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Maceió,
2012
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Maceió-AL
2012
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ASSINATURAS:
___________________________________
___________________________________
Maceió,
2012
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Prof.Ismael Weber
Mestre pela UFRGS
Orientador
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
Due to the large growth of the construction in Brazil, and their responsibilities to the Brazilian
economy, the need arises to consider how to assist the production and minimize costs in the
sector, given that historically the construction industry is characterized by excess waste. An
alternative found by construction has been the implementation of production systems already
successfully performed in other industries, such as kanban system designed by Toyota in applying the
Toyota Production System in the automotive sector.
The kanban system follows the principles of Just In Time and is inserted in the new production
philosophy called lean construction or lean thinking. This system aims to remove waste generated in
the production line through the use of cards that control the flow of material. Therwith, was
analyzed the applying of kaban system for the service lift of masonry ceramic block in a work located
in Maceió. Were made daily visits to the work in two distinct stages, the first stage kanban system had
not yet been deployed, already in the second stage kanban system was already working. In these two
periods were measured productivity and waste, as well as being made an overview of the application
system. As a result a comparison was made between the two periods in order to visualize possible
improvements in the performance of the service due to application of kanban system.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................13
1.1 CONTEXTO...............................................................................................................13
1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................................................14
1.3 OBJETIVO PRINCIPAL............................................................................................15
1.4 OBJETIVO SECUNDÁRIO........................................................................................15
1.5 MÉTODO DE PESQUISA.........................................................................................15
1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO...........................................................................16
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................16
2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS...............................................................................18
2.1 PLANEJAMENTO......................................................................................................18
2.2 CONTROLE................................................................................................................21
2.2.1 SISTEMAS DE CONTROLE................................................................................23
2.2.2 PRODUTIVIDADE................................................................................................25
2.2.3 PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................................26
3. SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO.......................................................................27
3.1 JUST IN TIME.............................................................................................................28
3.1.1 MECANISMO DE PRODUÇÃO “PULL”.............................................................29
3.1.2 SISTEMA KANBAN.............................................................................................30
3.2 NOVA FILOSOFIA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL........................31
4. MÉTODO DE PESQUISA...........................................................................................32
4.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA...................................................................................32
4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA...........................................................................32
4.2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................32
4.2.2 COMPREENSÃO DO SISTEMA KANBAN........................................................33
4.2.3 COLETA DE DADOS............................................................................................33
4.2.4 ANÁLISE DE DADOS..........................................................................................33
4.2.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................34
4.3 ESTUDO DE CASO....................................................................................................34
5. RESULTADOS.............................................................................................................37
5.1 COMPREENSÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA KANBAN NO
REFERIDO ESTUDO DE CASO...............................................................................37
5.2 ESTUDOS E MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA APLICAÇÃO DO MÉTODO.....41
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LISTA DE FIGURAS
Figura 13: Detalhe do guincho com televisão, câmera de vídeo, caixa de som, entre outros...48
Figura 17: Gráfico 01, RUP calculadas para a execução do serviço de alvenaria em bloco
cerâmico sem o sistema kanban................................................................................................59
Figura 18: Gráfico 02 – RUP calculadas para a execução do serviço de alvenaria em bloco
cerâmico com o sistema kanban...............................................................................................60
LISTA DE TABELAS
Tabela 07: Comparação entre a equipe de logística antes e depois do sistema kanban.........57
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LISTA DE EQUAÇÕES
E Área de estoque
M² Metro quadrado
H.H Homens-hora
𝐻.𝐻
Homens-hora por metro quadrado
𝑀²
1. INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTO
Por muito tempo a indústria da construção civil foi considerada avessa às inovações
tecnológicas e organizacionais, onde a força muscular predominava sobre os demais aspectos.
Essa característica aplicava-se principalmente no Brasil onde a falta de especialização da mão-
de-obra sempre foi uma característica muito forte. Porém hoje pode-se perceber uma direção
de crescimento na construção civil com base na organização de planejamento e execução
(FARAH, 1992).
A procura pela melhoria da qualidade no setor da construção civil vem sendo uma prática
constante nos últimos tempos. O alto índice de desperdício de material e a perda de tempo por
parte da mão-de-obra em serviços que não agregam valor ao produto final, muitas vezes pela
falta de uma organização adequada da logística em canteiros de obra, contrastam com a
exigência cada vez maior do mercado e de seus rigorosos clientes (STALK, 1988).
Quando criado dentro da fábrica da Toyota, o sistema kanban tinha suas funções e suas regras
para ser utilizado, porém pode-se perceber que os problemas para o qual o sistema foi feito
estão amplamente ligados aos problemas até hoje encontrados na engenharia civil. As funções
eram: fornecer informação sobre apanhar ou transportar materiais, fornecer informação sobre a
produção, impedir a super-produção e o transporte excessivo, criar uma ordem de fabricação
afixada às mercadorias, eliminar os produtos defeituosos da produção, revelar problemas
existentes e manter o controle de estoques. (OHNO, 1997).
1.2 JUSTIFICATIVA
Hiratuka (2011) ressalta que durante a crise em 2008 as políticas públicas brasileiras de
enfrentamento à crise procuraram reativar as vendas nos setores automotivos, de
eletrodoméstico, bens de capital e da construção civil. Isto permitiu à economia brasileira
retomar o crescimento econômico e industrial ainda em 2009. E a expectativa é que haja um
novo ciclo de investimento ainda mais intenso que será concentrado na infraestrutura e
principalmente na construção civil, tornando essencial a melhoria deste segmento.
