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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ERICK LEONARDO DE SOUSA MONTEIRO

RODRIGO DA COSTA MORAES

MARCUS VINICIUS BARRETO FRANCO

CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA

RELATÓRIO Nº. 07

MANAUS – AM

2014
ERICK LEONARDO DE SOUSA MONTEIRO

RODRIGO DA COSTA MORAES

MARCUS VINICIUS BARRETO FRANCO

CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA

Relatório de Experimentos realizados na Escola


Superior de Tecnologia – UEA, afim de
obtenção de nota parcial no 1º Semestre de
2014, na disciplina de Laboratório de Física I,
ministrada pelo Prof.º José Luiz Nunes de
Mello.

MANAUS – AM

2014
INTRODUÇÃO

O documento a seguir relata experiências realizadas em laboratório, na disciplina de


Laboratório de Física I, referentes ao estudo de incertezas, princípios de termologia,
termodinâmica e eletricidade.
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1. OBJETIVO
 Determinar por meio desse experimento o valor do calor específico da água.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Incerteza – Segundo Vuolo, toda vez que um experimentador realiza uma medida, o resultado
que ele obtém não é apenas um número. Esta medida possui unidades, e possui também o que
se chama de incerteza da medida, ou erro da medida. Uma medida experimental determina da
melhor maneira possível um valor da grandeza física – cujo valor exato é sempre desconhecido.
A expressão que é fornecida para o resultado da medida deve indicar este fato, e isto é feito
através da determinação da incerteza experimental.

A incerteza em uma medida representa, entre outras, a impossibilidade de construção de


instrumentos absolutamente precisos – uma régua que leia bilionésimos de centésimos de
milímetro, ou menores – e de existência de observadores absolutamente exatos. Quando temos
uma régua em nossa mão, o que podemos afirmar é que existe uma região, uma faixa de valores
entre as quais o nosso resultado está.

Assim, qualquer medida representa uma faixa de valores. Essa faixa é sempre expressa por um
valor central e por uma largura; e um grau de confiabilidade de que a medida esteja naquela
faixa. A existência desta faixa não é um "erro". É algo intrínseco a qualquer processo de medida,
e decorre das limitações do equipamento utilizado, do método de medida escolhido e da
habilidade e capacidade do experimentador.

Os seguintes procedimentos devem ser tomados para cálculo de incertezas de variáveis


relacionadas por operações básicas:

SOMA E SUBTRAÇÃO:

𝑅 = 𝑋 + 𝑌+. . . +𝑍

∆𝑅 = √(∆𝑋)2 + (∆𝑌)2 + ⋯ (∆𝑍)²

MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO:

𝑍 = 𝑋𝑝 ∗ 𝑌𝑞
(2)
∆𝑋 ∆𝑌
∆𝑍 = √(𝑝 ) ² + (𝑞 )² ∗ 𝑍
𝑋 𝑌
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Temperatura – Segundo Halliday, a temperatura é uma das sete grandezas fundamentais do SI.
Os físicos medem a temperatura na escala Kelvin, cuja unidade é o kelvin (K). Embora não
exista limite superior para a temperatura de um corpo, existe um limite inferior; esta
temperatura-limite é tomada como sendo o zero da escala Kelvin de temperatura. A
temperatura ambiente está em torno de 290 kelvin (290 K).

Calor específico – Objetos têm capacidades térmicas proporcionais a suas massas. Assim, é
conveniente definir uma capacidade térmica por unidade de massa, o calor específico c, que
generalize a capacidade térmica para diferentes massas de um material, a equação que
relaciona o calor específico com a o calor é:
Q = m ∗ c ∗ ∆T (3)

Tensão - No interior de variados circuitos e baterias, reações químicas causam um efeito que se
descreve por cargas negativas (elétrons) se acumule em dado terminal, enquanto as positivas
(íons) se acumulam no oposto. Este posicionamento de cargas tem como resultado uma
diferença de potencial elétrico entre tais terminais. Por definição de Boylestad, existe uma
diferença de potencial de 1 volt (V) entre dois pontos se acontece uma troca de energia de 1
joule (J) quando deslocamos uma carga de 1 coulomb (C) entre estes dois pontos. Colocando
em termos matemáticos, a diferença de potencial pode ser calculadas pela seguinte equação:

