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METODOLOGIA CIENTIFICA E DA PESQUISA

Jandecy Cabral Leite


Matemático e Engenheiro de Produção ELétrica
Mestre em Engenhaira de Produção e Sistemas PPGEP- UFSC
Doutor em Engenharia Elétrica PPGEE-UFPA
®Todos os direitos em relação ao design e pesquisa deste material didático
são reservados ao Instituto de Tecnologia Galileo da Amazônia - ITEGAM.

Ficha Catalográfica

Leite, Jandecy Cabral

Metodologia Científica e da pesquisa e Elaboração de trabalho de pesquisa/Jandecy Cabral


leite, Manaus: Pós-Graduação Lato Sensu e Strictu Sensu. Instituto de Tecnologia Galileo da
Amazônia – ITEGAM, 2013.
69P.

I – Pesquisa – Metodologia – Elaboração de Trabalho de pesquisa. I. Leite, Jandecy Cabral.


II. Título

CDU 001.9

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1. PLANO DE CURSO 04
Objetivos, Ementa, Método do Trabalho, Critério de Avaliação de 06
Desempenho
Referências Bibliográficas 07
Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico, 08
Características do Conhecimento Popular, Os Quatro Tipos de
Conhecimentos
Conhecimento Popular, Conhecimento Filosófico, Conhecimento Religioso, 10
Conhecimento Científico, Conceito da Ciência
Classificação e Divisão da Ciência, Filosofia da Ciência
2. O MÉTODO CIENTÍFICO 16
3. O PROCESSO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 18
4. PROBLEMAS DO INDUTIVISMO 21
5. TEORIA 25
6. ESTATÍSTICA: CONCEITOS ELEMENTARES 26
7. PLANEJAMENTO DA PESQUISA 31
8. PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA 40
9. NORMALIZAÇAO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS 45

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DISCIPLINA: Metodologia Científica e da Pesquisa CARGA HORÁRIA: 80 horas/aula
PROFESSOR: Jandecy Cabral Leite
EMENTA
A disciplina será desenvolvida nas seguintes unidades de estudo: Conhecimentos
básicos de Pesquisa em Educação: Esta unidade visa dar uma visão geral sobre
pesquisa em Educação, abordando questões como porquê é importante pesquisar em
Educação, as dificuldades comumente encontradas por pesquisadores nessa área, a evolução
da pesquisa em Educação. Aborda também a importância de planejamento em pesquisa e
conceitos-chave como ciência, conhecimento científico, teoria científica, pesquisa científica e
método científico. Paradigmas nas Abordagens de Pesquisa: Têm como objetivo comparar a
abordagem qualitativa com a abordagem quantitativa e seus
os pressupostos do ponto de vista ontológico, epistemológico, axiológico, e
metodológico. Etapas de uma pesquisa em Educação: Aborda, de forma geral, o
processo de elaboração de uma pesquisa e, de forma mais específica, cada uma das etapas
envolvidas. Elaboração de uma Monografia: Esta unidade visa dar subsídios para a
realização de uma monografia, como trabalho acadêmico.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Módulo I: A universidade como centro gerador do saber
Módulo II: O método e a construção do conhecimento científico
Módulo III: A pesquisa científica
Módulo IV: O projeto de pesquisa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, Prof.ª KÁTIA. Normalização para trabalhos acadêmicos. Universidade
Federal do Amazonas (apostila do curso de Mestrado e Especialização em Engenharia
de Produção). 2001.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 4. Ed. Ver. e
Ampliada. São Paulo: Atlas, 2001.
PARRA, F. D; SANTOS, A. J. Apresentação de trabalhos científicos: monografia, TCC, teses e
dissertações. 3. Ed. São Paulo: Futura, 2000.
RIBEIRO, Profª. Joana D’Arc. Metodologia da Pesquisa. Universidade Federal do
Amazonas (apostila do curso de Mestrado e Especialização em Engenharia de
Produção). 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. Ed. Ver. e Ampliada. São
Paulo: Cortez, 2000.
BACHELARD, Gaston. A filosofia do não; O novo espírito científico. São Paulo: Abril
Cultural, 1978. 354 p. [Col. Os Pensadores].
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. São Paulo: Makron
Books, 1996. 209 p.
CUNHA, Antônio Henrique Gouveia da. Superação dos impasses filosóficos e
científicos no rumo civilizatório. Foz do Iguaçu: Edições Pluri Uni, 1978. 149 p. FEYERABEND,
Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977. 488 p. REALE, Giovanni; ANTISERI,
Dario. História da filosofia: do romantismo até nossos dias. São Paulo: Paulus: 1991. 1113 p.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas,
1999. 334 p.

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Contato do Professor

Jandecy Cabral Leite

jandecy@bol.com.br
jandecycabral@hotmail.com
jandecy.cabral@itegam.org.br
presidência@itegam.org.br

9465 1751
3584 6145 - ITEGAM
32482646 - ITEGAM

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EXATAS E TECNOLÓGICAS

Disciplina: METODOLOGIA CIENTÍFICA E DA PESQUISA

Carga Horária: 80 horas


Prof. Jandecy Cabral Leite, Dr.

Objetivos:

Esta disciplina visa contribuir para iniciar o aluno na produção do conhecimento


científico correlacionado com os diferentes tipos de conhecimentos acumulados
ao longo da evolução histórica da humanidade. De forma introdutória pretende
mostrar
o por que da metodologia científica, e a ciência como uma atividade humana, muito
mais dependente da história e da sociedade do que se poderia imaginar. Sendo
assim, a filosofia não poderia deixar de ser considerada juntamente com seus
princípios a presidirem a produção científica. Visa também dar ao estudante uma
visão do papel da estatística como ferramenta de convencimento nas pesquisas
indutivas e, além disso, o ordenamento lógico da comunicação da pesquisa.

Ementa:

Filosofia da ciência: Conceituação; Os quatro ramos da Filosofia; Códigos restritos


e elaborado; A natureza dos objetos; Noção de normalidade; O método científico;
A observação científica; Verdade em ciência; Evidência; Certeza; Ignorância;
Dúvida, Opinião; O processo do conhecimento; Observação; Hipóteses;
Experimentação; Indução, Dedução; Análise e Síntese; Teoria. Introdução aos
métodos estatísticos. Normatização de trabalhos científicos. Projeto de Pesquisa.

Método de Trabalho:

Aulas expositivas teóricas, assim como a solicitação da elaboração de um pré-


projeto de monografia.

Critérios para avaliação de desempenho:

Serão aprovados os alunos que:


• Comparecerem a pelo menos 75% das aulas, e

• Obtiverem média igual ou superior a 7 (sete) calculada a partir de um trabalho final


que será a elaboração de um pré projeto de monografia.

Referências Bibliográficas:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de artigos


em publicações periódicas: - NBR6022 Rio de Janeiro, 2005.
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CAVALCANTE, Prof.a. KÁTIA. Normalização para trabalhos acadêmicos.
Universidade Federal do Amazonas (apostila do curso de Mestrado e
Especialização em Engenharia de Produção). Manaus. AM, 2001.

DA SILVA, Vera Lúcia & MENEZES, Muszkat Estela. Metodologia da Pesquisa e


Elaboração de Monografia, Dissertação Mestrado e Tese de Doutorado.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas. Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis. SC, 2003.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4.


Ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas, 2001.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e


prática da pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1997.

RIBEIRO, Prof. Joana D’Are. Metodologia da Pesquisa. Universidade Federal do


Amazonas (apostila do curso de Mestrado e Especialização em Engenharia de
Produção). Manaus. Am, 2004.

SEVERINO, A. 3. Metodologia do trabalho científico. 21. Ed. Ver. E Campi. São


Paulo: Cortez, 2000.

PARRA, F.D; SANTOS, A.3. Apresentação de trabalhos científicos: monografia,


TCC, teses e dissertações. 3. Ed. São Paulo: Futura, 2000.

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Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico

O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado senso comum, não


se distingue do conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do
objeto conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou método e os
instrumentos do “conhecer”.

Dessa forma, patenteiam-se dois aspectos:

a) A ciência não é o único caminho de acesso, ao conhecimento e à verdade.

b) Um mesmo objeto ou fenômeno - uma planta, um mineral, uma comunidade ou as


relações entre chefes e subordinados - pode ser matéria de observação tanto para
cientistas quanto para o homem comum; o que leva um ao conhecimento científico e
o outro ao vulgar é a forma de observação.

Características do Conhecimento Popular

Pode-se dizer que o conhecimento vulgar ou popular, Lato Sensu, é os modos


comuns, correntes e espontâneos de conhecer, que se adquire no trato direto com
as coisas e os seres humanos.

Para Balbini, 1957:21 “é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui
sem haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver
refletido sobre algo”.

Caracteriza-se por ser:

Superficial, conforma-se com a aparência; tipo assim: porque vi, porque o senti,
porque o disseram, porque todo mundo o diz;

Sensitivo, referente a vivências ou emoções da vida diária;

Subjetivo, é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto


os que adquirem por vivência própria quanto os “por ouvir dizer”.

Assimétrico, esta “organização” das experiências não visa a uma sistematização das
idéias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;

Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam


não se manifesta sempre de uma forma crítica.

Os Quatro Tipos de Conhecimentos

Conhecimento Popular Científico


Valorativo Real (factual)
Reflexivo Contingente
Assimétrico Sistemático
Verificável
Falível

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Inexato Aproximadamente exato
Conhecimento Filosófico Religioso (Teológico)
Valorativo
Racional Inspiracional
Sistemático
Não verificável Não verificável
Infalível
Exato

Conhecimento Popular

Valorativo - se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e


emoções, implica numa dualidade de realidades, de um lado o sujeito cognocente e,
de outro o objeto conhecido, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido.

Reflexivo - esta limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a
uma formulação geral.

Assimétrico - baseia-se na organização particular das experiências próprias do


sujeito cognocente, e não em uma sistematização das idéias, na procura de uma
formulação geral que explique os fenômenos observados.

Verificável - está limitado ao âmbito da vida diária e se diz respeito àquilo que se
pode perceber no dia-a-dia.

Falível e inexato - se conforma com a aparência e com o que ouviu dizer a respeito
do objeto. Não permite a formulação de hipóteses a existência de fenômenos além
das percepções objetivas.

Conhecimento Filosófico

Valorativo - ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser


submetidas à observação.

Não verificável as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, este


conhecimento emerge da experiência e não da experimentação.

Racional - em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente


correlacionados. Sistemático - sua hipóteses e enunciados visam a uma
representação coerente da realidade estudada.

Infalível e exato já que, quer na busca da realidade capaz de apreender a realidade,


seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidas ao decisivo teste
da observação (experimentação).

O objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas


que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão não são passíveis
de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida
pela ciência experimental. O método aplicado na filosofia é o método racional, no

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qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência, e não exige
confirmação experimental, mas somente coerência lógica.

Conhecimento Religioso

Apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas) , por terem


sidas reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades
são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático
do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino;
suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante
um conhecimento revelado. O conhecimento teológico parte do princípio de que as
“verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” da
divindade (sobrenatural). Enquanto o conhecimento científico consiste na evidência
dos fatos observados e experimentalmente controlados, no teológico não se detém à
procura de evidências, mas da revelação divina.

Conhecimento Científico

É real (actual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de
existência que se manifesta de algum modo. Constitui um conhecimento
contingente, sua proposições s ou hipóteses têm, sua veracidade ou falsidade
conhecida através da experiência e não apenas pela razão. E sistemático trata-se de
um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teorias). Possui
característica de verificabilidade, pois, as afirmações (hipóteses) que não podem ser
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. E falível, em virtude de não ser
definitivo, absoluto ou formal, e por esse motivo, é aproximadamente exato: novas
proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria
existente.

Conceito de Ciência

Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de


proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos
fenômenos que se deseja estudar: “A ciência é todo um conjunto de atitudes e
atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com o objeto limitado,
capaz de ser submetido à verificação” (TIJILLO FERRARI, 1978:8).

A ciência possui:

a) Objetivo ou finalidade: preocupação em distinguir a característica comum ou as


leis gerais que regem determinados eventos.

b) Função: aperfeiçoamento, através de crescente acervo de conhecimento da


relação do homem com o seu mundo.

c) Objeto: subdividido em:

Material: aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de


modo geral.

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Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que se possuem o
mesmo
objeto especial.

Classificação e Divisão da Ciência

Lógica
Formais
Matemática

Física
Naturais Química
Ciências Biologia

Factuais Antropologia
Direito
Economia
Sociais Política
Psicologia Social
Sociologia

Filosofia da Ciência

Conceituação:

A maioria das pessoas supõe que os filósofos se ocupam de questões muito


gerais e muito profundas, no âmago das quais se situa o problema do
relacionamento do homem com o universo. Considera-se, em regra, que os filósofos
nos fornecem idéias acerca das finalidades gerais da existência, apontando mesmo
os objetivos mais específicos que cada um deverá estabelecer na vida comum.
Tomada neste sentido, a filosofia da ciência representaria a discussão quanto ao
lugar ocupado pelo empreendimento científico dentro do esquema global da vida;
caber-lhe-ia, porventura, a função de proporcionar uma justificativa última para a
prática científica, isto é, de investigar se valeria a pena ela existir.

Os quatro ramos da filosofia:

A filosofia divide-se em quatro ramos principais, a saber:


A LÓGICA – que é a teoria do raciocínio
A EPISTEMOLOGIA – que é a teoria do conhecimento
A METAFÍSICA – a teoria dos conceitos e de seu relacionamento
A ÉTICA – a teoria da valorização, em particular do valor moral

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Códigos “restritos” e “elaborado”

A reflexão filosófica parte de uma experiência muito simples: do fato de que,


em uma primeira aproximação, servimo-nos de dois tipos de linguagem para falar do
mundo; o filósofo Bernstein (em Douglas, 1970) os distinguiu e chamou de códigos
“restrito”e “elaborado”.
Quando descrevo os objetos que estão à minha volta, descrevo-os sem me
preocupar com o alcance dessas descrições. O que me importa é que uma pessoa a
par das práticas linguareiras da nossa cultura possa reconhecer o que descrevo
(livro, caneta, lâmpada, etc...). Do mesmo modo quando digo que fulano esposou
beltrana, normalmente não me lançarei com base nisso em uma reflexão elaborada
sobre o significado do casamento e do amor. Utilizo então o código restrito: a
linguagem do dia-a-dia, útil na prática e que não leva adiante todas as distinções
que se poderia fazer aprofundar o meu pensamento. Caracteriza-se pelo fato de
que aqueles que a utilizam partilham as mesmas pressuposições de base
sobre o sujeito de falam; o discurso científico entra nessa categoria.
Por outro lado, se começo a colocar-me questões sobre a amizade,a vida, a
morte, a justiça, etc..., produzirei um outro tipo de discurso, bem diferente daquele
do código restrito. Observarei, por exemplo, que a noção de amizade não é clara.
Para torná-la mais precisa, contarei histórias, e efetuarei múltiplas distinções.
Precisarei ultrapassar a minha experiência cotidiana, a fim de atingir camadas “mais
profundas” de minha personalidade e de nossa vida em comum. Bernstein chamou
de “código elaborado”o tipo de discurso que produzimos quando tentamos superar
dessa maneira a linguagem cotidiana e prática. O que caracteriza o discurso
elaborado é que lê e é utilizado para falar de sujeitos a respeito dos quais não
partilhamos necessariamente as mesmas pressuposições de base.
Em uma primeira aproximação, o código restrito fala do “como” das coisas, do
mundo e das pessoas, ao passo que o código elaborado procura dizer algo do “por
que” e do “sentido”. De um modo geral, as ciências se ocupam com a linguagem
restrita. A religião e a filosofia ocupam-se com o código elaborado.

O apartamento, o porão, o sótão

A distinção desses dois códigos pode ser ilustrada por uma anedota:
O filósofo francês Gaston Bachelard estava sendo entrevistado por um jornalista.
Depois de alguns minutos, Bachelard o interrompeu: “O senhor, manifestamente,
vive em um apartamento e não em uma casa.” E o jornalista, surpreso, perguntou-
lhe o que queria dizer com isso. O filósofo lhe respondeu que a diferença entre uma
casa e um apartamento é que a primeira possui, além da zona de habitação, um
sótão e um porão; e o que há de particular, acrescentou, é que sempre subimos ao
sótão, e descemos ao porão.
Bachelard queria assim indicar que muitos vivem sem jamais deixar o nível do
código restrito. Questões como Ö que é o amor, ou a amizade?” parecem-lhes
ociosas; assim como a maioria das questões relativas às idéias adquiridas. Pela
imagem do sótão ou do porão, Bachelard mostrava que, para ele, ser humano
significava por vezes” subir ao sótão “, isto é, viver a busca de significações da
existência por meios de símbolos filosóficos, artísticos, poéticos, religiosos, etc.. E”
descer ao porão “implicava ir, por vezes, olhar o que se passa nos subsolos e
fundamentos psicológicos ou sociais de nossa existência e discernir nos
condicionamentos o que nos oprime ou libera.