O sistema kanban é uma forma para atingir o Just in Time, que é um sistema ideal no qual os
itens necessários chegam ao lado da linha de produção no momento e na quantidade necessária.
O sistema kanban tem como objetivo eliminar desperdícios, pois sua utilização mostra
imediatamente o que é desperdício, permitindo um estudo criativo e propostas de melhorias.
Na planta de produção, o kanban é uma força poderosa para reduzir mão-de-obra e estoques,
eliminar produtos defeituosos e impedir ocorrência de panes (OHNO, 1997).
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O objetivo principal deste trabalho é verificar mediante aplicação do sistema kanban, o aumento
da eficiência dos processos produtivos e consequentemente, a redução de perdas que este
sistema pode trazer para a indústria da construção civil, mais especificamente para uma obra
residencial de múltiplos pavimentos na cidade de Maceió/Al.
Com a finalidade de poder analisar a aplicação do sistema kanban na construção civil, este
trabalho será um estudo de caso de uma obra residencial da cidade de Maceió – Alagoas, onde
o sistema kanban será implantado entre outros no serviço de execução de alvenaria. A obra
consistirá em um prédio de 18 andares e deverá ser realizada no período máximo de dois anos.
Será feita uma verificação sobre as dificuldades encontradas para implantação do sistema
propriamente dito na obra estudada. Ademais, durante sua aplicação na obra, será observado se
houve redução dos materiais desperdiçados, dos serviços que não agregam valor, da lista efetiva
de funcionários e da quantidade de retrabalhos a serem realizados.
Por fim, analisar-se-á vantagens deste sistema sobre os processos necessários para sua
aplicação, como a utilização de equipes de apoio ao sistema nas áreas de logística, produção de
argamassa, central de trinchos, produção de pré-moldados e a aplicação de tecnologias que
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auxiliem o sistema kanban como, por exemplo, a paletização que facilita o transporte dos
materiais solicitados.
Neste trabalho o estudo estará delimitado à aplicação do sistema kanban em obras de múltiplos
pavimentos, especificamente para o serviço de elevação de alvenaria em bloco cerâmico, não
estará contida neste trabalho a análise da aplicação do sistema kanban em obras horizontais.
Além disso, a implantação do sistema será analisada apenas na logística interna da obra.
A introdução deste trabalho será apresentada através do contexto, justificativa, objetivo geral,
objetivos específicos, delimitação do trabalho e estrutura do trabalho.
Nestes capítulos serão feitas revisões bibliográficas através de livros, dissertações e artigos. No
capítulo 02 será feita uma abordagem sobre as funções administrativas: planejamento e
controle, bem como, temas como produtividade, desperdícios e implantação de sistemas de
produção. No capítulo 03, serão abordados temas relacionados ao sistema Kanban, como:
Sistema Toyota de Produção, Just In Time e Lean Construction.
2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
Embora a organização e a direção sejam de vital importância dentro da construção civil, neste
trabalho trataremos o planejamento e o controle como aspectos principais para o funcionamento
do sistema kanban na construção civil.
2.1 PLANEJAMENTO
Robbins (2000) afirma que planejamento compreende a definição das metas de uma
organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o
desenvolvimento de uma hierarquia de planos abrangente para integrar e coordenar atividades.
Diz respeito, portanto, a um processo onde se tem os fins fixados, para então procurar os meios
possíveis de conquistá-los. O planejamento estabelece objetivos ou padrões que facilitam o
controle.
Para Ackoff (1976) apud Bernardes (2001), planejamento pode ser considerado como a
“definição de um futuro desejado e de meios eficazes de alcançá-lo”. Verificando assim que
para a obtenção de possíveis metas estabelecidas num plano é necessário um processo de
tomada de decisão.
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Formoso (1991) apud Coelho (2003) define planejamento como o processo de tomada de
decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-
las, sendo efetivo somente se seguido de controle. Verifica-se que grande parte das definições
de planejamento está ligada a uma tomada de decisão e a um rígido controle sobre os processos
existentes.
Segundo Robbins (2000) há pelo menos quatro razões fundamentais para se planejar:
• O planejamento dá direção aos gerentes e aos não gerentes de uma organização, onde
quando todos os envolvidos conhecem bem os objetivos e qual sua contribuição
individual para alcança-lo, podem começar a coordenar suas atividades, cooperar entre
si e trabalhar em equipes. A falta de planejamento pode fomentar “ziguezagues”,
impedindo que uma organização se movimente eficientemente rumo aos seus objetivos.
• Reduz o impacto da mudança, onde ao obrigar os gerentes a olhar para frente, antecipar-
se, considerar este impacto da mudança e desenvolver respostas apropriadas, o
planejamento reduz a incerteza e esclarece as consequências das medidas que os
gerentes podem tomar com respeito à mudança.
• Minimiza o desperdício e a redundância, tendo em vista que a coordenação prévia tende
a descobri-los. E percebera-se que mais adiante, quando meios e fins estiverem claros,
as ineficiências se tornarão mais óbvias.
• Fixa os padrões para facilitar o controle.
