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INTRODUÇÃO
O Sistema de Justiça vem perdendo a sua credibilidade ao longo dos anos perante a
sociedade brasileira. O acesso à justiça é teoricamente igual para todos. No entanto, as
desigualdades econômicas e sociais acentuam a desigualdade de acesso à justiça. Em
conseqüência, vem se propagando uma imagem negativa a respeito da Justiça, percebida
como ultrapassada, distante da população, elitista, não-confiável, inacessível, burocrática e
1
Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
1
ineficiente. Esta opinião é principalmente difundida entre as classes populares as que mais
sofrem barreiras tanto financeiras como sociais na busca de acesso à justiça.
1. ESTRUTURA DA NORMA
2
MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico. Plano da Existência. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 40
3
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 95
4
Idem. Teoria Tridimensional do Direito. São Paulo: Saraiva, 1994. p. 25.
2
O conceito de validade está ligado a algo que é legítimo, característica que é atribuída
aos atos e às coisas feitas conforme as leis, ou segundo suas regras. É a qualidade da norma
jurídica que é legítima, não viciada nem atacada de defeito que a torne nula ou ineficaz e que
foi elaborada conforme as regras legislativas5. Diz-se válido o ato jurídico cujo suporte fático
é perfeito, em que não haja falta de qualquer elemento complementar. Este conceito pode ser
melhor entendido através da leitura do art. 6º, § 1º da Lei de Introdução ao Código Civil,
Decreto-Lei nº 4.657, de 4-9-1942. “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. Conclui-se com isso, que o
pressuposto essencial da validade ou invalidade é a existência do fato jurídico.
Outro plano em que a validade pode ser aplicada é o da Sociologia Jurídica, pelo qual
essa palavra possui o mesmo significado que efetividade, no sentido de eficácia ou validade
do direito. No entanto, o emprego deste sentido pode causar confusão, pois a palavra eficácia
possui aspectos mais específicos, tais como eficácia jurídica (efeitos decorrentes dos fatos
jurídicos) e eficácia normativa (incidência da norma jurídica sobre seu suporte fático, criando
o fato jurídico). E, sobre esse tema que versará o último item deste capítulo.
5
FERREIRA, Megbel Abdala Tanus. Op. cit. p. 3.
6
LEITE, Op. cit. p. 26.
7
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. São
Paulo: Atlas, 1994. p. 196.
3
b) Norma válida e injusta: Nos sistemas jurídicos primitivos, a escravidão era regulada
positivamente, isto é, juridicamente válida, mas ninguém atualmente reconhece que essas
normas consagrando o regime da escravidão eram justas.
c) Norma válida e ineficaz: Há normas que estão positivadas expressamente, ou seja, são
juridicamente válidas, mas não são cumpridas pelos destinatários. E que, assim sendo, entram
no desuso, pois lhes falta a eficácia técnica. É o caso da assistência judiciária gratuita prevista
no art. 203 da Constituição Federal. Apesar de existir nem todos que necessitam conseguem
usufruir desse instituto. Esse será um dos focos do nosso trabalho.
d) Norma eficaz e inválida: É o caso das normas de boa educação que, em geral, são
cumpridas espontaneamente, mas não chegam a pertencer a um sistema jurídico, como uma
placa num jardim particular com os dizeres “não pise na grama”.
e) Norma justa e ineficaz: Na grande maioria das vezes uma norma para ser eficaz deve ser
justa. No entanto, existem normas criadas com o objetivo de fazer justiça, mas que na prática
não têm eficácia. Este é o caso da licença para gestantes. O período de 120 dias que a mulher
possui para retornar ao trabalho é justo, mas os empregadores muitas vezes preferem contratar
homens para não dispender com esses gastos ou até mesmo demitir a funcionária, como no
caso da empregada doméstica que não tem a garantia de que seu cargo estará assegurado.
f) Norma eficaz e injusta: O fato de uma norma ser respeitada, não significa, por si só, que ela
seja justa ou injusta. Assim como foi citado o regime de escravidão em que as normas eram
eficazes e válidas, mas não eram justas. Atualmente no Brasil existem inúmeras normas que
não são necessariamente justas, mas eficazes. É o caso do chamado “toque de recolher” na
periferia do Rio de Janeiro ordenado pelos traficantes.
