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Banca Examinadora:
GABRIEL RIBEIRO
São Paulo
1999
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SP-00017843-1
RIBEIRO, Gabriel. Geração de valor para o acionista: um estudo dos conceitos e das
medidas de desempenho sob o enfoque do acionista. São Paulo: EAESPIFGV, 1999.
76p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da EAESPIFGV
como requisito para obter o título de mestre em Administração - Opção MBA, Área de
Concentração : Finanças).
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ii
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Sumário
Agradecimentos...................................................................................... IV
1. Introdução........................................................................................ 1
2. Gerar Valor para o Acionista
2.1 A Empresa e seus Participantes......................................................... 4
2.2 O Acionista........................................................................................ 6
2.3 Criação de Valor - Conjugação de Interesses 9
3. Valor para o Acionista
3.1 O Conceito de Valorda Empresa 12
3.2 ·Dividendos como Determinantes do Valor da Empresa 16
3.3 O Valor da Empresa por Fluxo de Caixa.......................................... 18
4'. Custo de Capital
4.1 O Conceito do Custo de Capital 20
4.2 Fontes de Capital e Composição da Taxa de Custo 21
4.3 Custo do Capital Próprio :.......................................... 23
4.4 Custo do Capital de Terceiros 26
4.5 A Estrutura ótima de capital 29
5. Medidas de Desempenho
5.1 Evolução das Medidas 31
5.2 Lucro Residual 35
5.3 Lucro Econômico 36
5.4 Economic Value Aded - EVA 39
5.5 Market Value Aded - MV A. 42
5.6 Discounted Cash Flow 44
5.7 Cash Flow Retum on Investiment - CFROI 49
5.8 Total Shareholder Retum - TSR e Total Business Retum - TBR.... 52
6. Comparação entre as Medidas de Geração de Valor
6.1 Comparação das Medidas 57
6.2 Considerações Gerais sobre os Casos de Análise 60
6.3 Empresa A 61
6.4 Empresa B 64
6.5 Empresa C 67
6.6 Análise Comparativa 70
7. Conclusão 72
Bibliografia 74
iii
Agradecimentos
Agradeço à empresa Camargo Corrêa SA, cujo apoio foi fundamental para a realização de
um projeto que se concretiza com este trabalho.
Ao Sr. José Augusto Muller Oliveira Gomes manifesto meu mais profundo agradecimento
por todo o incentivo e inestimável colaboração para a realização deste projeto.
Agradeço ao orientador Prof. Dr. José Carlos Guimarães Alcântara, cujos ensinamentos
.,.-
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iv
1. INTRODUÇÃO
1
Os hostiles takeovers' que ocorreram com companhias norte amencanas na
década de oitenta são um exemplo da insatisfação de acionistas com empresas que não
atendiam às suas expectativas de retomo. Para atender aos interesses dos acionistas a
criação de valor tomou-se foco das estratégias corporativas como forma da empresa
responder aos interesses tanto dos acionistas como dos demais participantes da empresa,
consolidadas no conceito Value Based Management- VBM.
Uma questão que surge para as empresas que adotam este modelo de gestão é
estabelecer a forma de medir a sua performance na criação de valor para os acionistas,
seja para efeito de avaliação dos próprios acionistas seja para uso no estabelecimento de
metas a serem perseguidas pela estrutura da empresa.
1 Hostile takeover é a transação de transferência de controle acionário de uma companhia que ocorre
2
No Brasil ainda há um grande número de empresas cujo capital é fechado. Nestes
casos, aplicações desses modelos tornam-se mais complexas, pois não há a figura do
mercado avaliando o desempenho da empresa, refletidas nos preços de suas ações.
A par das conclusões finais sobre a superioridade de uma medida para o acionista
avaliar o desempenho da empresa, vamos observar que cada uma delas tem aplicações
práticas capazes de subsidiar os modelos de gestão na busca de um desempenho superior
na criação de valor. Vamos observar, também, que algumas medidas se complementam,
devendo na verdade serem aplicadas de forma combinada.
3
2. GERAR VALOR PARA O ACIONISTA
ACIONISTA
CLIENTE
t
GOVERNO
EMPRESA
EMPREGADO
4
Cliente: através da aquisição de bens e serviços que maximizem suas
utilidades" ;
planejado;
Acionista: obter ganhos que o recompense por assumir os riscos de aplicar seu
capital na empresa.
3Utilidade representa o grau de satisfação que a pessoa tem ao consumir um bem ou produto ou executar
uma atividade. Em economia este conceito sumariza o ranking de preferências de um individuo diante de
opções de consumo. Para maior detalhe ver PINDYCK, 1997.
5
2.2 O Acionista
RECEITA Cliente
6
Diz-se, aSSIm, que o acionista é o beneficiário residual da empresa, ou seja,
somente após atendidos os interesses dos clientes, dos fornecedores, dos empregados,
dos financiadores de capital e do governo é que o acionista poderá avaliar o lucro gerado
em seu empreendimento e se apropriar dos ganhos obtidos.