Para Sobral (2008), o planejamento é a função da administração responsável pela definição dos
objetivos da organização e pela concepção de planos que integram e coordenam suas atividades.
O planejamento tem a dupla atribuição de definir o que deve ser feito – objetivos – e como deve
ser feito – planos, como demonstrados na figura 01. O planejamento é indispensável em todas
as organizações e em todos os níveis organizacionais.
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Segundo esse mesmo autor podem ser destacados as seguintes vantagens e benefícios do
planejamento:
2.2 CONTROLE
Para SHINGO (1996) apud Bernardes (2001), o controle pode ser encarado como um processo
de supervisão exercido pela chefia sobre os trabalhadores e a verificação dos resultados das
atividades destes trabalhadores, considerando alguns padrões especificados previamente.
Segundo Turner (1993) apud Coelho (2003), controlar significa monitorar o processo de
execução, analisando as variações existentes, comparando as com o que foi planejado,
realizando, se necessário, ações que corrijam estes eventuais desvios.
Sobral (2008) dá uma importantíssima definição sobre o processo total de controle: a função
controle vista em sua totalidade, pode ser conceituada como um processo, uma vez que se refere
a uma série de etapas que buscam assegurar que a organização alcance seus objetivos. Trata-se
de um processo de coleta de informações que ajuda aos dirigentes a tomar decisões adequadas
acerca do rumo da organização. Como qualquer outro processo, o controle é sujeito a mudanças
contínuas. A falha de reconhecimento da natureza processual do controle pode levar os
executivos a cometer erros graves de administração.
Sobral (2008) os sistemas de controle podem ser definidos como conjuntos coordenados de
regras, princípios e práticas que interagem de forma regular e previsível, buscando coletar
informações essenciais ao processo de controle. São sistemas formais, orientados por objetivos,
que monitoram, avaliam e fornecem feedback acerca do desempenho organizacional. Além
disso, podem gerar e transmitir informações relativas a questões financeiras, contábeis,
gerenciais, comerciais, operacionais, entre outras.
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2.2.2 PRODUTIVIDADE
Souza (1998) define produtividade como a eficiência de transformar entradas em saídas num
processo produtivo. Macedo (2002) relaciona o conceito de produtividade à capacidade da
empresa “gerar” produto em seu processo produtivo.
Souza (2000) utiliza como indicador para mensurar a produtividade a razão unitária de
produção (RUP) e é calculada através da razão entre as entradas (para o caso deste trabalho será
homens-horas trabalhadas) e as saídas (o produto final, que no caso será m² de alvenaria
elevada), como na equação 01:
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐻𝑜𝑚𝑒𝑛.𝐻𝑜𝑟𝑎
RUP = = ( )
𝑆𝑎í𝑑𝑎𝑠 𝑀²
Segundo Yazigi (2009), o desperdício em obras tem as mais variadas origens, dentre elas pode-
se citar:
O Sistema Toyota de Produção surgiu na fábrica da Toyota Motor Company durante a década
de 1960. Idealizado pelo vice-presidente da companhia Taiichi Ohno o Sistema Toyota de
Produção foi o primeiro a ir de encontro com as ideias de produção em Massa de Henry Ford,
que durante décadas comandou a produção de automóveis nos Estados Unidos (MONDEN,
1994).
Segundo Ohno (1997), após a crise do petróleo em 1973, a economia japonesa havia caído para
um nível de crescimento zero e muitas empresas estavam com problemas. Porém dentre todas
as empresas japonesas a Toyota Motor Company embora tivesse diminuído seus lucros,
conseguia obter ganhos maiores do que os de outras empresas. A fábrica japonesa havia
percebido que os tempos haviam mudado e que ao invés de tentar copiar o modelo americano
de produzir poucos modelos em grandes quantidades, poderia produzir muitos modelos em
quantidades reduzidas.
Koskela (1992) define o Sistema Toyota de Produção como um sistema que tem como ideia
básica a eliminação de estoques e outros desperdícios através da produção de pequenos lotes,
redução do tempo de espera, máquinas semiautônomas, a cooperação com os fornecedores e
outras técnicas.
Segundo Ohno (1997), o Sistema Toyota de produção procurou adotar abordagens científicas
como os cinco por quês, que através de cindo perguntas procura identificar possíveis problemas
na linha de montagem e procurou fazer uma análise total dos desperdícios. Onde ao pensar
sobre a eliminação total do desperdício, deve-se ter em mente os seguintes pontos:
1. O aumento da eficiência só faz sentido quando esta associada à redução de custos. Para
obter isso, deve-se começar a produzir apenas aquilo que se necessita usando um
mínimo de mão-de-obra;
2. Observe a eficiência de cada operador e de cada linha. Observe então os operadores
como um grupo, e depois a eficiência de toda a fábrica (todas as linhas). A eficiência
deve ser melhorada em cada estágio e, ao mesmo tempo, para a fábrica como um todo.
• Desperdício de superprodução;
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Monden (1994) relata que obter lucro atingindo a melhoria da produtividade através da redução
de custos é o principal propósito das práticas do Just In Time, novo conceito de produção que
tornou possível o sucesso do Sistema Toyota de Produção.
Ghinato (1994) demonstra a importância do Just In Time (JIT) ao comentar que não existe
elemento da moderna administração industrial mais discutido e estudado do que o Just In Time.