Sobre o item “c”, no caso em que a norma é válida e ineficaz, dispõe o professor Paulo
Nader:
4
A vigência é uma propriedade da norma jurídica que está pronta para propagar os
efeitos assim que ocorrerem os fatos previstos em suas hipóteses9. Destaca Ferraz Junior, o
conceito de vigência:
Sancionada a norma legal, para que se inicie o tempo de sua validade, ela deve ser
publicada. Publicada a norma, diz-se então, que a norma é vigente. Vigência é, pois,
um termo como qual se demarca o tempo de validade de uma norma. [...] Vigência
exprime, pois, a exigibilidade de um comportamento, a qual ocorre a partir de um
dado momento e até que a norma seja revogada. Em geral a vigência começa com a
publicação. Mas pode ser postergada. 10
A professora Maria Helena Diniz11 não faz uma distinção entre validade e vigência,
pois considera que vigência tem o mesmo sentido que validade formal. A autora afirma que as
normas nascem com a promulgação, mas só começam a vigorar com sua publicação no Diário
Oficial, que terá efeito erga omnes, ou seja, contra todos, visto que ninguém pode eximir-se
de sua observância, alegando que não a conhece (LICC, art. 3º). O intervalo entre a data da
publicação e o da sua entrada em vigor chamado de vacatio legis, possui dois critérios de
prazos: o progressivo e o único. Pelo prazo progressivo, a lei entra em vigor em diferentes
lapsos de tempo, nos vários Estados do País; já pelo prazo único, a sua obrigatoriedade é
simultânea, porque a norma entra em vigor, a um só tempo, em todo o país, na data prevista
em lei, e se não houver previsão legal, quarenta e cinco dias após sua publicação. E, caso
venha ocorrer correções no texto da lei publicada, durante o período da vacatio legis, e
ocorrendo nova publicação, os prazos mencionados começam a correr da nova publicação.
O conceito de eficácia tem sido amplamente discutido pela Doutrina já que a palavra
comporta vários significados tais como validade, vigência ou efetividade. No enfoque deste
8
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 157.
9
PELÁ, Carlos. A validade e a eficácia das normas jurídicas. Barueri, SP: Manole, 2005. p. 100.
10
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Op. cit. p. 196.
11
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 391.
5
Cada sociedade apresenta uma realidade singular, pois sofreu um processo histórico-
cultural próprio, nacional. A relação desta com o Direito deveria ser recíproca, pois o direito é
um fato social advindo das realidades observáveis da sociedade, que funciona como
12
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Op. cit. p. 35.
13
FERRAZ, Op. cit. p. 197-8.
14
MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico. Plano da Eficácia. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 17.
15
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Sociologia Jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2005. p. 83.
16
NADER, Paulo. Op. cit. p. 27.
6
2 O PROBLEMA DA EFETIVIDADE:
A discussão sobre o conceito de justiça nunca será pacífica, pois contrapõe valores
próprios que cada um escolhe como sendo os legítimos. No contexto de uma sociedade
diversificada, cada indivíduo busca realizar as suas necessidades e ver reconhecida a sua
concepção de justiça. Diante dessas disputas, o Judiciário tem a função de tentar atingir uma
meta – a mais perfeita possível de justiça – adequada à consciência ética e social de sua
época, como meio de resolver os conflitos e pacificar a sociedade. Como o autor citado bem
explicita, o comprometimento do sistema jurídico deve direcionar-se, acima de todas as
questões organizacionais e processuais, para a prestação jurisdicional célere e a solução mais
imediata do conflito social. Isto, no entanto, jamais poderá ser um objetivo em si mesmo que
resulte, ao contrário, em consumação da injustiça, intolerável diante de quaisquer vicissitudes
de recursos materiais ou humanos por que possa passar o Judiciário.
17
ROSA, Felippe Augusto de Miranda. Sociologia do Direito. O fenômeno jurídico como fato social. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2004. p. 44.
18
SADEK, Maria Tereza. Acesso à Justiça. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2001. p. 7.
7
Além da dificuldade financeira, existe uma outra barreira ligada a fatores sociais e
culturais. O problema inicia-se na identificação de um direito. Os cidadãos de menores
recursos tendem a desconhecer os seus direitos, e, portanto, não sabem que a justiça deveria
ser o meio para solucionar os seus problemas20. Outra hipótese é de que a pessoa saiba de seu
direito, mas acabe hesitando em procurar o judiciário, por não possuir recursos financeiros
para ter uma representação digna e eficaz; ou ainda por puro e simples temor de uma possível
represália.