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Um dos interesses dessa imagem parece ligado ao fato de que se passa a
maior parte da existência na sala de estar e não no sótão ou no porão. Mas aqueles
que não “sobem jamais ao sótão” e “não descem jamais ao porão” carecem talvez
de uma certa dimensão. Por outro lado, aqueles que vivessem o tempo todo no
sótão, ou no porão seriam talvez facilmente considerados como pouco equilibrados
(como por ex. aqueles que se preocupam sempre com todas as razões de sua
ação).
Parece normal, portanto, que uma reflexão filosófica não assuma, na
formação prática de um cientista, um lugar exagerado. Assim mesmo, julga-se
importante que aqueles que recebem uma formação em ciência não se tornem seres
“unidimensionais”, incapazes de ver algo mais além de sua prática técnica. Não seria
lamentável, tanto para a sociedade quanto para os indivíduos, que seres humanos
tivessem uma formação extremamente aprimorada, quando se trata do código
restrito, e formação alguma quanto à utilização de nossas tradições relativas ao
código elaborado? Em outras palavras, considera-se lamentável, para ambas a
parte, formar cientistas que tentariam ser rigorosos quando se trata de ciências, mas
incapazes de refletir sobre as implicações humanas de suas práticas.

A natureza dos objetos

A natureza dos objetos é explicada por quatro tipos de causas:

1) MATERIAL – Substância da qual a entidade é feita.


2) EFICIENTE - O causou a entidade.
3) FORMAL - A essência ou caráter definidor da entidade.
4) FINAL - Finalidade da entidade (Teleologia)

O que é normalidade?

A palavra “normal” é chave, mas muito ambígua. Se por exemplo, digo que
não é normal que os seres humanos façam constantemente a guerra, qual o
significado dessa palavra, “normal”? Ou ainda, se digo que o homossexualismo não
é normal, o que isto significa? Existe uma multiplicidade de sentidos ligados a esta
palavra. Proporei pelo menos quatro que me parecem úteis de serem distinguidos.
Para tornar isto claro, situarei esses sentidos em um cenário – uma história – que
indicará a maneira pela qual o termo é compreendido nela.

Primeiro cenário – Um objeto está em vias de subir, enquanto “normalmente” ele


deveria cair. Se me dou conta de que se trata de um balão cheio de gás hélio, digo: Ah
é normal! Aqui, a palavra “normal” significa que conseguimos introduzir um
fenômeno no âmbito de nossa compreensão do mundo. Nesse sentido, poderia dizer
que “um cachorro ter cinco patas é normal”. Dizê-lo significa simplesmente que eu
me dou conta de que isso pode acontecer.

Neste sentido, tudo em princípio, é normal. Com efeito, metodologicamente,


queremos reintegrar tudo o que vemos em certa compreensão. E não cessaremos
de fazê-lo antes de ter compreendido os fenômenos que estão diante de nós, isto é,
antes de ter dito que eles eram normais. Se, em um caso particular, um fenômeno
fosse “anormal”, de acordo com esta primeira significação, simplesmente nós ainda

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não teríamos compreendido; mas esperaremos mais cedo ou mais tarde
compreendê-lo. Neste sentido, para os cientistas, todos os fenômenos são
“normais”, pelo mero fato de que existem.

Segundo cenário – “Um cachorro ter cinco patas, isto não é normal”. Quer-se
indicar por isto, em geral, que, de acordo com certos critérios estatísticos, um
cachorro de cinco patas não está dentro das “normas”. Esse segundo sentido da
noção de normalidade refere-se pura e simplesmente a estatística.
Entretanto, o estabelecimento de estatísticas depende sempre de
pressupostos teóricos. Por exemplo, há um número X de cachorros com cinco patas,
necessito de uma teoria pela qual determinarei que certo animal é de fato um
cachorro. Pode ser que, em nome de uma teoria, decida-se que um animal de cinco
patas não é um cachorro. Neste caso, não haverá evidentemente cão de cinco
patas. Quando se utiliza a estatística, tomam-se decisões em relação aos critérios e
categorias utilizados.
Além disso, serão necessárias ainda decisões para determinar o que se
entende por um fenômeno “estatisticamente anormal”; de uma maneira ou de outra,
haverá uma teoria dizendo aquilo que se espera.

Terceiro cenário – “O homossexualismo não é normal”. Isto pode significar


simplesmente que, nesta sociedade, há uma espécie de consenso para dizer que
nos encontramos diante de um fenômeno que não corresponde ao que esperamos.
Neste sentido, chamamos de anormal ao que é contrário à expectativa social. É
interessante notar que esse sentido é provavelmente o que está profundamente
fixado em nossas mentalidades. Quando dizemos que alguma coisa é anormal, isto
significa que, na sociedade em que nos encontramos, isto é contrário à expectativa
comum. Desse modo, pode-se dizer que todas as crenças éticas em uma dada
sociedade permitem uma classificação dos fenômenos em normais e anormais.

Quarto cenário – Diz-se por vezes que determinada coisa não é normal quando ele
é contrário ao que “deve” ser. Por exemplo, posso dizer: “A corrida armamentista
não é normal”. Nesse sentido, não recorro a uma mera crença social, mas coloco um
juízo de valor. Segundo esta compreensão ética e normativa da palavra “normal”,
fala-se daquilo que eu (ou nós) considero normal. É possível que eu considere esta
coisa anormal referindo-me simplesmente à maneira pela qual coloco os valores, ou
porque pretendo referir-me a normas absolutas, ou a normas éticas socialmente
admitidas.

De acordo com as significações, a ciência tem coisas diferentes a dizer em


relação ao que é normal. Conforme o primeiro sentido, a ciência não tem nada a
dizer porque, por pressuposto, para a ciência, tudo o que acontece deve ser
explicado, ou seja, tudo é normal. No sentido estatístico, a ciência pode ter bastante
a dizer, mas sob condição de ter precisado bem – de uma maneira que não será
jamais inteiramente científica – os critérios sobre os quais se baseará a estatística.
Quanto à normalidade como crença social, a sociologia pode constatá-la, mas
percebe-se que, sobre pontos particulares, ela não tem nada a ver com resultados
científicos.
Finalmente, Pode a ciência dizer algo sobre o que “deveria” ser? Em outros
termos, pode a ciência servir de fundamento à ética? Pode-a determinar o que é o
bem ou o mal?

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Antes de prosseguirmos precisamos ter em mente questões como: “O que é a
verdade científica?”, ou “O que quer dizer fazer ciência?”.

2. O MÉTODO CIENTÍFICO

A construção do conhecimento científico dá-se da seguinte maneira:


Primeiro se afirma uma tese, isto é, a maneira pela qual a realidade se apresenta.
Depois, apresenta-se uma antítese, ou seja, a negação da tese, a qual é provocada
pela aparição de outros pontos de vista, sugerido com base no exame crítico que se
fez. Enfim, apresenta-se uma síntese, que é uma nova maneira de ver, resultante do
processo crítico.

SÍNTESE
TESE ANTÍTESE

SÍNTESE ANTÍTESE TESE

A síntese não é uma visão absoluta das coisas: é simplesmente uma nova
maneira de ver, resultado da investigação realizada. Torna-se, além disso, uma nova
tese que, por sua vez, poderá ser confrontada a uma antítese, a fim de produzir uma
nova síntese que se tornará uma nova tese, e assim por diante.

TESE
ANTÍTESE SÍNTESE

FLOR
NÃO É FLOR FLOR DE SE DA
ARTIFICIAL

As ciências partem da observação fiel da realidade. Na seqüência dessa


observação, tiram-se leis. Estas são então submetidas a verificações experimentais
e, desse modo, postas à prova. Estas leis testadas são enfim inseridas em teorias
que descrevem a realidade.

A OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA

A observação diz respeito às coisas tais quais são. Ela deve ser fiel à
realidade, e que, ao descrever uma observação, só se relata aquilo que existe.
Assim, “observar é estruturar um modelo”.
Quando digo que há uma folha de papel sobre a mesa, só posso dizê-lo sob
condição de já ter uma idéia do que seja uma folha de papel. Do mesmo modo, se
digo que a minha caneta cai no chão, isto só é possível se já possuo uma certa idéia
“teórica” daquilo que está em cima e do que está em baixo. Se, além disso, observo
o desenho que está na página, verei, de acordo com a maneira como me organizo,
seja um coelho, seja um pato; uma escada vista de cima ou de baixo.
Estes exemplos mostram que a observação não é puramente passiva: trata-
se antes de uma certa organização da visão. Observa-se o que está em cima da

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mesa, estou colocando ordem maquilo que observo. Só verei as coisas na medida
em que elas correspondam a determinado interesse. Quase de maneira automática
eliminarei do meu campo de visão os elementos “que não fazem parte daquilo que
observo”.
Quando observo algo, é preciso que eu o descreva. Por tanto, utilizo uma
série de noções que eu possuía antes; estas se referem sempre a uma
representação teórica, geralmente implícita. Sem essas noções que me permitem
organizar minha observação, não sei o que dizer. E, na medida em que me faltaria o
conceito teórico adequado, é obrigado a apelar a outros conceitos básicos: por
exemplo, se que descrever a folha que está sobre a mesa, e não tenho noção do
que seja folha, farei a descrição falando dessa coisa branca que está sobre a mesa,
sobre a qual parece que existem linhas apresentando uma certa regularidade e
também uma certa irregularidade, etc. (Teria que se refletir aqui sobre a
possibilidade psicológica para os humanos de “simbolizar”, isto é, falar de tal coisa,
de tal objeto, e de considerá-lo como um objeto, como uma coisa, separando-o do
fluxo de nossas ações reflexas para fazer dele um objeto de nossa linguagem, de
nosso pensamento e de nossa comunicação).
Em suma, para observar, é preciso sempre relacionar aquilo que se vê com
noções que já se possuía anteriormente. Uma observação é uma interpretação: é
integrar uma certa visão na representação teórica que fazemos da realidade.

A VERDADE

Não se observa passivamente, mas se estrutura o que se quer observar


utilizando as noções que parecem úteis visando a observação adequada. Portanto, a
realidade pode ser manifesta de múltiplas formas; é aquilo que aparece ou se
manifesta em um dado momento, mas que é dependente da capacidade do
observador de receber interpretar a manifestação. A esta manifestação chamamos
fato. Enfim, fato já é um modelo de interpretação que será preciso provar. Por
exemplo, se digo que vejo uma raposa, apoiarei a minha observação pela prova, que
consistirá em mostrar a cauda, as orelhas, o focinho etc. Se no desenho, quero
mostrar que é uma rosa que eu vejo, precisarei interpretar toda uma série de
elementos em razão dessa visão global.
Quanto à prova da observação, ele consiste de uma releitura utilizando o
modelo que se colocou. Posso provar o princípio da alavanca relendo experiências
com a ajuda desse modelo teórico. A observação dos fatos é sempre um modelo de
interpretação.
Não se pode observar sem utilizar a linguagem, seja verbal, seja mental. E a
língua já é uma maneira cultural de estruturar uma visão, uma compreensão. Os
cientistas não são indivíduos observando o mundo com base em nada; são
participantes de um universo cultural e lingüístico no qual inserem os seus projetos
individuais e coletivos. Do mesmo modo, a noção de observação completa
evidentemente não tem sentido algum, uma vez que observar é sempre selecionar,
estruturar e, portanto, abandonar o que não se utiliza. Nada é mais estranho à
observação científica do que uma observação completa; se perseguíssemos esse
objetivo jamais faríamos ciência, mas continuaríamos sempre a observar! Assim, as
proposições empíricas apenas relatam aquilo que se vê, e que seria a base
fundamental de todos os conhecimentos científicos; são, portanto, proposições em
parte teóricas.

16
EVIDÊNCIA

A verdade só resulta quando houver evidência. Evidência é a manifestação


clara, é transparência, é desocultamento da realidade. A respeito daquilo que se
manifesta do objeto, pode-se dizer uma verdade. Mas, como nem tudo se desvela de
um ente, não se pode falar arbitrariamente sobre o que não se desvelou. A
evidência, a sua manifestação é o critério da verdade.

CERTEZA

Estado de espírito que consiste na adesão firme a uma verdade. Este estado
de espírito se fundamenta na evidência, no desvelamento do ser.
Relacionando o trinômio, poder-se-ia dizer: havendo evidência, isto é, se o objeto se
revela ou se manifesta com suficiente clareza, pode-se afirmar com certeza, isto é,
sem temor de engano, uma verdade.

EVIDÊNCIA CERTEZA VERDADE

Quando não houver evidência ou suficiente manifestação do objeto, o sujeito


encontrar-se-á em outros estados de espírito: Ignorância; dúvida e opinião.

IGNORÂNCIA

É um estado puramente negativo, que consiste na ausência de todo o


conhecimento relativo a qualquer objeto por falta da revelação ou desvelamento. A
ignorância pode ser:

Vencível : quando pode ser superada;


Invencível: quando não pode ser superada;
Culpável: quando há obrigação de fazê-la desaparecer;
Desculpável: quando não há obrigação de fazê-la desaparecer.

DÚVIDA - É um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação.

OPINIÃO (DOXA)

É o estado de espírito que afirma com temor de se enganar. Já se afirma,


mas de tal maneira, que as razões em contrário não dão certeza. A opinião pode, às
vezes, assumir as características de probabilidade matemática. Esta pode ser
expressa sob a forma de fração, cujo denominador exprime o número de casos
possíveis e cujo numerador expressa o número de casos favoráveis. Por exemplo,
havendo numa caixa 6 bolas pretas e 4 brancas, a probabilidade de se extrair uma
bola branca será, matematicamente, 4/10.

Só haverá certeza quando o numerador for igual ao denominador.

A preocupação da ciência é chegar a verdades que possam ser


afirmadas com certeza.

17
3. O PROCESSO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O processo do conhecimento exige pleno envolvimento do pesquisador com


os assuntos a serem investigados. É necessário identificar as características básicas
dos fatos observados, buscando respostas para as seguintes perguntas: o que?
Quem? Quando? onde? Em que condições? Para que? e, finalmente, identificar
quais os quadros teóricos de referência que darão credibilidade científica ao estudo.

O método científico se concretiza nas diversas etapas ou passos de devem


ser dados para solucionar um problema. Esses passos são as técnicas ou
processos.
Os objetos de investigação determinam um tipo de método a ser empregado,
a saber: o experimental ou o racional. Um e outro empregam técnicas específicas
como também técnicas comuns a ambos.

Indicadores Conceitos relações


entre os
conceitos

Relações entre teorias e leis


dados

Dado Observações Fatos

Ponto de Partida

OBSERVAÇÃO

Observar é aplicar atentamente os sentidos a um objeto, para dele adquirir um


conhecimento claro e preciso. Sem a observação o estudo da realidade e de suas
leis reduzir-se-á à simples conjectura e adivinhação. Para o bom êxito da
observação exige-se certas condições:
1) Condições físicas – Bons instrumentos, porque os sentidos não bastam para
satisfazer o rigor da ciência. É preciso armar o observador de instrumentos:
Que lhe aumentem o alcance (microscópios, telescópios, etc.)
Que lhe aumentem a precisão (balanças, termômetros, etc.)
Que supram até certo ponto, os sentidos (chapas fotográficas, sensores, etc.)

2) Condições intelectuais – Curiosidade para se observar o que se vê e sagacidade


para saber discernir os fatos significativos.

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3) Condições morais – Paciência para não concluir antes do tempo. Coragem, que
sabe enfrentar o perigo para colher do fato, certos fenômenos raros ou decisivos.
Imparcialidade, o respeito escrupuloso e o amor apaixonado pela verdade.

Regras da observação

Deve ser atenta.


Deve ser exata e completa.
Deve ser precisa. Para isso é preciso conseguir valores numéricos a tudo
quanto no fenômeno observado é susceptível de medida quantitativa. Daí a
importância que assumem as medidas no método cientifico.
Deve ser sucessiva e metódica.

HIPOTESE

Em termos gerais, a hipótese consiste em supor conhecida a verdade ou


explicação que se busca. Em linguagem cientifica, a hipótese equivale à suposição
verossímil, depois comprovável ou denegável pelos fatos, os quais hão de decidir
sobre a verdade ou falsidade dos fatos que se pretende explicar. A hipótese é a
suposição de uma causa ou de uma lei destinada a explicar provisoriamente um
fenômeno até que os fatos a venham contradizer ou afirmar. Em outras palavras,
Hipótese ou teorias são assertivas estritamente universais, que se aplicam em
qualquer região espaço-temporal e que concerne a uma classe finita de elementos.

As hipóteses têm como função:


Orientar o pesquisador, dirigindo-o na direção da causa provável ou da lei
que se procura (função prática);
Coordenar e completar os resultados já obtidos, agrupando-os num conjunto
completo de fatos, a fim de facilitar a sua inteligibilidade e estudo (função
teórica).
Podemos obter hipótese ou por dedução de resultados já conhecidos ou pela
experiência. Neste caso, são indutivas.

