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Transcoitense – Transportes Lda,

ACT-Centro Local do Grande


Porto
AV. da Boavista, 1311
4149-005 PORTO

Data de: 18-4-2018


Registada com AR

Auto de Contraordenação n.ºs 255678


Transcoitense – Transportes Lda, arguida nos processos em epígrafe
e notificada para tal, vem, ao abrigo do disposto no artigo 17º, n.º 2 da Lei n.º
107/2009, de 14.09 apresentar, nos termos e com os fundamentos que
seguem, a sua resposta.

I – DOS FACTOS

a) Processo n.º 19.18.00623

1º- Da conjugação do auto de notícia e respetivo aditamento consta que o


motorista da respondente, Tiago Jose , no dia 19-1-2018, as 03H51,
conduzindo o veículo 71-SJ-91 e este equipado com tacógrafo digital,
considerou o agente da autoridade que o motorista não se fazia acompanhar
qualquer justificativo de registo de atividades no tacógrafo, relativamente aos
dias 26-12-2017 até ao dia 29-12-2017 e que não mostrou qualquer justificação
para os mesmo, declarando o motorista que se encontrava em período de gozo
de férias, entre 26-12-2017 até ao 29-12-2017.

2º- Face aos factos descritos, entendeu esta autoridade estar em causa um
incumprimento a justificação desses dias, descrito se encontra enquadrado na
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al. c) do n.º 1 do artigo 25º da Lei n.º 27/2010, de 30.08, pelo que é
considerado um ilícito contraordenacional muito grave.

3º- Sucede que, tal factualidade encontra-se indevidamente enquadrada, uma


vez que não existe qualquer ausência no registo de dados do motoristas,
efetuando este sempre o registo das atividades quando introduz o cartão de
condutor no tacógrafo, dando seguimento ao descrito no reg.165/2014 de 4 de
Fevereiro, Artº 34., alínea 3), “Quando, em virtude do seu afastamento do
veículo, o condutor não possa utilizar o tacógrafo nele instalado, os períodos
de tempo referidos no n. o 5, alínea b), subalíneas ii), iii) e iv), devem: b) Ser
inscritos no cartão de condutor, utilizando a possibilidade de introdução
manual oferecida pelo tacógrafo, se o veículo estiver equipado com um
tacógrafo digital.”, introdução esta efetuada e comprovada, conforme DOC 1.
Encontra-se assim e sem qualquer dúvida, o seguimento o descrito no Artigo
36º, quanto aos registos a apresentar no controlo.

4º- O art.º 11.º n.º 3 da Diretiva 2006/22/C do Parlamento Europeu e do


Conselho de 15 de março de 2006, prescreve que: nos termos do n.º 2 do
artigo 12.º, a Comissão elaborará formulários eletrónicos, que possam ser
imprimidos, destinados a ser utilizados quando o condutor tiver estado em
situação de baixa por doença ou de gozo de férias anuais, ou quando o
condutor tiver conduzido outro veículo, isento da aplicação do Regulamento
(CEE) n.º 3820/85, durante o período previsto no primeiro travessão do
primeiro parágrafo do n.º 7 do artigo 15.º do Regulamento (CEE) n.º 3821/85.
Em obediência a esta determinação, a Comissão, em 14.12.2009, decidiu no
ponto 1 que: os registos efetuados no tacógrafo são a primeira fonte de
informação nos controlos na estrada. A ausência de registos apenas se
pode justificar quando, por razões objetivas, não tenha sido possível realizar
registos no tacógrafo, incluindo entradas efetuadas manualmente.
Em tais casos, deve ser emitida a declaração que confirme tais razões.
Ponderada a Decisão e a Diretiva que lhe subjaz, concluímos que a declaração
que confirme as causas objetivas que justificam o não registo nos tacógrafos,
não pode ser uma declaração qualquer, mas apenas a declaração constante do
formulário Anexo à Decisão da Comissão. Como se prescreve no ponto 4 da
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Decisão da Comissão, o formulário de declaração apenas deve ser utilizado se,


por razões técnicas objetivas, os registos do tacógrafo não conseguirem
demonstrar o cumprimento das disposições do Regulamento (CE) n.º
561/2006.

5º Não se verificou qualquer ausência de dados, pois foi possível realizar


registos no tacógrafo, incluindo as entradas efetuadas manualmente, por parte
do motorista, introdução esta efetuada e comprovada, conforme DOC 1.

Face ao exposto, pede-se o arquivo do respetivo processo.

Ainda que assim não se entenda,

II – DA RESPONSABILIDADE DA RESPONDENTE
6º- Acresce que, Tiago Jose ao seu serviço, a respondente ministrou-lhes
formação,

7º- Sendo certo que, nas ações de formação, são os motoristas igualmente
advertidos de que têm sempre que cumprir as regras sobre tempos de
condução, pausas e repousos, obrigação de que a posteriori são,
recorrentemente lembrados pelo departamento de recursos humanos e
respetivos operadores de tráfego.

8º- E bem assim, de que vigora na empresa uma política de intransigência


relativamente ao inadimplemento destas regras, pelo que sempre que a
respondente verifica que algum seu motorista infringe alguma das normas em
vigor no sector dos transportes, particularmente as relativas aos tempos de
condução, pausas e repouso, bem como manuseamento e utilização do
aparelho tacógrafo prontamente o adverte e censura, explicando-lhe
seguidamente e de imediato a correta forma de atuação em conformidade com
a Lei.

9º- Ora, o Tiago Jose, desde a respetiva admissão, sempre tem respeitado as
referidas regras, nunca tendo sido interveniente em qualquer infração,
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facilmente comprovado pela consulta aos registos e a ausência de infrações


anteriores.

10º- Por outro lado, a respondente sempre programou e controlou o trabalho do


motorista, e bem assim, de todos os seus motoristas por forma a que estes
pudessem respeitar os tempos de condução, pausa e repouso e fizessem uma
correta utilização do aparelho tacógrafo.

11º- O que sucedeu, in casu.

12º- Deste modo, atenta a factualidade exposta, podemos concluir que a


respondente não é responsável, por ação ou omissão, pelo que quer que seja
nestes autos.
13º- Nem teve qualquer benefício ou lucro no âmbito da situação neles tratada,

14º- Não é responsável, sequer a título de negligência, por ação ou omissão,


pelo que quer que seja nestes autos,

15º- Pelo que se impõe a sua absolvição, como expressamente se requer.


Transcoitense – Transportes Lda,

PROVA DOCUMENTAL
- 1 documento ora junto.

PROVA TESTEMUNHAL

1º- Tiago Jose, motorista;


Morada to Tiago;
2º Cristina, gestora de qualidade
Morada da Critina;

Todos a notificar na sede da respondente, requerendo-se que a sua inquirição


seja levada a cabo na ACT – Unidade Local de Coimbra, por forma a evitar
incómodos e prejuízos acrescidos com a sua deslocação ao Porto.
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(DOC 1)

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