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Autoridade Para Ministrar

Nas nossas igrejas e em nossas cidades, existem todos os tipos de Ministérios Musicais e de
Adoração.
Observando algumas características, podemos classificar esses Ministérios em três níveis.
O primeiro deles, são aqueles Ministérios que quando ministram, a presença do Senhor vem
de forma inconfundível, a nuvem da glória de Deus, o Shekiná, se estabelece no local, e o poder, a
unção, contagiam todos os presentes, vidas são libertas, corações são quebrantados e restaurados,
pessoas se arrependem de pecados e são salvas, enfermidades são curadas, aí é poder, fogo do
Espírito e avivamento de Deus para o seu povo.
Já o segundo tipo, até existe um mover de Deus, onde acontecem alguns milagres, o
Espírito opera, pessoas se quebrantam, mas não é uma manifestação de poder tão forte como
sabemos que o louvor deve trazer quando ministrado a Deus.
E o terceiro, é um Ministério “Musical”, onde se tocam músicas bonitas, e de qualidade, e
as vezes nem tão boas assim, e as pessoas assistem, até cantam, e vão embora para casa satisfeitas
ou não, dependendo da qualidade do “show” ministrado.
Todos esses ministérios existem em nossas igrejas e em nossas cidades, em maior ou menor
número, mas existem e são operantes.
A dúvida que eu tinha em meu coração é: porque acontece isso? por que essa disparidade
entre ministrações de poder, e ministrações totalmente musicais, sem manifestação do Espírito, sem
presença da Glória de Deus?
Estudei, e fui ministrado por Deus, através de inúmeras situações e pregações que assisti, e
pude chegar a uma conclusão.
Quero mostrar através desse estudo, que não é o que conhecemos como pecado, o único
responsável pela falta de poder, existem outras causas que muitas vezes se passam despercebidas, e
através destes três tipos de ministérios citados acima, pretendo mostrar pré-requisitos essenciais,
para um ministério que ministra com poder e autoridade.

1 Ministérios sem poder

Hb12:14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá a Deus.”
I Pe 1:16 “pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.”
Muitos ministérios não tem nenhum poder e nenhuma autoridade espiritual, simplesmente
porque seus integrantes não vivem em santidade. Não existe uma preocupação com a parte
espiritual que é a mais importante de todas.
Em muitos casos existe nestes ministérios, uma preocupação excessiva com o lado técnico,
com a qualidade dos arranjos, com a musicalidade, e não sobra tempo para se preocupar em orar,
em buscar, em se humilhar, se quebrantar, e principalmente se encher do Espírito.
Um princípio importantíssimo, um saco vazio não para em pé, não tem como ministrar o
que você não recebeu, não tem como ministrar poder se você não recebeu poder, não existe
possibilidade de ministrar conversão se você não for convertido. Precisamos nos encher do Espírito,
precisamos buscar o conhecimento de Deus e de seus propósitos, e precisamos buscar experiências
cada vez mais profundas com Deus, fortalecendo a nossa intimidade com o Espírito Santo.
Pastores e líderes, só admitam em suas igrejas, Levitas que antes de mais nada, tenham um
compromisso com Deus de viver em santidade, que sejam humildes, sinceros, e que tenham uma
vida de busca e um coração tratável.
Essas são as características de um homem que pode ser moldado por Deus, e ser usado
como um instrumento de benção para a congregação.
Existem outros ministérios que não existe outra desculpa mesmo, pois a qualidade técnica
não existe, e o problema é pecado mesmo. E com esse mal não se negocia, ele precisa ser tratado, e
se não curado, extirpado, lembro que um pouco de fermento leveda toda a massa (Gl 5:9). Então
para não prejudicar a integridade do corpo, membros que não são sinceros e não buscam o conserto
e o arrependimento devem ser afastados
O que deve ficar de lição para esse tipo de ministério, é que se seus integrantes, não podem
adentrar a presença de Deus, por não estarem em santidade, e não estarem em comunhão com o
Espírito Santo, muito menos Deus virá responder uma oração, uma ministração de um ministério
com esse nível de espiritualidade.
Deus tem princípios inegociáveis, e pela sua santidade, Ele exige santidade das pessoas que
se chegam a Ele, e não responde com suas bênçãos e manifestações de poder, à ministérios cujo
seus integrantes não tem vida, não buscam santidade. A unção não vem, não acontece nada, e a
ministração se torna um bom espetáculo dependendo da qualidade técnica dos músicos, cantores e
dançarinos.
Isso é uma tristeza, pois sem a unção de Deus, sem o derramar do Espírito, e sem a
aceitação por parte de Deus de nosso louvor, não existe o menor sentido de estarem ali, quem faz a
obra é o Espírito Santo, e não homens, Ele só flui de vasos preparados, vasos de honra.
A não ser que os objetivos sejam outros mesmo, como projeção pessoal, tirar vantagem da
posição, mostrar que é bom músico, ou bom cantor, ou bom dançarino, etc, etc, etc.
Lembro da parábola das dez virgens em Mateus 25(recomendo a leitura), o que aconteceu
com as virgens insensatas?
Elas deixaram acabar o óleo, e por isso foram deixadas para fora das bôdas, e o óleo
representa o Espírito Santo, quantos ministérios simplesmente deixaram acabar o óleo e as
lâmpadas se apagaram? Ainda há tempo, se apressem em encher as lâmpadas com o óleo puro do
Espírito Santo, e transbordem do Espírito, pois a meia noite está chegando.