EXPERIMENTAÇÃO

A experimentação consiste no conjunto de processos utilizados para verificar


as hipóteses. Difere da observação porque obedece a uma idéia diretriz.
A idéia geral que governa os processos de experimentação é a seguinte:
consistindo a hipótese, essencialmente, em estabelecer uma relação de causa e
efeito ou de antecedente e conseqüente entre dois fenômenos, trata-se de descobrir
se realmente B (suposto efeito ou conseqüente) varia cada vez que se faz variar A
(suposta causa ou antecedente) e se varia nas mesmas proporções. Em outros
termos, os processos de experimentação se fundamentam no determinismo: nas
mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos – ou
ainda as leis da natureza são fixas e constantes.

19
INDUÇÃO

É, antes de tudo, uma forma de raciocínio ou de argumentação na qual se


obtém verdades gerais a partir de verdades particulares. A conclusão está para as
premissas, como o todo está para as partes. Exemplo: Terra, Marte, Vênus,
Saturno, Netuno são todos planetas. Ora, Terra Marte, Vênus, Saturno, Netuno, etc.
não brilham com luz própria. Logo, os planetas não brilham com luz própria.
O argumento indutivo baseia-se na generalização de propriedades comuns a
certo número de casos, até agora observados, a todas as ocorrências de fatos
similares que se verificam no futuro. O grau de confirmação dos enunciados
induzidos depende das evidências ocorrentes.
Não é a repetição da experiência ou o grande número de observações que
conduzem à conclusão. Basicamente a repetição é uma simples verificação da
primeira prova e não condição necessária da indução.

Espécies de indução:
Indução formal (de Aristóteles) – é submetida unicamente às leis do
pensamento, tendo como ponto de partida todos os casos de uma espécie ou
de um gênero e apenas alguns. Por exemplo:

Os corpos A,B,C,D atraem o ferro;


Ora, os corpos A,B,C,D são todos imãs;
Logo, os imãs atraem ferro.

Neste tipo de indução, não há propriamente uma interferência, mas uma


simples substituição de uma coleção de termos particulares por um termo
equivalente. Esse processo é indutivo apenas na forma, visto que realmente
passa dele para ele mesmo. Por ser a soma das partes iguais ao todo. Esse
é o motivo porque a indução formal é pouco usada.
Indução científica (de Bacon) – é o raciocínio pelo qual se chega à conclusão
de alguns casos observados pela espécie que os compreende e a lei geral
que os rege. É o processo que generaliza a relação de causalidade
descoberta entre dois fenômenos e da relação causal que conclui a lei.
Exemplo:

Verifica-se certo número de vezes que o óxido de carbono paralisa os


glóbulos sanguíneos; desta observação infere-se que sempre, dadas as
mesmas condições, o óxido de carbono paralisará os glóbulos sanguíneos.
Esta indução é a alma das ciências experimentais.

O raciocínio indutivo pode ser expresso sob a forma de um silogismo em que


a princípio das leis é a premissa maior. Exemplo: as relações de causalidade são
constantes; ora, verificou-se uma relação causal entre calor e dilatação; logo, é
constante esta relação: sempre e em toda parte, o calor dilata os corpos.
Não é do número restrito dos fatos observados que se infere a generalidade e
a constância da relação, mas do princípio formulado na premissa maior,
assegurando que, sendo todas as relações da causalidade constantes, também o
será a que foi descoberta.

20
Em síntese, na indução, através da coleta de dados por observação
localizada espaço-temporalmente, seria possível chegar às generalizações,
hipóteses ou teorias.
Dada a seguinte constatação: Todos os homens nascem com menos de 50
cm de altura, um pesquisador indutivista teria chegado a esta conclusão
enumerando a altura dos homens recém nascidos.

Geral

Particular Particular
Indução Dedução

4. PROBLEMAS DO INDUTIVISMO

No raciocínio indutivo, as generalizações inferem que todos os elementos que


formam o conjunto de determinado fenômeno forma contados e observados; isto é
impossível.

Exemplo: O Sr. X é filho de artistas (esta proposição é verdadeira, indicando fato


observado)
A maioria dos filhos de artistas gosta de música (esta é uma regra geral
admitida como verdadeira)
Logo, o Sr. X gosta de música (proposição inferida)

Estamos diante de um caso cuja conclusão pode ser falsa, ainda que as premissas
sejam verdadeiras.

O caso das generalizações estatísticas – As generalizações estatísticas, fáceis de


encontrar na literatura científica, afirmam que uma determinada proporção entre 0%
e 100% das coisas que são A também é B. Por exemplo, 70% dos professores de
uma dada escola usam linguagem pedante; 50% deles são paulistas; 5% não
gostam de futebol. As generalizações estatísticas exprimem a freqüência relativa da
ocorrência de um fenômeno, contada como percentagem do total. Hoje a atitude dos
cientistas é de encarar as hipóteses estatísticas como normal, sendo exceção a
hipóteses universais, casos extremos em que a proporção atinge valores-limites zero
e cem.
Outro exemplo de generalização estatística que exprime a freqüência relativa
da ocorrência de um fenômeno, contada como porcentagem total.
Examinando uma população formada com 76 casais de artistas, constata-se
que 68 dos primogênitos apreciam musica. Pode-se dizer sobre os primogênitos que
68/76 dos filhos de artistas apreciam música, ou, de outra forma, que 89% dos filhos de
artistas gostam de música.
É comum organizar tabelas estatísticas com tais dados freqüências obtidas de
certas amostras de uma população, estudando alguns traços que tenham provocado
a nossa atenção. Enquanto exame de freqüências passadas, a atividade é

21
ideográfica: há uma descrição de acontecimentos já ocorridos, organização de
tabelas que condensam os resultados colhidos, indicando-se o que foi observado, a
unidade tomada como referencia, a propriedade estudada, etc.. O interesse desses
levantamentos estatísticos não se limita a dar uma idéia do que já ocorreu. O que
eles permitem ou visam, é uma extrapolação de caráter nomotético (regra ou lei).
Suponhamos que uma investigação tenha assentado que em cada 100 indivíduos
(de certa amostra), 73 são fumantes. O que se presume, então, é que a proporção
será mantida e se estende para o resto da população, estendendo-se como espécie
de lei que 73% dos indivíduos são fumantes. Tais leis ou regras gerais dão
fundamento às inferências do tipo que nos serviu de exemplo.

DEDUÇÃO

Dedução é a argumentação que torna explícitas verdades particulares


contidas em verdades universais. O ponto de partida é o antecedente, que afirma
uma verdade universal, e o ponto de chegada é o conseqüente, que afirma uma
verdade menos geral ou particular contida implicitamente no primeiro.
A técnica desta argumentação consiste em construir estruturas lógicas,
através do relacionamento entre antecedente e conseqüentes, entre hipótese e tese,
entre premissas e conclusão. O cerne da dedução é a relação lógica que se
estabelece entre proposições, dependendo o seu vigor do fato de a conclusão ser
sempre verdadeira, desde que as premissas também o sejam. Assim, admitindo-se
as premissas, deve-se admitira também a conclusão, isto porque toda a afirmação
ou conteúdo fatal da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.
O processo dedutivo, por um lado, leva o pesquisador do conhecido ao
desconhecido com pouca margem de erro, mas, por outro lado, é de alcance
limitado, pois a conclusão não pode possuir conteúdos que excedam o das
premissas.

Exemplo: se chove, a rua se molha;


choveu;
a rua está molhada.

Onde se aplica o raciocínio dedutivo?


Na matemática, o procedimento é dedutivo; na Geometria, os teoremas são
demonstrados a partir de axiomas e postulados. O método de demonstração é
deduzir os teoremas (conclusão) dos axiomas e postulados (premissas). O método
da dedução garante que os teoremas devem ser verdadeiros se são verdadeiros os
axiomas e postulados. Embora o conteúdo dos teoremas já esteja fixado nos
axiomas, esse conteúdo está longe de ser óbvio.
Isto é válido para os demais casos de dedução. Duas regras gerais são
apontadas quanto à validade das conclusões do processo dedutivo:
1) Da verdade do antecedente segue-se a verdade do conseqüente. Exemplo:
Todos os animais respiram. Ora o leão é um animal. Logo, o leão respira.
2) Da falsidade do antecedente pode seguir-se a falsidade ou a veracidade do
conseqüente. Por exemplo: Todos os animais são quadrúpedes. Ora, o cisne
é animal. Logo, o cisne é quadrúpede (conseqüente falso).
O raciocínio dedutivo pode ser expresso pelo silogismo (raciocínio formado de
três proposições, a terceira das quais é a conseqüência das outras duas
(premissas)) , que poderá ter forma:
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a. Categórica: todas as crianças têm pais. Ora, Gilberto é criança. Logo,
Gilberto tem pais.
b. Hipotética: se Henrique estuda, passará nos exames. Ora, Henrique
estuda. Logo, passará nos exames.
No raciocínio dedutivo a conclusão (conseqüente) está contida nas premissas
(antecedentes), como a parte no todo.

Análise e Síntese

René Descartes, procurando traçar normas gerais e indispensáveis a qualquer


trabalho científico, formulou quatro regras:
1. Nunca aceitar como verdadeira qualquer coisa, sem conhecê-la como tal.
Evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção (É a evidência como
critério da verdade).
2. Dividir cada uma das dificuldades a abordar, no maior número possível de
parcelas que forem necessárias, para melhor resolvê-las (É a análise).
3. Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples
e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até ao
conhecimento dos mais complexos (É a síntese).
4. Fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que dêem
certeza de nada omitirem (É a condição comum e a garantia da análise e
síntese).

A análise é a decomposição de um todo em suas partes. A síntese é a


reconstituição do todo decomposto pela análise. De outra forma, a análise é o
processo que parte do mais complexo para o menos complexo e a síntese parte do
mais simples para o menos simples.

A análise e a síntese são necessárias. Qual a razão?

O grande obstáculo que é preciso vencer nas ciências é, por um lado, a


complexidade dos objetos e, por outro, a limitação da inteligência humana. A
inteligência não é capaz de tirar da complexidade de idéias, de seres e de fatos,
relações de causa e efeito e as relações entre princípio e conseqüência. Por isso, há
necessidade de se analisar e dividir as dificuldades para melhor resolvê-las.

Sem a análise, todo o conhecimento é confuso e superficial; sem a síntese, é


fatalmente incompleto.

O conhecimento de um objeto não se limita ao conhecimento minucioso de suas


diversas partes. Quer ainda aprender o lugar que tem no conjunto e a respectiva
parte que toma na ação global. Por isso, a análise deve seguir-se a síntese.

Espécies de análise e síntese:

1. Análise e síntese experimentais.


Operam sobre fatos ou seres concretos, sejam materiais ou imateriais. A
análise e a síntese experimentais constituem o cerne de toda a experiência científica
na pesquisa de laboratório.

23
Conforme o objeto, são feitas por um dos seguintes modos:

a. Por meio da separação real e, quando possível, por meio da reunião


das partes nos objetos materiais. São empregadas nas ciências da
natureza. Assim, por meio da pilha, o químico decompõe a água em
hidrogênio e oxigênio e a compõe, no eudiômetro, combinando
determinados volumes destes gases; o anatomista decompõe um ser
vivo em aparelhos, os aparelhos em órgãos, os órgãos em tecidos, os
tecidos em células; o fisiologista, seguindo em sentido inverso,
determina a função de cada orgânulo elementar, de cada órgão, de
cada aparelho e, finalmente, da máquina viva completa e, por meio
dela, procura saber como se compõem as ações dos diversos
elementos diferenciados pela análise anatômica.
Nas ciências naturais a análise não pode ser seguida de uma síntese
real e efetiva. Supre-se esta deficiência: (i) ou através de um estudo
mais atento dos pontos de união, por exemplo, as apófises dos ossos,
os pontos e inserção dos músculos e tendões, a fim de reconstituir
mentalmente o organismo que foi analisado; (ii) ou observando-se com
cuidado, no ser vivo, o funcionamento dos diferentes órgãos e
aparelhos e as suas relações, ora com outros instrumentos, ora em
relação com todo o organismo, tanto no estado normal, como nas
estados patológicos, naturais ou provocados.

b. Por divisão e reconstituição mentais que são os únicos modos


possíveis de estudarmos a natureza da alma e os fenômenos supra-
sensíveis. Pela análise, separamos mentalmente, por exemplo, as
diversas faculdades da alma em inteligência, vontade, memória,
imaginação, etc.. Pela síntese, fazemos a reconstituição mentalmente.
É muito empregada nas ciências humanas, principalmente na
psicologia.

2. Análise e síntese racionais.

Operam não mais sobre seres e fatos, mas sobre idéias e verdades mais ou
menos gerais.
A análise racional faz-se por meio da resolução. Consiste essencialmente em
reduzir o problema proposto a outro simples, já resolvido.

A síntese racional parte de um princípio geral mais simples e evidente e dele


deduz, por via de conseqüência, a solução desejada.
Há dois modos diferentes, portanto, de se resolver o mesmo problema.
Resolver um problema é estabelecer a relação que liga a questão proposta a
algum princípio geral evidente. Para obter este resultado, apresentam-se dois
caminhos:
Partir da solução do problema, supondo-o resolvido, e remontar por
transformações e simplificações sucessivas, até o princípio de que é uma
aplicação particular. Sobe-se da conseqüência até o principio, isto é, do
mais complexo ao mais simples: é a análise;

24
Partir do princípio e descer de conseqüência em conseqüência até a
solução do problema, isto é, do mais simples ao mais complexo: é a
síntese.

Esquematicamente:
1. Causa – princípio – idéia mais geral (= menos complexa) – espécie
– gênero;
2. Efeito – conseqüências – idéia menos geral (= mais complexa) –
indivíduo – espécie.
Obs. ir do 1 ao 2 é síntese; ir do 2 ao 1 é análise.

Análise e síntese racionais só podem ser feitas mentalmente.


Empregam-se, principalmente, na filosofia e também na matemática.
Análise é uma espécie de indução: em ambos os casos, parte-se do
particular, do complexo para o princípio geral e mais simples.
A síntese é uma espécie de dedução: vai-se do mais simples ao mais
complexo.

Para que tenham valor científico, devem ser observadas as seguintes regras:
Solicita-se que a análise penetre, o quanto possível, até os elementos
simples e irredutíveis e que a síntese parta dos elementos separados
pela análise, sem omitir nenhum, para reconstruir o composto total;
A análise e a síntese devem proceder gradualmente e sem omitir
intermediários. A lei manda nada omitir na análise, a fim de que nada
tenha que ser suposto na síntese, visto que a síntese só vale quanto à
análise, e toda a omissão desta se traduz necessariamente, por
alguma lacuna, naquela;
Nas ciências da natureza, a análise e sempre preceder a síntese.

5. TEORIA

O emprego usual do termo teoria opõe-se ao da prática. Nesse sentido, a


teoria refere-se ao conhecimento (= saber, conhecer) em oposição à prática como
ação (= agir, fazer).

Aqui, entretanto, o termo teoria é empregado para significar um resultado a


que tendem as ciências. Estas não se contentam apenas com a formulação das leis.
Ao contrário, determinadas leis, procuram interpretá-las ou explicá-las.

Assim, surgem as chamadas teorias científicas, que reúnem determinado


numero de leis particulares sob a forma de uma lei superior e mais universal, isto é,
um conjunto de leis particulares, mais ou menos certas, ligada por uma
explicação comum, toma o nome de sistema ou teoria, por exemplo o sistema de
Laplace, a teoria da evolução....

A teoria é, na verdade, segundo o sentido primário do vocábulo,


“contemplação”, sendo então a teoria definida como uma visão inteligível ou uma
contemplação racional.

25
Atualmente, teoria designa uma construção intelectual que aparece como
resultado do trabalho filosófico ou científico (ou ambos). A teoria não pode ser
reduzida, como alguns pretendem, à hipótese, mas é certo que as hipóteses –
enquanto supostos fundamentais – não podem fiar excluídas da construção
teorética.

A teoria se distingue da hipótese, porquanto esta é verificável


experimentalmente, enquanto aquela não. Todas as proposições da teoria se
integram no mundo do discurso (conhecimento), enquanto a hipótese comprova a
sua validade, submetendo-se ao teste da experiência.

A teoria é interpretativa, enquanto a hipótese resulta em explicação através


de leis naturais.

A teoria formula necessariamente hipóteses, ao passo que estas subsistem


independentemente dos enunciados teoréticos.

Função das teorias:

Coordenam e unificam o saber científico;


São instrumentos preciosos do sábio, sugerindo-lhe analogias até então
ignoradas e possibilitando-lhe, assim, novas descobertas;

Valor das teorias:

Até meados do século XIX, os cientistas, de um modo geral, admitiam que as


teorias não só explicavam os fatos, mas ainda eram umas apreensões da
própria natureza ontológica (última) da realidade.
A partir de meados do século XIX para cá, os cientistas restringiram o valor
explicativo da teoria:
1. As teorias apenas orientam com economia de pensamento.
2. As teorias não são verdadeiras nem falsas, são cômodas.
3. As teorias servem apenas para classificar os fatos e as leis.

