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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
ENGENHARIA DE MATERIAIS

Lista de Exercícios: Seleção de Materiais

Discente: Railson Machado Pinto


Docente: Profa. Dra. Rafaela Luiz Pereira Santos

Teresina, abril de 2018


Lista de Exercícios: Seleção de Materiais

______________________________________________
Railson Machado Pinto
(Discente/UFPI)

______________________________________________
Profa. Dra. Rafaela Luiz Pereira Santos
(Docente/UFPI)

Teresina, abril de 2018


AVALIAÇÃO 1

1. QUAIS AS PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO DE MATERIAIS NO


SÉCULO XX E A PARTIR DE 1940, FAÇA UMA DISCUSSÃO COMPARATIVA.

Resposta: No século XX, as habilidades do engenheiro se dirigiam ao macroscópico,


representado por obras de grande porte como, por exemplo na indústria do transporte: trens,
automóveis, navios, aviões etc., sendo os materiais e produtos caracterizados por suas
dimensões, formas, propriedades mecânicas, sabia-se pouco do que ocorria sob a superfície dos
materiais e as ferramentas principais do engenheiro eram as equações da mecânica do contínuo.
Já a partir de 1940, observa-se uma convergência entre a parte macroscópica (engenheiros) e a
microscópica (físicos e químicos), dessa convergência nasceu um novo profissional - o
engenheiro de materiais que, a partir de então, utilizou átomos e moléculas como blocos,
rearranjando em proporções e formas arquitetônicas diversas, assim, o engenheiro de materiais
passou a preocupar-se com propriedades mecânicas e funcionais exigidas pelas novas
tecnologias.

2. EXPLIQUE A TRÍADE DA ENGENHARIA DE MATERIAIS E COMO ISSO AFETA NA


SELEÇÃO DOS MATERIAIS?

Resposta: Observa-se que existe uma correlação direta entre estrutura, propriedades e
processamento de um determinado material. Portanto, o desempenho de um material dependerá
de suas propriedades mecânicas e funcionais, as quais são determinadas pela estrutura, ou seja,
a forma como os átomos e moléculas estão arranjados e que, por sua vez, dependerá do processo
ao qual material foi submetido. Essas vertentes formam a tríade da engenharia de materiais.
Conforme o que foi exposto anteriormente, é possível concluir que a seleção de um material
depende diretamente dessa tríade, pois conhecer a estrutura-propriedade-processo é um
requisito importante no desenvolvimento de um projeto, e as características presentes na tríade
influenciam na escolha do tipo de material, podendo afetar diretamente no custo, condições de
serviço etc.

3. QUAIS SÃO AS DUAS PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO DE


MATERIAIS? EXPLIQUE.

Resposta:

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 Uma trata de atividades que podem ser definidas como “correlacionamento de
propriedades com o desempenho final”, sempre implicando a realização ou melhoria de
produtos e, por isso mesmo, incluindo o processamento como tema relevante. Com isso,
abrange desde a adaptação de matérias-primas até a avaliação do desempenho final.
 Outra grande área de atuação é a seleção de materiais. Esta atividade envolve uma gama
de conhecimentos técnicos, assim, a seleção de materiais é um ponto focal de uma série
de especialidades tecnológicas, que vão desde a criação do projeto até a análise de
desempenho em campo.

4. EXPLIQUE COMO A SELEÇÃO DE MATERIAIS PODE SER DESENVOLVIDA


(QUAIS OS PASSOS).

Resposta: Passos para a seleção de materiais - a seleção de materiais não deve ser usada apenas
com base em requisitos de resistência mecânica, de tenacidade, de resistência à corrosão etc.,
mas também visando adequar o material aos processos de fabricação disponíveis.

5. QUAIS AS PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS PARA A


SELEÇÃO ADEQUADA DE MATERIAIS? EXEMPLIFIQUE.

Resposta: Para a seleção correta de materiais, é preciso estabelecer inicialmente algumas


considerações, sendo assim, a viabilização de um produto ou componente é tarefa de natureza
interativa tanto em nível de projeto como em nível de materiais e de procedimentos de
fabricação, considerando sempre a função e os requisitos de projeto. Posteriormente, são feitos
testes de desempenho que podem detectar a possiblidade de funcionamento deficiente ou
mesmo falhas, considerando também as condições de serviço e ambientais, dimensionamento,
propriedades físicas e químicas, materiais para redução de custo e processos. Como exemplo,
a escolha ou seleção de um material para fabricação de um aço, com um certo teor de carbono,
para ser utilizado na construção estrutural de pontes e prédios, é importante que se tenha
conhecimento das considerações citadas anteriormente.

6. EXPLIQUE A FILOSOFIA DO COMPROMISSO. MOSTRE EXEMPLOS!

Resposta: A “filosofia do compromisso” é entendida como o eventual sacrifício de uma ou


mais propriedades em benefício de uma otimização geral, o que pode ser muito complexo
quando se lida com grandezas inter-relacionadas. O exemplo clássico é o conflito da resistência
mecânica com a resistência à propagação de trincas (tenacidade).

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7. QUAIS OS CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE MATERIAIS?

Resposta: Considerações dimensionais, considerações de forma, considerações de peso,


considerações de resistência mecânica, resistência ao desgaste, conhecimentos das variáveis de
operação, facilidade de fabricação, requisitos de durabilidade, número de unidades,
disponibilidade de material, custo, existência de especificações e códigos, viabilidade de
reciclagem, valor de sucata, grau de normalização e tipo de carregamento.

8. O QUE SÃO IM (ÍNDICES DE MÉRITO) E COMO ELES PODEM AFETAR NA


ESCOLHA DO MATERIAL?