O autor verifica também, que apesar de a pessoa reconhecer o seu direito e estar
disposta a interpor uma ação, isso não é suficiente para que a iniciativa de fato seja tomada.
Isto porque, quanto mais baixo é o status social de uma pessoa, a probabilidade de que
conheça advogados ou se relacione com pessoas do meio jurídico, ou até que saiba onde e
como contatar um advogado é muito pequena. Assim, o conjunto desses fatores acaba por
afastar a população do Sistema de Justiça.
O Sistema de Justiça é mais amplo do que o Poder Judiciário, em que o juiz é apenas
uma peça de um todo maior21. Este “todo” envolve diferentes operadores do direito, tais
como: o advogado, pago ou dativo, o delegado de polícia, os funcionários de cartório, o
promotor público e, por fim, o juiz. No entanto este Sistema de Justiça (que aparentemente é
autônomo), limita-se a aplicar e interpretar a lei, elaborada pelo Poder Legislativo.
19
SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução à sociologia da administração da justiça. In FARIA, José
Eduardo (Org.) Direito e Justiça: a Função Social do Judiciário. São Paulo: Ática 1997. p. 46.
20
SANTOS, Op. cit. p. 48.
21
SADEK, Op. cit. p. 12.
8
presteza desejada a reposição do direito no seu devido lugar e no tempo exigido representa a
própria negação da justiça”. 22
Isto seria inadmissível, visto que está consagrado na atual Constituição Federal o
princípio da universalidade da jurisdição ou da inafastabilidade do Poder Judiciário, em seu
art. 5º, inc. XXXV: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”. Ficou determinado, em nível constitucional, a configuração do direito processual não
só como mero conjunto de regras acessórias de aplicação do direito material, mas sim como
instrumento público de realização da justiça23. Além desta garantia, a Constituição Federal
assegurou a todos os cidadãos as regras do devido processo legal. Entende-se por este, como
sendo o conjunto de garantias constitucionais que asseguram às partes o exercício de suas
faculdades e poderes processuais, que são indispensáveis ao correto exercício de jurisdição24.
O marco da assistência judiciária brasileira deu-se com o advento da lei 1.060/50 que
criou e organizou as bases para este instituto. Apesar de não ter caracterizado a assistência
judiciária como sendo dever do Estado, e nem o acesso à justiça como um direito fundamental
para o exercício da cidadania, definiu os princípios que até hoje perduram no funcionamento
da assistência jurídica, como os conceitos de beneficiário e necessitado26.
Contudo, a expressão “acesso à justiça” não significa dizer somente a mera admissão
do processo ou possibilidade de ingresso em juízo, mas sim a realização efetiva da finalidade
22
Ibidem. p. 49.
23
GRINOVER, Ada Pelegrini. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 80.
24
Ibidem. p. 82.
25
CUNHA, Luciana Gross Siqueira. Acesso à Justiça e assistência jurídica em São Paulo. In: SADEK, Maria
Tereza, Op. cit. p. 156.
26
A lei 1.060/50 define a prestação de assistência judiciária como concessão do Estado (artigos 1º e 5º), e o
caracteriza enquanto serviço caritativo, do qual irá gozar o necessitado.
9
do processo, a solução do conflito e a busca pela justiça. Para que isto ocorra, faz-se
necessário a observância de quatro aspectos, assim divididos pela professora Ada Pelegrini27:
primeiramente, há de ocorrer a admissão do processo em juízo, sendo oferecido o benefício da
assistência judiciária gratuita aos que possuem dificuldades financeiras. Após o recebimento,
no desenrolar de todo o processo, é preciso que haja observância dos princípios que regem o
devido processo legal, para que as partes tenham as mesmas oportunidades de se defenderem
na busca de seus direitos.
