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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE ENERGIA
ANDRÉ DA S. SILVEIRA, MÁRCIO J. DUARTE E VICTÓRIA R. DUARTE TURMA SN6

Modelo Bertrand

Oligopólio
É o tipo de mercado no qual apenas algumas empresas competem entre si e há impedimento para a
entrada de novas empresas.

Em mercados oligopolistas, os produtos podem ou não ser diferenciados. O importante é que apenas
algumas empresas sejam responsáveis pela maior parte ou por toda a produção.

O poder de monopólio e a lucratividade dependem de como as empresas interagem entre si. Se a


interação tende a ser mais cooperativa do que competitiva, elas podem cobrar preços muito acima do custo
marginal, obtendo grandes lucros

Exemplos de setores oligopolistas incluem os de automóveis, aço, alumínio, petroquímica,


equipamentos elétricos e computadores

Equilíbrio no mercado oligopolista


No mercado competitivo ou monopolista, chamamos de equilíbrio uma situação na qual as empresas
estão fazendo o melhor que podem e não têm nenhuma razão para modificar os níveis de produção ou preços

Esse conceito foi explicado claramente pela primeira vez, em 1951, pelo matemático John Nash.

De acordo com o conceito do Equilíbrio de Nash, cada empresa está fazendo o melhor que pode em
função daquilo que os concorrentes estão fazendo.

Concorrência de preços
Em muitos setores oligopolistas, a concorrência se dá em termos de preços. Cada um escolhe seu
preço tendo os concorrentes em mente.

Concorrência de preços com produtos homogêneos


Modelo de oligopólio desenvolvido por Bertrand em 1883. É o modelo no qual as empresas produzem
uma mercadoria homogênea, cada uma delas considera fixo o preço de suas concorrentes e todas decidem
simultaneamente qual preço será cobrado.

As empresas determinam seus preços em vez de quantidades, principal característica que diferencia
o modelo Bertrand do modelo Cournot.

Embora característico de duopólio, o modelo de Bertrand poderia ser utilizado para explicar situações
com um maior número de empresas.
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As hipóteses subjacentes são as mesmas do modelo de Cournot, ou seja: produto homogêneo, custos
de produção idênticos e nulos, o comportamento dos duopolistas é análogo no sentido de maximizarem os
lucros e não há acordo entre eles. Os produtores estão aptos a produzir tanto quanto os consumidores
desejarem adquirir, e cada produtor supõe que o procedimento do rival é constante e fixo.

Figura 1- Modelo de Bertrand

A figura 1 apresenta as curvas de reação (ORA e ORB) dos dois oligopolisstas A e B. Se o produtor
B for o primeiro a entrar no mercado oferecendo um preço OP1, o duopolista A entra no mercado pretendendo
suplantar o rival, estabelecendo o preço menor OP2, correspondendo ao ponto 1 em sua curva de reação.
Sendo os produtos homogêneos, a este preço o produtor A poderá conquistar todo o mercado e, portanto, o
duopolista B, supondo inalterado este nível de preços, estabelecerá um novo preço, inferior a OP3,
correspondente ao ponto 2 em sua curva de reação.

O processo continuará até ser atingido um equilíbrio num ponto em que os preços se igualarem aos
custos de produção, correspondente ao ponto O; desde que abaixo desse preço, as receitas serão inferiores
aos custos e um dos produtores abandonará o mercado.

O modelo possui falhas, uma vez que, mesmo que as empresas fixem preços e termine optando pelo
mesmo preço, como prevê o modelo, ele não demonstra qual a fatia das vendas caberá a cada empresa.
Porém é útil, porque nos mostra de que forma o equilíbrio resultante em um oligopólio pode depender de
modo crucial da escolha feita pelas empresas sobre qual deverá ser a variável estratégica, preço ou
quantidade.

