator
de qualidade, obtendo Q1=1,69 e, também, os capacitores e
resistores do primeiro estágio com valores iguais a C1=
22,583 ×10-9 F e C2= 1,978 ×10-9 F, escolhendo os mesmos
valores de resistores comerciais de 1kΩ.
Contudo, para o resistor e capacitor da topologia RC, fora
necessário calcular uma nova frequência de ressonância
utilizando o modulo do valor do polo real da expressão (26)
igual a ωx=8,856×104 rad/s, na expressão (22) e obter o
valor de C3=11,291 ×10-9 F adotando, ainda, o resistor
Fig. 9. Gráfico de bode em escala logarítmica do filtro passa-
utilizado até agora. Os valores calculados estão listados na baixas por aproximação de Butterworth
Tabela 4.
TABELA IV
2) Prática Butterworth.
Valores Calculados para o Projeto de Filtro Passa-
Para a prática, fora implementado o circuito da Figura 8
baixas
com os valores aproximados de resistores e capacitores,
Resultados para ordem n=2,532e ωx= 1,496 ×105 rad/s e
8,856×104 rad/s obtendo, assim, as imagens do osciloscópio, nas frequências
Primeiro estágio de ordem 2 Segundo estágio de ordem 1 antes da borda da banda de transição superior, na frequência
Capacitor 1 22,583×10-9 F Capacitor 3 11,291×10-9 F de corte, e na frequência da borda da banda de transição
Capacitor 2 1,978 ×10 F
-9
Capacitor 4 - inferior, respectivamente, 15 kHz, 29,24 kHz e 45kHz,
Resistor 1 1 kΩ Resistor 3 1 kΩ representadas pelas Figuras 10, 11 e 12.
Resistor 2 1 kΩ Resistor 4 -

IV. RESULTADOS

Uma vez que os valores dos componentes do circuito a

serem analisados foram calculados, obteve-se uma análise
prática e simulada para comprovar a eficiência dos filtros
adotados pelas aproximações usadas. Para tal feito, fora
utilizado o Software de simulação PSIM e comprovados os
valores na prática.

A. Análise Prática e Simulada utilizando Aproximação de

Butterworth

1) Simulação Butterworth.
Na primeira parte da simulação, com os valores de
capacitores e resistores, encontrados por meio de cálculos
apresentados na Tabela 3, foi possível montar o circuito da
Figura 8. Fig. 10. - Resposta do filtro utilizando aproximação
Da Figura 8, nota-se que os capacitores são dispostos no Butterworth para um sinal de entrada de 15kHz. Canal 1 (amarelo)
tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (azul) tensão de saída
circuito de forma a respeitar o valor do fator de qualidade (1V/div). Escala de tempo de 25µs.
de cada associação de estágio PB de segunda ordem.
Aplicando sinais de frequências iguais as especificadas
para a banda de transição e, analisando a frequência radial
 Fig. 13. Circuito filtro passa-baixas utilizando aproximação de
Chebyshev por topologias Sallen-Key e RC.

Fig. 11. - Resposta do filtro utilizando Aproximação

Butterworth para um sinal de entrada de 29,247 kHz. Canal 1
(amarelo) tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (azul) tensão de
saída (1V/div). Escala de tempo de 10µs.

Fig. 14. Gráfico de bode em escala logarítmica do Filtro Passa-

baixas por aproximação de Chebyshev

2) Prática Chebyshev
Para a prática, fora implementado o circuito da Figura
13 com os valores aproximados de resistores e capacitores,
obtendo, assim, as imagens do osciloscópio, nas
frequências antes da borda da banda de transição superior,
na frequência dentro da banda de transição, e na frequência
da borda da banda de transição inferior, respectivamente,
20 kHz, 26,18 kHz e 45kHz, representados pelas Figuras
15, 16 e 17.

Fig. 12. - Resposta do filtro utilizando Aproximação

Butterworth para um sinal de entrada de 45 kHz. Canal 1 (amarelo)
tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (azul) tensão de saída
(200mV/div). Escala de tempo de 10µs.

B. Análise Prática e Simulada utilizando Aproximação de

Chebyshev

1) Simulação Chebyshev
Na segunda parte da simulação, com os valores de
capacitores e resistores, encontrados por meio de cálculos
apresentados na Tabela 4, foi possível montar o circuito da
Figura 13. Fig. 15. - Resposta do filtro utilizando Aproximação
Aplicando sinais de frequências iguais as especificadas Chebyshev para um sinal de entrada de 20 kHz. Canal 1 (azul)
para a banda de transição e, analisando a frequência radial tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (amarelo) tensão de saída
calculada, pode-se obter o gráfico de bode representado na (1V/div). Escala de tempo de 10µs.
Figura 14 para a simulação do circuito da Figura 13.
 TABELA VI
Resultados Obtidos e Calculados Chebyshev
Filtros passa-baixas
Frequências 20 kHz 26,18 kHz 45 kHz
Ganho simulação -0,11 dB -3.19 dB -19,47 dB
Ganho Prática 0.13 dB -3,06 dB -19,43 dB
Ganho Teórico -0,011 dB -2.931 dB -19,216 dB

