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INTRODUÇÃO

A administração é processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar


decisões sobre objetivos e recursos. O processo de administrar (ou processo
administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos
para atingir algum tipo de objetivo.

A origem da administração remonta aos Filósofos gregos, passando de


Sócrates, Rousseau, Adam Smith a Karl Marx, entre outros.

Deve-se ressaltar que os conceitos, pensamentos e as teorias da


administração são produtos do ambiente, forças sociais, econômicas, políticas,
tecnológicas e culturais vigentes na época de sua concepção. A partir desta premissa é
que analisaremos as novas teorias da administração e sua influência nas organizações
atuais
1. Abordagem Contingencial

A Abordagem Contingencial entende que não existe uma forma única ou


melhor de alcançar os resultados organizacionais. A estrutura de uma organização e
seu funcionamento são dependentes da sua interface com o ambiente externo, dado
que as características ambientais condicionam as características organizacionais.
Contingência é algo incerto ou eventual, que depende de alguma coisa.
A Teoria Contingencial nasceu na década de 1960 de uma série de
pesquisas para verificar as estruturas organizacionais mais eficazes em determinados
tipos de empresas, por isso também é chamada de neoestruturalista por alguns
estudiosos.
Os principais autores que contribuíram para a estruturação dessa
abordagem foram Lawrence e Lorsch, cuja produção marca efetivamente o
surgimento da Teoria da Contingência.
Paul Lawrence e Jay Lorsch pesquisaram dez empresas pertencentes a
três áreas: plásticos, alimentos empacotados e recipientes e identificaram duas
questões organizacionais básicas: diferenciação e integração. A primeira se refere às
tarefas especializadas desempenhadas pelos departamentos. A segunda
corresponde necessidade de alcançar unidade de esforços e coordenação entre os
departamentos, São processos opostos e antagónicos e não existe uma "solução
pronta" que indique a melhor medida ou forma de organizar, já que as organizações
precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
É com os estudos de Lawrence e Lorsch que a Teoria da Contingência
ganha força. Esta percebe a organização como um sistema aberto, no qual as
variáveis organizacionais se inter-relacionam de maneira complexa e são
dependentes das variáveis ambientais que, por sua vez, são independentes. Significa
afirmar que as condições organizacionais dependem das condições ambientais.
Diante disso, vale a pena debruçar-se um pouco mais sobre as variáveis
“ambiente" e 'tecnologia".
O ambiente, como já visto na Teoria de Sistemas, compreende inúmeros
outros sistemas: desenvolvimento tecnológico, legal, político, económico,
demográfico, ecológico, cultural, entre outros, comuns a todas as organizações e por
isso também denominado macroambiente. Há também o ambiente mais direto, por
vezes denominado ambiente de tarefa e que compreende: fornecedores de insumos,
clientes, concorrentes, entidades reguladoras, como órgãos regulamentadores
governamentais e órgãos protetores do consumidor.
As organizações ora têm poder sobre seu ambiente de tarefa, ora são
dependentes deste. Ora impõem um preço para compra de insumos de fornecedores,
ora são submetidas ao controle e fiscalização da vigilância sanitária ou de agências
reguladoras como é o caso do produto Speedy, da antiga Telefónica, atual Vivo, que
teve sua comercialização suspensa pela Agência Nacional de Telecomunicações —
Anatel.
Há, basicamente, duas tipologias de ambiente relacionadas a variações de
estabilidade e homogeneidade. Em um ambiente estável há regras e regulamentos
que regem o cotidiano de trabalho; em um ambiente instável, é preciso incorporar
novas informações continuamente, o que conduz a um planejamento contingente. Em
um ambiente homogêneo, há pouca segmentação de mercado, características
homogêneas de fornecedores, clientes e concorrentes, entre outros aspectos. No
ambiente heterogêneo, ao contrário, há necessidade significativa de diferenciação e
descentralização para lidar com os diferentes perfis de fornecedores, clientes e
concorrentes.
Todas as organizações utilizam alguma forma de tecnologia que se
desenvolve nas organizações e extrapola a manifestação física incorporada e contida
em máquinas, equipamentos e instalações, e está presente também nas pessoas sob
a forma de conhecimentos intelectuais ou operacionais. Essa perspectiva, relativa à
tecnologia não incorporada, tem sido bastante divulgada por meio de um conceito
relativamente recente denominado "capital intelectual" das empresas.
A Teoria da Contingência recebeu algumas críticas, sobretudo no que
compete à assunção de um estado de independência das variáveis ambientais
destacado nos estudos pioneiros de Lawrence e Lorsch, dado que muitas vezes as
organizações estão na posição de exercer controle sobre certos aspectos do seu
ambiente.
Outro ponto criticado e que merece referência é que as mudanças nas
variáveis ambientais e tecnológicas são cada vez mais frequentes, entretanto, a
estrutura organizacional não deve ser alterada na mesma medida.