Nesta mesma linha de pensamento, a professora Ana Lúcia Sabadell faz uma distinção
do que seja o acesso à justiça, em duas acepções28. A primeira é o acesso formal – grifo da
autora – à justiça, que consiste na possibilidade legal de se acionar o judiciário em caso de
conflito, devido à existência de leis que tutelam direitos e de órgãos que efetivam esta tutela,
tendo como embasamento legal o dispositivo do art. 5º, incisos XXXV, LIV, LV. A segunda
hipótese é a do acesso efetivo –grifo da autora – à justiça, que consiste na possibilidade real
de pedir proteção judiciária.
27
GRINOVER, Op. cit. p. 34.
28
SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 213.
29
Constituição Federal de 1988, art. 135.
30
Ibidem. p. 46.
10
A falta de credibilidade no judiciário se agrava diante das decisões que demoram a ser
tomadas, à idéia de que a lei é feita somente para a elite, para os ricos, para os que têm
posse31. As desigualdades no acesso à justiça e na utilização da mesma se acentuaram de tal
maneira que somente com a implantação de meios alternativos para a solução de conflitos é
que esta diferença começou a atenuar-se. A seguir, faremos uma análise destes novos meios.
A violação dos direitos recentemente obtidos pelas pessoas comuns, tais como
aqueles referentes às relações de consumo ou de locação, tendem a dar lugar a um
grande número de causas relativamente pequenas contra (entre outros) empresas e
locadores. A preocupação crescente por tornar esses direitos efetivos, no entanto,
leva à criação de procedimentos especiais para solucionar essas “pequenas
injustiças” de grande importância social. 32
No nosso país este instituto foi criado pela Lei 9.099/05, no âmbito estadual e pela Lei
10.259/01, no âmbito federal. A regulamentação que hoje conhecemos, a lei n. 9.099/95,
trouxe inovações como a exclusão da expressão “pequenas causas”, do nome dos Juizados
Especiais, e a ampliação do âmbito de sua competência ao incluir a área criminal, para as
infrações de menor potencial ofensivo, e a área cível para causas com valor máximo de 40
salários mínimos. Esta lei foi criada segundo Luciana Cunha, a partir da “constatação de que o
cidadão comum, envolvido em causas de reduzido valor econômico ou de menor
complexidade, não encontrava no Poder Judiciário a possibilidade de ter respostas rápidas e
31
SADEK, Op. cit. p. 11.
32
CAPELLETTI, Op. cit. p. 47.
11
33
eficientes” . Visando atender a essas necessidades de maior rapidez e informalidade, o
processo34 nos Juizados Especiais orienta-se pelos critérios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e da celeridade, buscando, sempre que possível, a
conciliação ou a transação35.
Atualmente, esta forma de resolução de conflitos vem ganhando espaço, visto que
diversas universidades locais realizam convênios para a instalação de anexos de Juizados
Especiais Cíveis de fóruns regionais nas dependências da própria universidade conveniada. É
o caso da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e de 20 outras unidades
universitárias paulistas36. A instalação de Juizados Especiais Cíveis, afirma Rosângela Batista,
é uma “iniciativa fundamental não somente para expandir essa nova forma de prestação
jurisdicional, mas revela-se, também, de extrema importância para uma formação prática mais
ampla aos estudantes de cursos jurídicos”. Na PUC-RS, existe tanto o JEC como o SAJUG –
Serviço de Assistência Judiciária Gratuita, que atende tanto no campus Central como no
campus Zona Norte e possui ainda uma unidade localizada na Vila Fátima, com atendimento
às comunidades carentes.
33
CUNHA, Op. cit. p. 44.
34
Art. 2º da Lei nº 9.099/95
35
AZEVEDO, Rodrigo G. Informalização da Justiça e controle social. São Paulo: IBCCRIM, 2000. p. 32.
36
CAVALCANTI, Rosângela Batista. Juizados Especiais Cíveis e faculdades de direito. A universidade como
espaço de prestação de Justiça. In: Sadek, Op. cit. p. 124.
37
CUNHA, Op. cit. p. 52.
38
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. Tipo de casa, adaptado à traseira de um automóvel, utilizado em geral em
acampamentos.
39
CUNHA. p. 53.
12
40
Em 1999, foram atendidas no Juizado Itinerante 9.252 pessoas, deram entrada 6.846 processos, foram
realizadas 8.491 audiências e registradas 4.206 sentenças.
41
ARAÚJO, José Renato de Campos. O Projeto CIC (Centro de Integração da Cidadania). Justiça e
comunidades carentes na cidade de São Paulo. In: Sadek, Op. cit. p. 205.