Sabemos que o lucro, por sua vez, não é algo predeterminado. Ele é fruto do
sucesso da empresa em exercer suas atividades operacionais, obtendo receitas que
superem os custos e despesas necessários para a geração dessas receitas.
4
Consequentemente, a remuneração do acionista não é fixada ou seja, ela varia
conforme o sucesso ou fracasso da empresa em gerar lucros. Assim, ao mesmo tempo
que corre os riscos do insucesso de um empreendimento, ele se apropria de todo o lucro
obtido no caso de seu êxito. Esta perspectiva é o fator que estimula o acionista a aplicar
seus capitais numa organização.
Apesar desta condição de participante residual nos lucros, o acionista tem em seu
escopo as principais decisões que determinam a existência da organização, visto que ele
é o provedor fundamental do capital para a empresa. Essas decisões se referem a :
4 No Brasil a Lei 6.404/76 estabelece as regras para definição de dividendo mínimo a ser pago no ano em
,
que ocorrem lucros, os quais são sujeitos a decisões soberanas da Assembléias de Acionistas .
7
Caso a remuneração não seja adequada, o acionista tende a extrair recursos da
empresa para destiná-los a outros investimentos que se aparentem mais rentáveis ou que,
até, não o exponham ao grau de riscos assumido com a empresa. Este tipo de decisão se
materializa, por exemplo, com a maximização de distribuição de dividendos.
À medida que a empresa deixa de ser atrativa para seus acionistas surge a
oportunidade para transações que não atendem aos interesses conjuntos dos demais
participantes. Os hostiles takeovers que ocorreram no início da década de 80 nos
Estados Unidos da América são exemplos da desagregação de interesses, onde os
raiders identificaram organizações que não atendiam aos objetivos de retomo de seus
acionistas e as adquiriram a preços abaixo do potencial de valor existente na empresa,
procedendo reestruturações de negócios, com a substituição de executivos. Nessas
operações empresas foram vendidas e o seu desmembramento e venda de divisões
operacionais geravam valores superiores ao da aquisição do conjunto.
I
D Quanto vale o investimento no momento atual?
,
D Qual o retomo gerado com esse investimento?
5 Risco em finanças corporativas é o grau de incerteza quanto ao retomo que um ativo deve gerar,
expresso através da variância dos resultados. Para maior detalhe ver GAPENSKI, 1997.
8
o Esse retorno compensa o risco a que o capital foi exposto num determinado período?
o A empresa que gera valor necessita ter baixos custos de operação, que a habilitem
a oferecer bens e serviços a preços que satisfaçam às expectativas dos clientes;
o Além do fator preço, a empresa necessita criar novos produtos e serviços que
agreguem utilidade aos clientes, que geram a necessidade de investimentos de capital,
criando oportunidades para que financiadores ofereçam seus recursos para que eles se
viabilizem;
9
o A busca de custos ótimos de produção e a inovação implicam no relacionamento
eficaz com fornecedores, estabelecendo relações de negócio que beneficiam as duas
partes;
com os acionistas.
Primeiro que ela permite alinhar os interesses dos executivos ( agentes) e dos
acionistas (principal). O conflito agente x principal ocorre à medida em que o principal
não detém suficiente controle sobre as atitudes dos agentes, o que permite a estes
últimos agirem em beneficio próprio. Os planos de remuneração variável atrelados à
performance dos executivos na geração de valor para os acionistas servem de estímulo a
que estes executivos alinhem suas ações gerenciais aos interesses dos acionistas, pois se
o acionista ganha ele também ganha.
10
Maximizar o valor para o acionista tornou-se politicamente correto, afirma
RAPPAPORT(1998). Na verdade não apenas politicamente correto mas, podemos dizer,
necessário para que uma empresa possa distribuir a todos os seus participantes um
quinhão justo do seu empenho em aproveitar o potencial que surge dessa conjunção de
interesses que a empresa é.
11
3. VALOR PARA O ACIONISTA
retorno
6 Vamos utilizar neste trabalho a definição de ativo como algo capaz de gerar fluxos monetários para seu
proprietário.
12
A partir da fórmula de retomo podemos também obter a expressão que determina
o valor do investimento na empresa em um período:
Vo = Dl + VI
I+ r
Vo = E(D1) + E(V1)
1 + E( r)
onde:
13
Como analisamos anteriormente, os resultados gerados por uma empresa são
fruto de seu sucesso no desempenho de suas atividades. Consequentemente, existe
incerteza quanto a efetiva realização dessas expectativas, associadas ao próprio risco das
operações da empresa. Quanto maior a incerteza maior o retomo ( Ke) que o investidor
requer para correr o risco do investimento.
Sendo o valor da ação num dado momento determinado pela soma do valor
presente dos dividendos no periodo seguinte mais o valor da ação no final desse período,
e que este último será a soma do valor presente dos dividendos no período subsequente
mais o valor da ação ao final desse período e assim sucessivamente, podemos
estabelecer que o valor da ação é obtido pela soma do valor presente do fluxo de
dividendos que serão gerados nos períodos seguintes ao do momento de apuração.