Analisando as Tabelas 5 e 6, e comparando-as com a

Tabela 2, nota-se que os valores chegaram próximos do
esperado havendo apenas algumas discrepâncias devido a
aproximação dos capacitores e resistores na implementação
da prática.
Nota-se nesta comparação que, para valores de
frequências próximos da banda de transição não há
atenuação considerável, ou seja, em frequências abaixo da
frequência de corte não foi percebida atenuação.
Fig. 16. - Resposta do filtro utilizando Aproximação Vale ressaltar que, para a Aproximação Chebyshev existe
Chebyshev para um sinal de entrada de 26 kHz. Canal 1 (azul) uma oscilação no ganho antes da faixa de frequências da
tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (amarelo) tensão de saída banda de transição, e o que comprova isso seria o ganho
(1V/div). Escala de tempo de 10µs. positivo de 0,13 dB para a frequência de 20kHz, ou seja,
abaixo da frequência da borda superior da banda de
transição. Esse fato pode ser identificado na Figura 15, em
que o valor da amplitude da saída é maior que o valor da
amplitude da entrada. Porém, nota-se ainda que, para uma
frequência de 26,18 kHz na Aproximação Chebyshev, a
atenuação foi de -3,06 dB e para a Aproximação de
Butterworth em uma frequência maior de 29,2 kHz, que
aliás, é a frequência de corte do filtro de Butterworth, teve
uma atenuação de -3,008 dB, ou seja, para o filtro de
Chebyshev caiu mais rápido.
Na análise do filtro modulado pelas equações de
Butterworth, pode-se notar que, em uma frequência anterior
a frequência da banda de transição, sua saída parece sempre
estar inalterável, pois os valores dos ganhos na frequência
de 15 kHz tende a zero, segundo os resultados obtidos. Essa
afirmação se comprova analisando o gráfico da Figura 10,
em que a saída permanece inalterável para esta frequência.
Fig. 17. - Resposta do filtro utilizando Aproximação
Chebyshev para um sinal de entrada de 45 kHz. Canal 1 (azul) V. CONCLUSÕES
tensão de entrada (1V/div). Canal 2 (amarelo) tensão de saída
(200mV/div). Escala de tempo de 10µs. Com os resultados obtidos nas Tabelas 5 e 6, e a teoria
C. Resultados. sobre filtros, foi possível concluir o funcionamento dos
filtros para as duas aproximações, em que ambos permitem
No final da prática e da simulação, fora obtido os valores a passagem de frequências baixas, porém impedem a
reais dos parâmetros analisando os gráficos das simulações passagem das frequências mais altas, apesar de sua
e das práticas com os resultados ideais calculados contidos dinâmica de resposta de frequência serem diferentes um do
nas Tabelas 2. Esses valores obtidos nesta secção estão outro.
contidos na Tabela 5 e 6. Ademais, comparando as características essências das
duas aproximações utilizadas, pode-se concluir que, o
TABELA V método de Butterworth é de essencial importância para
Resultados Obtidos e Calculados Butterworth aplicações em que a resposta necessita de um nivelamento
Filtros passa-baixas máximo na banda de passagem, já na sua banda de transição
Frequências 15 kHz 29.2 kHz 45 kHz não é favorável quando se necessita de uma resposta rápida
Ganho simulação -0,0079 dB -3,008 dB -15,1247 dB de decaimento do sinal de entrada. Porém, quando a banda
Ganho Pratica -0,0069 dB -2,76 dB -14,59 dB de passagem é um requisito irrelevante para o projetista,
Ganho Teórico 0 dB -3.01 dB -15.084 dB
seria recomendável, segundo a análise dos resultados, a
utilização do filtro de Chebyshev se a intenção é obter uma
resposta rápida na saída do sistema. Ainda, o que
comprovaria esta característica desse filtro seria ordem em
que ele foi implementado, ou seja, em uma ordem menor
que o filtro de Butterworth e ainda consegue obter uma
atenuação mais rápida.
Logo mais, para uma possível melhora na resposta seria
o aumento da ordem dos filtros para obter uma melhor
resposta do sistema. Poderia, também, ser interessante
juntar as duas características dos projetos de filtros para este
trabalho e obter a melhor resposta possível em níveis de
filtragem de frequência.
Portanto, conclui-se que, tanto a modelagem Butterworth
quanto a de Chebyshev são eficientes em suas respectivas
características e qualidades.

REFERÊNCIAS

[1] MALVINO, Albert Paul; BATES, David

J. Eletrônica. 7. Ed, vo. 2. São Paulo: McGraw-Hill,
c2007-2008. 2v.
[2]PERTENCE JÚNIOR, Antônio. Amplificadores
operacionais e filtros ativos: teoria, projetos,
aplicações e laboratório. 5. ed. São Paulo: Makron,
1996. xvi, 359 p. ISBN 85-346-0498-3.

[3] GRANDA MIGUEL, Mercedes; MEDIAVILLA

BOLADO, Elena. Instrumentación
electrónica: transductores y acondicinadores de
. Santander, Espanha: Universidad de Cantabria, 2010.
vii, 495 p. ISBN 9788481925682.
[4] SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth
Carless. Microeletrônica. São Paulo, SP: Makron
Books, 1995. 2 v. ISBN 853460293.
[5] RAZAVI, Behzad. Fundamentos de microeletrônica.
Rio de Janeiro: LTC, c2010. xxv, 728 p. ISBN
9788521617327.