42
Fonte: Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Governo do Estado de São Paulo – Relatório 1999 –
Centro de Integração da Cidadania. In: Sadek, op. cit. p. 207.
43
ARAÚJO, Op. cit. p. 213.
44
HADDAD, Eneida Gonçalves de Macedo (Org) e outros. Justiça e Segurança na periferia de São Paulo: os
centros de integração da cidadania. São Paulo: IBCCRIM, 2003. p. 53.
13
O método escolhido para a pesquisa das visões dos operadores de direito foi a
survey45. Foram elaboradas diferentes tipos de perguntas para os diferentes operadores do
sistema de justiça (conforma modelos em apêndice), de modo a contemplar as especificidades
do papel de cada profissional e das partes. Todos os questionários foram aplicados de forma
anônima, de modo que os destinatários somente precisaram qualificar os seus dados pessoais
quanto a sexo, idade, cor, religião, escolaridade e profissão.
45
A pesquisa survey pode ser descrita como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou
opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um
instrumento de pesquisa normalmente um questionário.
46
Ibidem. p. 177.
14
qualificasse a atuação dos demais operadores do direito nas opções seguindo a graduação:
“péssimo”, “razoável”, “bom”, “muito bom” e “ótimo”.
Foram entrevistados três profissionais para cada área de pesquisa, ou seja, três juizes,
três promotores, três defensores públicos, três advogados, três delegados de polícia, três
policiais civis e três partes, totalizando 21 entrevistados.
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um juiz de direito com idade acima
de 50 anos, branco, espírita, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto
Alegre há 17 anos na Vara Cível. Uma juíza de direito, com idade superior a 50 anos, católica,
branca, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre na Vara de
Família há 15 ano. E por fim, um juiz de direito com idade acima de 50 anos, branco, católico,
com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há 18 anos na Vara
Criminal.
A questão de procurar saber se a resolução das lides e dos problemas sociais, pelo
judiciário, é satisfatória, buscou uma resposta consistente, já que os juizes são a forma visível
de representação do judiciário e do que seja a justiça para uma grande parcela da população.
Vejamos então as respostas recolhidas. Primeiro, o do juiz que atua na Comarca de Porto
Alegre há 17 anos no cargo:
Não acredito que o judiciário tem atuado de forma satisfatória na solução das lides e
tampouco na solução de problemas sociais. Existe muita demora na prestação
jurisdicional e os juizes não têm condições humanas de despachar 150 processos por
dia, que é a demanda. É um trabalho sobre-humano o que a sociedade exige dos
juizes e dos funcionários cartorários. E quanto aos problemas sociais, só tenho uma
coisa a dizer. Se não tivéssemos tantos problemas sociais, não teríamos tantos
problemas jurídicos. Muitas questões poderiam ser resolvidas fora do âmbito
judicial, o que evitaria o desgaste do sistema judicial.
47
ROSA, Op. cit. p. 134.
15
Seguindo a mesma linha de percepção, a juíza que atua em Porto Alegre há 15 anos,
sobre a mesma pergunta, respondeu: “Muitas são as causas que retardam a prestação
jurisdicional e não se pode atribuir aos juizes toda a culpa e responsabilidade por esta
morosidade. O juiz sempre procura superar os obstáculos e fornecer à sociedade a resolução
de seu conflito”.
Outra questão de extrema importância foi a visão dos juizes sobre a diferença na
defesa das partes que possuem advogados públicos em comparação com as que possuem
advogados particulares. Apesar de uma certa hesitação, a maioria confirmou essa diferença.
Isto porque, nas palavras de um dos juizes “os defensores públicos, apesar de seus esforços,
estão sobrecarregados e isso compromete a qualidade de seu trabalho”. Verificou-se também
que para casos de direitos indisponíveis os juizes demonstram mais apreensão e dispensam
maiores cuidadosos. Nas palavras de um dos juizes “o princípio da igualdade nada mais é do
que tratar os desiguais com desigualdade”.