Segundo o realismo moderado, as teorias científicas são explicativas, isto é,


expressam a essência da natureza sensível, visto que toda a ciência tem por objeto
o que as coisas são ou suas essências. Contudo, não expressam a essência nela
mesma e sim em seus sinais observáveis e experimentais.

6. ESTATÍSTICA: CONCEITOS ELEMENTARES

O que são VARIÁVEIS?

VARIÁVEIS são coisas que medimos, controlamos ou manipulamos em


pesquisa. Elas diferem em muitos aspectos, mais notavelmente no papel que elas
desempenham na pesquisa e o tipo de medidas que podem ser aplicadas a elas.

PESQUISA CORRELACIONAL X PESQUISA EXPERIMENTAL

26
A maioria das pesquisas empíricas pertence claramente a uma das duas categorias.

Na pesquisa correlacional nós não (ou pelo menos tentamos) influenciamos qualquer
variável, unicamente as medimos e buscamos as relações (correlações) entre os
conjuntos de variáveis, tais como pressão sanguínea e nível de colesterol.

Na pesquisa experimental, nós manipulamos algumas variáveis e medimos o efeito


desta manipulação sobre outras variáveis; por exemplo, um pesquisador pode
aumentar artificialmente a pressão sanguínea e então anotar os níveis de colesterol.
Os dados numa pesquisa experimental também podem passar por cálculos de
“correlação” entre variáveis, especialmente aqueles manipulados e aqueles afetados
pela manipulação. Entretanto, dados experimentais potencialmente podem ofertar
melhores informações qualitativas. Por exemplo, se encontramos que sempre que
mudamos a variável A então mudamos a variável B, podemos concluir que A
influencia B. Dados da pesquisa correlacional podem unicamente ser interpretado
em termos casuais baseados em algumas teorias que temos, mas dados
correlacionam não podem prover conclusivamente causalidades.

VARIÁVEIS DEPENDENTES X INDEPENDENTES

Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto que as


variáveis dependentes são unicamente medidas ou registradas. Esta distinção
aparenta ser terminologicamente confusa porque, como alguns dizem, “todas as
variáveis dependem de algo”. Entretanto, uma vez que acostumamos a essa
distinção, ela torna-se indispensável. Os termos variáveis dependentes e
independentes geralmente se aplicam à pesquisa experimental onde algumas
variáveis são manipuladas, e neste senso elas são independentes do padrão inicial
de reação, características, intenções, etc. dos assuntos. Algumas outras variáveis
são esperadas serem dependentes da manipulação ou condições experimentais.
Quer dizer, elas dependem do o assunto dará como resposta.

ESCALAS DE MEDIDAS

Variáveis diferem no quanto elas pode ser medidas, ou seja, em quão


mensurável é a informação na sua escala de medida. Há obviamente algum grau de
erro de medida envolvido em cada tomada de medidas, o qual determina a
quantidade de informação que poderemos obter. Outro fator que determina
quantidade de informação que pode ser provida por uma variável é o seu tipo de
escala de medida.
Especificamente, as variáveis podem ser classificadas em:

Nominais
Ordinais
Intervalo
Relação

NOMINAL

Permite somente classificação quantitativa. Isto é, elas podem ser medidas


unicamente em termos de se os itens individuais pertencem a alguma categoria

27
distintivamente diferente, mas não podemos quantificar ou mesmo ordenar aquelas
categorias. Por exemplo, tudo o que podemos dizer é que 2 indivíduos são
diferentes em termos da variável A (são de diferentes raças), mas não podemos
dizer qual tem mais da qualidade representada pela variável. Exemplos típicos de
variáveis nominais são: gênero, raça, cor, cidade, etc.

ORDINAL

Permite ordenar os itens que medimos em termos de quais têm menos e


quais têm mais da qualidade representada pela variável, mas ainda não permite
dizer “quanto mais”. Um exemplo típico de uma variável ordinal é o status sócio-
econômico das famílias. Por exemplo, sabemos que classe médio-alta é mais alta do
que a média, mas não sabemos dizer se ela é, por exemplo, 18% mais alta.
Também esta distinção entre escalas nominal, ordinal e intervalo representa um bom
exemplo de uma variável ordinal. Podemos dizer que medidas nominais provêm
menos informação do que medidas ordinais, mas não podemos dizer o quanto
menos.

INTERVALO

Permite não unicamente ordenar os itens que são medidos, mas também
quantificar e comparar os tamanhos das diferenças entre eles. Por exemplo,
temperatura, quando medida em grau Fahrenheit ou Celsius, constituem uma escala
de intervalos. Podemos dizer que a temperatura de 40 graus é mais alta do que a
temperatura de 30 graus, e que um aumento de 20 para 40 graus é duas vezes
maior do que um aumento de 30 para 40 graus.

RELAÇÃO

Variáveis de RELAÇÃO são muito similares às variáveis de INTERVALO; em


adição a todas as propriedades das variáveis de intervalo, elas se caracterizam por
um identificável ponto zero absoluto, assim elas permitem afirmativas tais como X é
duas vezes mais que Y. Exemplos típicos de escalas de relação são medidas de
tempo ou espaço. A escala de temperatura Kelvin é uma escala de relação, não
unicamente podemos dizer que a temperatura de 200 graus é maior que a de 100
graus, nós podemos corretamente estabelecer que é duas vezes maior. Escalas de
intervalo não têm a propriedade da relação. A maioria dos procedimentos em
análises estatísticas não distingue entre as propriedades do intervalo e da relação
das escalas de medidas.

RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS

Indiferentemente dos seus tipos, duas ou mais variáveis estão relacionadas


em uma amostra de observações, os valores dessas variáveis estão distribuídos em
uma maneira consistente. Em outras palavras, variáveis estão relacionadas se seus
valores correspondem sistematicamente a cada uma das observações. Por exemplo,

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QI está relacionado ao número de erros em um teste, se pessoas com alto QI fazem
poucos erros.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS

As duas propriedades mais elementares das relações entre as variáveis são as


relações de magnitude (tamanho) e confiança (veracidade).
a. Magnitude (tamanho) é muito fácil de compreender e medir do que a
confiança. Por exemplo, se todos os homens em nossa amostra têm mais alta
concentração de testosterona do que as mulheres na mesma amostra podem
dizer que a magnitude da relação entre as duas variáveis (gênero e
testosterona) é muito alta em nossa amostra.
b. Confiança de uma relação é um conceito muito menos intuitivo, mas ainda
extremamente importante. Pertence à representatividade dos resultados
encontrados em nossa amostra específica de uma população inteira. Em
outras palavras, é dizer quão provável é que uma relação similar seria
encontrada se o experimento fosse replicado em outras amostras retiradas da
mesma população.

SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA

A significância estatística (p-value) de um resultado é a probabilidade de que


as relações observadas (entre as variáveis) ou a diferença em uma amostra ocorreu
por puro acaso, e que a população da qual a amostra foi retirada, nenhuma relação
ou diferença existe. Em termos menos técnicos, pode-se dizer que a significância
estatística de um resultado diz-nos algo sobre o grau de veracidade do resultado (no
senso de ser representativo da população). Mais tecnicamente, o p-value significa
um índice decrescente da confiança de um resultado. Quanto mais alto o p-value,
menos podemos crer que as relações observadas entre as variáveis na amostra é
um confiável indicador da relação entre as variáveis respectivas na população.
Especificamente, o p-value representa a probabilidade de erro que está envolvido
em aceitar nosso resultado observado como válido, o qual é como representativo da
população.
Por exemplo, um p-value de 05 (i.e. 1/20) indica que há 5% de probabilidade
que a relação entre as variáveis encontradas em nossa amostra seja uma
coincidência. Em outras palavras, assumindo que na população não havia relação
entre aquelas variáveis quaisquer, e estamos repetindo experimentos como os
nossos uns após o outro, poderíamos esperar que aproximadamente em cada 20
replicações do experimento haveria uma na qual as relações entre as variáveis
poderiam ser iguais ou mais fortes.
Em muitas áreas de pesquisa, o p-value de 05 é costumeiramente
considerado como o limite aceitável de nível de erro.

AMOSTRAS ESTATÍSTICAS

INTRODUÇÃO

O que se entende por configuração da população?

29
Os dados são, freqüentemente, obtidos de um conjunto maior, cujas
características queremos conhecer. Por exemplo, um médico pode coletar amostras
de sangue de alguns diabéticos, para saber como varia a taxa de glicose no sangue
de todos os diabéticos. Um dentista pode estudar radiografias de alguns pacientes,
para saber como variam as medidas cefalométricas de todos os pacientes com as
mesmas características.

Esses dois exemplos bastam para introduzir duas definições, a de população


e a de amostra.

POPULAÇÃO

É o conjunto de elementos sobre o qual queremos obter a informação.

AMOSTRA

É todo subconjunto de elementos retirados da população para obter a


informação desejada.
A distinção entre população e amostra é fundamental, porque a inferência
estatística é feita para toda a população, com base em dados de amostra. Evidente,
também é fundamental saber de que população a amostra proveio, isto é, saber a
configuração da população.

ATENÇÃO!!
Antes de obter a amostra, é preciso definir exatamente a população de onde
será retirada a amostra, ou seja, é preciso dar a configuração da população.

Quais as técnicas de seleção de amostra?

Configurada a população, é preciso estabelecer o critério para selecionar os


elementos que irão constituir a amostra. É essencial que esses elementos não sejam
selecionados para pertencer à amostra em razão de alguma característica
específica.

Exemplo: Para estimar o tempo médio de corrida de recrutas em 100m livres,


um sargento pediu que, de 60 recrutas, 5 se apresentassem como voluntários. Será
que o sargento obteve uma boa amostra?
É razoável considerar que cinco recrutas, que se saibam bons corredores,
apresentaram-se como voluntários. Se for o caso, a amostra é tendenciosa porque
foram amostrados recrutas que “puxavam” a média para cima.

AMOSTRA CASUAL SIMPLES

Para ter a garantia de que os elementos que irão constituir a amostra não
estão sendo escolhidos por alguma das suas características, faz-se uma seleção ao
acaso. O fato de um elemento pertencer ou não à amostra fica sendo, então, obra
do acaso. Todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de serem
amostrados.

30
Exemplo: Se um sargento quer tomar uma amostra casual de cinco recrutas
de 60, deve escrever os nomes dos recrutas em pedaços de papel, misturar bem e
tirar cinco. Cada recruta terá, então, a probabilidade de 5/60 ou 1/12 de ser
escolhido para pertencer à amostra.

TABELA DE NÚMEROS ALEATÓRIOS

As amostras sistemáticas são bastante indicadas em certas situações. Por


exemplo, para verificar a qualidade de um serviço de saúde, pode ser levantada uma
amostra sistemática dos pacientes já atendidos. Assim, de cada 20 fichas clínicas,
tomam-se a vigésima. Esse paciente será chamado para uma entrevista.

AMOSTRA ESTRATIFICADA

Às vezes, é preciso subdividir a população em estratos como idade e sexo,


antes de retirar a amostra. Só depois de a população estar subdividida em estratos é
que se tiram as amostras dentro de cada estrato. Essa seria uma amostra
estratificada. Quando os valores da variável estudada são diferentes nos diversos
estratos, a estratificação aumenta a precisão da pesquisa.
Exemplo: Um pediatra quer estudar as curvas de crescimento de peso
corporal e estatura de crianças, desde o nascimento até um ano de idade. Como
deve estratificar a amostra?
Parece razoável fazer curvas de crescimento para cada sexo, cada etnia e,
pelo menos, três níveis sócio-econômicos. Então, o pediatra deve tomar amostras da
população de crianças, considerando os seguintes estratos: idade em meses, sexo,
etnia e nível sócio-econômico.

7. PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Preparação da pesquisa

Decisão
Especificação dos objetivos
Elaboração de um esquema de trabalho
Constituição da equipe de trabalho
Levantamento de recursos e cronograma

Decisão: momento em que o pesquisador toma a decisão de realizá-la, no interesse


próprio, de alguém ou de alguma entidade.

Especificação de objetivos: Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para


saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Respondem às perguntas:
Por quê? Para quê? Para quem?

Elaboração de um esquema: deve-se pensar na elaboração de um esquema que


poderá ser ou não modificado e que facilite a sua viabilidade. O esquema auxilia o

31
pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva, imprimindo uma ordem
lógica do trabalho.

Constituição da equipe de trabalho: engloba recrutamento e treinamento de


pessoas, distribuição das tarefas ou funções, indicação de locais de trabalho e todo
o equipamento necessário ao pesquisador. A pesquisa pode ser realizada apenas
por uma pessoa. Responde a pergunta: Quem?

Levantamento de recursos e cronograma: quando a pesquisa é solicitada por


alguém ou por alguma entidade, que vai patrociná-la, o pesquisador deverá fazer
uma previsão de gastos a serem feitos durante a mesma, especificando cada um
deles.

Um orçamento aproximado do montante de recursos necessários. Assim como um


cronograma para executar a pesquisa em suas diferentes etapas.

Responde às perguntas: Quanto? Quando?

Fases da Pesquisa
Escolha do tema
Levantamento de dados
Formulação do problema
Construção de hipóteses
Indicação de variáveis
Delimitação da pesquisa
Amostragem
Seleção de métodos e técnicas
Organização do instrumental de pesquisa
Teste de instrumentos e procedimentos
Escolha do tema: tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. Deve ter
significância e ser adequado ao interesse e ao nível de formação e às condições do
pesquisador.

Responde à pergunta: O que será explorado?

Levantamento de dados: podem ser utilizados três procedimentos: pesquisa


documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos.

A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já


realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e
relevantes relacionadas com o tema.

A investigação preliminar estudos exploratórios deve ser realizada através de dois


- -

aspectos: documentos e contatos diretos. Os principais tipos de documentos são:


Fontes primárias: dados históricos, bibliográficos e estatísticos; informações,
pesquisas e material cartográfico; arquivos oficiais e particulares; etc.

32
Fontes secundárias: imprensa em geral e obras literárias.Os contatos diretos,
pesquisa de campo ou de laboratório são realizados com pessoas que podem
fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de informações úteis.

Formulação do problema: Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no


conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar
uma solução.

Definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na


formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade.

A caracterização do problema define e identifica o assunto em estudo, ou seja, um


problema muito abrangente toma a pesquisa mais complexa; quando bem
delimitado, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigação.

Construção de hipóteses: Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de


verificar a validade de resposta existente para um problema. E uma suposição que
antecede a constatação dos fatos e em como característica uma formulação
provisória. Praticamente não há regras para formulação de hipóteses de trabalho de
pesquisa científica, mas é necessário que haja embasamento teórico e que seja
formulada de tal maneira que posa servir de guia na tarefa da investigação.

Indicação de variáveis: ao se colocar o problema e a hipótese, deve ser feita


também a indicação das variáveis dependentes e independentes. Todas as
variáveis, que podem interferir ou afetar o objeto em estudo, devem ser não só
levantadas em consideração, mas, também devidamente controladas, para impedir
comprometimento ou risco de invalidar a pesquisa.

Delimitação da pesquisa: delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a


investigação.

Pode ser limitada em relação:

ao assunto - selecionado um tópico, a fim de impedir que se tome ou muito


extenso ou muito complexo;

à extensão - porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato
se desenrola;

a uma série de fatores - meios humanos, econômicos e de exigüidade de


prazo - que podem restringir o seu campo de ação.

Nem sempre há possibilidade de pesquisar todos os indivíduos do grupo ou da


comunidade que se deseja estudar, devido à escassez de recursos ou à premência
do tempo. Nesse caso, utiliza-se o método da amostragem, que consiste em obter
um juízo sobre o total (universo), mediante a compilação e exame de apenas uma
parte, a amostra, selecionada por procedimentos científicos.

33
Amostragem: é uma parcela convenientemente selecionada do universo
(população), é um subconjunto do universo.

Seleção do Método e Técnicas: podem ser selecionados desde a proposição do


problema, da formulação das hipóteses e da delimitação do universo ou da amostra.

Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se ao problema a ser


estudado, às hipóteses levantadas e que queira confirmar, ao tipo de informantes
com que se vai entrar em contato.

Em geral, nunca se utiliza apenas um único método ou uma técnica, e nem somente
aqueles que se conhece, ,mas todo os que forem necessários ou apropriados para
determinado caso.

Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados


concomitantemente.

Organização do instrumental de pesquisa

As obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de


orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros de entrevistas,
escalas de opinião ou atitudes e outros aspectos, além de dar indicações sobre
tempo e o material necessário à realização de uma pesquisa.

Dois aspectos devem ser apontados:

Organização do material para investigação, anteriormente referido.