Po=
Ke-g
Onde:
14
Se o crescimento esperado dos dividendos for nulo, então a expressão do Modelo
de Gordon resulta no modelo de perpetuidade do fluxo ( dividendos):
Po=
Ke
o ciclo de vida das' empresas não permite que muitas vezes se adote um modelo
de crescimento constante. Por exemplo, o período posterior a um grande investimento
estratégico pode resultar em oscilações na taxa de crescimento dos resultados da
empresa. Consequentemente os fluxos de dividendos são afetados por este
comportamento. Neste caso, GAPENSKI (1997) recomenda que sejam estimados os
fluxos de cada período de comportamento anormal" e a partir de então adotar-se o
modelo de crescimento constante, trazendo todos os resultados a valor presente.
7O crescimento anormal pode ser supennormal quando a taxa de crescimento num dado período é
superíor ao comportamento normal esperado. Pode também ser negativo, caracterizando uma empresa em
declínio. Para maior detalhe ver GAPENSKI, 1997.
15
3.2 Dividendos como Determinantes do Valor da Empresa
Q Segundo, o próprio valor corrente de mercado de uma ação pode ser expresso como
uma função do dividendo esperado para o ano seguinte e o valor de mercado da
ação naquele momento, o qual também é uma função da expectativa de dividendos a
serem recebidos no futuro.
16
Graficamente podemos verificar o processo de decisão ao qual o acionista está
sujeito ao avaliar a política de dividendos e novos investimentos na empresa
desenvolvido por MYERS ( 1996) :
INVESTIR.
,N_O_S__
_ATIVOS
--l <_--lI
EJ _---,> a
EMPRESA ,-I ACIONISTA c=)
INVESTIR
EM OUTRA
opçÃO
1...- --1
Reinvestir Alternativa:
na Decisão
Decisão Pagar
empresa individual de
dividendos
investimento
Fonte: MYERS,1996
17
3.3 Valor da Empresa por Fluxo de Caixa
seguinte forma:
18
A partir da projeção dos fluxos de caixa livres e da expectativa de crescimento
futuro é possível determinar o valor das operações da empresa, ou valor da Entidade
conforme denominação dada por COPELAND. Ao deduzirmos o fluxo de caixa da
dívida podemos encontrar o valor para o acionista, do qual se pode visualizar o caixa
disponível para distribuição no período seguinte e a expectativa futura desse fluxo. O
quadro a seguir demonstra a relação entre os fluxos de caixa livres e o valor da empresa
para o acionista:
19
4. CUSTO DE CAPITAL
Pode-se observar que um fluxo de caixa nominal pode trazer resultado a valor
presente bastante diferente em função da taxa de custo de capital. Ao compararmos esses
resultados com o valor de investimento podemos chegar a conclusões distintas.
20
adição de valor, porém, caso o custo fosse de 15% o valor atual do investimento não
retomaria com a remuneração desejada, destruindo valor.
Através desse exemplo podemos ver que uma empresa cria valor para seus
acionistas quando ela gera retornos que excedem o custo de oportunidade do capital, o
que adiciona valor econômico ao capital investido. O retomo isolado de um ativo não se
traduz em valor sem que seja considerado à luz do custo de capital necessário para
realizá-lo.
8 Há outras fontes de capital, denominadas expontâneas, que são derivadas das práticas comerciais
utilizadas no mercado que a empresa atua. São os fornecedores, os empregados os impostos, cujos custos
estão embutidos nas operações, seja utilizando dívida financeira ou não.
21
Os provedores de cada uma dessas fontes de capital requerem uma remuneração
que os satisfaça em razão do risco que assumem ao disponibilizarem seus recursos ao
uso da empresa.
Ponderado
A taxa de custo de capital deve ser tomada pelo seu valor marginal, ou seja, o
custo que a empresa incorrerá para obter novo capital para financiar as operações futuras
e os novos investimentos, que deverão gerar novos fluxos de caixa a serem
disponibilizados para atender aos compromissos da dívida e do capital .
22
WACC= Ke x E + Kd x (l-t) x D
(E+D) (E+D)
Onde
Kd (l-t) = Custo do capital de terceiros ajuste pelo beneficio fiscal da despesa gerada
E= Capital Próprio
D = Capital de terceiros
9 Sharpe divulgou o CAPM no artigo "Capital Asset prices: A theory at MarketEquilibrium Under
Conditions of Risk" na edição de setembro de 1964 do Journal of Finance.
10 A teoria de Portfólio de Markowits pressupõe um modelo de decisão que permite ao investidor
classificar, estimar e controlar a combinação de risco e retomo que expõe seu patrimônio.
23
o raciocínio do modelo é de que os investidores são, em princípio, avessos ao
risco. Para exporem seus ativos ao risco eles esperam receber um prêmio que os
recompense. Quanto maior o risco maior o prêmio requerido.
