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Prof.

Rodrigo Duarte e Vítor Cruz

Apostila de apoio
Direito Administrativo
- Site Nota 11 –

Capítulo 01: Conceito, Noções Introdutórias


e Princípios do Direito Administrativo

O que são as apostilas de apoio do Site Nota 11?

Trata-se de um material teórico, superobjetivo, que aborda de forma direta e


didática os principais pontos sobre cada assunto de cada disciplina, como forma
de apoio ao estudo no “ambiente interativo do Nota 11”, onde o aluno poderá
fixar tais temas, além aprofundar o estudo através de milhares de fichas de
perguntas e respostas, classificadas por grau dificuldade e forma de abordagem
(literalidade, doutrina e jurisprudência).

Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site
www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este
material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade
por um baixo custo de aquisição. 1
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Conceito e Pedras de Toque do Direito Administrativo:
Os doutrinadores pátrios divergem quanto ao conceito do Direito Administrativo,
para o nosso objetivo é importante termos em mente os seguintes elementos
essenciais, quais sejam:
• Ramo do direito público;
• Que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o exercício
da função administrativa (do Estado).
Segundo o renomado administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello, as
pedras de toque, ou seja, os princípios básicos dos quais decorrem todos os
demais, seriam dois:
• O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse
Privado – que consiste em colocar os interesses da Administração Pública
em sobreposição aos interesses particulares que com os dela venham
eventualmente colidir. São exemplos de manifestações de tal princípio:
Poder para desapropriar, requisitar bens de particulares, prazos
processuais diferenciados, possibilidade de rescindir contratos
unilateralmente dentre outros.
• Princípio da indisponibilidade dos interesses públicos – o qual
informa que o administrador não pode dispor livremente do interesse
público, pois não representa seus próprios interesses quando atua,
devendo assim agir segundo os estritos limites impostos pela lei.

OBS – A lei é a fonte primordial do Direito Administrativo no Brasil, vale


ainda dizer que a lei é a única fonte primária do direito administrativo, estando
as fontes secundárias (doutrina e jurisprudência, costumes) a ela subordinada.
Lembre-se do art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei.
No Brasil, ao contrário do que ocorre com o Direito Civil, Penal e outros, o Direito
Administrativo não está codificado, e, ainda que tenhamos leis disciplinando
temas específicos, servidores civis da União (Lei 8.112/90), licitações
(8.666/93), Processo Administrativo (Lei 9.784/99), a função sistematizadora e
unificadora cabem aos princípios que, como diz Mazza, são as regras gerais que
a doutrina identifica como condensadoras dos valores fundamentais de um
sistema.

Sistema Inglês x Francês de Jurisdição:


No Brasil, seguimos o sistema inglês, onde a jurisdição é una, haja vista que
cabe ao Poder Judiciário dar a última palavra às questões nas quais a
administração é parte, lembremo-nos do art. 5º, XXXV: a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

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Por sua vez, a França adota o sistema do contencioso administrativo, que é
formado por um conjunto de órgãos administrativos que julgam em última
instância tais ações, não sendo possível recorrer ao Poder Judiciário.

Aspectos utilizados pela doutrina para a classificação da Administração


Pública:
A doutrina, basicamente, utiliza dois aspectos para a classificação da
administração pública:
• Subjetivo, formal ou orgânico – que, como o próprio nome sugere, tem
como ponto de partida o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas
responsáveis pela execução da função administrativa do Estado;
• Objetivo, material ou funcional – este leva em conta as próprias
atividades fins da Administração Pública. Melhor dizendo, trata-se do
conjunto de atividades da Administração para chegar aos seus fins.
Enquadram-se nestas atividades de fomento, polícia administrativa,
serviço público e intervenção administrativa.

Administração Pública – Princípios Constitucionais:


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...).
As iniciais destes princípios formam um mnemônico muito utilizado: o LIMPE.
Vamos entender cada um dos princípios:

• Legalidade - É considerado o princípio fundamental da administração


pública, pois toda a conduta do agente público deve ser pautada no que
dispõe a lei. A legalidade pode ser empregada em duas visões:
1- Para o cidadão - legalidade é poder fazer tudo aquilo que a lei não
proíba.
2- Para o agente público - legalidade é poder fazer somente aquilo que
a lei permite ou autoriza.
Importante ainda destacarmos que a obrigação do agente público aqui é de
agir em conformidade com a lei e com o direito, em outras palavras, agir
de acordo com o princípio da juridicidade, que contempla a lei e os
demais instrumentos normativos, tais como Constituição, tratados,
costumes, decretos, princípios gerais, costumes etc.

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• Impessoalidade – Este princípio apregoa o dever de imparcialidade na
defesa do interesse público, vedando discriminações ou privilégios no trato
com particulares no exercício da função administrativa.
Como os atos dos agentes públicos são imputados aos órgãos que eles
estão vinculados, é necessário que sejam realizados com impessoalidade.
Assim, o agente público é apenas a forma de exteriorizar a vontade da
administração, um mero executor do ato, não podendo deixar que
aspectos subjetivos, pessoais, influenciem na sua execução. Possui
também dois prismas de observação:
1- Do administrador – o agente público deve ser impessoal ao praticar o
ato.
Aqui é a vedação da promoção pessoal do administrador, busca-se
impedir que o administrador, aproveitando-se da propaganda do
governo busque sua autopromoção.
Para dar efetividade a este princípio, prescreve o art. 37, §1º: “A
publicidade (propaganda) dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”.
2- Do administrado – o particular, como destinatário do ato, não deve
ser favorecido ou prejudicado por suas características pessoais.
Podemos citar como exemplos: vedação de promoção pessoal de
autoridades públicas, necessidade de licitação para contratar com
particulares, obrigatoriedade da realização de concurso público para ter
acesso a cargos e empregos públicos.

