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COGNITIVO–COMPORTAMENTAL
SÃO PAULO
2013
DANIELA BARROS SIMÕES
SÃO PAULO
2013
Dedico esse trabalho aos meus pais que sempre
se mostraram presentes ao longo
da minha caminhada.
AGRADECIMENTOS
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 7
1.1 Histórico sobre Suicídio ............................................................................ 7
1.2 Definição ................................................................................................... 11
1.3 Epidemiologia ........................................................................................... 12
1.4 Fatores de risco ........................................................................................ 17
1.5 Suicídio e Prevenção ............................................................................... 31
2. OBJETIVOS ........................................................................................... 34
3. MATERIAL E METODOS....................................................................... 35
4. RESULTADOS ....................................................................................... 36
5. DISCUSSÃO .......................................................................................... 61
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 63
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 64
ANEXO............................................................................................................. 67
7
1. INTRODUÇÃO
os suicídios vulgares por amor, por problemas conjugais, por luto, por
violações, por remorso e por todos os dramas humanos (Minois, 1998).
Entre muitos filósofos avança a ideia que o suicídio é um caso de
loucura, ou um mau funcionamento fisiológico, que está mais ligado à medicina
do que a justiça ou a religião. Os trabalhos científicos da época contribuem
para desculpabilizar o ato suicida. O desenvolvimento das ciências humanas
contribui involuntariamente para reforçar a culpa individual e coletiva em
relação ao suicídio. As estatísticas, a psiquiatria e a sociologia colocam em
evidência a amplitude do fenômeno.
Com o passar do tempo às taxas de suicídio evoluem e desta vez as
estatísticas existem para demonstrar. Cada região, cada grupo social e cada
contexto socioeconômico comportam uma proporção de mortes voluntárias
quase sempre constantes, que os sociólogos conseguem delimitar de forma
progressiva (Minois, G. História do suicídio, 1998).
A medicina, no começo do século XIX, utiliza o “tratamento moral”,
baseado na punição para tratar a propensão ao suicídio. São exemplos de
“sedativos morais”, a ducha brutal, a cadeira rotativa, a cadeira de força, o
isolamento, a fome, a sede, as ameaças e os ataques ao amor-próprio
(Foucault,1978).
Segundo Kurcgant e Wang (2004), no século XX, a reprovação e as
contradições sobre o suicídio permanecem. Ocorre a admiração aos suicídios
na literatura, pelo suicídio de militares que se recusam a abandonar seus
postos, pelo suicídio de resistentes que tomam cianeto para não falarem sob
tortura e, ao mesmo tempo, a condenação dos suicídios cujos motivos não
pareciam ser muito nobres. No século XX também ocorrem suicídios celebres,
como de Stefan Zweig, Ernest Hemingway, Cesare Pavese, Primo Levi, Marilyn
Monroe, Maiakovski, Mishima, Adolf Hitler, Budd Dwyer, Camilo Castelo
Branco, Michael Hutchence, Robert E. Howard, Vincent Van Gogh e tantos
outros.
No século XXI, os estudos sobre o suicídio convergiram a uma questão
de saúde pública, uma vez que o ato suicida pode ser evitado. Em 2006 é
lançado “Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de
saúde mental”, onde o suicídio é classificado:
11
1.2 Definição
1.3 Epidemiologia
Cassorla (1992) refere que não existe nenhuma teoria que possa
explicar todos os casos e situações de comportamentos suicidas, pois eles são
a expressão de múltiplos fatores que interagem de forma específica em cada
indivíduo e resultantes de aspectos constitucionais da história do
desenvolvimento, de circunstâncias sociais e de fantasias próprias sobre a
morte e o pós-vida.
Para Carvalho (1996) os pacientes potencialmente suicidas dividem-se
naqueles que realmente querem se matar, utilizando de um método seguro e
irreversível, e se este, por algum motivo falhar, eles tentarão novamente, até
conseguirem seu intento. Aqueles que tentam de uma maneira não tão letal,
que deixam a possibilidade da chegada de pessoas a tempo de socorro. E
aqueles que querem morrer, que vão se matar, que não tem mais sentido viver,
mas não atentam contra si próprios. Na concepção da autora, o maior grupo de
risco é o primeiro citado.
Segundo Cassorla (1992), as motivações psicológicas e sociais das
pessoas suicidas são diferentes. Os suicidas que morrem geralmente usam
métodos mais violentos, a intensidade e gravidade de seus conflitos é maior e
verifica-se que apresentam maiores dificuldades de contato social e são mais
isolados. As pessoas que tentam suicídio e não morrem têm mais facilidade em
contato humano e o ato suicida muitas vezes pode ser entendido como forma
de comunicação com o ambiente, como um pedido de ajuda de pessoas que
não se sentem compreendidas. Portanto, o que se percebe é que com maior
frequência os suicidas se isolam de modo a seu ato não ser descoberto,
enquanto que os que tentam e se salvam, são menos cuidadosos no preparo
do ato.
médica crônica (como dor ou doença cardíaca) ou com uma doença médica
ameaçadora à vida (como câncer) o risco de suicídio pode estar aumentado.