Cada ativo, por sua vez, possui um risco próprio, não sistemático, o que leva os
investidores buscarem formar portfólios compostos de ativos diferentes, minimizando o
risco total de seu patrimônio. A diversificação busca assim, compensar os diversos
riscos específicos dos ativos, que é a fração do risco que está associada às características
da empresa e de seu segmento de atuação.
Ke = Rf + ( E(Rm) - Rf) x J3
Onde:
24
Figura 5 : O Modelo CAPM (relação risco e retorno).
SML
Retomo Requerido
Rm
Rf
1 Risco, Beta
Beta acima de 1 indica que o retomo do ativo oscila em maior intensidade que o
mercado e um beta menor que 1 indica uma oscilação menos intensa. Beta negativo
25
Este modelo foi desenvolvido com base no norte americano de ações. Para sua
utilização em outros países os principais autores das teorias atuais sobre geração de
valor, como COPELAND e STEWART m, recomendam que se façam alguns ajustes ao
modelo:
".:~:i~(:\~i~~
o Risco país : agregar ao custo o spread exigido pelo mercado para investir em títulos ,\<:
Uma das formas que a empresa tem para financiar suas decisões de investimentos
é a utilização de dívida financeira.
26
o termo Kd x (l-t) representa o custo de capital de terceiros após o efeito do
despesa financeira.;
I:l Kd é a taxa de custo que a empresa terá que pagar sobre o capital obtido junto a
terceiros.
Ou seja, o custo efetivo da dívida é menor que a taxa nominal pela qual ela foi
contraída, desde que a empresa gere lucro tributável antes da despesa com os juros ser
apropriada.
Da mesma forma que o investidor em ação o financiador exige retorno pelo risco
que expõe seu capital. Quanto maior o risco maior o prêmio requerido pelo financiador.
Os dois índices mais utilizados para este fim são a "cobertura de juros" e o grau
de "endividamento", que são calculados como segue:
27
Cobertura de Juros = Lucro Antes de Juros e Impostos / Despesa de Juros
o custo da dívida deve ser considerado como a taxa marginal de juros que a
empresa incorrerá para obter novos recursos junto às fontes de financiamento.
(GAPENSKI,1997). A razão dessa regra é simples e claramente definida por
RAPPAPORT(1998): os resultados futuros da empresa eos investimentos em
perspectiva pela empresa serão financiados por custos novos e não por custos passados
ou sunk costs":
o custo da dívida atual pode ser inferior à taxa requerida pela dívida nova, o que altera
a taxa ponderada do custo de capital 0N ACC), e pode influenciar na decisão sobre a
realização ou não de um novo investimento.
o custo da dívida atual pode não refletir a estrutura alvo de capital que foi planejada,
resultando nas mesmas implicações do item anterior.
11 Sunk cost é termo que define custos incorridos para os quais não há possibilidade de serem recuperados.
28
Lembremos ainda que o capital próprio tem seu custo medido pela perspectiva de
retomo futuro que o acionista deseja obter com o seu ativo, o qual pode ser afetado pelo
grau de risco que a empresa passa a representar com o endividamento assumido.
Benefícios Desvantagens
l. Beneficio fiscal pela dedução das 1. Custo decorrente do risco de default, que
despesas com juros no cálculo do imposto está associado ao risco do negócio e a
29
o Teorema de Miller e Modigliani'f estabelece que o valor da firma não é
afetado pela estrutura de capital adotada. As premissas sobre as quais o teorema foi
construído são:
12 O Teorma de Miller e Modigliani foi desenvolvido por Merton Miller e Franco Modigliani e se
constitui num dos mais importantes textos escritos em finanças corporativas. Diversos autores discutem o
teorema e sua aplicação, dos quais é interessante ver também MILGRON, 1992 e MYERS, 1996.
30
5. MEDIDAS DE DESEMPENHO
'.: -,:.~' ..
A partir do momento em que passamos a considerar o custo de capital cohfÇk\:'{ • ~,.. •• <
31
Quadro 4 : Medidas de Desempenho e Custo de Capital.
EBITDA
FUTURO
PASSADO
tempo
hoje
13 A medida CFROI não utiliza o custo de capital em seu cálculo, mas é expressa em uma taxa
comparável.
32
As medidas tradicionais se baseiam em dados contábeis passados para que os
investidores nelas se apoiem para criar a expectativa de desempenho futuro. O valor da
empresa é estabelecido através de índices e múltiplos de lucros, sendo que em alguns
casos esses lucros sofrem ajustes para se aproximarem do conceito de caixa.
33
Mesmo com tais restrições as medidas tradicionais de desempenho ainda são
bastante utilizadas pelos analistas do mercado de capitais, o que é facilmente notado em
publicações de grandes bancos e consultores de investimentos como Goldman Sachs e
Donaldson, Lufkin & Jenrette.
Essas medidas buscam, assim, gerar respostas que satisfaçam o acionista em sua
necessidade de analisar o retomo de seu investimento.