Este mesmo autor afirma que “uma verdadeira revolução” e “mudança de paradigma” são
expressões comumente associadas ao JIT.
Ohno (1997) define o Just In Time com uma forma de se atingir a absoluta eliminação do
desperdício. Para Ohno Just In Time significa que, em um processo de fluxo, as partes corretas
necessárias à montagem alcançam a linha de montagem no momento em que são necessários e
somente na quantidade necessária. Segundo Ohno (1997) uma empresa que estabeleça esse
fluxo integralmente pode chegar ao estoque zero.
Para Moura (1989) o Just In Time é uma abordagem disciplinada para melhorar a produtividade
e a qualidade total, através do respeito pelas pessoas e da eliminação total das perdas. Na
fabricação de peças o JIT proporciona a entrega das peças necessárias com qualidade, na
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quantidade certa, no tempo certo, no lugar certo e com o custo efetivo, utilizando o mínimo de
instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos.
Shingo (1996) ressalta que o JIT sugere muito mais que se concentrar apenas no tempo de
entrega, o que poderia estimular uma superprodução. Mas sim realizar a produção com estoque
zero, abastecendo cada processo com os itens necessários, na quantidade necessária e no
momento necessário para não gerar estoque.
Como visto nas definições anteriores o Just In Time visa zerar o estoque produzindo apenas o
necessário. O Just In Time considera nocivos todos os tipos de estoques, sejam eles estoques de
matérias-primas, de produtos em elaboração ou de produtos acabados, havendo assim a
necessidade de uma produção compassada sem estoques intermediários (SANTOS, 2010).
Por todas as definições atribuídas ao Just In Time, pode se dizer que este se caracteriza por
puxar a produção – pull, onde cada estágio subsequente da linha de montagem solicita as peças
acabadas do estágio precedente, ajustados por uma taxa de produção em que as peças
precedentes são solicitadas por kanbans (COELHO, 2003).
A produção puxada visa diminuir os desperdícios causados pelo acumulo de estoque, como por
exemplo, defeitos, movimentações desnecessárias, piora no ambiente de trabalho, etc. Ao
contrário da produção empurrada – push, onde o processo inicial produz uma grande quantidade
e simplesmente a “empurra” para o processo seguinte, não importando se o processo seguinte
necessita ou não daquele material naquela quantidade (SANTOS, 2010).
Ohno (1997) define o sistema kanban como uma forma de atingir o Just In Time. O kanban tem
como objetivo impedir a superprodução, sendo uma forma de reduzir mão-de-obra e estoques,
eliminar produtos defeituosos e impedir a recorrência de panes.
O kanban consiste num cartão que possui informações sobre o quê, o quando e o quanto deve
ser movimentado ou produzido numa linha de produção. O kanban é a forma utilizada para que
as peças cheguem à linha de produção de acordo com o Just In Time ou apenas a tempo de ser
utilizado na quantidade certa (OHNO, 1997).
Ohno (1997) alerta para o uso incorreto do sistema kanban o que pode acarretar em uma série
de problemas. Assim como outros sistemas o kanban é uma ferramenta importante que deve
ser usada seguindo regras e funcionando de acordo com o seu propósito. Em sua obra Ohno
aponta seis regras essenciais para o correto funcionamento do sistema kanban, são elas:
• O kanban deve ser utilizado pelo processo subsequente para fornecer as peças dos
processos precedentes na quantidade necessária e no momento necessário;
• O kanban define uma taxa de produção e assim obriga o processo inicial a produzir itens
apenas na quantidade necessária para os processos subsequentes;
• A fim de eliminar os desperdícios e a superprodução nenhum item deve ser produzido
ou transportado sem que seja solicitado por um kanban;
• Todo e qualquer produto defeituoso deve ser retirado da linha de montagem. Impedindo
assim que haja perdas de tempo e de transporte com um produto que não será utilizado,
resultando assim em mercadorias sem defeitos;
• O número de kanbans na linha de montagem deve ser reduzido ao máximo para que
haja um aumento da sensibilidade do processo quanto aos problemas existentes.
Monden (1994) apud Coelho (2003) destaca os principais tipos de kanbans utilizados no ambiente de
produção JIT. São eles:
• Kanbans de retirada ou with drawall kanbans que deve ser utilizado pelo processo
subsequente para especificar o tipo e a quantidade do item a ser retirado do processo
precedente;
• Kanban de produção ou production ordering kanban que tem por objetivo indicar o tipo
e a quantidade do item a ser fabricado pelo processo precedente;
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A aplicação do Sistema Toyota de Produção (STP) gerou um novo conceito chamado Lean
Thinking ou mentalidade enxuta que em comparação ao modelo de produção em massa, utiliza
menos esforço dos operários em fábrica, menos espaço de fabricação, menos investimento em
ferramentas, menos horas de planejamento para desenvolver novos produtos em menos tempo.
Requer também menos estoque, além de resultar em bem menos defeitos e produzir uma maior
e sempre crescente variedade de produtos. (WOMACK; JONES; ROOS, 1992).