𝑊
𝑉= (4)
𝑄

V: tensão em volts
W: trabalho em joules
Q:carga elétrica em coulumb

Para distinguir-se fontes de tensão (baterias, geradores, etc.) e quedas de potencial entre dois
pontos de elementos dissipativos, utiliza-se:

E para fontes de tensão (Força Eletromotriz) (Volts)

V para quedas de tensão (Volts)

Corrente - Quando átomos perdem elétrons, sendo estes agora elétrons livres, estes átomos
adquirem uma carga positiva e assim denominados de íons positivos. Os elétrons livres têm a
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capacidade de se mover entre íons positivos, afastando-se de sua posição original, enquanto os
íons podem apenas oscilar em torno de uma posição média fixa.

Considerando isso, temos que por definição de Boylestad que elétrons livres são as
partículas carregadas resposáveis pela corrente elétrica em um fio de cobre ou em qualquer
outro sólido condutor de eletricidade

No momento que 6,242 x 10^18 elétrons atravessam em 1 segundo, com velocidade


uniforme, em uma dada seção reta circular de um fio condutor, temos que este escoamento de
carga corresponde a 1 ampère. Sendo 1 coulumb igual a esta quantidade de 6,242 x 10^18
elétrons, podemos relacionar carga e corrente pela seguinte equação:

𝑄
𝐼= (5)
𝑡

Com t sendo o tempo em segundos que uma quantidade Q de carga elétrica atravessa
uma seção reta circular.

Potência dissipada em um resistor - Quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica
I, devida a uma tensão V fornecida por uma fonte de energia, ele se aquece. Esse aquecimento,
chamado de efeito Joule, é resultado da transformação da energia que vem da fonte em energia
térmica no resistor. A energia transformada em calor por unidade de tempo é a potência
dissipada e é calculada pela equação:
𝑃 = 𝑉∗𝐼 (6)
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3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

MATERIAL NECESSÁRIO:
 Amperímetro, voltímetro, cronômetro, termômetro, béquer, recipiente isolado com
resistência de aquecimento, fonte de corrente contínua.

PRÉ-REQUISITOS:
 Noções básicas sobre capacidade térmica.

NOÇÕES BÁSICAS
 A dissipação da energia elétrica sob a forma de energia térmica em condutores é
chamada de efeito Joule. A energia dissipada, E, em um aquecedor durante um intervalo
de tempo t pode ser escrita como E = IVt, desde que tanto a corrente, I, quanto a tensão
elétrica, V, sejam mantidas constantes. Estando o aquecedor imerso em água, a energia
transferida para o sistema provocará um aumento em sua temperatura. A quantidade de
calor absorvida pode ser escrita como Q = CsΔT, onde Cs é a capacidade térmica do
sistema (calorímetro + água). Desprezando a capacidade térmica do calorímetro,
podemos escrever Cs = mc onde m é a massa da ‘/agua e c é o calor específico da água.
Com isso, após o aquecedor ficar ligado por certo período de tempo, pode-se escrever a
temperatura final da água como:
𝐼𝑉
𝑇 = 𝑇𝑜 + 𝑡
𝑚𝑐

VALORES INICIAIS DO EXPERIMENTO:


T0 = 35° C
T1 = 25° C
V = 150mL
E = 22 V
R = 7,5 Ω

MONTAGEM
 Ligou-se o terminal positivo da fonte no terminal do multímetro que mede correntes
altas (na faixa de 0 a 20 A).
 Colocou-se o equipamento de aquecimento no recipiente com água.
 Ligou-se o terminal COM do multímetro a um dos terminais do equipamento.
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 Conectou-se o outro terminal do equipamento ao terminal negativo da fonte.


 Esperou-se atingir a temperatura T0 para começar as medições.
 A cada 2°C, o tempo era registrado na tabela 1.
 Após 9 repetições, desligou-se a fonte e trocou-se a água (o equipamento já havia
resfriado devido ao seu baixo calor específico).
 Esperou-se atingir a temperatura T1 para começar as medições.
 Esperou-se atingir a temperatura T0 para começar as medições.
 A cada 2°C, o tempo era registrado na tabela 1 (9 repetições).

