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EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA

CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DO GAMA-DF

Processo sob número 2009.04.1.004822-2

MARIA DE LOURDES FERRAZ DA FONSECA, NOÉLIO


FERRAZ DA FONSECA, NÚZIA FERRAZ DA FONSECA RAFAEL FERRAZ
DA FONSECA e NÚBIA FERRAZ DE QUEIROZ, qualificados nos autos em
epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, sob o patrocínio da
DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL, requerer o cumprimento de
sentença, no tocante à obrigação de pagar, nos termos do art. 536 c.c. art. 538 do
NCPC, senão vejamos:

O dispositivo da r. sentença enunciou que, a saber:

(...) Com amparo nas razões expostas, julgo parcialmente procedentes os pedidos
apenas para condenar a ré TAGUATINGA VEÍCULOS LTDA. a pagar os débitos que
recaem sobre o automóvel desde janeiro de 2008 constituídos perante o órgão de
trânsito. (...).

Todavia, o Requerido, representado pelo Curadoria, nem sequer


compareceu pessoalmente em juízo.

Logo, diante da impossibilidade fática de retorno dar partes ao status quo


ante, faz-se necessária a conversão em perdas e danos, nestes mesmos autos, bem
como “a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente”
(art. 536, NCPC).
Ademais, não procede a alegação de ofensa à coisa julgada concernente à
obrigação de restituição do bem ou quanto à conversão em perdas danos e ainda no
tocante à concessão da tutela específica. Porquanto, inviável a restituição do bem ou a
tradição, é obrigação do réu pagar todas as multas e tributos inerente a ele, sob pena de
enriquecimento sem justa causa. E, sendo quedando-se inerte, cabe, pois, a concessão
da tutela específica, neste ponto, sem embargo da conversão em perdas e danos
pela alienação do bem a terceiro de boa-fé.

1
Fortes nestas razões, Eminente Juíza, pugna-se pela:
a) intimação da Executada, por edital, com arrimo no art. 513,
parágrafo 2º, inciso II, c.c. art. 274, ambos, do NCPC, com
desiderato de pagar os débitos que recaem sobre o automóvel
desde janeiro de 2008 constituídos perante os órgãos de
trânsito.
b) No tocante à outra obrigação de pagar1 as multas e tributos,
decorrente da eficácia declaratória da sentença, requer-se a
concessão de tutela inibitória2 específica ou resultado prático
equivalente, expedindo-se ofício ao DETRAN/DF, DNIT,
DRDF e a Secretaria de Fazenda para que se transfira a
propriedade administrativa e as multas, pontuação da CNH e
tributos para o nome da parte Executada, desde janeiro de 2008
ou, subsidiariamente, nos últimos 5 anos, sob pena de crime de
desobediência.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Gama/DF, 04 de outubro de 2016.

1
No livro Comentário do Código de Processo Civil, edição eletrônica de 2016, os
festejados autores Nelson Nery Jr. e Rosa Maria Andrade Nery citam, ao comentar o art.
497 do NCPC, que a “obrigação de fazer e indenização por perdas e danos. “Pode haver
cumulação sucessiva dos pedidos de indenização por perdas e danos e de obrigação de
fazer, que são compatíveis entre si” (JTJ 165/103).

2
Tutela inibitória. Destinada a impedir, de forma imediata e definitiva, a violação de um
direito, a ação inibitória, positiva (obrigação de fazer) ou negativa (obrigação de não fazer),
ou, ainda, para a tutela das obrigações de entrega de coisa (CPC 498 ), é preventiva e tem
eficácia mandamental. Seu objetivo é “impedir, de forma direta e principal, a violação do
próprio direito material da parte. É providência judicial que veda, de forma definitiva, a
prática de ato contrário aos deveres estabelecidos pela ordem jurídica, ou ainda sua
continuação ou repetição” (Spadoni. Ação inibitória, n. 1.2.3, pp. 29/30). A objetivo da
inibitória é evitar que o ilícito corra, prossiga ou se repita (Marinoni. Tut.inibitória 2, n. 3.5, p.
41).

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