Por fim, a pergunta realizada de caráter “escalado” pediu para que os entrevistados
assinalassem o item que, em sua visão, melhor qualificasse a atuação do papel dos demais
16
operadores do direito. A maioria dos juizes respondeu que a atuação dos demais magistrados
situa-se em mais “razoável” do que “bom”, a dos promotores também em mais “razoável” do
que “bom”, a dos defensores públicos em mais “razoável” do que “péssimo”, a dos advogados
em mais “péssimo” do que “razoável” , a dos delegados de polícia mais “razoável” do que
“bom” e por final, a dos policiais civis como inteiramente “razoável”.
Podemos observar que os juizes não estão satisfeitos com a atuação dos demais
operadores do direito. A sua opinião com relação aos próprios magistrados é negativa, mais
da metade qualificou-a como sendo “razoável”. Bem como as dos promotores, defensores e
delegados de polícia, foi classificado, na sua maioria, em “razoável”, enquanto que os
policiais foram inteiramente classificados como “razoável”. Os advogados tiveram a mais
baixa qualificação, visto que a maioria os classificou como “péssimo”.
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um promotor de justiça com idade
acima de 50 anos, branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de
Porto Alegre há 18 anos na área Criminal. Uma promotora de justiça, com idade entre 40 a 50
anos, católica, branca, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há
12 anos área do Direito de Família. E por fim, um juiz de direito com idade acima de 50 anos,
branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há 17
anos na área Criminal.
48
SADEK, Op. cit. p. 16.
17
das vezes, sim”. Sobre esta mesma questão outro promotor respondeu que seu papel “é
imprescindível na sociedade, atua como guardião dos direitos e da lei, e em questões
familiares sua presença é fundamental. É ele que vai equilibrar a relação judicial”.
Outra questão que consideramos importante destacar é a opinião dos promotores sobre
a atuação do Ministério Público no sistema de justiça criminal e a sua visão sobre a política
criminal adotada. Em resposta a essas questões o promotor que atua há 17 anos na Comarca
de Porto Alegre respondeu-nos da seguinte maneira:
Para esta pergunta houve opinião semelhante, a da promotora que exerce esta função
há 12 anos e que afirma estar satisfeita com a atuação que exerce no sistema justiça criminal,
mas acredita que poderia ter uma atuação muito mais abrangente. E quanto ao sistema de
política criminal, ela acredita que deva ser repensado, “levando-se em conta que a edição de
novas leis não pode ocorrer por força do clamor público, mas após a análise do impacto que
ela deixará na sociedade”.
Quanto à questão de como percebem o papel dos operadores do direito a maioria dos
promotores respondeu que considera a atuação dos juizes mais “bom” do que “razoável”,
enquanto que sobre os demais promotores, mais “bom” do que “muito bom”, a dos defensores
públicos em mais “bom” do que “muito bom”, a dos advogados em mais “razoável” do que
“péssimo”, a dos delegados de polícia em mais “péssimo” do que “bom” e, por fim, a dos
policiais civis mais “péssimo” do que “bom”.
18
Podemos observar que os promotores estão satisfeitos com a atuação de alguns dos
operadores do direito. A sua opinião com relação aos magistrados, aos demais promotores e
defensores, é positiva, mais da metade qualificou-a como sendo “bom”. Já a atuação dos
advogados foi classificada pela maioria como sendo “razoável”. Quanto aos delegados de
polícia e policiais civis classificou-se, na sua maioria, em “péssimo”.
A Defensoria Pública já teve seu papel bem analisado pelo presente trabalho, mas vale
lembrar que cabe a ela a “orientação, postulação, e defesa dos direitos e interesses dos
necessitados, em todos os graus de jurisdição e instâncias administrativas, [...] buscando a
conciliação das partes, antes de promover a ação cabível49” e ainda “prestar assistência
jurídica, judicial e extrajudicial, integral e gratuita50”. Os defensores públicos são assim, um
meio de acesso à justiça para as pessoas sem capacidade financeira de arcar com um
advogado particular e menos ainda com as custas judiciais.
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um defensor público com idade entre
30 e 40 anos, branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto
Alegre há três anos na área Cível. Uma defensora pública, com idade superior entre 30 e 40
anos, católica, branca, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há
seis anos, na área do Direito de Família. E por fim, um juiz de direito com idade entre 30 e 40
anos, branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há
cinco anos na área cível.
49
Lei Complementar 80/1994, art. 64.
50
Lei Complementar 80/1994. art. 1º.