Porém, a principal contribuição da Teoria da Contingencia é avançar a


noção de que a organização é um sistema aberto em continua inter-relação com o
ambiente, adicionando a variável "tecnologia" como determinante da estrutura
organizacional.
2. Teorias Contemporâneas e as Novas Teorias da Administração.

A intenção aqui é apresentar algumas abordagens gerenciais mais


recentes, algumas passageiras, mas com impactos significativos na gestão, outras
mais duradouras e consistentes.

2.1. Reengenharia
Uma dessas abordagens contemporâneas é a reengenharia, que surgiu
com a publicação da Obra The Corporation, de autoria de Michael Hammer e James
Champy, em 1993. A ideia central da reengenharia era a reformulação de processos
produtivos gerenciais visando à redução de custos e de tempo e à melhoria da
qualidade, o que gerou impactos significativos nas estruturas organizacionais. Ficou
marcada, na prática, pelos esforços para redução de custos com o corte de pessoal e
downsizing.
Com o passar dos anos, os princípios da reengenharia receberam uma
nova denominação - redesenho de processos — visando amainar um a carga negativa
do termo original, uma vez que as ideias de Hammer foram tomadas como prescrições
aos executivos. Os quais passaram a ver os ativos humanos das empresas como um
item a ser explorado na busca pela maximização dos lucros da empresa, não
importando se para isso gerassem problemas de ordem social, como aumento os
gastos com a seguridade e a piora no atendimento aos mais necessitados.

2.2. Benchmarking
Uma outra abordagem, que é bastante antiga em sua prática, mas cuja
nomenclatura é recente, intitula-se benchmarking, cuja expressão significa ponto de
referência, ou seja, a busca das melhores práticas por meio de comparações e
imitação sistemática de determinadas práticas organizacionais, seja de empresa do
mesmo setor ou de outro, cuja prática se destaca perante outras empresas.
São consideradas etapas da prática de benchmarking:
 Planejamento — identificação e definição das melhores práticas;
 Análise —coleta, estudo e interpretação dos dados;
 Integração — definição das modificações a serem implementadas;
 Ação — implementação da ação;
 Maturidade — aprimoramento ou melhoria da prática implantada.
O benchmarking é um processo continuo de investigação e de
aprendizagem a partir dos outros, uma ferramenta ao alcance de qualquer
organização e aplicável a qualquer processo organizacional. Não se trata da mera
cópia ou imitação, nem consiste em um processo rápido.

2.3. Globalização
A globalização é um processo de intensificação da integração económica,
social, cultural e política ocorrido no final do século XX e início do século XXI. Um
fenómeno resultante da dinâmica do capitalismo visando à expansão de mercados,
auxiliado pelas facilidades de oriundas da Internet, e da ampliação e barateamento
dos custos de transporte que aproximaram sobremaneira as pessoas do mundo
inteiro. Trata-se de um fenómeno espontâneo que não é liderado por nenhum pais ou
pessoa, simplesmente é um processo que envolve todos os países e indivíduos,
mesmo aqueles sistemas políticos fechados, como os países socialistas.
É possível afirmar que o processo de globalização teve início já nos
primórdios da história, mas a globalização a que nos referimos aqui consiste nesse
fenómeno intensivo mais recente.
São características da globalização:
 Empresas multinacionais presentes em diversos países;
 Empresas locais operam mundialmente e tomam decisões
estratégicas baseadas em considerações internacionais;
 Aumento do número e da variedade de produtos exportados;
 Empresas locais realizam outsourcing, contratam mão de obra,
compram insumos de diferentes partes do mundo e montam seus
produtos em outros países;
 Competição acirrada, pois o número de players e a dinâmica do
mercado aumenta substancialmente,