Paralelamente, essas medidas também têm sido utilizadas pelos gestores das
empresas como sinopse de um conjunto de medidas derivadas, que visam medir a
aderência das ações gerenciais tomadas pela empresa ao seu objetivo primário, que é
gerar valor para o acionista.
.;
34
5.2 Lucro Residual
Esse conceito foi introduzido por Allfred MARSHALL em 1890, que considerou
necessário computar-se o custo de oportunidade do capital para se avaliar a verdadeira
criação de valor por uma companhia.
investimento na empresa.
mercado.
35
5.3 Lucro Econômico
Onde:
36
Num modelo hipotético para um investimento podemos verificar esta
coincidência:
37
Ao calcularmos o valor da empresa pela soma do capital investido com a soma
dos lucros econômicos futuros a valor presente:
O Lucro Econômico é uma medida que pode ser apurada anualmente, permitindo
medir o desempenho da empresa na criação de valor durante esse intervalo de tempo.
A interpretação dos resultados obtidos em cada período deve ser feita à luz das
estimativas de resultados de longo prazo da empresa. Análises isoladas de curto prazo
podem causar erros de interpretação.
operacionais a partir de estratégias corporativas de negócio. Para maior detalhe ver KAPLAN, 1996.
38
5.4 Economic Value Aded - EVA®
Através do livro The Quest for Value, Joel STERN e Bennett STEWART 111
descrevem o conceito EVA, como calculá-lo e quais as suas aplicações práticas. Trata-se
de uma variação da forma de cálculo do Lucro Econômico, cuja definição dada pelos
autores é:
"EVA é o Lucro Residual obtido após a subtração do custo de todo o capital que
foi empregado para produzir o lucro operacional".
Ou
EVA = NOPAT - c x Capital
Onde:
NOPAT = mesmo conceito descrito na medida Lucro Econômico como NOPLAT, qual
seja o lucro operacional antes dos juros e impostos deduzidos do índice de
imposto a que a empresa está sujeita;
39
Os termos da fórmula de cálculo do EV A são semelhantes aos utilizados no
cálculo do Lucro Econômico, com a inclusão do conceito dos equivalentes patrimoniais
para cálculo do capital empregado. Segundo STEWART IH ( 1994), os equivalentes
patrimoniais são ajustes necessários em função de despesas reconhecidas contabilmente
em provisões e reservas que reduzem ao valor dos ativos. Os principais equivalentes
patrimoniais e sua forma de ajuste são:
Soma-se:
permanente ;
sido distribuídos.
Segundo STEW ART III (1994), a firma de consultoria Stem Stewart identificou
164 problemas no processo de cálculo do EVA, que demandam ajustes nos
demonstrativos contábeis para uma apuração adequada, em virtude de terem origem na
forma e critérios de aplicação dos princípios contábeis. Os principais ajustes propostos
referem-se a :
D Sazonalidade;
D Depreciação;
40
o Critérios de reconhecimento de receitas;
t.
As principais restrições verificadas por Marion SCHEEL( 1997) ao estudar o
modelo EVA, e que se aplicam ao modelo de Lucro Econômico, foram:
41
1
o Pode-se aumentar o EV A reduzindo-se o capital empregado. Isto pode ser prejudicial
se a empresa necessitar de recursos para obter vantagens competitivas que a
habilitem gerar resultados consistentes e duradouros no tempo;
o Pode haver distorção de cálculo em função da idade dos ativos da empresa, já que o
cálculo é feito a partir do capital empregado apurado pelos registros contábeis. A
inflação pode distorcer os valores representativos dos ativos, causando a impressão
de que se está gerando valor, mas a base de cálculo do custo de capital é subavaliada;
A par de tais restrições, o EVA é uma medida que busca avaliar a geração de
valor para o acionista num determinado período, contrapondo ao lucro contábil a carga
de custo econômico pelo capital que foi utilizado para gerá-lo.
Por consequência, o EVA é uma medida que pode ser desdobrada em indicadores
derivados das alavancas de valor da empresa, a exemplo do Lucro Econômico, servindo
para o uso gerencial.
investiram.
42
A fórmula básica é :
Onde:
Valor Total da Empresa = Valor total da empresa a preço de mercado, ou seja, aquele
que representa o montante de caixa que o acionista poderia
obter se vendesse suas ações no momento;
---------
MVA
Valor de
--------.----- -----_.--
Capital Mercado
Investido
43
presente dos lucros econômicos futuros. Portanto, o MV A representa a soma dos EV As
futuros a valor presente.
44
período e traz ambos ao presente, descontados ao custo médio ponderado de capital (
WACC).
o fluxo de caixa livre para um determinado período pode ser calculado a partir
de parâmetros usualmente adotados na apuração de resultados de uma empresa. O
cálculo, de acordo com COPELAND et aI., 1994 é o seguinte:
Investimento de Capital
45
Os cálculos de valor presente de cada fluxo do período de projeção são feitos
com base na fórmula básica de desconto:
Valor = Ct
(l+rY
onde
r = taxa de desconto
O período de projeção de fluxos de caixa deve ser tal que compreenda todo o
ciclo dos negócios, localizando o final da série num momento de geração média de
caixa. Assim, o período de projeção captura a geração normal de caixa de todo um ciclo
que o negócio tem, bem como permite que o valor da continuidade possa refletir a
repetição desses ciclos de atividade.