19
com o jurisdicionado traz uma visão mais realista e muito menos idealizada para a relação
processual”.
Também nos interessa saber sobre a opinião dos defensores a respeito do sistema de
justiça. Sobre este, respondeu um defensor: “o sistema de justiça está longe de ser o ideal que
preconizo. É preciso fortalecer, sobretudo, as Defensorias Públicas, e também dar mais
informações”. Sugere ainda que seja criado, assim como na saúde, um “sistema preventivo de
justiça”, baseado numa cartilha ampla de educação e cidadania. E outro afirma ainda “que o
sistema de justiça segue a lógica do sistema dominante e que por isso, o acesso dos bens da
vida restam dificultados à maioria da população, estando distante da sociedade, em especial,
dos necessitados, justamente os que a defensoria visa proteger”.
Podemos observar que os defensores não estão satisfeitos com a maioria das atuações
dos demais operadores do direito. A sua opinião com relação aos magistrados é mais positiva,
mais da metade qualificou-a como sendo “bom”. Com relação a atuação do demais defensores
observa-se uma crítica, justamente por haver divergência nas opiniões. Quanto a dos
promotores e delegados de polícia, foi classificado, na sua maioria, em “razoável”, enquanto
que os policiais e advogados foram, em maioria, classificados como “péssimo”.
20
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um advogado com idade entre 40 e
50 anos, branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre
há 19 anos na área do Direito Cível e Tributário. Uma advogada, com idade entre 40 e 50
anos, católica, branca, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há
16 anos na área de Família. E por fim, uma advogada, com idade entre 40 e 50 anos, branca,
espírita, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há 18 anos na
área do Direito Empresarial.
A lentidão processual foi questionada como fator que atrapalha os seus clientes, sendo
que a maioria afirmou que esta atrapalha. Afirma uma advogada que atua na área empresarial
que, por trabalhar, na maioria das vezes, para “autores” da ação, a lentidão é algo
extremamente negativo. No entanto, o advogado que trabalha para uma instituição financeira
disse que muitas vezes, o seu cliente, indiretamente, devido à natureza da ação, acaba sendo
51
SADEK. Op. cit. p. 17.
52
SABADELL, Op. cit. p. 205.
53
Ibidem. p. 204.
21
Podemos observar que os advogados não estão satisfeitos com a atuação dos demais
operadores do direito. A sua opinião com relação aos juizes, aos demais advogados e dos
defensores é negativa, mais da metade qualificou-a como sendo “razoável”. Respondeu-se em
unanimidade como sendo “péssima” a atuação dos delegados de polícia, enquanto que os
policiais foram, na maioria, classificados como “péssimo”. Observa-se assim, que houve
predominância dos aspectos negativos com relação à atuação dos profissionais junto ao
sistema de justiça.
ocorre mais pela sua proximidade no cotidiano do homem comum do que por suas
competências formais. Sua função é vista com respeito pelos mais humildes que lhe conferem
autoridade. Nesse sentido, a autora destaca a posição que muitos delegados acabam tomando,
como conselheiros e árbitros para solucionar muitos conflitos que chegam até ele e com isto,
muitas questões acabam não sendo apreciadas pelo judiciário, pois são resolvidas assim, de
modo informal. Em contrapartida, esta capacidade arbitrária pode constituir-se num obstáculo
à realização da justiça, pois a sua decisão pode impedir que um demandante busque a
reparação judicial de seus direitos.
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um delegado de polícia com idade
acima de 50 anos, branco, católico, com ensino superior completo, atuante na Comarca de
Porto Alegre há oito anos. Um delegado de polícia, com idade superior a 50 anos, católico,
branco, com ensino superior completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há 15 anos. E por
fim, um delegado com idade entre 40 e 50 anos, branco, católico, com ensino superior
completo, atuante na Comarca de Porto Alegre há oito anos.
Acho preocupante e perigoso, pois é muito poder a um lado (parte), temo por
injustiças, além de ele não ter formação, curso sobre investigação de crimes, como a
23
Polícia possui. Além disso, escolheriam crimes a investigar? Qual critério? Mídia?
Relevância social? Ou somariam-se às Polícias nos milhares de delitos sem
conclusão? Dêem às polícias a verba e estrutura do MP, salários, e vejam os
resultados. Investigar um ou outro delito, com equipamentos e funcionários muito
bem pagos, é muito fácil. A Polícia faz mais do que poderia ou deveria, com os
poucos recursos e o tratamento ruim que recebe.