2.4. Qualidade Total


A Qualidade Total é uma abordagem contemporânea de gestão que foi
amplamente difundida nos países ocidentais ao longo da década de 1980, embora
seus primeiros movimentos tenham surgido e se consolidado no Japão com os
círculos de controle de qualidade implantados nas empresas japonesas na década de
1950.
O novo modelo de gestão destacava a importância dos produtos com alta
qualidade, ao mesmo tempo em que houve uma mudança de mentalidade: qualidade
deixou de ser sinônimo de custo mais alto.
A abordagem da qualidade total, cuja expressão é oriunda do inglês Total
Quality Management (TQM), foi difundida por W. Edward; Deming e Joseph Juran e
se opunha à abordagem tradicional de qualidade baseada na checagem do trabalho
após sua realização e na eliminação dos defeitos, considerados refugos.
A qualidade total consiste em uma abordagem gerencial centrada na
qualidade, baseada na participação de todos os seus membros visando ao sucesso
de longo prazo por meio da satisfação do consumidor e benefícios para todos os
membros da organização e da sociedade. A abordagem da qualidade total é uma
estratégia gerencial de negócios voltada à consciência da qualidade em todos os
processos organizacionais. Continua sendo utilizada largamente por empresas
industriais e empresas de serviços, como hospitais, instituições de ensino, call centers
e outras.
Um dos conceitos da abordagem da qualidade total é o Ciclo de Deming ou
PDCA, que é aplicado para atingir resultados de um sistema de gestão da qualidade.
É formado por quatro etapas: 1-Plan (planejar), 2-Do (executar), 3-Check (verificar),
4-Act (agir), reiniciando o processo visando à melhoria continua.

A qualidade total:
 Inclui a prevenção de defeitos antes que ocorram;
 Atingimento de zero defeito na fabricação;
 Projeto de produtos e fornecimento de serviços orientados à
qualidade;
 Filosofia de melhorias continuas (kaizen).

2.5. Empreendedorismo
O empreendedorismo também constitui uma abordagem contemporânea
de gestão. Há duas correntes teóricas: dos economistas, como Joseph Schumpeter e
Jean Baptiste Say, para os quais o desenvolvimento econômico depende da inovação;
e dos comportamentalistas, como David McClelland, que defende que o
comportamento empreendedor pode ser desenvolvido.
O empreendedorismo constitui tema de importância vital em países como
o Brasil, sendo responsável por um volume considerável de negócios.
É importante destacar o espírito empreendedor dentro das organizações.
Neste particular cabe ressaltar aquele que toma a iniciativa de criar, inovar e buscar
novas oportunidades e negócios para a organização na qual trabalha.

2.6. Qualidade de Vida no Trabalho


A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) constitui uma abordagem
igualmente recente de administração, que enfoca o bem-estar biopsicossocial, ou
seja, aspectos biológicos, psicológicos e sociais, em outras palavras, a visão integrada
do ser humano.
E uma abordagem que dá sequência aos estudos da Escola de Relações
Humanas e da Teoria Comportamentalista.
Constituem categorias para avaliação da qualidade de vida no trabalho,
segundo Walton (1973), um dos autores pioneiros sobre QVT:
 Remuneração justa e adequada;
 Segurança e salubridade do trabalho;
 Oportunidade de utilizar e desenvolver habilidades;
 Oportunidade de progresso e segurança no emprego;
 Integração social na organização;
 Leis e normas sociais;
 Trabalho e vida privada;
 Significado social da atividade do empregado,
São muitas, portanto, as perspectivas de análise e a adoção da QVT como
abordagem gerencial depende de uma série de progressos trabalhistas, sociais e
econômicos, varáveis sobre as quais não se tem controle. O que a QVT faz é indicar
a direção que considera o ser humano em sua amplitude. Há um longo caminho a ser
percorrido.

2.7. Administração Participativa


A Administração participativa constitui uma filosofia de administração de
pessoas que valoriza sua capacidade de tomar decisões e resolver problemas, pode
ser aplicada no âmbito decisório ou em participação nos lucros e resultados,
No âmbito decisório, consiste na reunião e participação efetiva dos
funcionários nas decisões estratégicas da empresa.
2.8. Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento é uma abordagem contemporânea de gestão
que considera o valor do conhecimento criado pelas pessoas que fazem parte da
organização. Daí a necessidade de apoiar pessoas criativas e prover contextos para
que seja gerado e/ou adquirido o conhecimento. Igual importância recai sobre a
gestão do conhecimento existente e no seu registro, assimilação, transferência e
utilização. A gestão do conhecimento consiste em um processo sistemático, articulado
e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de
conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional cuja expressão
ganha domínio público no início da década de 1990.
Constitui um grande desafio ás empresas realizar a efetiva gestão de
conhecimento. Como tornar democratizados os conhecimentos horizontais (de outros
departamentos) e verticais (de domínio das chefias)? Como fazer isso de maneira
permanente? Como tornar o conhecimento de um membro disponível a outros da
equipe e de outros departamentos?
As empresas de consultoria, sobretudo as internacionais, resolveram bem
a questão do desafio da gestão do conhecimento. Muitas soluções são
disponibilizadas no portal dessas empresas, classificadas com tags e acessíveis a
outros consultores dispersos no mundo, que podem se deparar com situações
semelhantes.

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