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Engenharia de Materiais

Processos de Soldagem

Soldagem ao
Arco Submerso

Érika Raiol Pinheiro – 20123020011


Maria Sílvia Camarão de Sousa – 2011302030
Suellem Cristiny da Silva Brito - 2011302033
Introdução
 Soldagem é o processo de união entre duas partes metálicas,
usando uma fonte de calor com ou sem aplicação de calor, onde a
solda é o resultado desse processo.

 O conhecimento dos fenômenos envolvidos na transferência metálica é


de fundamental importância para o melhor controle do processo de
soldagem.
obtenção de cordões de solda sem defeitos;
 diminuir a quantidade de respingos;
 prever a penetração do passe;
 avaliar a quantidade de calor transferido para o metal-base;
 controlar a distorção de estrutura soldada, etc.
Fundamentos do Processo
 Na soldagem ao Arco Submerso um arco elétrico é estabelecido
entre o arame-eletrodo e o material a ser soldado, com a diferença
que o arco permanece totalmente submerso em uma camada de
fluxo, não sendo pois visível.

 A solda se desenvolve sem faíscas, luminosidades e respingos,


características dos demais processos de soldagem com arco aberto.
Fundamentos do Processo
 O fluxo, na forma de grânulos, age como fundente, protegendo de
contaminações o metal de solda, líquido;

 Atua ainda como isolante térmico, concentrando o calor, na parte sólida.

 O processo permite alto grau de automatização, sendo o arame-eletrodo


continuamente alimentado no cabeçote ou pistola de soldagem, conferindo a esse
tipo de processo rapidez e economia, quando comparado aos demais processos de
soldagem.
Histórico
 Teve início em 1935, sendo utilizado na fabricação de tubos e navios.

 Seu uso foi intensificado no período de 1939 – 1945, com


automatização do processo, permitindo a construção rápida de
equipamentos pesados, principalmente navios, durante a II Guerra
Mundial.
Características do Processo
 Durante a soldagem, o calor produzido pelo arco elétrico funde uma parte
do fluxo juntamente com a ponta do eletrodo, onde a zona de soldagem fica
sempre envolta e protegida pelo fluxo escoriante, sobrepondo-se ainda por
uma camada pelo fluxo não fundido.

 O eletrodo permanece um pouco acima do metal de base, e o arco elétrico se


desenvolve nesta posição. Com o deslocamento do eletrodo ao longo da junta, o
fluxo fundido sobrenada e se separa do metal de solda líquida na forma de escória.
Características do Processo
 O metal de solda solidifica-se, enquanto a escória permanece fundida,
protegendo também o metal de solda recém-solidificado, que é muito reativo
com o oxigênio e nitrogênio da atmosfera.

 Com o resfriamento posterior, remove-se o fluxo não fundido, e a escória


rapidamente se destaca do metal de solda.
Características do Processo
 O processo de arco elétrico pode ser semi ou totalmente automático, e em
ambos os casos o eletrodo é alimentado mecanicamente a partir de um rolo
para a pistola ou cabeçote de soldagem, à medida que vai sendo fundido ou
depositado.

O fluxo é alimentado independentemente, caindo por gravidade


imediatamente à frente do eletrodo ou de forma concêntrica em relação a ele.
Características do Processo

Esquema do Processo de Soldagem ao Arco Submerso


Características do Processo
Fluxos
 Os fluxos para soldagem com arco submerso são projetados para suportar as
elevadas correntes de soldagem usadas no processo.

 Os fluxos têm a função de proteger a poça de solda contra a ação da


atmosfera, atuando como desoxidantes, limpando o metal de solda e ainda
podem modificar a composição química do metal de solda.
Características do Processo
Fluxos
 De acordo com método de fabricação, os fluxos podem ser: Aglomerados ou
Fundidos.

 Os Fluxos Aglomerados são constituídos de compostos minerais finamente


moídos, como óxidos de manganês, silício, alumínio, titânio, zircônio ou cálcio
e desoxidantes como ferro-silício, ferro-manganês ou ligas similares.
Equipamentos do Processo
1. Arco Submerso Automático: O operador guia o cabeçote sobre a
peça a ser soldada. Os controles são feitos em um painel,
normalmente acoplados ao cabeçote.

Componentes básicos do equipamento de soldagem ao arco


submerso automático
Equipamentos do Processo
2. Arco Submerso Semiautomático: O soldador empunha a tocha
que conduz o eletrodo e, acoplado à tocha, há um pequeno recipiente
que conduz o fluxo.

3. Arco Submerso Geminado (Twin-Arc): São dois eletrodos nus


soldando simultaneamente, acoplados a um mesmo cabeçote e
utilizando uma única fonte de energia.
Equipamentos do Processo
4. Arco Submerso Tandem com 2 ou 3 eletrodos: Há dois ou três eletrodos
soldando simultaneamente, cada um acoplado em cabeçotes diferente,
formando arcos elétricos distintos, ligados a uma fonte de energia separada.
Normalmente, o 2º ou 3º eletrodos são acoplados a fontes de corrente
alternada.
Equipamentos do Processo
5. Arco Submerso para Soldagem com Fita: utiliza um cabeçote, que conduz
uma fita como eletrodo, permitindo a confecção de cordões de solda com até 100
mm de largura.
 Devido à largura da fita (30 a 100 mm), o processo fornece penetração diluição
extremamente baixas, e elevada deposição.
 Ideal para a aplicação de revestimentos, principalmente de aços inoxidáveis
sobre aço-carbono.
Equipamentos do Processo
Efeitos das Variáveis do Processo
As variáveis que influenciam no processo do arco
submerso são:
 Corrente elétrica
 Tensão do arco
 Diâmetro do eletrodo
 Tipo de corrente
 Velocidade de soldagem
 Distância tubo de contato/peça
Efeitos das Variáveis do Processo
1. Corrente elétrica
Esta variável determina a taxa de deposição, a profundidade de
penetração da poça de solda no metal de base e a quantidade de metal de
base fundido.
Mantendo-se todas as outras condições constantes, uma elevação da
corrente aumenta a penetração e a taxa de deposição