Considerando os pacientes graves (com história de internação), o risco
de suicídio é maior em pacientes com depressão maior do que o dos bipolares.
De acordo com Beck, Brown e Wenzel (2010), em pacientes
depressivos, quanto maior a desesperança, maior será o desejo dos pacientes
em se matarem, uma vez que apresentam expectativas negativas frente ao
futuro. Estudos sugerem que a desesperança foi responsável por 76% das
associações entre depressão e intenção suicida em 384 pacientes que foram
hospitalizados por tentativa de suicídio. Percebe-se que a intensidade da
intenção suicida era mais altamente correlacionada com a desesperança do
que com a depressão. Segundo a OMS (2000) a depressão é o diagnóstico
mais comum em suicídios consumados.
Alguns sintomas comuns da depressão são: sentir-se triste durante a
maior parte do dia; perder o interesse em atividades rotineiras; perder peso ou
ganhar peso repentinamente; dormir demais ou de menos; sentir-se cansado e
fraco o tempo todo; sentir-se inútil, culpado e desesperançoso; sentir
dificuldade em concentrar-se, tomar decisões ou lembrar-se de coisas; ter
pensamentos frequentes de morte e suicídio. Segundo Kutcher e Chehil (2007),
todo paciente depressivo deve ter monitoramento constante do risco de suicídio
– mesmo quando estão sentindo-se melhor.
De acordo com Resmini (2004) quadros depressivos entre adolescentes,
tem elevada incidência em tentativas de suicídio.
Segundo Meleiro e Teng (2004) pessoas com transtorno de
personalidade também apresentam risco aumentado de suicídio em até 12
vezes para homens e 20 vezes para mulheres, especialmente os transtornos
de personalidade borderline e antissociais, além de apresentarem associação
com outros transtornos psiquiátricos maiores, principalmente os transtornos do
humor e abuso de drogas. Estressores psicossociais como problemas no
trabalho, discórdia familiar ou dificuldades financeiras parecem ser importantes
fatores desencadeadores em indivíduos com transtornos de personalidade. Em
pacientes com transtorno de personalidade borderline, impulsividade e abuso
de drogas foram os principais fatores associados ao maior número de
tentativas de suicídio.
26
2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E METODOS
4. RESULTADOS
cognitivas, de modo que demonstram aos pacientes que eles têm habilidade
para tolerar e administrar perturbações e que seus problemas não são
insolúveis.
É de suma importância que os terapeutas demonstrem uma postura
empática, colaborativa e isenta de julgamentos. Portanto, o objetivo da terapia
cognitiva não é que o terapeuta aconselhe os pacientes a como abordar melhor
os problemas em suas vidas, e sim, proporcionar meios para que os pacientes
descubram formas alternativas de interpretar e responder aos problemas em
suas vidas, essa meta só poderá ser atingida através de uma postura de
aceitação e validação por parte do terapeuta.
Ainda de acordo com os autores citados acima, indivíduos suicidas
muitas vezes são caracterizados por esquemas negativos associados a algum
tipo de transtorno psiquiátrico, o que por sua vez, acentua um processamento
de informações defeituoso, humor negativo e comportamentos desadaptativos.
Os esquemas são estruturas cognitivas hipotéticas que influenciam o
processamento da informação ou que guiam a direção na qual as pessoas
canalizam sua atenção e codificam, organizam, armazenam e recuperam
informações. Os esquemas negativos não estão continuamente ativos, as
estruturas cognitivas se formam a partir de experiências anteriores, muitas
vezes durante a infância, mas permanecem latentes até que a pessoa
experimente um estresse significativo.
De acordo com Beck, Brown e Wenzel (2010), a terapia cognitiva para
pacientes suicidas é baseada em um esquema que incorpora a teoria cognitiva
geral, a teoria cognitiva que é especifica para os atos suicidas e os resultados
de estudos empíricos projetados para identificar importantes processos
cognitivos associados aos atos suicidas. Reconhecendo que a categoria de
“pacientes suicidas” não é homogênea, pode-se dizer que existem duas
classes de suicidas – aqueles que são caracterizados por uma sensação
penetrante de desesperança e um forte desejo de morrer e aqueles para quem
a desesperança e a intenção de morrer não são características salientes, mas
que tem dificuldades em regular o humor e o comportamento impulsivo, ou que
fazem sua tentativa para comunicar algo aos outros.
De acordo com Beck (1997), as razões mais comuns relatadas pelos
pacientes para atentarem contra sua vida são desistir e escapar da vida e
38
5. DISCUSSÃO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANEXO
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