2 Ministérios que Deus opera

Nesses ministérios, já existe um compromisso com Deus, seus integrantes tem uma vida de
santificação e busca da presença de Deus. Tem uma vida de quebrantamento e unção, e existe um
agir de Deus através da ministração.
Existe liberação de poder, derramar de unção, quebrantamento, libertação e conversão.
Em Marcos 16:17 diz assim: “E estes sinais hão de seguir aos que crerem: Em meu nome
expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes, e quando beberem alguma
coisa mortífera não lhes fará mal algum, imporão as mãos sobre enfermos, e os curarão.”
Como a palavra diz, os sinais hão de seguir os que crerem, mas crerem e buscarem com
sinceridade. Então assim sendo, um ministério cujos integrantes estejam aos pés do Senhor, são
humildes, sinceros, e vivem em santidade, o louvor ministrado vai atingir o trono de Deus, e Ele vai
aceitar e responder com a sua unção, derramando bênçãos sobre o povo.
Só que existe um porém, este tipo de ministério é marcado por uma característica que
infelizmente ainda é muito comum em nossas igrejas, e não só por parte dos integrantes, mas em
muitas vezes até por toda a igreja.
Seus integrantes dizem bem assim: “A minha forma de pregar a palavra, e ganhar almas, é
através da música”.
Sendo assim, geralmente desprezam a pregação pessoal, e outros meios de evangelização.
Acham-se no direito de acharem(meio redundante isso né?), que não precisam pregar para seus
vizinhos, para seus colegas de escola, amigos familiares, pois ele só ganha almas através da música.
Não tem compromisso com a pregação pessoal do evangelho.
Na verdade é muito difícil a gente mensurar as almas alcançadas por um ministério musical,
elas com certeza existem, em grandes quantidades talvez, só que raramente chegam ao nosso
conhecimento, e ainda existe outro problema, não devemos apenas ganhar as almas, mas também
discipulá-las.
Então a falha nessa classe de ministérios, é o fato de seus integrantes se eximirem da
responsabilidade do evangelismo pessoal, e do discipulado, para ser discípulo é preciso que você
discipule alguém pois Jesus nosso mestre o fez.
Mateus 28:19 “Portanto ide e fazei discípulos de todos os povos...”
Jesus nos mandou ir e fazer discípulos, e antes de falar o texto de Marcos 16:17, Ele disse ide e
pregai o evangelho a toda a criatura.
Esse foi um mandamento, uma ordem, e se não a obedecemos, estamos em pecado, o
pecado da falta de amor pelas vidas, falta de compaixão pêlos perdidos, e não fazemos o que Jesus
mandou.
Jesus não falou: Ide e tocai louvores em toda a terra.
Nem disse: Em meu nome farei shows para grandes multidões.
Não ele mandou anunciar o evangelho, e fazer discípulos, essa foi a ordem de Deus, e o que
acontece, é que muitas vezes fazemos de tudo na igreja, marcamos milhares de ensaios, e não sobra
tempo de fazer apenas o que Jesus mandou, ganhar as almas, discipular.
Devemos nos responsabilizar em pregar para as pessoas que estão a nossa volta, sendo
missionários em nossas ruas, escola, serviço, e lugares por onde passamos. Assim estaremos
obedecendo a ordem de Jesus, e com isso seremos mais abençoados e nosso ministério fortalecido.