Diversos são os setores que vem aplicando o lean thinking em seus ambientes de trabalho e não
é diferente na indústria da construção civil. Apesar de ser um setor muito complexo e bem
diferente da manufatura automobilística, por exemplo, diversos autores vêm estudando a
aplicação do lean thinking na construção. Koskela (1992) foi o pioneiro a estudar esta nova
filosofia de produção na construção civil, em seu estudo koskela vê como principal motivação
em aplicar o lean production para a construção a habilidade de expor os problemas existentes,
antecipá-los e talvez eliminá-los.
Womack e Jones (1998) são os criadores do termo lean thinking e estabelecem as bases da
mentalidade enxuta em cinco princípios, são eles:
4. MÉTODO DE PESQUISA
Para a execução deste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica contendo dois capítulos.
O primeiro teve uma abordagem relacionada à administração, enfatizando assuntos
imprescindíveis para a execução do sistema kanban em uma obra, quais sejam: planejamento,
controle, desperdício e produtividade. Enquanto que, no segundo capítulo tratou sobre o sistema
kanban desde sua origem, mostrando suas bases teóricas, ideologias e sua filosofia, bem como
esta conseguiu alcançar e continua conquistando novos mercados.
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Apesar de ter sido feita uma revisão bibliográfica sobre o sistema kanban, foi necessário
entender como este sistema funcionaria em uma obra de 18 andares localizada na cidade de
Maceió, e como ele seria para o serviço de alvenaria de bloco cerâmico.
A coleta de dados realizada para este trabalho se deu através de visitas diárias à obra antes e
durante a execução do serviço de alvenaria de bloco cerâmico. Esta etapa aconteceu em dois
períodos de aproximadamente duas semanas cada.
A análise dos dados foi feita através de estudos de gráficos e tabelas referentes à produtividade
do serviço de alvenaria e aos desperdícios existentes nele. Ressalte-se que, também foi
observado o engajamento de toda a equipe durante a aplicação do sistema, bem como foram
verificadas as dificuldades encontradas na obra após esta implantação.
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A apresentação dos resultados se deu através de comparações entre a execução do serviço sem
aplicação do sistema kanban e a execução do serviço com a aplicação desse sistema.
cerâmico na periferia, nas divisões de um apartamento para o outro, nos halls e áreas comuns,
totalizando em aproximadamente 561 m² de alvenaria em bloco cerâmico. Já as divisórias
internas dos apartamentos foram executadas com blocos de gesso. No tocante a laje total, esta
possui um total de 532 m² dividida entre oito apartamentos e um hall. A seguir é mostrado na
figura 06 um pavimento tipo do edifício:
A equipe administrativa durante o serviço de alvenaria contava com um efetivo de: 1 (um)
engenheiro civil, 1 (um) estagiário de engenharia, 1 (um) técnico de edificações, 1 (um) técnico
de segurança, 1 (um) almoxarife, 1 (um) auxiliar de almoxarife, além de 1 (um) encarregado de
pedreiro.
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5. RESULTADOS
Assim como na indústria, na obra o sistema kanban tem seu funcionamento realizado através
de cartões. Os cartões possuem dentro de si as informações essenciais para a execução do
sistema. Neles são passadas informações sobre o tipo de material necessário, a quantidade deste
e o local onde ele será aplicado. O modelo de kanban que foi utilizado na obra, demonstrado
na figura 07, consiste no kanban de requisição de material, o qual é responsável pelo suprimento
do material necessário para produção de um determinado produto, no caso, a elevação da
alvenaria de um pavimento tipo.
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No entanto, os cartões ou kanbans necessitam de uma ferramenta que permita sua utilização e
que complete suas informações de modo simples. Esta ferramenta é o Heijunka box, que nada
mais é do que um quadro onde os kanbans são depositados com a finalidade de permitir sua
visualização e seu funcionamento. O heijunka box traz uma informação de extrema importância
para o funcionamento do kanban, ele nos avisa além do local, à hora necessária para que o
material do referido kanban esteja neste local de trabalho. A figura 08 mostra o heijunka box
instalado na obra:
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No presente estudo de caso, o serviço utilizado para análise da aplicação do sistema kanban foi
alvenaria de bloco cerâmico nos pavimentos superiores. Ademais, a equipe produtiva é formada
por pedreiros e por seus ajudantes. Quanto aos materiais utilizados, os principais foram blocos
cerâmicos, argamassa industrializada (para elevação de alvenaria em bloco cerâmico), trinchos
de blocos cerâmicos, blocos elétricos (blocos cerâmicos com caixas de tomada já chumbada),
vergas (utilizadas para a execução de janelas e portas), grout, argamassa industrializada para
chapisco, eletrodutos, vergalhões de aço (para a execução de pilaretes), kit elétrico (contendo
telas galvanizadas, e pinos). Todos os materiais possuem seus próprios Kanbans e em diversas
quantidades, para que o material possa vir fracionado.
Para melhor entendimento será apresentado a seguir um passo a passo com todo o ciclo de
funcionamento do sistema, mostrando a participação de cada envolvido:
• Equipe produtiva: Antes do início do serviço de uma parede, o pedreiro deve ver o
material que irá utilizar para executar a alvenaria daquela parede e pedi-lo colocando os
kanbans relativos a este material no heijunka box, bem como atentando para o local e a
hora que ele iniciará aquela parede.
A partir de agora será apresentada uma série de estudos e medidas necessárias para a aplicação
do sistema kanban. Tais estudos e medidas devem ser planejados com certa antecedência e terão
fundamental importância durante a execução desse sistema.