Organização do material de investigação, que seria o arquivamento de


idéias, reflexões e fatos que o investigador vem acumulando no
transcurso de sua vida.

Teste de Instrumentos e Procedimentos

Elaborados os instrumentos de pesquisa, o procedimento mais utilizado para


averiguar a sua validade é o teste-preliminar ou pré-teste. Consiste em testar os
instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do “universo” ou
da amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa
chegue a um resultado falso. Seu objetivo, portanto, é verificar até que ponto esses
instrumentos têm, realmente, condições de garantir resultados isentos de erros.

Nem sempre é possível prever todas as dificuldades e problemas decorrentes de


uma pesquisa que envolva coleta de dados. Questionários podem não funcionar; as
perguntas serem subjetivas, mal formuladas, ambíguas, de linguagem inacessível;
reagirem os respondentes ou se mostrarem equívocos; a amostra ser inviável
(grande ou demorada demais) Assim a aplicação do pré-teste poderá evitar
possíveis erros permitindo a reformulação da falha no questionário definitivo.

34
Execução da Pesquisa

Coleta de dados
Elaboração dos dados
Análise e interpretação dos dados
Representação dos dados
Conclusões

Coleta de Dados: fase da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos


elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados
previstos. São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, que
variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. As técnicas
de pesquisa são:

Coleta Documental.
Observação
Entrevista
Questionário
Formulário
Medidas e Opinião e de Atitudes
Técnicas Mercadológicas
Testes
Sociometria
Análise de conteúdo
História da Vida

Elaboração dos Dados: após a coleta dos dados, eles serão elaborados e
classificados de forma sistemática. Alguns passos deverão ser seguidos: seleção,
codificação, tabulação.

Seleção: é o exame minucioso dos dado. De posse do material coletado, o


pesquisador deve submetê-lo a uma verificação crítica, a fim de detectar falhas ou
erros, evitando informações confusas, distorcidas, incompletas, que podem
prejudicar o resultado da pesquisa. A seleção cuidadosa pode apontar tanto o
excesso como a falta de informações. Voltar ao campo para reaplicação do
instrumento de observação pode sanar esta falha.

Codificação: é a técnica operacional para categorizar os dados que se relacionam. E


transformar o que é qualitativo em quantitativo, para facilitar não só a tabulação dos
dados, mas também sua comunicação. Exige certos critérios ou normas por parte do
codificador, que poderá ser ou não o próprio pesquisador.

Tabulação: E a disposição dos dados em tabelas, possibilitando maior verificação


das inter-relações entre eles. E uma parte do processo técnico de análise estatística,
que permite sintetizar os dados de observação.

Análise e Interpretação dos Dados: uma vez manipulados os dados e obtidos os


resultados, o passo seguinte é a análise e interpretação dos mesmos, constituindo-
se ambas no núcleo central da pesquisa. Análise e interpretação são duas
atividades distintas, mas estreitamente relacionadas.

35
Análise (ou explicação) é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o
fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser estabelecidas em
função de suas propriedades relacionais de causa-feito, produtor-produto, de
correlações, de análise de conteúdo etc. O pesquisador entra em maiores detalhes
sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir respostas às
suas indagações, e procura estabelecer as relações necessárias entre os dados
obtidos e as hipóteses formuladas. Estas são comprovadas ou refutadas, mediante a
análise.

Interpretação: é atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às


respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Significa a exposição do
verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos
e ao tema.

Representação dos Dados: Tabelas, Quadros e Gráficos.

Tabelas ou Quadros: são bons para auxiliar na apresentação dos dados, uma vez
que facilita, aos leitos, a compreensão e interpretação rápida da massa de dados,
podendo apenas com uma olhada apreender importantes detalhes e relações.

Tabelas: são construídas, utilizando-se dados obtidos pelo próprio pesquisador em


números absolutos e/ou percentuais.

Quadro: é elaborado tendo como base dados secundários, isto é, obtidos de fontes
como IBGE e outros (livros, revistas, etc.) Desta forma, necessitam indicação da
fonte.

Gráficos: são figuras que servem para a representação dos dados. São inúmeros os
tipos de gráficos (linear, de barras ou colunas, diagramas, etc).

Conclusões: última fase do planejamento e organização do projeto de pesquisa,


que explica os resultados formais, considerados relevantes. Conclusões devem estar
vinculadas à hipótese de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou refugado.
Em termos formais, é uma exposição sobre o que foi investigado analisado,
interpretado; é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais
resultados obtidos, explicados com precisão e clareza.Ao se redigirem as
conclusões, os problemas que ficaram sem solução serão apontados, a fim de que
no futuro possam ser estudados pelo próprio autor ou por outros.
A introdução e a conclusão de qualquer trabalho científico, via de regra, são as
últimas partes a serem redigidas.

Relatório: exposição geral da pesquisa, desde o planejamento às conclusões,


incluindo os processos metodológicos empregados. Deve ter como base a lógica, a
imaginação e a precisão a ser expresso em linguagem simples, claro, objetiva,
concisa e coerente.

1. Técnicas de Pesquisa
Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou
arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática.

1.1. DOCUMENTAÇÃO INDIRETA

36
1.2 DOCUMENTAÇÃO DIRETA

1.3 OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA

1.4 OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA

1.1 Documentação Indireta

Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que


sejam os métodos ou técnicas empregadas. O levantamento de dados, primeiro
passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa
documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (ou de fontes
secundárias).

1.1.1 Pesquisa Documental - a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,


escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem
ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorreu, ou depois.

1.1.1.1 Fontes de Documentos

a) Arquivos Públicos: municipais, estaduais ou nacionais.

Ex: Documentos oficiais: leis, ofícios, anuários, etc.

Publicações parlamentares: atas, debates, projetos de lei, etc.

Documentos jurídicos: registros de nascimentos, casamentos; escrituras de


compra e venda, hipotecas; testamentos, etc.

b) Arquivos Particulares:

Ex: Domicílios particulares: correspondência, diários, autobiografias, etc.


Instituições de ordem privada: bancos, empresas, escolas, igrejas, etc.
Instituições públicas: delegacias; voltadas ao trabalho de trânsito, saúde; no
setor de alistamento militar, atividade eleitoral, etc.

c) Fontes Estatísticas: A coleta e elaboração de dados estatísticos, inclusive


censitários, estão a cargo de vários órgãos particulares e oficiais (IBGE, IBOP)
Instituto Gallup, etc. As fontes estatísticas abrangem os mais variados aspectos das
atividades de uma sociedade, incluindo as manifestações patológicas e os
problemas sociais.

1.1.1.2 Tipos de Documentos

a) Escritos

b) Outros:

37
Iconografia: documentação por imagens (gravuras, desenhos, pinturas.

Fotografia: mesma fmalidade da iconografia, porém referem-se a um passado


menos distante.

Objetos: permitem verificar-nível de evolução (telefones, televisores); o


sentido da evolução (do cachimbo e óculos até aviões e robôs).

Canções folclóricas (traduzem os sentimentos e valores de determinada


sociedade, em dado contexto)

Vestuário (dependendo da sociedade, não constitui apenas um símbolo de


status, mas também de momentos sociais);

1.1.2 Pesquisa Bibliográfica - ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já


tomada publica em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, etc até meios de
comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisual. Sua finalidade
é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto.

1.1.2.1 Tipos e Fontes Bibliográficas

a) Imprensa escrita - jornais, revistas;


b) Meios audiovisuais - rádio, filmes, televisão;
e) Material cartográfico - mapa com divisão política e administrativa, mapa
hidrográfico, mapa de rede de comunicação.
d) Publicações - livros, teses, pesquisas.

1.2 Documentação Direta

A documentação direta constitui-se, no levantamento de dados no próprio


local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos através da
pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório.

1.2.1 Pesquisa de Campo - Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como


ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de
variáveis que se presumem relevantes, para analisá-los.

1.2.1.1 Tipos de Pesquisa de Campo

a) Quantitativo-Descritivos - consistem em investigação de pesquisa empírica cuja


principal fmalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou
fenômenos, a avaliação de programas, ou isolamento de variáveis principais ou
chave. Utilizam várias técnicas como entrevistas, questionários, formulários etc. e
empregam procedimentos de amostragem.

b) Exploratórios - são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a


formulação de questões ou de um problema, com tripla fmalidade: desenvolver
hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente fato ou

38
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e
clarificar conceitos.

e) Experimentais - consistem em investigações de pesquisa empírica cujo objetivo


principal é o teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causa-efeito.
Todos estudos desse tipo utilizam projetos experimentais que incluem seguintes
fatores: grupos de controle, seleção da amostra por técnica probabilística e
manipulação das vaiáveis independentes com o objetivo de controlar ao máximo os
fatores pertinentes.

1.2.2 Pesquisa de Laboratório - Descreve e analisa o que será ou ocorrerá em


situações controladas. Exige instrumentais específicos, precisos, e ambientes
adequados. O objetivo da pesquisa de laboratório depende daquilo que se propôs
alcançar; deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência
ou ramo de estudo. Nesta pesquisa, as experiências são efetuadas em recintos
fechados (casas, laboratórios, salas) ou ar livre; em ambientes reais ou artificiais, de
acordo com o ramo da ciência que está realizando-as.

1.3 Observação Direta Intensa

É realizada através de duas técnicas: observação e entrevista.

1.3.1 Observação - é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e


utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que
se desejam estudar.

1.3.2 Entrevista - é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas
obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional. E um procedimento utilizado na investigação
social, para coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou tratamento de um
problema social.

1.3.2.1 Tipos de entrevistas:

a) Padronizada ou Estruturada - o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido, as perguntas são pré-determinadas.

b) Despadronizada ou não-estruturada - o entrevistador tem liberdade para


desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada.

c) Painel - Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas


pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas
devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as
respostas com essas repetições.

1.4 Observação Direta Extensiva

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Realiza-se através de questionário, do formulário, de medidas de opinião e de
técnicas mercadológicas.

1.4.1 Questionário – É instrumento de coleta de dados, constituído por umas séries


ordenadas de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
do entrevistador. Em geral é usado correio, e-mail, ou um portador. Junto com o
questionário deve-se enviar uma nota ou uma carta explicando a natureza da
pesquisa e a sua importância.

1.4.2 Formulário -É um dos instrumentos essenciais para investigação social, cujo


sistema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do
entrevistador, O que caracteriza o formulário é o contato face a face entre
pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador,
no momento da entrevista.

8. PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA

8.1 ESTRUTURA DO PROJETO

A) Apresentação (quem?)

a) Capa

entidade

título (e subtítulo, se houver)

coordenador(es)

local e data

b) Relação do Pessoal Técnico

entidade (nome, endereço, telefone)

coordenador(es) (nome, endereço, telefone)

pessoal técnico (cargo, nome, endereço, telefone)

B) Objetivo (para quê? para quem?)

a) Tema

b) Delimitação do Tema

o especificação

o limitação geográfica e temporal

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c) Objetivo Geral

d) Objetivos Específicos

C) Justificativa (por quê?)

D) Objeto (o quê?)

a) Problema

b) Hipótese Básica

c) Hipóteses Secundárias

d) Variáveis

E)Metodologia (como? com quê? onde? quanto?)

a) Método de Abordagem

b) Método de Procedimento

e) Técnicas

o descrição

o como será aplicado

o codificação e tabulação

d) Delimitação do Universo (descrição da população)

e) Tipo de Amostragem

o caracterização

o seleção

F) Embasamento Teórico (como?)

a) Teoria de Base

b) Revisão da Bibliografia

c) Definição dos Temas

G) Cronograma (quando?)

H) Orçamento (com quanto?)

I) Instrumento(s) de Pesquisa (como?)


41
J) Bibliografia

8.1.1 Apresentação - inicia-se com a capa, onde são indicados os elementos


essenciais à compreensão do estudo que se pretende realizar, sob os auspícios de
quem ou para quem e ao conhecimento do responsável pelo trabalho. O nome da
entidade pode corresponder àquela à qual está ligado o coordenador. O título
sintetiza o conteúdo da pesquisa, emana dos objetivos geral e específicos, quase
como uma síntese dos mesmos.

O nome do coordenador deve vir em destaque. O local refere-se à cidade em


que se encontra sediada a entidade ou equipe da pesquisa. A data refere-se apenas
ao ano em que o projeto é apresentado.

A primeira página do projeto é dedicada à relação do pessoal técnico. Inicia-


se com a repetição do nome da entidade, seguida do endereço completo, telefones
(DDD). O mesmo cuidado na indicação do endereço do coordenador. A seguir, vem
a relação completa do pessoal técnico, discriminando os cargos, seguidos do nome,
endereço e telefone de cada um.

8.1.2 Objetivo - responde às questões para quê? e para quem? Apresenta:

1.1.2.1 Tema - é o assunto que se deseja provar ou desenvolver

1.1.2.2 Delimitação do Tema - dotado necessariamente de um sujeito e de um


objeto, o tema passa por um processo de especificação. Muitas vezes as verbas
determinam uma limitação maior do que o desejado pelo coordenador.

1.1.2.3 Objetivo Geral - uma visão global e abrangente do tema. Vincula-se


diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto.

1.1.2.4 Objetivos Específicos - Têm função intermediária e instrumental, permitindo,


de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares.

8.1.3 Justificativa - Único item do projeto que apresenta resposta à questão por
quê? É o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa
pela(s) pessoa(s) ou entidade(s) que vão financiá-la. Não apresenta citações de
outros autores.

Deve enfatizar:

• o estágio em que se encontra a teoria respeitando o tema;

• as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer;

• importância do tema do ponto de vista geral;

• importância do tema para os casos particulares em questão;

• possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo


tema proposto;

42
• descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc.

8.1.4 Objeto - responde à pergunta o quê?, engloba:

1.1.4.1 Problema - a formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela


esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende
resolver por intermédio da pesquisa.

8.1.5 Metodologia - responde às questões como?, com quê?, onde?, quanto?.

Corresponde aos seguintes componentes:

Método de Abordagem;

Métodos de Procedimentos;

Técnicas;

Delimitação do Universo (Descrição da População);

Tipo de Amostragem;

8.1.6 Embasamento Teórico - aparecem aqui os elementos de fundamentação


teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos empregados.

8.1.6.1 Teoria de Base - todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou


pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará sua
interpretação. A fmalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou
descrição dos fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um
caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos.

8.1.6.2 Revisão Bibliográfica - a citação das principais conclusões a que outros


autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada,
demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes.

8.1.6.3 Definição dos Termos - a ciência lida com conceitos, isto é, termos
simbólicos que sintetizam as coisas e os fenômenos perceptíveis na natureza, do
mundo psíquico do homem ou na sociedade, de forma direta ou indireta. Termos
como temperatura, QI, classe social, etc precisam ser especificados para
compreensão de todos.

8.1.7 Cronograma - a pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se previsão do


tempo necessário para passar de uma fase a outra.

8.1.8 Orçamento - o orçamento distribui os gastos por vários itens, que devem
necessariamente ser separado. Inclui pessoal, material.

8.1.9 Instrumento(s) de Pesquisa - devem-se anexar ao projeto os instrumentos


referentes às técnicas selecionadas para a coleta de dados.

43
8.1.10 Bibliografia - as bibliografias finais, apresentadas no projeto de pesquisa,
abrange os livros, artigos, publicações e documentos utilizados, nas diferentes fases.

8.2 PESQUISA-PILOTO OU PRÉ-TESTE

Uma vez terminado o projeto de pesquisa definitivo, a tentação de iniciar


imediatamente a pesquisa é muito grande. Todas as etapas foram previstas, as
hipóteses enumeradas, as variáveis identificadas, a metodologia minuciosamente
determinada, incluindo as provas estatísticas a que serão submetida os os dados
colhidos; portanto, porque não começar a coleta de dados? Fazendo uma analogia
com uma fábrica de automóveis, essa antes de lançar um novo modelo, não o faz
sem antes construir protótipos e testá-los. Dessa forma, o automóvel deve ser
testado em condições concretas de funcionamento, pois se encontram defeitos,
poupam-se tempo e dinheiro com seu aperfeiçoamento, antes que o modelo em em
linha de montagem.

Com a pesquisa ocorre o mesmo. A pesquisa-piloto tem como unia das


principais funções, testar o instrumento de coleta de dados.

