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Conceitos
- consciência: significa capacidade de percepção do próprio indivíduo e dos estímulos provenientes do meio ambiente, sendo
uma experiência de grande magnitude e complexidade;
- a consciência possui dois componentes fundamentais: despertar e o conteúdo, e ambos são necessários para a manutenção da
consciência;
- o despertar, ou vigília, depende da integridade do sistema reticular ativador ascendente, que é formado por grupos neuronais
do tegmento do tronco encefálico, que se projetam diretamente para núcleos intralaminares talâmicos (interruptor), e daí para
neurônios corticais bilateralmente (SRAA).
- o conteúdo (cognição) da consciência consiste na capacidade cognitiva individual mediada pela atenção, memória, intenção,
humor, emoção e processamento executivo. Depende da integridade funcional do córtex cerebral e suas conexões subcorticais
(alterações do tronco encefálico ou de amos hemisféricos cerebrais podem causar alterações no nível de consciência e no seu
conteúdo).
- coma: “estado caracterizado pela ausência de despertar, no qual o paciente permanece de olhos fechados, não podendo ser
despertado por nenhum estímulo e não tendo percepção de si mesmo nem do meio ambiente” (lembrando que o paciente não
pode estar anestesiado/sedado), e o estado de coma se caracteriza clinicamente por falha na abertura ocular quando
estimulado, resposta motora restrita a movimentos de retirada e resposta verbal ausente ou apenas sons não verbais.
Níveis de consciência
- o paciente com distúrbio da consciência apresenta, em geral, mudanças dinâmicas no seu estado mental, tanto no sentido da
piora progressiva, como no sentido da melhora clínica. É fundamental o exame clínico doe stado mental de forma seriada, de
forma que regularmente seja analisado o nível de consciência do paciente, permitindo que novas estratégias sejam traçadas a
partir daquele novo estado;
- sonolência: o paciente permanece adormecido, mas desperta e responde adequadamente aos estímulos externos sonoros.
Volta a adormecer tão logo os estímulos cessam;
- obnubilação: o paciente está confuso e os estímulos externos são mal interpretados resultando em desorientação e dificuldade
para atender os comandos. Dificuldade de reconhecer pessoas ou ambientes;
- delírio: estado de desorientação, irritabilidade, percepção prejudicada do ambiente e dos estímulos externos (podem ocorrer
alucinações visuais e auditivas, e esta associado a distúrbios metabólicos, intoxicação exógena, abstinência ao álcool e drogas,
quadros infecciosos do sistema nervoso central), e normalmente é temporário;
- torpor: nível de consciência que antecede o coma. Difere deste pela obtenção do despertar através de estímulos dolorosos,
vigorosos e repetidos. A vigília dura muito pouco tempo e o paciente logo retorna à sua condição prévia, não há resposta verbal
adequada.
Estado vegetativo
- O paciente está desperto, apresenta ciclo sono-vigília intacto, mas está inconsciente de si mesmo e do meio ambiente, estando
desprovido de vida intelectual e atividade social. Não há qualquer evidência discernível de compreensão da linguagem, verbal
ou gestual, ou de comportamento proposital (pode haver movimentos espásticos) responsivo aos estímulos visuais, auditivos,
táteis ou nocivos. Um coma mal tratado pode se tornar um estado vegetativo;
- O diagnóstico de EV é feito quando a abertura ocular espontânea ressurge (sinalização de recuperação da atividade do SRAA).
E ausência de evidencia discernível de compreensão da linguagem, verbal ou gestual, ou de comportamento proposital
responsivo aos estímulos visuais, auditivos, táteis ou nocivos;
- Estado vegetativo persistente: Se refere aos pacientes em estado vegetativo há mais de 30 dias após lesão cerebral aguda
traumática ou não traumática, e não significa irreversibilidade;
- Estado vegetativo permanente: é irreversível e se refere à pacientes em estado vegetativo há mais de três meses (consecutivos
e não interrompidos por outros estados de consciência) após lesão cerebral aguda não traumática ou após 12 meses de lesão
encefálica traumática (ou crianças), pois sua evolução é mais imprevisível.
Morte encefálica
- Alguns países definem a morte encefálica como a morte do tronco encefálico enquanto outros consideram como a morte de
todo o encéfalo, incluindo o tronco encefálico. No entanto, os parâmetros clínicos que definem a morte encefálica são os
mesmos e requerem a perda de todos os reflexos do tronco encefálico e a demonstração de apneia contínua em paciente
persistentemente comatoso. O conceito de morte encefálica como morte do indivíduo é amplamente aceita;
- Recomendações para o diagnóstico de morte encefálica e os critérios diferem de país para país;
- São elementos clínicos essenciais: Causa identificada sabidamente capaz de provocar morte neuronal, o paciente está
comprovadamente em coma e em ventilação mecânica, os reflexos de tronco encefálico (pupilar, córneo-palpebral, vestíbulo-
ocular e faringolaringeal) estão abolidos, não há movimentação espontânea oriunda da atividade cerebral (mas pode haver
movimentação oriunda de atividade medular) e nenhuma resposta à estimulação externa, e o paciente deve estar em apneia.
FISIOPATOLOGIA DO COMA