A primeira etapa para implantação do sistema kanban para o serviço de alvenaria em bloco
cerâmico de um edifício, no caso de um pavimento tipo, é fazer um levantamento detalhado da
quantidade de cada material a ser utilizado na frente de trabalho, no caso um pavimento tipo.
Tal tarefa tem por objetivo:
Embora seja pedida uma quantidade de kanban muito maior do que a necessária, os kanbans
são entregues aos pedreiros em uma caixa com a quantidade essencial para a execução do
serviço de um pavimento exato. Vale ressaltar que, os kanbans são confeccionados para dois
pavimentos, com o objetivo de que antes do término do serviço em um pavimento, uma caixa
com a quantidade de kanbans necessária para o próximo pavimento, já esteja pronta para ser
entregue novamente aos pedreiros.
𝑄
E=𝑁
Onde,
N = número de paletes que podem ser acomodados por metro quadrado. Foi levado em
consideração que em um metro quadrado são armazenados cinco paletes. (dimensão do palete
0,40 x 0,40 m)
234
E= = 46,80 m²
5
Através deste cálculo foi dimensionado um espaço com cerca de 53 m² para o armazenamento
de blocos cerâmicos.
Foi dimensionada uma equipe de oito pedreiros para fazerem os 561 m² de alvenaria em cinco
dias (44 horas trabalhadas). Resultando assim, numa razão unitária de produção necessária de:
Contudo, foi dimensionada também uma equipe de dois pedreiros para executar a marcação da
alvenaria, totalizando uma equipe dez pedreiros.
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É imprescindível que haja um treinamento de toda a equipe que compõe o sistema kanban, com
a finalidade de explicar seu funcionamento, suas regras e mostrar seus objetivos. Tal
treinamento deve ser utilizado antes do início do sistema kanban. No entanto, durante a
aplicação do sistema deve haver um monitoramento de toda a equipe e se necessário o
treinamento deve ser repetido.
Devido à exatidão dos kanbans, o sistema não pode sofrer atrasos em seu funcionamento, o
atraso de um kanban pode significar um pedreiro parado na frente de serviço. Por isso, é de
fundamental importância que a equipe de logística não tenha dificuldades para executar o
transporte dos materiais, coletando-os e encaminhando-os para as frentes de serviço, através do
guincho, o mais rápido possível.
Para que isso aconteça é imprescindível a elaboração de um layout que proporcione a esta
equipe agilidade e praticidade. Dessa forma, segue abaixo, na figura 9, o layout da obra, em
que se procurou deixar o caminho livre e armazenar os materiais de modo que ficassem
próximos ao guincho.
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Na obra em questão foram utilizados alguns dispositivos para auxiliarem a equipe de logística
e a equipe de produção. Foram eles:
• Blocos cerâmicos paletizados: embora mais caros seu rápido transporte e seu
desperdício mínimo (como serão mostrados nos resultados finais), fazem valer a sua
compra. É interessante também que se possua o carrinho próprio para o transporte dos
paletes, conforme figura 10.
46
Através dos blocos cerâmicos paletizados a equipe de logística consegue colocar um palete com
cinqüenta e dois blocos cerâmicos ao mesmo tempo em que seria colocado cerca de quatro
blocos cerâmicos à mão.
• Guincho inteligente: no guincho deve conter uma câmera de vídeo, para que o
guincheiro visualize o que está acontecendo no pavimento, uma caixa de som para que
o mesmo possa se comunicar através de um microfone que fica sob a sua posse. Desse
modo, enquanto a câmera fornece o áudio do local onde se encontra a cabine do guincho,
a caixa de som transmite o som emitido pelo guincheiro ao pavimento. A figura 13
mostra uma foto do guincho da obra:
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Figura 13 – Detalhe do guincho com televisão, câmera de vídeo, caixa de som, entre outros.
No layout deve está previsto uma central de trinchos onde será feita a fabricação de vergas,
blocos cerâmicos de 6 furos, 4 furos, 2 furos, blocos cerâmicos em “L”, “blocos elétricos”, entre
outros.
Na obra em análise, a central de trincho era comandada por um funcionário que possuía a meta
de fabricar todo o material para a execução de um pavimento no prazo de uma semana. Além
disso, as vergas produzidas eram concretadas com os restos de concreto que sobravam nos dias
de concretagem de lajes, diminuindo assim, o desperdício de materiais também de outros
serviços.
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A central de trincho deve possuir espaço suficiente para fabricação e armazenamento dos
materiais de forma organizada. A figura 15 mostra foto da central de trincho:
Durante o período de 10/05/2012 à 29/05/2012 foram feitas visitas diárias à obra a fim de coletar
dados relevantes para a execução deste trabalho. Este período compreendeu entre o início do
serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 6º pavimento tipo (dia 10/05/2012) até o término do
serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 7º pavimento tipo (dia 29/05/2012).
Na execução desses dois pavimentos, o sistema kanban ainda não havia sido implantado,
possibilitando a coleta dos dados do serviço sem a aplicação desse sistema. Contudo, ressalte-
se que, todos os dispositivos de auxílio à logística para o sistema kanban já haviam sido
implantados.