8.3 ESTRUTURA DO RELATÓRIO

1.3.1 Elementos Pré-Textuais


1.3.1.1 Capa
1.3.1.2 Folha de Rosto
1.3.1.3 Banca
1.3.1.4 Dedicatória
1.3.1.5 Agradecimento
1.3.1.6 Epígrafe
1.3.1.7 Sumário
1.3.1.8 Lista de Tabelas, Figuras ou Ilustrações
1.3.1.9 Resumo
1.3.1.10 Resumo em outro idioma
1.3.2 Elementos Textuais
1.3.2.1 Introdução
1.3.2.2 Fundamentação Teórica
1.3.2.3 Metodologia
1.3.2.3.1 Atualização da proposta metodológica do Projeto de Pesquisa
1.3.2.3.2 Resultados
1.3.2.3.3 Discussão
1.3.2.4 Conclusão
1.3.3 Elementos Pós-Textuais
1.3.3.1 Referências
1.3.3.2 Apêndices
1.3.3.3 Anexo
1.3.3.4 Glossário

44
2 APRESENTAÇÃO GRÁFICA

2.1 Formato e Margens


2.2 Paginação

3 REGRAS DE CITAÇÃO

3.1 Citação Livre ou Indireta


3.2 Citação Textual, literal ou Direta
3.2.1 Citação Curta(Quando se transcreve até 3 linhas)
3.3 Citação de Citação

4 NOTAS DE RODAPÉ

4.1 Notas Bibliográficas


4.2 Notas Explicativas

5 REGRAS DE REFERÊNCIAS

5.1 Regras Gerais de Apresentação


5.2 Modelos de Referências
5.2.1 Monografia

9. NORMALIZAÇAO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS

IMPORTANTE:

A norma ABNT2010, não alterou a localização do elemento de


identificação ano de publicação, porém alguns periódicos solicitam que tal elemento
seja indicado logo após a indicação do autor, este fato está tornando-se usual na
elaboração de referências bibliográficas. Caso seu curso não possua orientação
sobre tal fato, sugiro que siga a norma brasileira.

PUBLICAÇÔES AVULSAS (LIVROS, FOLHETOS, FOLDERS, SEPARATAS,


TESES, ETC.).

Indicam-se os elementos essenciais que são indispensáveis à identificação do


documento, variando conforme o suporte (alg).

Livros e folhetos considerados no todo

a) autor da publicação
b) título da publicação
c) subtítulo
d) edição
e) local de publicação
f) editor
g) ano de publicação
h) número de páginas e/ou de volumes completos

45
i) título da série, número da publicação na série.
j) indicação de resumos - colocar em notas
k) outras notas

COM UM AUTOR

LEAL, L.O.P. Agricultura: uma opção de investimentos. Rio de Janeiro: Bloch,


1985.

MARTUSCELLO, Carmina. Suicídio: percepção e prevenção. Rio de Janeiro:


Cultura Médica, 1993.

COM DOIS OU MAIS AUTORES

STEIN, R.L.B.; ALBUQUERQUE, F.C. de; DUARTE, M. de L.R.; NUNES, A.M.L.;


COUTO, A.J. de; FERNANDES, J.E.L.R.; MELO, C.F.M. A cultura da pimenta do
reino. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1995. 58p. (EMBRAPA-SI. Coleção Plantar, 21).

Nota: Obras pertencentes a séries ou coleções com editor próprio e autores, título e
data diversos para cada volume ou fascículo, devem entrar pelos autores de cada
volume, colocando-se no campo Série o título da coleção e no campo Notas o nome
do editor geral.

RODRIGUES, J.P.; HOMPANERA, N.R. Producion de plantines para la


multiplicación de frutilia. La consulta: INTA-EEA La Consulta, 1992. 38p. (Manual
de Produción de Semilias Hortículas, 2). Série editada por José Cmko.

COOMBS, M.J.; ALTV, J.L, ed. Comnputing skills and the user interface. London:
Academic Press, 1981. 499p. (Computer and People Series, 3). Série editada por
B.R. Gaines.

AUTOR CORPORATIVO (ENTIDADES COLETIVAS, GOVERNAMENTAIS,


PÚBLICAS, PARTICULARES, ETC.).

BRASIL. Ministério da Indústria e Comércio. Secretaria de Tecnologia Industrial.


Indústria de química: panorama atual e previsões. Brasília, 1979. 5Op.

IAPAR (Londrina, PR) IAPAR - 20 anos: cuiltivares para o Paraná. Londrino, 1992.
l4Op. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas Florestas (Colombo, PR).

Zoneamento ecológico para plantas do estado do Paraná. Brasília: EMBRAPA-DDT,


1986. 89p.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a


Agricultura (Campinas, SP). Tecnologia em informática para a Agricultura.
Campinas, [199], Folder.

46
COM INDICAÇÃO DE RESPONSABILIDADE INTELECTUAL

Em obras com responsável intelectual (editor, ed; organizador, org.; diretor, dir;
coordenador, coord.: etc.) fazer a entrada pelo nome do mesmo, seguido da
abreviação da palavra que caracteriza o tipo de responsabilidade.

COUT1NHO, L; FERRAZ, J.C., (Coord.). Estudo da competitividade da indústria


brasileira. 2 .ed. Campinas: Papirus/Editora da Universidade Estadual de Campinas,
1994. 5l0p.

MARCOVITCH, J., (Org.). Cooperação internacional: Estratégia e Gestão. São


Paulo; Editora da Universidade de São Paulo, 1994. 673p.

HAYES-ROTH, F.; WATERMAN, D.A.; LENAT, D.B., (Ed.). Building expert


systems. Reading: Addison-Wesley, 1983. 444.p. (Teknowledge Series ia
Knowledge Engineering, 1).

COM ENTRADA PELO TÍTULO

WEBSTER’S new geographical dictionary. 4.ed. 5pringfield; G & C Merriam, 1980.


l37Op.

O CONTROLE das cigarrinhas das pastagens. 2.ed. Planaltina: EMBRAPACPAC,


1979. 6p. (EMBRAPA-CPAC. Comunicado Técnico, 6).

CAPÍTULO DE LIVRO

PEREIRA, HENRIQUE Uso da terra no rio Madeira. In: . História da Ocupação do


Madeira. Manaus: EDUA, 2000. cap. 5, p. 56-85.

DISSERTAÇÕES, TESES, TRABALHOS ACADÊMICOS.

Faz-se a indicação no língua original do documento: Dissertação Mestrado, Tese


Livre-Docência, Tese Doutorado, Monografia, Ph.D. Thesis, M.Se. Thesis, Doctor
Se. Thesis.

CAVALCANTE, Kátia V. O uso das tecnologias da informação: um estudo de caso


na UNICAMP. 1998. dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Comunicação e Semiótica, Pontificia Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

COBUCCI, T. Avaliação agronômica dos herbicidas fomesafen e bentazon e


efeito de seus resíduos no ambiente, no sistema irrigado feijão-milho. Viçosa:
UFV, 1996. lO6p. Tese (Doutorado em Ciências Agrárias) - Faculdade de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Amazonas, Amazonas, 1993.

SOUZA, José. Componentes estruturais cefalométricos da Classe III em jovem


xantodermas do regiã do Madeira. 1999. 50 f. Monografia (Especialização em
Ortodontia) - Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, Associação Brasileira de
Odontologia, Manaus, 1999.

47
Obs. O exemplo acima pode ser utilizado para os trabalhos acadêmicos de
graduação com as devidas alterações.

SEPARATAS

GUIMARÃES, C. Planejamento. Minas Gerais: UFMG, 1989. 45p. Separata de


Administração de sistemas de informação nas empresas do setor de
telecomunicações. Minas Gerais, TELECOM-MG. 1989. cap. 4.

PERREIRA, H. Análise dos ambientes pesqueiros. Separata de: LABORATÓRIO DE


SENSORIAMENTO REMOTO (Ed.) Diagnóstico sócio-econômico do Vale do
Madeira. Manaus: Universidade Federal do Amazonas, 2000. p. 82-102.

PATENTES

EMBRAPA. Unidade de Apoio, Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação


Agropecuária (Belém). Carlos Diniz. Medidor digital multisensor de temperatura para
solos de várzea. BRN. 729365-0, 13 set. 1996.

LEIS E DECRETOS; PORTARIAS E PARECER

a) Jurisdição (país, estado ou município)


b) Leildecreto no data (dia, mês e ano)
e) Ementa
d) Dados da publicação

BRASIL. Decreto-lei no 2423, de 7 de abril de 1999. Estabelece critérios para o


pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de cargos e
empregos na Administração Federal direta e autárquicas e dá outras providências.
Diário Oficial da [República Federativa do Brasil], Brasília, v. 126, n. 66, p. 6009,
8 abr. 1999.

AMAZONAS (Estado). Lei n° 2444, de 22 de março de 2000. Dispõe sobre as


diretrizes orçamentárias paro o exercício de 2000 e dá outras providências. Diário
Oficial [do] Estado do Amazonas, Manaus, v. 18, n. 203, p. 3 23 mar. 2000. pt.1.

CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA. Dispõe sobre o reajuste de taxas,


contribuições e altera a redação do artigo anterior da Resolução n.2 de 10/1/99.
Resolução n. 3 de janeiro de 2000. Diário Oficial [da República Federativa do
Brasil], Brasília, p. 109-110, 4 jan. 2000. Séc. 1.

CONSELHO DEFERAL DE EDUCAÇÃO. Consulta sobre o plano de


aperfeiçoamento médico a cargo do Hospital Universitário. Parecer n. 204, de 5 de
maio de 1999. Relator: Antonio Ferreiro. Documenta, n. 198, p 115-121, jul. 1999.

ARTIGOS DE PERIÓDICOS

a) autor do artigo
b) título do artigo
c) título da revisto por extenso, com iniciais em maiúsculas.

48
d) título do fascículo, suplemento ou número especial, quando houver.
e) local de publicação
f) número do volume e fascículo
g) páginas, inicial e fInal do artigo referenciado.
h) data do fascículo, suplemento ou número especial (mês e ano).
i) indicação do tipo de fascículo quando houver (suplemento ou número especial
etc.)
j) outras notas

REVISTA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO: Projeto e Pesquisa. Tecnologia eem


Foco. Rio de Janeiro. RJ: Editora GAMA FILHO v. 15, n. 13, 2003.

ARAUJO FILHO, J.B. de; GHEYI, H.R.; AZEVEDO, N.C. de. Tolerância da bananeira
à salinidade em fase inicial de desenvolvimento. Pesquisa Agropecuária Brasileira.
Brasília, v.30 n.7, p.989-99’7, jul. 1995.

ARTIGOS DE JORNAIS

a) autor do artigo
b) título do artigo
e) título do jornal por extenso
d) local de publicação
e) data (dia, mês, ano)
f) número ou título do caderno, seção, suplemento, etc.
g) página (s) do artigo referenciado
h) número de ordem da (s) coluna (s).

BIBLIOTECA climatiza seu acervo, O Globo, Rio de Janeiro, p. 11, e. 4, 05 mar.


1985.

NASCIMENTO, 5. ExpoZebu rende R$7 milhões em MG. Folha de São Paulo, São
Paulo, 8 maio 1996. Agrofolha, p.2.

QUALIDADE Industrial: papel do Inmetro na política industrial. Jornal do Brasil, Rio de


Janeiro, 16 mar. 1992. Suplemento.

EVENTOS CIENTÍFICOS (CONGRESSOS, SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS,


REUNIÕES, ENCONTROS ETC.)

Considerados no todo
a) nome do evento
b) número do evento
e) data e local de realização
d) título e subtítulo
e) local de edição
f) editora
g) ano de publicação
h) indicação de páginas

49
REUNIÃO ANUAL DO iNSTITUTO BIOLÓGICO - RAIB, 7., 1994, São Paulo.
Resumos... São Paulo: Instituto Biológico, 1994. 80p.

REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS,


21., 1994 Petrolina. Fertilizantes: insumo básico para a agricultura e combate à fome
- Anais.... Petrolina: SBCS/EMBRAPA-PATSA, 1994. 444p.

CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE BIBLIOTECONOMIA E


DOCUMENTAÇÃO, 2.; CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, 17.,
1994, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Associação de Bibliotecários de Minas
Gerais/Escola de Biblioteconomia da IJFMG, 1994. 400p.

CONSIDERADOS EM PARTE

a) autor
b) título e subtítulo
c) nome, número, data e local do evento.
d) título (anais, resumos, etc.)
e) local de publicação
f) editora
g) ano de publicação
h) indicação de páginas inicial e final da parte referenciada

CARDOSO, E.M.R. Situação atual da mandioca na Amazônia. In: SIMPÓSIO DO


TRÓPICO ÚMIDO, 1., 1984, Belém, Anais... Belém: EMBRAPA-CPATU, 1986. v.3.
p.85-96..

FIGUEIREDO, M.B.; HENNEN, J.F.; COUTINHO, L.N. GEO: um sistema de


gerenciamento de base de dados orientado a objetos; estado atual de
desenvolvimento e implementação. In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE
DADOS, 6, 1991, Manaus. Anais.... Manaus: Imprensas Universitárias da FUA,
1991. P. 193-207.

RELATÓRIOS TÉCNICOS

a) autor
b) título e subtítulo
c) local
d) editora
e) ano de publicação
f) série
g) notas

PEDROSA, JÚNIOR, M. Regressão robusta: o procedimento LPREGR.


Brasília: EMBRAPADMQ, 1980. 28p. (EMBRAPA-DMQ/B/19). Relatório técnico.

50
MOURA, M.F.;EVANGELISTA, S.R.M.; TERNES, 5. Manutenção de software.
Campinas:
UNICAMP-FEE-DCA, 1989. 90p. Relatório técnico.

RELATÓRIO OFICIAL

UNIVERSIDADE GAMA FILHO. Relatório Anual 2005. Rio de Janeiro. RJ, 2005.,
107p.

AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA - ANEEL. Relatório, 2004. Brasília, 2004.

OBRAS INÉDITAS

LEITE, Jandecy et al. Diagnóstico da Indústria da Construção Civil do Estado do


Amazonas 2004. Manaus-Am. 2004.

PROJETOS DE PESQUISA

Dar entrada pelo líder do projeto ou sub-projeto, seguido dos nomes dos demais
membros da equipe, título, local, unidade executora, data de início e paginação. Em
Série, colocar a sigla da instituição, seguida do nome e número do Programa, título
do mesmo e do código do Projeto ou sub-projeto. Indicar em Notas a situação do
projeto ou sub-projeto, empregando as expressões Anteprojeto, Projeto em
andamento e Projeto concluído, para designar o status do relatório que está sendo
referenciado.

MATTIAS, G.C. de; ISMAILL, S.; NARCISO, M.G..; SOUZA, E. Rede local do
CNPTIA. Campinas: EMBRAPA-CNPTIA, 1996. (EMBRAPA. Programa 14 -
Intercâmbio e Produção de Informação em Apoio às ações de Pesquisa e
Desenvolvimento. Subprojeto 14.0.94.782-34). Projeto em andamento.

FAIRRARETTO, M.D.; MASSRUHÁ, S.M.F.S. Ambiente de desenvolvimento


de software para domínio de administração rural -FMS. Campinas EMBRAPA-
CNTIA, 1994. não paginado. (EMBRAPA. Programa 12 - Automação Agropecuária.
Projeto 12.0.94.077). Projeto em andamento.

MATERIAIS ESPECIAIS

MICROFILMES

Referenciar as publicações originais, seguidas da indicação de unidades


fisicas e da largura em milímetros. No caso de negativos, usar a abreviatura neg.
(negativa), após o número de unidades fisicas, precedidas de dois pontos.

51
FOREST SCIENCE. Bethesda: Society ofAmerican Forester, v.69, 1960, 1963. 1
bobina de microfilme, 3 5mm.

FILMES E VÍDEOS

a) título
b) diretor
c) local
d) produtora
e) distribuidora, ano
f) número de unidades fisicas (duração em minuto)
g) indicação de som (legenda ou dublagem)
h) indicação de cor
i) largura em milímetros

JOHN Kennedy. Chicago: Emerson Film Corp. Dist. Encyclopediae Britanica Films,
1950. 1 bobina cinematográfica. I8mim., son., color., l6mm.

A SEMANA de 22. Direção de Suzana do Amoral Rezende. São Paulo: USP-ECA,


1970. Filme, l4mim., b&p, son., 95mm.

TECNOLOGIA de aplicação de defensivos agrícolas: módulo 1. Direção de Jerfson


Moraes. Viçosa: Centro de Promoção Técnica, 1989. 1 fita de vídeo (55 mm), VHS,
son.,color.

DISOSITIVOS (SLIDES)

a) título
b) local
e) produtor
d) ano
e) número de diapositivos
f) indicação de cor
g) dimensões em cm.

LA FRANCE physique et économique: classes elementaires et de transition. Paris:


Semap, 1984. 100 diap., color.

TRANSPARÊNCIAS

a) autor
b) título
e) local de publicação
d) editor
e) ano de publicação
f) número de transparências
g) indicação de cor (color ou p&b)

NOGUEIRA, M. Maremotriz. 1987. 27 transparências, p&b. O QUE ACREDITAR em


relação à maconha. São Paulo: CERAVI, 1985. 22 Transparências, color., 25x20cm.

52
FOTOGRA FIA

LEITE, Jandecy Cabral. Amapoly Industria e Comercio LTDA. Manaus. 2006. 13 fot.,
color. 16cm X 56cm.

MAPA

THEOBALD,I. F. Brasil e parte da América do Sul.mapa político, escolar, rodoviário,


turístico e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa color. 79x95cm. Escala
1:600.000.