• Moralidade - Ao administrador público não basta cumprir o que está na


lei, deve-se guiar por padrões éticos de conduta e zelo pelo alcance do
interesse público.
Aqui cabe observar que a moralidade administrativa difere da moral
comum, pois exige respeito a padrões éticos, de boa -fé, decoro, lealdade,
honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de
boa administração.
Como exemplo de esforço para reforçar a moralidade administrativa no
Brasil foi a edição da Súmula Vinculante nº 13, que vedou o nepotismo na
administração pública. “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
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dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
Encerrando, importante sabermos alguns instrumentos que o sistema
jurídico disponibiliza para proteger a moralidade administrativa: Ação
Popular (art. 5º, LVIII da CF); Ação Civil Pública de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92); Controle externo exercido pelos Tribunais
de Contas.

• Publicidade – Este princípio consiste na obrigação da administração de


tornar público atos administrativos, está estreitamente ligado ao dever de
transparência na atuação administrativa. Assim, os atos administrativos
devem estar revestidos de total transparência para poderem ser
fiscalizados pela sociedade (salvo àqueles que forem essenciais à
segurança da sociedade e do Estado).
O Princípio da Publicidade comporta dois subprincípios: princípio da
transparência: obrigação de prestar informações de interesse da
sociedade, vedando a prática de condutas sigilosas; princípio da
divulgação oficial: que sustenta a obrigatoriedade da publicação do teor
dos atos praticados, via de regra, por meio de diário oficial ou meios
consagrados pela prática administrativa.
Por fim, como todos os demais princípios, o da publicidade não é absoluto,
a própria Constituição nos mostra três exceções:
a) a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII);
b) a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII);
c) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X).

Eficiência - Inserido pela EC 19/98, procurou implementar o modelo de


administração pública gerencial voltada para um controle de resultados na
atuação estatal. Diz que o administrador público deve ser racional no uso
dos gastos, buscando sempre ter o melhor benefício com o menor custo
dos recursos públicos. Também orienta o agente público a ter resultados
satisfatórios em termos de quantidade e qualidade no desempenho de sua
atividade.
Para José dos Santos Carvalho Filho, eficiência, eficácia e efetividade são
conceitos que não se confundem. A eficiência seria o modo pelo qual se
exerce a função administrativa. A eficácia diz respeito aos meios e
instrumentos em pregados pelo agente. E a efetividade é voltada para os
resultados de sua atuação.
São manifestações desse princípio: Necessidade de submissão do servidor
público ao Estágio probatório (art. 41 da CF), período em que será
avaliada sua produtividade e eficiência; Contrato de gestão das agências

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executivas (art. 37, § 8º, da CF); Duração razoável dos processos
administrativos (art. 5º, LXXVIII, da CF); Parcerias da Administração
Pública (Lei 11.079/2004), concessões e permissões de serviço público (Lei
9.897/99).

Outros princípios:
Além dos princípios expressos no art. 37 da Constituição, a doutrina
informa que diversos outros princípios administrativos estão previstos em
outros dispositivos constitucionais, tais como: princípio da participação
(art. 37, § 3º); princípio da celeridade processual (art. 5º, LXXVIII);
devido processo legal (art. 5º, LIV,); contraditório e ampla defesa
(art. 5º, LV, da CF).
Por fim, enfatizamos também os princípios prescritos nas normas
infraconstitucionais, especialmente na Lei 9.734/99, conforme nos informa
o “Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência”.
Vale lembrar que, segundo doutrina majoritária, todos os princípios têm a
mesma relevância na atuação da administração.

Princípio da autotutela:
O princípio da autotutela, também chamado de princípio da sindicabilidade,
decorre diretamente controle interno que a administração deve exercer sobre
seus próprios atos, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. Tal
determinação tem previsão legal expressa na Lei 9.784/99: “Art. 53. A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos”.
Veja que se o ato for ilegal a administração tem o dever de anular.
Já a revogação ocorrerá quando o ato for válido, no entanto se tornou
inoportuno ou inconveniente para a administração, lembre-se que tal hipótese é
uma faculdade para administração.
É muito importante que não se confunda a autotutela com tutela
administrativa ou tutela ministerial.
• Autotutela, que é o princípio que possibilita à Administração a revisão de
seus próprios atos, anulando-os, quando ilegais, ou revogando-os, por
conveniência e oportunidade.
• Tutela administrativa ou tutela ministerial, que é o poder de
supervisão ministerial exercido pela administração direta sobre a
administração indireta.
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Hora de fixar:
Agora chegou o momento de você fixar esse conhecimento de vez, para o resta
vida! Isso é bem simples. Acesse o ambiente interativo do site
www.nota11.com.br e crie um plano de estudos com o "Capítulo 01".
No ambiente interativo do Nota 11, além de fixar a matéria, você poderá ainda
aprofundar e ver detalhes do tema.
Ao final do estudo do plano, você verá que estará em plenas condições de
responder a qualquer questão!

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