A corrente do sistema foi monitorada durante toda a experiência e concluiu-se que esta tem
valor:
I = 3,00 ± 0,05 A (Observa-se que a lei de Ohm, foi obedecida no experimento, porém este não
é o foco do relatório)

Medida Temperatura 1 Tempo 1 (s) Temperatura 2 Tempo 2 (s)


(° C) (° C)
1 35,0 ± 0,3 0,0 25,0 ± 0,3 0,0 ± 0,5
2 37,0 ± 0,3 28,0 ± 0,5 27,0 ± 0,3 46 ± 0,5
3 39,0 ± 0,3 55 ± 0,5 29,0 ± 0,3 85 ± 0,5
4 41,0 ± 0,3 84 ± 0,5 31,0 ± 0,3 123 ± 0,5
5 43,0 ± 0,3 110 ± 0,5 33,0 ± 0,3 148 ± 0,5
6 45,0 ± 0,3 130 ± 0,5 35,0 ± 0,3 172 ± 0,5
7 47,0 ± 0,3 154 ± 0,5 37,0 ± 0,3 196 ± 0,5
8 49,0 ± 0,3 179 ± 0,5 39,0 ± 0,3 219 ± 0,5
9 51,0 ± 0,3 204 ± 0,5 41,0 ± 0,3 243 ± 0,5
10 53,0 ± 0,3 224 ± 0,5 43,0 ± 0,3 266 ± 0,5

O gráfico construído foi o gráfico 1.


As regressões lineares são representadas pelas funções abaixo:
𝐹1 = (0,0840 ± 0,0073) 𝑡 + 34,6132 ± 0,0642 °𝐶
𝐹2 = (0,0692 ± 0,0106) 𝑡 + 23,6736 ± 0,6796 °𝐶
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4. CONCLUSÃO
O calor específico da água pode ser estimado pelo experimento apresentado, porém não com
uma confiança boa, devido a esta medição ser bastante indireta. Um exemplo dessa afirmação
é que no equipamento há dois resistores em série que suportam no máximo 5W cada, porém
juntos estão dissipando 66 W, ao mesmo tempo que a água está sendo esquentada por eles, ela
as resfria, caso contrário estes resistores teriam sido abertos antes de ser concluída a
experiência. Outro exemplo de interferência seria a mexida do misturador, pois mesmo que
sirva pra homogeneizar a água, acaba transmitindo calor e tendo que ser aquecido, por ser de
metal atinge o equilíbrio térmico muito rápido e logo, a sua capacidade térmica deveria ter sido
levada em conta.
À temperaturas menores, a água demora mais para aquecer, acredita-se que seja porque os
metais os quais ela está em contato caso não estivessem em contato teriam uma temperatura
maior do que a que estão e por isso que a baixas temperaturas o resultado fica mais confuso,
tanto que a variação de tempo entre as medidas 1 e 2 do primeiro experimento, e 6 e 7 do
segundo experimento (mesmas temperaturas) tem variações de tempo próximas.
Então, não foi possível achar com precisão o calor específico da água por ser bastante indireta
a medida, porém, para os experimentos encontrou-se (utilizando os valores de coeficiente linear
das regressões):

c1 = 5.238 ± 0.437 J/(g°C), c2 = 6.358 ± 0.892 J/(g°C)


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5. BIBLIOGRAFIA

BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de circuitos. São Paulo, 2004, 10 ed.


Eletrônica Didática. Equipamentos e Ferramentas. Disponível
em:http://www.eletronicadidatica.com.br/equipamentos/protoboard/protoboard.htm.
Acesso em : 04/03/2014.

HALLIDAY, David, Resnik Robert, Krane, Denneth S. Física 2, volume 1, 5 Ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2004.

HALLIDAY, David, Resnik Robert, Krane, Denneth S. Física 3, volume 1, 5 Ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2004.

VUOLO, José Henrique. Fundamentos da Teoria de Erros, 2 Ed. São Paulo: Editora Edgard
Blücher Ltda, 1996.

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