RADAMBRASIL. (1981). Projeto RADAMBRASIL Folha SC.22 Tocantins. Geologia,


Geomorfologia e Vegetação. DNPM, Rio de Janeiro, RJ. XX: 520

IMAGEM DE SATÉLITE E IMAGEM DIGITAL

LANDSAT TM5. Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1999. Imagem de


satélite. Canais 3,4 e composição colorida 3, 4 e 5. Escala 1:250.000.

BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.GOES-08: SE. 13 jul. 1999.


14:45Z. IRO4. Amazônia: INPA. Imagem de satélite: 199907131 8G 1 F: 55 7Kb.

Nota: informações do arquivo digital GOES — denominação do Satélite; 08 número


do satélite na série; SE - localização geográfica; 13 jul. 1999 - data da captação; 1
7:45Z - hora zulu; 1R04 - banda: Amazônia - local; INPA - instituição geradora;
199907131 8G 1 F - título do arquivo; 557Kb — tamanho do arquivo.

FOLHETO

PETROBRAS. Manual de normas técnicas. Rio Janeiro, RJ, 2000.41 p.

ENTREVISTA GRAVADA

QUIRINO, L. Leovaldo Quirino: depoimento [ago. 2000]. Entrevistador: K.


Cavalcante. Manaus: UFAM, 2000. 2 fitas cassete (120 mm), 3 % pps, estéreo.
Entrevista concedida ao Projeto de Diagnóstico socioeconômico do Município de
Manicoré/ZEE.

ARQUIVOS ELETRÔNICOS, PROGRAMAS, SOFTWARE

Arquivos de dados e textos


a) nome e extensão
b) ementa (descrição do conteúdo)
e) custódia (pessoa ou instituição que detém o arquivo).
d) local
e) ano em que foi desenvolvido

53
f) número de unidades fisicas
g) especificação do meio de disponibilidade
h) tamanho e número de registros
i) programa gerador

PROGRAMAS

a) nome e extensão
b)versão, quando houver.
c) ementa (descrição do conteúdo)
d) autor do programa e ou programador
e) custódia (pessoa ou instituição que detém o programa).
f) local
g) ano em que foi desenvolvido
h) número e descrição do meio de disponibilidade
i) dimensão do programa
J) linguagem
k) equipamento

UFPR.STW. Formatos de estilos para edição de textos. Emilio Carlos Boschilia.


Universidade Federal do Paraná, Biblioteca Central. Curitiba, 190. 1 disquete 5 1/4”,
3.584 caracteres. Word 5.0

DISQUETES

SEGREDOS dos mestres do Cobol. [s.i]: Bekeley Brasil ,1994. disquete 3 1/2”.

MASTERS, T. Advanced algorithnis for neural networks: a C++ sourcebook. New


York: J. Willey, 1995. disquete 3 1/2”.

NORMAS.DOC. Normas para apresentação de trabalhos. Universidade Federal do


Paraná. Biblioteca Central. Curitiba, 7 mar. 1992. 5 disquetes 5 1/4”, 65.00
caracteres. Word 5.0.

CD-ROM

CONGRESSO BRASILEIRO DE ECOLOGIA, 10., 1998. Minas Gerais. Resoluções de


Kioto. Minas Gerais: MMA, 1998. 1 CD-ROM

CONJUNTO DE SOFTWARE

Itens que contém diferentes tipos de material que, por necessidade de


armazenagem e recuperação, devem ser mantidos juntos.

MICROSOFT CORPORATTON (Redmond, USA). Microsoft project for windows 95,


version 4.1: project planing software. [5.1.], 1995. Conjunto de software.

54
FONTES ELETRÔNICAS

Disponíveis nos formatos: ftp (file transfer protocol) sites; http (World Wide Web)
sites; telnet sites; e-mau discussion lists. Quando o site não indicar autoria, entrar
pelo título.

WWW SITE

a) autor(es):

b) título: indica-se o título do documento consultado

e) fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico e na língua do texto, o nome do


site onde o documento está armazenado, seguido da data, entre parênteses, em que
o mesmo tornou-se disponível na Internet.

d) notas: data de consulta - indica-se na língua portuguesa, a data em que a


consulta foi efetuada.

Exemplos:

MASSRUHA, S.M.F.S.: MANCINI, A.L.; MEIRA, C.A.A.; MÁXIMO, F.A.;

FILETO, R.; PASSOS, S.L.Z. Ambiente de desenvolvimento de software para o


domínio de administração rural. Disponível: site Agrosoft (07 fev. 1996).

URL: http://www.agrosoft.comlagroport/docs95/doc 1 0.htm

MARY Cassat biograopgical sketch and paintings. Disponível: WebMuseum Paris


site (1994). URL: http: /www.oir.ufc.edullovre/paintauthlcassat Consultado em 10 abr.
1995.

WWW PAGE

a) autor (es): indica-se o(s) nome(s) do(s) autor(es) e em sua ausência, entra-se
pelo título.

b) título: indica-se o título do documento consultado.

c) fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico e na língua do texto, o nome do


site onde o documento está armazenado, seguido da data entre parênteses, em que
o mesmo tomou-se disponível na Intemet.

d) notas: indica-se na língua portuguesa, a data em que a consulta foi efetuada.


EMBRAPA. Disponível: site EMBRAPA (25 set. 1995). URL: http://www.embrapa.
br/index. Html. Consultado em 13 jun. 1996.

55
FTP (FILE TRANSFER PROTOCOL)

Citação de arquivo disponível para transferência, através do serviço ftp.

a) autor(es) quando conhecidos indica-se o(s) autor(es)

b) título: indica-se o nome completo do documento, em itálico.

e) fonte: URL ou endereço do site fip - indica-se o endereço completo do síte.

d) notas: dota de acesso - indica-se, no língua portuguesa, a data em que a consulta


foi efetuada.

BRUCKMAN, A. Aproaches to managing deviant behavior in virtual communities.


ftp.media.mit.pub/asb/papers Consultado em 4 dez.1994.

TELNET SITE

Citações de sites e files (arquivos) disponível via protocolo telnet.

a) autor(es) quando conhecidos indica-se o(s) autor(es)

b) título: indica-se o título do documento consultado, se conhecido.

e) fonte: indica-se, em itálico e na língua do documento, o nome da fonte onde o


documento foi publicado, seguido de respectiva data de publicação, entre
parênteses.

d) endereço: indica-se o endereço completo do site

GOMES, L. Xerox ‘s on-line neighborhood: a great place to visit. Publicado em:


Mercury News site (3 may 1992). Telnet
lambda.pare.xerox.com.8888.(i2ago#5O827.press.

E-MAIL, LISTSERV, NEWSLIST

Documentos originados do correio eletrônico e listas de discussão

a) autor: indica-se o nome do autor

b) assunto: indica-se o assunto, em itálico, no campo correspondente ao título,


utilizando as informações contidas na linha de assunto do e-mail.

e) fonte: endereço - indica-se o endereço eletrônico da lista ou do autor; quando se


tratar de e-mail pessoal, o endereço poderá ser omitido, indicando em seu lugar o
endereço da lista da qual o autor é assinante.

56
d) notas: data - Quando se tratar de e-mail pessoal, fazer a devida indicação, em
língua portuguesa, precedendo a dota da correspondência.

FERREIRA, S.M.S. Notícias smferrei@spider.usp.br Mensagem pessoal. 14 maio


1998. LISTA de discussão sobre zoneamento. Disponível em: zoneamento
metodologiasgrupos.org.br. Acesso em: 20 julho 2000.

ARTIGOS CIENTÍFICOS DISPONÍVEIS

PERREIRA, H. Extrativismo no Rio Madeira. [artigo científico]. Disponível em:


http://www.cca.org.br/artigos/projetos-pesquisas-fua.html. Acesso em: 13 de outubro de
2000.

ARTIGOS DE JORNAIS e JORNAIS CIENTÍFICOS EM MEIO ELETRÔNICO

CAVALCANTE, KATIA. Publicação eletrônica na Universidade Federal do


Amazonas. A Crítica, Manaus, 28 dez. 2000. Disponível em:
httt://www.acritica.com.br/opiniao.htm Acesso em: 03 janeiro 2001.

BRAGA, R. Eletronic publishing at APS: its not just online joumalism. APS News
Online, Los Angeles, Nov. 2000. disponível em: http://www.
aps.org/apsnews/1196/11965.html. Acesso em 03 dez.2000.

EVENTOS EM MEIO ELETRÔNICO

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UA, 5., 1999 Manaus. Anais


eletrônicos.. .Manaus: UA, 1999. disponível em:
http://www.propesq.fiia.br/anais/anais.htm. Acesso em 03 jan.2000

CAVALCANTE, KATIA. Metodologias de zoneamento. In: SEMINÁRIO


MACROZONEAMENTO DO BRASIL, 2., 2000, Manaus. Anais eletrônicos... Manaus.
2000. disponível em: http://www.ipaam.pgai.br/anais/anais_pgaiam05.htm. Acesso
em: 30 nov.2000.

Em caso de dúvidas procure um profissional da informação.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e


documentação:referências-elaboração: 6023: 2000. Rio Janeiro, 2000.

Normas ABNT sobre documentação. Rio Janeiro, 1989-1994. lv.

MONOGRAFIA

A monografia é um estudo técnico-científico de um tema específico e bem


delimitado, visando descrever sobre determinada área do conhecimento, enfatizando

57
os aspectos científicos, históricos e sócio-econômicos, como resultado de uma
investigação. Nesta, deverá constar às atividades desenvolvidas pelo aluno

1. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Com o intuito de facilitar o processo metodológico dos alunos, serão


apresentados a seguir os elementos que deverão compor a Monografia. Por
representar um trabalho científico, o referido relatório deverá apresentar a seguinte
estrutura: Elementos Pré-Textuais; Elementos Textuais e Elementos Pós-Textuais.

1.1 Elementos Pré-Textuais

São chamados pré-textuais todos os elementos que contêm informações que


ajudam na identificação e na utilização do documento. Por esta razão é constituído
pelos seguintes itens:

1.1.1 Capa (anexo)

Elemento obrigatório, correspondendo à proteção externa e cobertura que


reveste o trabalho, compreendendo:

• Nome da Instituição a qual será entregue a monografia (segundo a hierarquia)


• Título (centralizado)

• Subtítulo (se houver)

• Nome do autor (centralizado)

• Local (cidade)

• Ano

1.1.2 Folha de Rosto

Elemento obrigatório refere-se aos dados da capa, acrescentando uma


explanação referente à natureza do trabalho, seu objetivo acadêmico e a instituição
a que se destina, devendo incluir:

• Nome do Autor
• Título
• Subtítulo (se houver)
• Objetivo do trabalho
• Orientador e Co-orientador (se houver)
• Local (cidade) e ano

1.1.3 Banca (anexo)

Elemento obrigatório refere-se aos dados da capa, acrescentando uma


explanação referente à natureza do trabalho, seu objetivo acadêmico e a instituição
a que se destina, devendo incluir:

58
• Nome do Autor
• Título
• Subtítulo (se houver)
• Objetivo do trabalho
• Banca (Orientador e dois outros professores)
• Local (cidade) e ano

1.1.4 Dedicatória (anexo)

Elemento opcional. Local onde o autor publicamente homenageia a(s)


pessoa(s) a quem dedica seu trabalho.

1.1.5 Agradecimento

Elemento opcional. Local onde o aluno publicamente agradece às pessoas


que direta ou indiretamente contribuíram para a realização do seu trabalho.

1.1.6 Epígrafe

Elemento opcional. Corresponde uma citação, seguida da indicação da


autoria. Obrigatoriamente deve aparecer no campo inferior direito da página.

1.1.7 Sumário

Elemento obrigatório. Indica as divisões/seções de um documento da mesma


ordem em que a matéria se sucede, dando a localização destas partes na obra.

1.1.8 Lista de Tabelas, Figuras ou Ilustrações

Elemento opcional. Relação de elementos ilustrativos ou explicativos.


Dependendo das características do documento, podem ser incluídas as seguintes
listas: de ilustrações, de abreviaturas e sigla, de tabelas. O Importante é colocar
cada lista em uma página.

1.1.9 Resumo

Elementos obrigatórios, correspondendo à apresentação concisa do texto,


destacando os aspectos de mais interesse e importância. Obedecer a Norma
NBR6028/1990. Importante lembrar que resumo não apresenta somente um
parágrafo.

1.1.10 Resumo em outro Idioma

Elemento obrigatório. Sua finalidade é facilitar a divulgação do trabalho,


consistindo na tradução do resumo, sendo inclusive, impresso na mesma forma
tipológica.

59
1.2 Elementos Textuais

Segundo SEVERINO(2000), do ponto de vista da estrutura formal, o trabalho


tem três parte fundamentais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. E
dentro desta estrutura que se desenvolverá o raciocínio demonstrativo do discurso
em questão.

A introdução, quando for o caso, levanta o estado da questão, mostrando o


que já foi escrito a respeito do tema e assinalando a relevância e o interesse do
trabalho. Em todos os casos, manifesta as intenções do autor e os objetivos do
trabalho, enunciando seu tema, seu problema e os procedimentos que serão
adotados para o desenvolvimento do raciocínio. Encerra-se com uma justificação do
plano de trabalho. Lendo a introdução, o leitor deve sentir-se esclarecido do teor da
problematização do tema do trabalho, assim como a respeito da natureza do
raciocínio a ser desenvolvido. Evitem-se intermináveis retrospectos históricos, a
apresentação precipitada dos resultados, os discursos grandiloqüentes. Deve ser
sintética e versar única e exclusivamente sobre a temática intrínseca do trabalho. E
a última parte do trabalho a ser escrita.

O desenvolvimento corresponde ao corpo do trabalho e será estruturado


conforme as necessidades do plano definitivo da obra.

A fase de fundamentação lógica do tema deve ser exposta e provada; a


reconstrução racional do raciocínio tem por objetivo explicar, discutir e demonstrar.
Explicar é tornar evidente o que estava implícito, obscuro ou complexo: é descrever,
classificar e definir.

A conclusão é a síntese para a qual caminha o trabalho. Será breve e visará


recapitular sinteticamente os resultados da pesquisa elaborada até então. Se o
trabalho visar resolver uma tese-problema e se, para tal, o autor desenvolver uma ou
várias hipóteses, através do raciocínio, a conclusão aparecerá como um balaço de
empreendimento.

1.2.1 Introdução

Parte inicial onde, através dela o leitor obterá uma visão global do assunto
que será abordado pelo aluno. Assim, a redação deve abordar sobre o tema em
estudo e sua signcância. Para isso, a aluno necessitará discorrer acerca dos
seguintes itens propostos no Projeto de Estágio: a realidade observada no local em
que estabeleceu suas atividades práticas (Introdução), o porquê da escolha do tema,
bem como sua relevância para o Curso (Justificativa), a problemática em si
(Problema), a solução para a problemática ou confirmação da mesma (hipótese), o
que pretendeu com tal estudo e como atingiu o que queria (Objetivos Geral e
Específicos), como conseguiu obter os resultados apresentados (Metodologia).

1.2.2 Fundamentação Teórica

Parte obrigatória, de acordo com o tema escolhido, os quais fundamentarão a


análise dos dados pesquisados. Todos os autores citados devem aparecer na
Referência Bibliográfica.

60
1.2.3 Metodologia

1.2.3.1 Atualização da proposta metodológica do Projeto de Pesquisa

O aluno deverá atualizar a proposta metodológica do Projeto de Pesquisa


para a temporalidade atual da elaboração da Monografia com inserção das
modificações relevantes no processo das atividades desenvolvidas.

1.2.3.2 Resultados

Devem ser apresentados de forma objetiva, exata, clara e lógica, podendo-se


fazer uso de tabelas, gráficos, fluxograma, funcionograma, organograma, figuras e
fotografias, com o intuito de complementar o trabalho. Deve-se incluir os
resultados não só positivos, mas também negativos, caso sejam importantes.

1.2.3.3 Discussão O texto deve ser elaborado de modo a justjficar a escolha


do tema, estabelecer relação de causa e efeito, comparar dados obtidos de fontes
djferentes, esclarecer eventuais execuções e contradições, bem como poderá
estabelecer:

• Críticas às fontes consultadas, em função do conhecimento adquirido


durante o desenvolvimento do trabalho.

• Sugestões, no que tange a novas pesquisas, visando esclarecer resultados


no levantamento bibliográfico realizado.

• Interpretar os dados baseados nas evidências apontadas pelas fontes


consultadas.

1.2.4 Conclusão

E a síntese dos resultados do trabalho. Tem por fmalidade recapitular


sinteticamente os resultados mais importantes e sua contribuição ao tema
apresentado. Em seguida, o autor manifestará seu ponto de vista, bem como sugerir
novas abordagens a serem consideradas em trabalhos semelhantes.

1.3 Elementos Pós-Textuais

São chamados pós-textuais todos os elementos que aparecem após o


conteúdo da monografia. São eles:

1.3.1 Referências

Elemento obrigatório.Lista que contém as fontes que foram utilizadas para a


elaboração deste trabalho.