Valor de continuidade =
(WACC-g)
onde
46
o Fluxo de caixa livre não é afetado pela estrutura de capital da empresa. Ele
reflete a geração operacional de caixa da empresa, que se torna disponível para atender
as obrigações com os provedores de capital, sejam eles os financiadores sejam os
acionistas.
Este modelo permite, aSSIm, que se avalie o valor de carxa gerado pelas
operações, bem como sua distribuição aos provedores de capital
Elevar o valor para o 'acionista é elevar o valor da empresa, que neste caso é
verificado pelo spread positivo entre o valor presente da empresa para o acionista e o
valor do investimento feito.
47
Figura 8 : Criação de Valor - DCF.
D D
r---- ..---
,,
Retomo<W ACC
~-------r------~-------- Retomo>WACC
,
fo- _
,,
,,
Este quadro demonstra claramente que a empresa que gera valor presente em
suas operações acima do W ACC adiciona valor para o acionista.
48
5.7Cash Flow Return 00 Investiment - CFROI
o CFROI é uma medida similar à taxa interna de retomo, ajustada à inflação, que
busca a taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos futuros de caixa de uma
empresa, ou unidade de negócios, ao investimento inicial.
3. Calcula-se a taxa interna de retomo desses fluxos que, por ser ajustada pela inflação,
representa a taxa real de retomo do projeto.
1. Estima-se a vida útil dos ativos - isto permite estabelecer o horizonte de tempo de
vida médio dos ativos da empresa, principalmente os ativos permanentes. Esse
cálculo se faz dividindo-se o valor líquido dos ativos permanentes pela despesa de
depreciação do ano.
2. Calcula-se o fluxo de caixa das operações a preços correntes para cada ano de vida
dos ativos;
49
o CFROI é uma taxa de retomo. Da mesma forma que outras taxas de retomo,
sua análise isolada sem uma referência de comparação não permite que se obtenha
conclusões consistentes. Alta taxa de CFROI não é bom nem ruim, pois esta conclusão
depende do custo de capital incidente sobre o investimento para obtê-la.
A 20% 25%
B 12% 8%
Pode-se verificar claramente que o negócio A possui uma taxa de CFROI maior
que a de B, porém esta taxa não é suficiente para cobrir o custo de capital incidente. Já o
negócio B demonstra um retomo superior ao seu custo de capital, tomando-se mais
atrativo que o negócio A, apesar da taxa de CFROI de B ser bastante inferior à de A.
50
Conforme observa ALCÂNTARA(1997), o estudo de MADDEN conclui que o
CFROI é uma maneira superior para se medir o desempenho em relação a medidas
baseadas em dados contábeis uma vez que busca estimar os ganhos futuros em termos de
caixa e a moeda corrente, evitando distorções provocadas por critérios contábeis e
inflação.
Um grande atributo do CFROI é que ele se traduz numa taxa que é comparável
ao longo do tempo entre empresas com ativos compostos internamente de forma
distinta. Também possibilita a comparação de operações que utilizam tamanhos
diferentes de capital.
Por ser uma taxa que mede o retorno de ativos ela pode ser utilizada para
comparar a performance de negócios desenvolvidos em regiões distintas, inclusive em
diferentes partes do mundo.
Outro aspecto favorável é que o CFROI gera uma medida que é expurgada dos
efeitos de inflação, traduzindo uma taxa de retorno real dos negócios.
Uma restrição à essa medida é que o tempo de vida útil dos bens a partir de dados
contábeis está sujeito a distorções entre a real durabilidade dos ativos e os critérios
contábeis para registro da despesa de depreciação.
51
5.8 Total Shareholder Return - TSR e Total Business Return - TBR
A fórmula de cálculo que pode ser aplicada para sua apuração é a seguinte:
TSR - +
Onde:
52
o mercado põe na perspectiva de dividendos futuros que ele deve gerar. Da mesma
forma, não restringe a sua análise à simples comparação entre as cotações de seu
investimento em momentos distintos,· pois resgata na medida o retorno ocorrido na
forma de dividendos.
TSR no período 1 = ?
Dados:
2.000 2.000
Um fator fundamental a se considerar é que o TSR tem como foco fornecer uma
medida de análise utilizando critérios de apuração que se adequam ao ponto de vista do
investidor.
53
o TSR tem como principais atributos :
o Não está sujeito aos efeitos de critérios de contabilização pois é tomado com base no
movimento de caixa do fluxo de dividendos;
o É uma medida cujo resultado é dificil de ser manipulado, pOIS está calcada na
avaliação de mercado do negócio.