Estudo de caso do Modelo Bertrand


Competição por Preço: Bertrand

Uma abordagem alternativa é assumir que firmas competem por preços e isto leva a resultados
diferentes. Vamos apresentar um exemplo em que duas firmas produzem um produto idêntico, por exemplo
água. As firmas escolhem os preços em que eles vendem a água, mas cada firma tem um custo marginal
constante de R$10, considerando a demanda por mercado é Q = 100 – 2P.

Precisamos derivar a demanda para cada firma, sendo que a demanda é condicional dado o preço
cobrado por outra firma. Tome a firma 2 e assuma que a firma 1 tem um preço a R$25, mas se a firma 2 faz
um preço maior do que R$25 ela não venderá nada. Se o preço é menor do que R$25 ela toma todo o mercado,
mas se a firma 2 faz o preço igual a R$25 os consumidores são indiferentes entre as duas firmas e assim, o
mercado é dividido, presumidamente 50:50. Assim, derivamos a demanda para a firma 2 onde:

q 2 = 0 se p 2 > p1 = R$25
q 2 = 100 - 2p 2 se p 2 < p1 = R$25
q 2 = 0.5(100 - 50) = 25 se p 2 = p1 = R$25
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Genericamente, suponha que a firma 1 determina o preço a p1 e a demanda para a firma 2 é:


q 2 = 0 se p 2 > p1
q 2 = 100 - 2p 2 se p 2 < p1
q 2 = 50 - p1 se p 2 = p1

A descontinuidade na demanda afeta os lucros.

O lucro da firma 2 é:
π 2(p1,, p 2) = 0 se p 2 > p1
π 2(p1,, p 2) = (p 2 - 10)(100 - 2p 2) se p 2 < p1
π 2(p1,, p 2) = (p 2 - 10)(50 - p 2) se p 2 = p1
Claramente isto depende de p1.
Considerando que a melhor resposta da firma 2 para qualquer preço determinado pela firma 1 seja:
– p* 2 = $30 se p1 > $30
– p* 2 = p1 - “algo pequeno” se $10 < p1 < $30
– p* 2 = $10 se p1 < $10
Temos uma melhor resposta simétrica para a firma 1
– p*1 = $30 se p 2 > $30
– p*1 = p 2 - “algo pequeno” se $10 < p 2 < $30
– p*1 = $10 se p 2 < $10
O modelo de Bertrand deixa claro que a competição em preços é muito diferente da competição em
quantidades.

Brittanica vs Encarta
Então ela decidiu entrar no mercado de enciclopédia digital vendendo o acesso online a Britannica
digital a 2000 USD por ano e em 1995, entra no mercado doméstico vendendo o acesso online a 120 USD
por ano, em 1996, o CD passou a ser vendido a 200 USD, em 2001, o CD da Britannica estava sendo
anunciado 59.95, e com um desconto de 10 USD usando mail-in-rebate. Enquanto a Encarta está sendo
anunciada a 74.95.

Modificações
Os problemas da abordagem de Bertrand para o equilíbrio p = custo marginal, ambas as firmas
necessitam capacidade suficiente para fazer p = MC e quando ambas fazem p = c, ambas dividem o mercado,
ambas deveriam ter uma capacidade ociosa muito grande e isto chama a atenção para a escolha de
capacidade e escolher capacidade é escolher quantidade. A competição por preço incita as firmas a fazer
diferenciação de produtos fugindo do equilíbrio padrão de Bertrand.
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Referências Bibliográficas

FILIPE, Victor. Fundamentos de Microeconomia: Capítulo 7. Competição monopolística e oligopólio. 2012.


Disponível
em:<http://epge.fgv.br/we/Graduacao/FundamentosMicroeconomiaII/2012?action=AttachFile&do=get&target
=FundMicro-7.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2018.

MORAES, Cássia Roberta de Oliveira; SILVA, Jefferson Rangel da; MANHÃES, Nathália Eccard. Modelos
Clássicos. 2010. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA7sUAL/modelos-classicos-oligopolio>. Acesso em: 22 mar. 2018.

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