3 Ministérios que Deus usa

João 15:16 “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo em que em meu nome
pedirdes ao Pai, ele vos conceda.”
Um ministério que chega diante de Deus e ministra louvores com autoridade, e quando
elevam seus instrumentos e suas vozes, a manifestação do Espírito se torna visual, o reino espiritual
é abalado com os louvores, muitas pessoas são tocadas, quebrantadas, outras curadas, outras
libertas, espíritos malignos são expelidos, semelhantemente quando Davi ministrava a Saul, vidas se
convertem e são restauradas e pessoas são salvas. Esse é o ministério frutífero que glorifica a Deus.
Confesso que muitas vezes pensei muito sobre a diferença desses ministérios, para os
ministérios apenas “mortais”, já que a diferença é visível e palpável.
Porque outros ministérios mesmo que em santidade e pureza de propósito, não tinha o
mesmo êxito?
Qual a diferença entre eles? Por que a diferença tão grande de autoridade?
Essas perguntas martelaram a minha cabeça por algum tempo, e as reduzi a uma única, o
que confere autoridade para ministrar?
Comecei a observar vários pastores, de várias denominações, e em suas pregações percebi
diferença na autoridade de pregar a palavra.
Os pastores que ganhavam mais almas, que discipulavam e influenciavam mais pessoas
tinham mais autoridade, que os outros.
Também já percebi que evangelistas tem muita autoridade na ministração da palavra.
E percebi também que a vida dessas pessoas era de muito testemunho e busca pessoal.
Concluí com tudo isso, que a autoridade espiritual, é um reflexo primeiro de uma vida reta
diante de Deus e de busca constante de comunhão e intimidade, e que a autoridade espiritual, está
intimamente ligada com ganhar almas e discipular as almas. Cumprindo assim o mandamento de
Jesus de “Ide e fazei discípulos de todas as nações”.
Façamos uma comparação em nossas próprias mentes.
Imaginem um ministério de homens abençoados, sinceros, quebrantados, ministrando a uma
congregação.
Agora, imaginemos outro ministério de homens abençoados, sinceros, quebrantados, só que
cada um deles é pastor de muitas pessoas.
Nós mesmos carnalmente falando, já iríamos ver esses dois ministérios de forma diferente,
sejamos sinceros em afirmar que nós mesmos daríamos mais valor ao ministério de pastores.
E sabem por que disso?
Porque os frutos são mais palpáveis, pelo fruto os conhecereis, diz a bíblia, no reino do
Espírito acontece de forma semelhante, tem mais autoridade quem produz mais fruto.
Analisemos um dos atributos de Deus, a sua justiça, nós sabemos que quem trabalhar mais
para Deus, ganhando mais almas, receberá mais galardão, fazendo uma analogia, também recebe
mais autoridade, e, consequentemente essa pessoa quando ministra, tem mais autoridade para falar
em nome de Jesus, já que verdadeiramente segue os passos de Cristo, cumprindo a grande
comissão. E sabemos que a palavra ministrada usando o nome de Jesus tem poder, já que o próprio
Jesus é o verbo vivo de Deus (João 1).
Assim sendo, a diferença entre um ministério em que Deus opera, e o ministério que Deus
usa, são os frutos individuais que seus integrantes dão.
Quando mais frutos, mais autoridade em ministrar.

Creio que todos sonham com um ministério usado por Deus, então ainda há tempo de
entrarmos em seus propósitos e buscarmos santidade de vida, compromisso, e ganharmos as almas
para honra e glória de Jesus, e assim fazer de nossos ministérios, manifestação de poder e derramar
de unção, sendo uma fonte de avivamento para todos os povos, para honra e gloria de Jesus. Amém.

Paulo Macedo
Diretor de Redação do Podecer.com
Líder do Ministério InPacto
Ministério Jovem da Primeira Igreja Batista – Cuiabá-MT
www.pibvirtual.com
paulomacedo@podecrer.com

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