Como fruto dessa associação foi concebido o ranking GVA 50®, que envolve a
classificação das cinquenta empresas brasileiras mais negociadas em bolsa quanto a sua
capacidade de geração de valor para o acionista, classificadas em ordem decrescente de
suas respectivas taxas de retomo total ao acionista (TSR).
Para uma aplicação mais ampla do TSR, que dificilmente se aplicaria a empresas
não negociadas em Bolsa, foi desenvolvido o Total Business Retum - TBR - ou Retomo
Total do Negócio, que se baseia na estimativa dos fluxos de caixa livres como
determinantes do valor econômico do negócio ou empresa. Como vimos no capítulo 3 o
valor da empresa pode ser determinado pela projeção de seus fluxos de caixa futuros.
54
Figura 9 : Correlação TSR e TBR.
TSR TBR
Final Da ação
Final
Estudos empíricos realizados pelo BCG nos Estados Unidos indicou uma
correlação de 40% entre o TBR calculado e o TSR de' mercado para um período de um
ano de sua amostra de empresas, que se elevou para 57 % quando considerados três anos
de intervalo, que foi considerada bastante alta quando comparada com outras medidas.
Uma forma de se calcular o valor para o acionista segundo RAPP APORT (1998),
pode ser determinado obtendo-se o valor total da empresa ou unidade de negócio, o
corporate value, e deduzir a Dívida. A expressão por ele definida é :
55
Este cálculo é consistente com o modelo de cálculo proposto por COPELAND et
aI (1994) ao definir o valor de uma companhia pela projeção de seus fluxos de caixa
livres.
Para obter o Shareholder Value Aded - SVA RAPP APORT recomenda ainda
que se some no cálculo do Corporate Value os excedentes de caixa aplicados no
mercado financeiro, que não são essenciais para a operação do negócio. Esse tipo de
investimento e as receitas correspondentes não são consideradas nas projeções dos
fluxos operacionais, mas eles efetivamente têm valor e, portanto, devem ser somados ao
se apurar o valor para o acionista da empresa.
A medida TBR tem como atributo adicional a facilidade de ser interpretada pela
organização, pois seu elemento fundamental é a geração de caixa realizada e estimada. A
geração de caixa é uma medida que pode ser desmembrada em seus diversos elementos
formadores e, consequentemente, permitira visualização da contribuição de cada um no
processo de gerenciamento voltado a criar valor para o acionista.
Para o TSR é utilizada a cotação das ações no mercado, a qual pode estar afetada
por movimentos especulativos que ocorrem nos pregões da Bolsa de Valores. Neste caso
a restrição seria válida também para o MV A.
56
6. COMPARAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS DE GERAÇÃO DE
VALOR
Cada medida estabelece um parâmetro de apuração que pode ser baseado num
enfoque da gestão da empresa ou da análise do ponto de vista do acionista.
Uma das principais finalidades das medidas de desempenho, na verdade não deve
ser a de apenas apontar números, mas sim de permitir que se estabeleça um elo de
ligação entre a estrutura da empresa e o processo de criação de valor para o acionista.
Escolher uma medida como ideal depende do quanto o seu entendimento deverá
permear pela empresa e qual a satisfação com que o acionista irá utilizá-la como
instrumento de avaliação de seu ativo.
A análise comparativa que faremos a seguir não visa estabelecer, assim, uma
regra de escolha da medida ideal. Trata-se de, como estabelecido no objetivo deste
estudo, identificar uma medida que melhor expresse a criação de valor para o acionista
para ser comparada com a medida utilizada para os casos selecionados como referência
de dados deste estudo.
A medida básica para comparação, que é utilizada nos casos a serem analisados,
é o Lucro Econômico conforme definido por COPELAND et al.(1994).
57
A definição dos atributos segue os seguintes critérios de julgamento formulados
como questões que qualificam a medida com a resposta sim:
Sofre distorções contábeis - a medida pode ser afetada por diferentes formas de se
aplicar os critérios contábeis ou pelas próprias normas de registro das transações?
o Esse retomo compensa o risco a que o capital foi exposto num determinado período? ·':W~*f~
.~,Í'~k,,~·,
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o Qual a perspectiva de retomo futuro que o investimento deve gerar?
O quadro a seguir indica o resultado que podemos extrair das análises contidas' :~<;~
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no capítulo 5 para responder as questões. A estrutura do quadro foi baseada em modelo. .
;~':+\""-•
58
Quadro 6 : Comparação de Atributos de Medidas de Desempenho.
Com base no quadro de análise acima vemos que a medida TBR ou TSR atende a
todas as questões formuladas, mostrando-se superior às demais quando se leva em conta
o enfoque do acionista.
Comparável - por ser expressa por uma taxa é possível comparar o retomo da empresa
com a de outros ativos, independente do tamanho, natureza, setor ou região;
Risco - o risco está imputado través da taxa de desconto pela qual se apuram os valores
econômicos no início e final do período;
59
6.2 Considerações Gerais sobre os Casos de Análise
Vamos proceder a uma análise de três casos de empresas para as quais é utilizada
a medida Lucro Econômico, tal como definida por COPELAND (1994), para avaliação
de desempenho na criação de valor. Vamos 'comparar os resultados obtidos para o ano de
1998 com essa medida com os obtidos ao se calcular o TBR do período.