O conjunto destes fatores nos remete a uma variação do perfil dos policiais, o que
pôde ser observado nas respostas do questionário. Os policiais civis, diferentemente das
demais carreiras consideradas de “elite”, como a magistratura, a advocacia, entre outras, não
desfrutam de uma imagem de prestígio e poder. Muito pelo contrário, a população em geral,
nas palavras de Sabadell, “tem mais medo do que confiança na polícia”. Devido a esta
rejeição, muitos policiais acabam reagindo de forma a se “fechar” no ambiente policial,
54
SABADELL, Op. cit. p. 207.
24
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: um policial com idade entre 40 e 50
anos, branco, católico, com ensino superior incompleto, atuante na Comarca de Porto Alegre
há 12 anos. Uma policial, com idade superior entre 30 e 40 anos, católica, branca, com ensino
superior incompleto, atuante na Comarca de Porto Alegre há 13 anos. E por fim, uma policial
com idade acima de 50 anos, branca, católica, com ensino superior incompleto, atuante na
Comarca de Porto Alegre há 12.
“bom” e “muito bom”, a dos promotores entre “péssimo”, “razoável” e “muito bom”, a dos
defensores públicos em mais “bom” do que “razoável” e “bom”, a dos advogados em mais
“bom” do que “razoável”, a dos demais policiais em mais “bom” do que “muito bom” e, por
fim, a dos delegados de polícia em mais “muito bom” do que “bom”.
Podemos observar que os policiais civis estão parcialmente satisfeitos com a atuação
dos demais operadores do direito. A sua opinião com relação aos juizes e dos promotores é
negativa, pois oscila em qualificações como “razoável” e “péssimo”. Já a dos defensores,
advogados, delegados de polícia e demais policiais civis é positiva, visto que oscila entre
“bom” e “muito bom”.
Após a análise das opiniões dos operadores do direito, temos por fim, a opinião de
integrantes do sistema de justiça, as pessoas que efetivamente dão início a todo o litígio, ou
que têm conflitos e procuram no judiciário um meio de resolvê-los. Contudo, como essas
pessoas não possuem formação acadêmica jurídica, suas opiniões são um tanto diferenciadas.
Conforme explica Sérgio Cavalieri Filho:
Opinião pública não é a soma nem a síntese de todos, é um novo produto, uma nova
realidade, um modo de ser decorrente de opinião de cada indivíduo e das influências
que cada um, consciente ou inconscientemente, exerceu e recebeu dos demais.
Representa a tendência geral, mas não é necessariamente a opinião de todos os
membros nem a opinião de quaisquer pessoas em particular. 55
Segundo ensina Celso Castro, não podemos pensar em unanimidade, nem mesmo em
maioria, mas em comportamento coletivo favorável ou não a uma pessoa, a um produto, a
uma idéia56. Isto porque assim como a sociedade vive em constantes transformações, a
opinião pública também. Formam-se diversas correntes de opinião – convergentes,
concorrentes ou divergentes, contraditórias ou contrárias – acerca de um tema, ainda mais
quando, neste caso, é um que desperta sentimentos dos mais variados.
O perfil traçado dos entrevistados foi o seguinte: uma mulher com idade acima de 50
anos, branca, católica, com ensino médio completo, aposentada, autora de ação de Inventário.
Uma mulher, com idade entre 30 e 40 anos, branca, espírita, com ensino médio incompleto,
55
CAVALIERI, Op. cit. p. 181.
56
CASTRO, Celso Antônio Pinheiro de. Programa de Sociologia Jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p.
166.
26
empregada doméstica, autora de ação de Alimentos. E por fim, um mulher com idade entre 30
e 40 anos, branca, católica, alfabetizada, comerciante, autora de ação de Investigação de
Paternidade.
Podemos observar que as partes não estão satisfeitas com a atuação dos operadores do
direito. A sua opinião com relação aos juizes e defensores é positiva, mais da metade
qualificou-a como sendo “bom”, talvez por justamente ter mais contato com tais profissionais.
27
deverá se readaptar a essa nova realidade social, buscando elaborar alternativas processuais
que contemplem estes conflitos.
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29
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