Diâmetro do eletrodo Faixa de corrente (A)


(mm)
2,4 120-700
3,2 220-1100
4,0 340-1200
4,8 400-1300
6,4 600-1600
8,0 1000-2400
Efeitos das Variáveis do Processo
2. Tensão do arco
Influência a forma da seção transversal do cordão e a aparência externa da
solda. Mantendo todas as outras condições constantes, o aumento da tensão
conduz a:
 Cordão mais plano e mais largo;
 Aumento do consumo de fluxo;
 Aumento da resistência à porosidade causada pela oxidação ou presença
de óleos não removidos;
 Aumento do teor da liga proveniente do fluxo
 Tensões muito altas produzem cordão em forma de chapéu, sujeito a
trincas tornando a remoção de escória difícil, e, em soldas de múltiplos
passes, aumentam o teor de liga do depósito e a sensibilidade à trinca.
Efeitos das Variáveis do Processo
3. Diâmetro do eletrodo

O equipamento para soldagem com arco submerso pode aceitar uma faixa
limitada de diâmetros do eletrodo.
Os eletrodos normalmente empregados em solda automática têm diâmetro
entre 2,4 a 6,4 mm.

 Aumento do diâmetro do eletrodo aumenta a largura do cordão e diminui a


densidade da corrente, a penetração e a taxa de deposição.

 Com um eletrodo mais grosso, aumenta-se a capacidade de suportar


corrente, podendo-se usar maiores intensidades e obter-se taxas de deposição
mais elevadas.
Efeitos das Variáveis do Processo
4. Tipo de corrente

 A corrente contínua de polaridade reversa:


 Oferece melhor resistência à porosidade e melhor formato do
cordão de solda.

 A corrente contínua de polaridade direta:


 Oferece uma taxa de deposição cerca de 30% superior à obtida com
polaridade reversa, mas produz menor penetração. É usada:
 Na soldagem de filetes onde a chapa é limpa e livre de contaminações;
 Aplicações de como soldas de revestimento;
 Onde é preciso baixa penetração para reduzir a diluição em aços de
difícil soldabilidade, evitando-se trincas e porosidade.
Efeitos das Variáveis do Processo
 Corrente alternada:
 Penetração e taxa de deposição intermediária entre polaridade
reversa e direta.
 Recomendado para duas aplicações específicas:
 eletrodos auxiliares na soldagem e em algumas aplicações onde
ocorre sopro magnético ou apagamento do arco com CC; e
 para velocidade de soldagem muito baixa.
Efeitos das Variáveis do Processo
5. Velocidade de soldagem
 Controla o tamanho do cordão e a penetração.
 É uma variável interdependente da intensidade da corrente.
 Velocidade excessivamente elevada diminui a ação de “molhar” ou caldear,
aumentando a tendência a mordeduras, e ao apagamento do arco,
propiciando o surgimento de porosidades e trincas.
 Velocidade excessivamente baixa produz cordões em forma de chapéu,
sujeito a trinca, bem como uma poça de solda muito grande em torno do
arco elétrico, resultando em um cordão rugoso, respingos e inclusões de
escória.

6. Distância Tubo de Contato/Peça


 O aumento da distância aumenta a taxa de deposição.
 Normalmente, a distância é mantida entre 20 a 35 mm.
Tipos de Junta
Junta de topo: chapas de com espessura de 5 até 25 mm.
1. Soldas de topo em chapa fina: Normalmente Usa-se cobre-junta, de aço ou
de cobre, que evita também que a peça seja furada
Tipos de Junta
2. Solda de topo em chapa grossa: chapas > 10mm.

Aplicando um passe de cada lado do chanfro,


pode-se obter soldas com 100% de penetração
sem furar a chapa.

3. Solda Chanfro Estreito (Narrow Gap): chapas > 19mm.


Emprega-se qualquer tipo de configuração de juntas normalmente usado, sendo as
mais comuns em V, em X, em U.
Tipos de Junta

4. Soldas em Ângulo: são


normalmente mais sensíveis a trinca
a quente, devido a elevada restrição
imposta pelo cordão.

5. Soldas de Revestimento: é
aplicada principalmente na
manutenção de componentes de
equipamentos sujeitos a desgaste.
Conclusão

A soldagem para arco submerso é um processo


econômico e rápido em soldagem de produção. Gastando
cerca de um terço do tempo necessário para fazer o mesmo
trabalho com eletrodos revestidos. E não há perdas de
material por projeções ou respingos, apresentando boa
tenacidade e boa resistência ao impacto, além de excelente
uniformidade e acabamento dos cordões de solda.
Bibliografia

[1] WAINER, Emilio; DUARTE, Brandi Sérgio; MELLO, Fábio Décourt


Homem de. Soldagem Processos e Metalurgia. Ed. Edgard Blucher, 2004.
Brasil.
[2] Processos de Soldagem ao Arco Submerso. Disponível em:
<http://www.esab.com.br/br/pt/processos_soldagem_arco_submerso.cfm>.
Acesso em: 22/05/2016
[3] FENILI, Cleber Pereira; PINTO, Luiz Fernando; Tipos de Soldagem,
UNES , 2007.

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