Os nomes das empresas não estão sendo declarados neste estudo, uma vez que a
medida TBR implica na consideração do valor econômico das empresas, o que tem
implicações de ordem estratégica.
Neste sentido, todos valores indicados também serão multiplicados por um fator
distinto em cada caso, de forma que os valores realizados não permitam identificar as
empresas.
Q Valor da empresa ao final de 1997 e 1998 calculado com base no valor presente dos
fluxos de caixa projetados para um período de 10 anos subsequentes, somado ao
valor presente da expectativa de valor de continuidade;
Q Caixa não necessário às operações está excluído do valor do capital empregado, .-"! .~.
60
6.3 Empresa A
Contexto operacional:
Os resultados desse investimento deverão concretizar -se a médio prazo quando poderão
ser consolidados os ganhos de processo operacional com novas oportunidades
comerciais que foram vislumbradas por ocasião do investimento.
O ano de 1998 se constitui assim, no primeiro período após o investimento, fase em que
ocorrem inclusive perdas pela necessidade de ajustes de processo tanto para a melhoria
de eficiência como para oferecer novas opções comerciais.
Valor Calculado para o negócio ao final de 1997 (vide premissas gerais) R$ 38.333
Valor Calculado para o negócio ao final de 1998 (vide premissas gerais) R$ 40.500
·.i
61
Resultado da Empresa A em 1998 - R$ mil
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
Descrição Valor
Descrição Valor
+ Depreciação 843
62
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO ECONÔMICO
Descrição Valor
Descrição Valor
63
6.4 Empresa B
Contexto operacional:
o ano de 1998 contrasta um resultado com margem de lucro bastante atrativa, mas com
comprometimento adicional de caixa
Valor Calculado para o negócio ao final de 1997 (vide premissas gerais) R$ 92.600
Valor Calculado para o negócio ao final de 1998 (vide premissas gerais) R$ ,101.550
64
Resultado da Empresa B em 1998 - R$ mil
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
Descrição Valor
Descrição Valor
+ Depreciação 3.758
65
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO ECONÔMICO
Descrição Valor
66
6.5 Empresa C
Contexto operacional:
O ano de 1998 se caracterizou por grande estabilidade nas regras de mercado, com os
preços de venda e os custos operacionais mantendo-se equilibrados ao longo do ano, o
que permitiu assegurar uma margem operacional atrativa.
13=0,73
Risco país = 4,5 %
Ke = 4,5 + (5,5 x 0,73) + 4,5
Valor Calculado para o negócio ao final de 1997 (vide premissas gerais) R$ 35.560
Valor Calculado para o negócio ao final de 1998 (vide premissas gerais) R$ 36.450
67
Resultado da Empresa C em 1998 - R$ mil
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
Descrição Valor
Descrição Valor
+ Depreciação 2.380
68
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO ECONÔMICO
Descrição Valor
69
6.6 Análise Comparativa dos Casos
70
o enfoque de curto prazo do Lucro Econômico penaliza a Empresa A, cuja
expectativa de retornos futuros é superior ao resultado imediato. Para a empresa B o
resultado é inverso, ou seja, há forte expectativa de destruição de valor em função de
comprometimento adicional de caixa no capital de giro, enquanto o Lucro Econômico
demonstra desempenho superior.
Podemos concluir que o TBR traduz com mais fidelidade o retomo que o
acionista está obtendo com seus investimentos nessas empresas, revelando-se uma
medida superior ao Lucro Econômico ao incorporar a percepção da expectativa do
retomo a ser obtido no futuro com os negócios, seja influenciando favoravelmente ou
não o resultado.
71
7. CONCLUSÃO
Criar valor para o acionista significa propiciar a ele uma remuneração acima da
mínima requerida para o negócio, adicionando valor econômico ao seu patrimônio.
De forma geral, esses modelos foram construídos sobre uma mesma base
conceitual, o CAPM - Capital Asset Pricing Model, desenvolvido na década de sessenta.
No entanto, primeiros conceitos associados à necessidade de se reconhecer a
remuneração desejada pelo acionista data do final do século passado.
Surge então a questão sobre qual a medida que melhor expressa o desempenho da f'
empresa na criação de valor para seus acionistas, quando analisada sob o enfoque do
acionista.
72
Neste sentido, procedemos a uma análise sobre os atributos das principais
medidas de desempenho que se propõem a suportar os modelos de gestão com foco na
criação de valor.
Neste estudo constatamos que o TBR traduz com mais fidelidade o retomo que o
acionista está obtendo com seus investimentos. Em comparação com a medida Lucro
Econômico, ela se mostrou superior ao incorporar a perspectiva dos retornos que se
espera obter no futuro com os negócios, independentemente do resultado que se aufere
no curto prazo.
73
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