• Produtividade:
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Para o cálculo da produtividade será utilizada a fórmula citada no item 2.2.2 onde a razão
unitária de produtividade (RUP) é dada por:
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐻𝑜𝑚𝑒𝑛.𝐻𝑜𝑟𝑎
RUP = =
𝑠𝑎í𝑑𝑎𝑠 𝑀²
Portanto, foram anotados diariamente quantos pedreiros e durante quantas horas eles
trabalharam no pavimento, além da quantidade de alvenaria elevada em m². Com esses dados
pode-se através da fórmula, medir a produtividade diária do serviço. As tabelas a seguir (03 e
04) mostram a produtividade diária do serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 6º e no 7º
pavimento, bem como os dias que duraram para a execução do serviço e a produtividade média
deste serviço em cada pavimento.
𝐻.𝐻
Temos, portanto uma razão unitária de produção média de 0,84 ² no 6º pavimento e de 0,87
𝑀²
𝐻.𝐻
no 7º pavimento.
𝑀²
• Desperdícios:
Durante a execução dos dois pavimentos foram gerados pelo serviço de alvenaria em bloco
cerâmico dois containers cheios de metralha ou aproximadamente 16 m³ de resíduo. Cada
container cheio, suporta cerca de 8 m³ de resíduo.
Pelas tabelas 03 e 04 podemos observar que os dias 21, 22 e 29 de maio não foram considerados
nos cálculos das produtividades devido ao fato de que os serviços realizados nestes dias foram
relativos a retoques e retrabalhos que não podem ser medidos em m². Portanto estes serviços
entram como desperdício de mão de obra e tempo, que podem ser mensurados somando a
quantidade de pedreiros multiplicada pelas horas que cada um gastou no serviço por dia. A
seguir será mostrado, na equação 03, o cálculo referente a estes desperdícios:
53
Desperdício = (1 x 9) + (1 x 9) + (2 x 5) = 28 homens-hora.
𝐻.𝐻
Visto que nesses dois pavimentos a produtividade média girou em torno de 0,85 , o
𝑀²
desperdício gerado por esses vinte e oito homens-hora representa em torno de:
28
X= ; X = 33 m²
0,85
• Baixa de estoque:
Durante este primeiro período de visita á obra, a baixa de estoque era dada por semana e embora
fosse realizado conforme formulário da empresa, o almoxarife responsável não possuía controle
sobre o estoque real dos materiais, o local aonde os materiais vinham sendo utilizados, e o
quantitativo real necessário para um pavimento. O que impossibilitaria manter um estoque
organizado e fazer um cronograma de entrega de materiais com os fornecedores.
Portanto, como efeito da ausência de controle do estoque, a obra passava por difíceis situações
de falta de material e de geração de grandes estoques desnecessários que acarretavam em
desperdícios.
A segunda etapa de visitas à obra se deu durante o período de 20/07/2012 à 03/08/2012, onde
foram feitas visitas diárias à obra a fim de coletar dados para o serviço de alvenaria de bloco
cerâmico com o sistema kanban em pleno funcionamento. Este período compreendeu entre o
início do serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 14º pavimento tipo (dia 20/07/2012) até o
54
término do serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 15º pavimento tipo (dia 03/08/2012). A
figura 16 mostra o heijunka box com os kanbans em funcionamento:
Com o sistema kanban em funcionamento durante a execução desses dois pavimentos, foi
possível coletar os dados obtidos do serviço, além de analisar o funcionamento do sistema tanto
na frente de serviço como em toda a logística envolvida. Ademais, também foi observado o
funcionamento dos dispositivos de auxilio à logística durante o andamento do sistema.
Assim, como no item anterior, serão apresentados a seguir os dados e os resultados obtidos para
o serviço de alvenaria em bloco cerâmico, sendo desta vez com o sistema kanban em
funcionamento.
• Produtividade:
Para o cálculo da produtividade com aplicação do sistema kanban foram coletados os mesmos
dados colhidos no item anterior, seguindo os mesmos critérios. Vale ressaltar que, não houve
mudanças nas equipes de produção, logística e administração. As tabelas 05 e 06 mostram a
produtividade diária do serviço de alvenaria em bloco cerâmico no 14º e no 15º pavimento,
além da quantidade de dias que durou o serviço e a sua produtividade média em cada pavimento.
15º pavimento.
• Desperdícios:
Durante a execução dos dois pavimentos foi originados pelo serviço de alvenaria em bloco
cerâmico, um container inteiro e mais metade de um segundo container de metralha. O que
resultou em aproximadamente 12 m³ de resíduo gerado.
• Baixa de estoque:
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Com a aplicação do sistema kanban a baixa de estoque era realizada diariamente, onde ao fim
do dia o guincheiro levava todos os kanbans utilizados para o almoxarife e este dava a baixa no
estoque.
Além de dar baixa diariamente, o almoxarife passou a anotar o local de aplicação dos materiais
utilizados, proporcionando assim, o conhecimento exato da quantidade de material que era
utilizada por pavimento.
Nesta etapa, apresenta-se uma comparação entre a execução do serviço de alvenaria em bloco
cerâmico sem o funcionamento do sistema kanban e a execução do mesmo com a aplicação do
sistema kanban.
Esta comparação será realizada a partir dos dados obtidos e das observações realizadas
diariamente na obra. Serão analisados e comparados os seguintes itens:
• Logística;
• Desperdícios;
• Produtividade.