1.3.2 Apêndices

Elemento opcional. Correspondente a um documento autônomo elaborado


pelo próprio aluno para completar sua argumentação.

61
1.3.3 Anexo

Elemento opcionaL Correspondente a um documento não elaborado pelo


aluno, afim de servir de fundamentação, comprovação e ilustração.

1.3.4 Glossário

Elemento opcional. Corresponde a relação de palavras de uso restrito,


acompanhadas de suas definições (=dicionário).

2. APRESENTAÇÃO GRÁFICA

As normas e padrões recomendados nesta parte objetiva dar condições


exigíveis a uma apresentação uniforme dos trabalhos científicos elaborados no curso
tanto de graduação, quanto de especialização, mestrado ou doutorado.

1.2 Formato e Margens

Os trabalhos deverão ser digitados em papel branco, formato A-4 (210X229mm),


na cor preta, com exceção as ilustrações. O corpo do trabalho deve ser justificado,
aparecendo em uma só face da folha.

A formatação das margens é a seguinte: Margem Superior e Esquerda — 3cm;


Margem Inferior e Direita — 2cm.

Todo o texto deve ser digitado em Arial ou Times New Roman, fonte de
tamanho 12 para o corpo do texto e 15 para os títulos dos capítulos.

O corpo do texto deve ser digitado em espaço 1 e 1/2, com exceção notas de
rodapé, referência bibliográfica e resumo que se usa o espaço simples.

Para iniciar o parágrafo, estabelecer na régua 1cm a contar da margem


esquerda.

As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas
do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 3 cm, a partir da
margem esquerda.

2.2 Paginação

A contagem das folhas se dá a partir da folha de rosto. As folhas pré-textuais


são contadas e numeradas em algarismo romano minúsculo.

A numeração das folhas do texto e da parte pós-textual é feita em algarismos


arábicos, localizados ao alto direito da extremidade superior da folha, a 2 cm da
borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha.

62
Havendo apêndice e anexos, as suas folhas devem ser numeradas de
maneira contínua e sua paginação deve dar segmento à do texto principal.

2.3 Numeração Progressiva

Os títulos das seções primárias (capítulos), sem indicativo numérico, devem


aparecer de forma centralizada, assim como os que receberem a numeração,
obrigatoriamente, deverão aparecer na margem esquerda.

É válido destacar que os capítulos são destacados gradativamente, usando-se


racionalmente o recurso de negrito e caixa alta (maiúscula). Quando a seção não
tiver título, esta deverá ser colocada na mesma linha do respectivo indicativo, e a
matéria da seção pode começar na linha seguinte da própria seção ou em uma
seção subseqüente.

Os capítulos devem ser iniciados numa nova página, mesmo que sobre
espaço suficiente na página que termina o capítulo anterior. Sua estrutura:

1. SEÇÃO PRIMÁRIA (15)

1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA

1.1.1 Seção terciária

1.1.1.1 Seção quaternária

1.1.1.1.1 Seção quinária

a) alínea

b) ; e

c). Na numeração das seções de um trabalho devem ser utilizados algarismos


arábicos sem subdividir demasiadamente, as seções, não ultrapassando a
subdivisão quinária. A partir daí, deve-se usar alíneas, caracterizadas por letras
minúsculas, seguidas de parênteses.

Quando houver a necessidade de utilizar ilustrações, independente de seu tipo, sua


identificação aparece na parte inferior da figura, precedida da palavra designativa,
seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos,
do respectivo título ou legenda explicativa de forma breve e clara, dispensando
consulta ao texto, e da fonte. A ilustração deve ser inserida o mais próximo possível do
trecho a que se refere, conforme o projeto gráfico.

2 REGRAS DE CITAÇÃO

Por citações, entende-se como sendo trechos transcritos ou informações que


são retiradas das fontes consultadas durante a realização do trabalho científico, com
a fmalidade de esclarecer ou complementar as idéias do autor, podendo ser ou de
forma literal (citação direta, literal ou textual), ou de forma resumida, interpretada ou

63
traduzida (citação indireta ou livre), ou de forma intermediária, sem ter acesso ao
documento original (citação de citação).

2.1 Citação Livre ou Indireta

Corresponde à transcrição feita através da interpretação, resumo ou tradução do


autor, sendo realizada a partir de suas próprias palavras, podendo ser transcrito sem
um número determinado ou fixo de linhas, contudo, deve se manter fiel ao texto
original, uma vez que este tipo de citação, apesar de ser feita através da
interpretação do leitor, não pode perder o sentido original. Em virtude de não se
apresentar literalmente como se encontra no texto, quando se usa a citação livre ou
indireta não se necessita do uso das aspas, sendo que a indicação das páginas
passa a ser opcional.

Neste tipo de citação não há a necessidade de destaque, uma vez que é


estabelecida através das palavras do autor do trabalho e não do autor da citação,
entretanto, este tipo de citação deve ser estruturado com o máximo de cuidado, pois
o pensamento do autor da citação não pode ser distorcido.

É válido destacar que durante a citação, o autor poderá aparecer tanto dentro,
quanto fora do texto. Quando ocorrer o primeiro caso, o sobrenome do autor
permanece no corpo do texto, devendo-se colocar entre parênteses o ano de
publicação da obra e, opcionalmente, o(s) número(s) da(s) página(s) que se retirou o
trecho citado.

Se o aluno não queira colocar o sobrenome do autor no corpo do texto, este


deve aparecer ao final da citação, sendo que neste caso deve-se abrir um parêntese
e colocar, em caixa alta, o sobrenome do autor, o ano de publicação da obra e,
opciorialmente, o(s) número(s) da(s) página(s) que se retirou o trecho citado.

EXEMPLO

Como nos lembra Martins (2000), o futuro desenvolvimento da informação


está cada dia mais dependente de um plano unificado de normalização.

Por esta razão, verificamos a relevância de estabelecer normas para o


desenvolvimento qualitativo dos trabalhos científicos.

Mas, observamos que estabelecer um padrão entre a informação não é nada


fácil, principalmente quando se trata do futuro, uma vez que as pessoas preferem
interpretar a informação segundo seu contexto, distorcendo, muitas vezes, o que
deveria ser unificado, ou seja, normalizado (CORREA FILHO, 2000).

2.2 Citação Textual, Literal ou Direta

Corresponde à transcrição feita de forma literal, ou seja, respeitando as


características formais em relação à redação, à ortografia e à pontuação original do
texto. Obrigatoriamente necessita das aspas, uma vez que se apresenta exatamente
como consta no original (inclusive com erros gráficos ou de outra natureza). Caso
ocorra a transcrição dentro de outra é indicada por aspas simples.

64
Quando for necessário suprimir parte do texto, basta fazer uso de reticências
entre colchetes, independentemente se for no meio, no início ou no final da citação.

Quando, no meio da citação, o autor sentir necessidade de acrescentar alguma


informação extra, usar os colchetes para a colocação da informação adicional.

Durante a citação textual, conforme fora destacado, o aluno não pode corrigir
erros gramaticais, de grafia ou de outra natureza. Por esta razão, deve usar a
expressão sic (=conforme estava escrito) após a palavra errada, entre parênteses.

Caso o aluno sinta a necessidade de destacar alguma parte do texto, ao final da


citação, entre parênteses, colocar a expressão “grifo nosso”. O que não se pode
deixar de destacar, liga-se ao fato de que este tipo de citação deve respeitar o
número de linhas citadas. Assim, durante este tipo de citação, deve-se observar se
esta corresponde a uma:

2.2.1 Citação Curta (Quando se Transcreve até 3 Linhas):

Devido este tipo de citação corresponder a um número pequeno de linhas


transcritas, estas devem aparecer incorporada no próprio parágrafo do texto, sendo
somente entre aspas duplas, destacadas tipograficamente, com a indicação da(s)
página(s) que se retirou tal trecho.

EXEMPLO

Como nos lembra Martins (2000, p.35), “ao estudarmos sobre o futuro do
desenvolvimento que a ‘informação’ terá daqui para frente, afirmamos que tal
informação a cada dia será mais dependente da normalização“. Por esta razão,
verificamos a relevância de estabelecer normas para o desenvolvimento qualitativo
dos trabalhos científicos.

OU

Como já fora mencionado, “ao estudarmos sobre o futuro do desenvolvimento


que a ‘informação’ terá daqui para frente, afirmamos que tal informação a cada dia
será mais

dependente da normalização” (MARTINS, 2000, p.35). Por esta razão, verificamos a


relevância de estabelecer normas para o desenvolvimento qualitativo dos trabalhos
científicos.

3.3 Citação de Citação

Quando o autor não consegue obter a fonte original, mas sente a necessidade
de transcrever a citação citada por outro autor, ou seja, este tipo de citação
corresponde aos casos em que o aluno irá citar um trecho sem ter lido o texto
original, e sim uma outra obra que fez a referida citação. Esta pode ser feita de
forma literal ou com as palavras do autor. Neste caso, deve-se utilizar a expressão
latina apud (=citado por).

65
É válido destacar que este tipo de citação deve ser evitado ao máximo, uma
vez que o aluno deve recorrer aos clássicos. Mas se ocorrer à necessidade de fazer
uso desta, os dados do documento original devem ser mencionado em nota de
rodapé ou ao final, na Referência Bibliográfica ou Bibliografia Consultada.

EXEMPLO

• NO CORPO DO TEXTO

Marinho (1980 apud MARCONI, 1982), apresenta a formulação do problema


como uma fase de pesquisa que, sendo bem, delimitado, simplifica e facilita a
maneta de conduzir a investigação.

OU

Com base no que foi apresentado, nota-se que o que fora apresentado acerca
da formulação do problema como uma fase de pesquisa que, sendo bem,
delimitado, simplifica e facilita a maneta de conduzir a investigação, todos os meios
destacados estão com a razão (MARINHO, 1980 apud MARCONI, 1982).

• NO RODAPÉ

Com base no que foi apresentado, nota-se que o que fora apresentado acerca
da formulação do problema como uma fase de pesquisa que, sendo bem,
delimitado, simplifica e facilita a maneta de conduzir a investigação, todos os meios
destacados estão com a razão 1.

4. NOTAS DE RODAPÉ

No que diz respeito às notas de rodapé, Marlene Gonçalves Curty e Anamaria


da Costa Cruz (2000, p.44) afirmam que estas correspondem às “notas indicadas ao
pé das páginas, podendo ser de referência, com indicação das fontes consultadas, e
de conteúdo, evitando explicações longas dentro do texto “. As notas de rodapé se
separam do restante do texto por uma linha horizontal de 3 cm, a partir da margem
esquerda e devem ser numeradas seqüencialmente. E necessário destacar que
devemos evitar usá-las desnecessariamente.

1 MARINHO, 1980 apud MARCONI, 1982.

4.1 Notas Bibliográficas

São as que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra


onde o assunto foi abordado. Necessitam aparecer de forma seqüencial e com
algarismos arábicos.

Quando a fonte for repetida inúmeras vezes, pode-se fazer uso das
indicações bibliográficas, sendo elas:

a) idem ou Id - o mesmo autor;

66
b) ibidem ou Ibid - na mesma obra;

c) passim - aqui e ali, em diversas passagens;

d) loco citado - loc cit.- no lugar citado;

e) sequentia ou st seq. - seguinte ou que se segue;

f) cf. - confira, confronte;

g) apud - citado por (SOMENTE ESTA PODE SER USADA NO CORPO DO


TEXTO)

h) pous citatum, opere citado ou op. cit. - na obra citada, em.

4.2 Notas Explicativas

São usadas para a apresentação de comentários, esclarecimentos ou


explanações que não possam ser apresentadas no corpo do texto. Para este tipo de
chamada, usar o asterisco (*)

5. REGRAS DE REFERÊNCIAS

Por referência, entendemos como sendo o conjunto padronizado de


elementos descritivo, retirados de um documento, que permite sua identificação
individual. A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário,
pode ser composta, também, por elementos complementares. Pelo primeiro,
entendemos como sendo as informações vistas como indispensáveis para a
recuperação da obra e pelo segundo, compreendemos como o conjunto de
informações que ajudam na recuperação da obra, entretanto, se não aparecem, não
prejudicam o processo de busca. O que não se pode deixa de destacar é que as
informações para a elaboração da referência têm que ser retiradas tanto de um,
quanto de outro. Quando os elementos forem retirados de outra fonte, o aluno
deverá colocá-los entre colchetes.

5.1 Regras Gerais de Apresentação

A referência deve se apresentar de forma padronizada onde as obras deverão


aparecer em ordem alfabética, em espaço simples e separadas por espaços duplos.
Quando aparecer em nota de rodapé, deverá se estruturar de forma alinhada, a
partir da segunda linha da mesma referência, abaixo da primeira palavra, de forma a
destacar o expoente e sem espaço entre elas.

5.2 Modelos de Referências

5.2.1 Monografia

Considera-se como monografia livros ou folhetos (manual, guia, catálogo,


enciclopédia, dicionário, etc) e trabalhos acadêmicos (trabalho de conclusão de

67
curso, dissertação, tese, etc). SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo (quando
houver). Local de publicação: Editora, Data de publicação.

EXEMPLOS:

• Autor Pessoal

AULETE, Carlos. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. 2. cd. Brasileira.


Rio de Janeiro: Deita, 1964. v. 5

GOMES, Ana Maria da Silva; VECHI, Conceição Alves; SILVA, Mário da. Introdução ao
estudo da literatura. São Paulo: Atlas, 1991. 389p. p. 45-40.

PEREIRA, A. C. Estudo comparativo de diferentes métodos de exame utilizado em


odontológica, para diagnóstico da cárie dentária. São Paulo: USP, 1993.
Originalmente apresentada como dissertação de mestrado, Universidade de São
Paulo, 1993.

• Autor Entidade

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política


ambiental do estado de São Paulo. São Paulo: SEMEAM, 1993. 93p.

• Autor Desconhecido

RETÓRICA geral. São Paulo: Cultrix: Edusp, 19742.

3.4.2.2 Publicação Periódica

• Revista

SOBRENOME, Prenome. Título do artigo: subtítulo (quando houver). Título da


Revista, Local de publicação, ano ou volume, número, páginas lidas, periodicidade.

2 Quando o autor for desconhecido, iniciar pelo título, colocando a primeira


palavra (com exceção dos artigos definidos e indefinidos) em caixa alta.

EXEMPLO:

AULETE, Carlos. Noções de empreendedorismo. Revista Brasileira de


Administração, São Paulo, ano 2, n. 3, p.23-29, 10 jan. 2001.

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa Neo Interativa, Rio de
Janeiro, n.2, inverno 1994. 1 CD-ROM.

SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto
de Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/contextslbrassilrevistas.htm>.
Acesso em: 28 nov. 1998.

• Jornal

68
SOBRENOME, Prenome. Título do artigo: subtítulo (quando houver). Título do jornal,
Local de publicação, ano, número, periodicidade. Caderno, páginas lidas.

EXEMPLO:

LANZANA, A. E. T. As micro e pequenas empresas na era do real. Gazeta Mercantil,


São Paulo, ano 34, n.481, 16 jul. 1996. Caderno A, p. 16.

AS MICRO e pequenas empresas na era do real. Gazeta Mercantil, São Paulo, ano
34, n.481, 16 jul. 1996. Caderno A, p. 16.

SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo,
São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em:
<http://wwwprovidafamilia.org/pena_morte_nascrito.htm>. Acesso em: 19 set. 1998.

3.4.2.3 Evento

SOBRENOME, Prenome. Título do artigo: subtítulo (quando houver). In: NOME DO


EVENTO, número, ano de realização, local de realização. Título. Local de
publicação: Editora: Data de publicação. Total de página. Páginas lidas.

EXEMPLO:

AULETE, Carlos. Noções de empreendedorismo. In: SEMANA DE


ADMINISTRAÇÃO, 2., 2000, Manaus. Anais... Manaus: Valer, 2001. l98 p. p.45-53.

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. Os limites pedagógicos. In: CONGRESSO DE


INICIAÇAO CIENTIFICA DA UFPE, 4., 1996, Fortaleza. Anais eletrônicos... Recife:
UFPe, 1996. Disponível em:
<http:llwww.propesg.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em 21 jan. 1997.

3.4.2.4 Documentos de Acesso Exclusivo em Meio Eletrônico

EXEMPLO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas doc: normas


para apresentação de trabalhos. Curitiba, 1998. 5 disquetes, 3 ‘/2 pol. Word for
Windows 7.0.

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. Os limites pedagógicos. Disponível em:


<http://www.propesq.u1e.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em 21 jan. 1997.

3.5.2.5 Entrevista Gravada

PASSARINHO, Jarbas: depoimento [4 jan. 2000]. Entrevistadora: Márcia Elizabete


Aquino. Brasília: CNI/Fundação Milton Campos. 2 fitas cassetes (120 mm), 3 3/4
pps, estéreo.

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