5.5.1 LOGÍSTICA
Embora a equipe de logística não tenha sido alterada, bem como os equipamentos e o layout
para este serviço também tenham sido os mesmos, uma série de mudanças foram notadas
durante as duas visitas à obra. Estas mudanças estão expostas na tabela 07:
EQUIPE DE LOGÍSTICA
5.5.2 DESPERDÍCIOS
Durante as visitas foram detectadas diminuição nos desperdícios sobre vários aspectos. Foi
percebido também um poder maior de identificação dos erros, bem como a imediata resolução
dos mesmos. A seguir serão listados os tipos de desperdícios encontrados e será feita uma
comparação entre os desperdícios com e sem aplicação do sistema kanban.
• Desperdício de pessoal:
Na execução do serviço no 14º e no 15º pavimento não foi evidenciado perdas relativas a
retrabalho de profissionais.
Além disso, foi evidenciado também que antes do sistema kanban, o almoxarife era obrigado a
ir ao estoque para quantificá-lo, desperdiçando seu tempo. Enquanto que, com a utilização do
sistema kanban, o almoxarife possuía o estoque sobre controle em sua sala.
Como dito no item 5.5.1 durante a execução do sistema kanban o estoque encontrava-se limpo,
organizado e controlado pela equipe de logística (únicos a terem acesso ao estoque, além do
almoxarife).
5.5.3 PRODUTIVIDADE
Como visto nos itens 5.3 e 5.4 foram calculadas as produtividades diárias para o serviço de
elevação de alvenaria em bloco cerâmico com e sem o funcionamento do sistema kanbans. O
objetivo principal deste trabalho é fazer uma comparação entre estas produtividades
encontradas. Para isso devem ser feitas algumas considerações:
Araújo (2001) mostra a produtividade para o serviço de elevação de alvenaria de vedação com
bloco cerâmico. De acordo com ele, podemos estabelecer uma produtividade mínima e uma
produtividade máxima para o serviço em homens-hora por m², sendo a produtividade mínima
𝐻.𝐻 𝐻.𝐻
uma RUP igual a 0,98 , e uma produtividade máxima com uma RUP igual a 0,52 .
𝑀² 𝑀²
A seguir serão apresentados nas figuras 17 e 18 a RUP dos dois pavimentos analisados em cada
período e a faixa delimitada pela RUP máxima e a RUP mínima:
0.8 6º Pavimento
0.6 7º Pavimento
Máxima
0.4
Mínima
0.2
0
dia 1 dia 2 dia 3 dia 4 dia 5 dia 6 dia 7 dia 8
Figura 17 - Gráfico 01, RUP calculadas para a execução do serviço de alvenaria em bloco cerâmico sem o
sistema kanban.
60
0
dia 1 dia 2 dia 3 dia 4 dia 5 dia 6 dia 7 dia 8
Figura 18 - Gráfico 02 – RUP calculadas para a execução do serviço de alvenaria em bloco cerâmico com o
sistema kanban.
Através da apresentação dos gráficos fica bastante evidente a melhora atingida pela aplicação
do sistema kanban. Enquanto que, no período em que o sistema kanban não funcionava as
RUP’s atingiam valores próximos e até acima da RUP mínima, no período em que o sistema
kanban foi aplicado, as RUP’s atingiram valores próximos à produtividade máxima.
É notório também que a utilização do sistema kanban atingiu uma regularidade nas RUP’s
diárias, representando uma taxa de produção fixa. No entanto, no período em que o sistema
62
kanban não funcionava havia uma irregularidade muito grande entre as RUP’s diárias. O que
representam possíveis “paradas” na frente de produção.
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6. CONCLUSÕES
Depois de finalizada as etapas de coleta de dados e análise dos resultados, podem ser feitas
conclusões sobre as melhorias que o sistema kanban pode proporcionar ao serviço de elevação
de alvenaria em uma obra.
Diante dos resultados obtidos com a aplicação do sistema kanban para o serviço de elevação de
alvenaria em bloco cerâmico na obra estudada, pode-se afirmar que, se aplicado de forma
correta o sistema kanban atinge uma redução significativa nos desperdícios encontrados,
principalmente a diminuição de espera por material e tempo de transporte. Com a redução
destes desperdícios, o sistema proporciona um aumento na produtividade do serviço de
alvenaria em bloco cerâmico, que na obra em análise ficou em torno de 25%.
• Analisar qual a influência que a logística tem sobre a produtividade em uma obra;
• Mensurar os desperdícios existentes em uma obra e quais as suas consequências;
• Análise da filosofia lean thinking na construção civil;
• Análise do sistema kanban em outras áreas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SHINGO, S. Sistemas de Produção com Estoque Zero: O Sistema Shingo para Melhorias
Contínuas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996a.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração, Teoria e Prática no Contexto Brasileiro. São Paulo:
Pearson, 2008.
SOUZA, U.E.L. Como Medir a Produtividade da Mão-de-Obra na Construção Civil. In: VIII
Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Salvador, 2000.
YIN, R.K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Trad. de Daniel Grassi. 3° ed. Porto
Alegre: Bookman; 2005.
WOMACK, J.P.; JONES, D.T.; ROSS D. A Máquina que Mudou o Mundo. Rio de Janeiro:
Campus, 1992.