Resposta: Os Índices de Mérito (IM) ou desempenho, é uma fórmula algébrica que expressa
um compromisso entre duas características ou propriedades. Em sua forma mais simples o IM
é geralmente uma fração, tendo no numerador a propriedade que se quer maximizar e no
denominador a que se deseja minimizar. Dentre as relações, talvez mais conhecidas, tem-se:
resistência/peso e rigidez/peso.

9. PARA SE REALIZAR UM PROJETO COM FACILIDADE DE FABRICAÇÃO QUAIS


CONSIDERAÇÕES DEVEM SER LEVADAS EM CONTA?

Resposta: Acabamento superficial e tolerâncias (aspectos de rugosidade - peças fundidas/ e


exigência de condições de contorno para processo mais adequado); Escala de produção -
variável mais importante, alto custo do ferramental, número de peças; E usinabilidade -
forjamento em matriz fechada requer retirada de volume de material.

10. EXPLIQUE COMO A DIMENSÃO DA PEÇA PODE AFETAR NO CRITÉRIO DE


ESCOLHA DE UM MATERIAL, EXEMPLIFIQUE.

Resposta: Na maioria das situações, o tamanho da peça é um parâmetro fixo que aparentemente
mantém pouca relação com o processo de seleção de materiais. Entretanto, pode restringir o
campo de escolha em relação tanto à composição química como ao método de fabricação.

11. POR QUE O DIÁLOGO ENTRE PROJETO E SELEÇÃO DE MATERIAIS É


IMPORTANTE?

Resposta: O diálogo entre projeto (design) e seleção de materiais são procedimentos


importantes que viabilizam um produto ou componente.

12. QUAIS SÃO AS ATIVIDADES DE SELEÇÃO?

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Resposta:

 Criação de um novo produto ou nova função: células solares, células de combustível,


baterias, novos materiais com efeitos estéticos;
 Modificações que visam à adaptação a novas condições de serviço: rotores, tanques e
tubulações na indústria química, embalagens de alumínio para indústria de alimentos,
motores à explosão;
 Materiais inadequados ao serviço: corrosão em silenciadores de automóvel e
componentes de planta industrial, blindagens com menor peso (compósitos), implantes
cirúrgicos;
 Novos materiais e novos processos para melhoria do desempenho: ligas superplásticas,
ligas com memória de forma, implante de íons em metais, junção metal/cerâmica,
mateis antirruído.
 Redução de custo: o ferro fundido nodular substituindo aço forjado, polímeros na
indústria automobilística, soldagem em substituição à fundição.

13. COMO A ANÁLISE DE FALHAS CONTRIBUI PARA A SELEÇÃO DE UM


MATERIAL, EXPLIQUE.

Resposta: A análise de falhas é uma técnica importante para manter e assegurar a integridade
e a segurança de produtos e instalações industriais. Referente a seleção de um material, estes
estudos contribuem para: prevenção de falhas em equipamentos/produtos, melhoramento e
modificações no projeto, e melhor entendimento do projeto, das técnicas de fabricação e dos
métodos de inspeção.

14. NO CRITÉRIO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS COMO PODEM SER


CLASSIFICADOS ESSES MATERIAIS E COMO É REALIZADA A AVALIAÇÃO DE
QUAL MATERIAL SERÁ ESCOLHIDO?

Resposta: São classificados em mecânicas, físicas e químicas. Não é determinado apenas pelo
material escolhido, mas também pelas modificações advindas do processamento.

15. QUAIS AS PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES DE PROJETO EM SELEÇÃO


UTILIZANDO PROPRIEDADES DOS MATERIAIS, EXPLIQUE.

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Resposta: Em projeto costuma-se assumir os materiais como essencialmente homogêneos e
isotrópicos no que concerne a suas propriedades. Na prática, porém, essas podem exibir
anisotropia em maior ou menor grau, dependendo do material e de seu processamento.

16. AS PROPRIEDADES PODEM SER SENSÍVEIS E INSENSÍVEIS A ESTRUTURA,


EXPLIQUE COMO ISSO PODE AFETAR NA ESCOLHA DE UM DETERMINADO
MATERIAL.

Resposta: Resposta: As propriedades insensíveis à estrutura são muito pouco modificadas por
alterações macro e microestruturais, incluindo propriedades físicas - densidade, calor
específico, coeficiente de expansão térmica etc. Por outro lado, a maioria das propriedades da
engenharia é altamente dependente da estrutura, por exemplo - tensão de escoamento,
ductilidade e tenacidade são muito sensíveis a fatores como tamanho de grão, distribuição dos
átomos de soluto, grau de deformação plástica etc. Portanto, estes fatores podem afetar
diretamente a escolha ou seleção do tipo de material e processo, pois a variação destas
propriedades pode comprometer o desempenho, custo, design do produto etc.

17. EXPLIQUE COMO CADA UM DESSES FATORES AFETAM A ESCOLHA DO


MATERIAL: TENSÃO DE ESCOAMENTO, DUCTILIDADE E TENACIDADE SÃO
MUITO SENSÍVEIS A FATORES COMO TAMANHO DE GRÃO, DISTRIBUIÇÃO DE
ATOMOS DO SOLUTO (EM SOLUÇÃO OU FORMANDO SEGUNDAS FASES), GRAU
DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA, ETC.

Resposta: Boa parte das propriedades de engenharia dependem bastante da forma como o
material está estruturado, além disso a composição química e física, também influenciam no
limite de escoamento do material, ou mesmo, na deformação elástica e plástica, além da energia
absorvida pelo material. Estas características são afetadas de acordo uma certa variação no
tamanho de grão, miscibilidade e compatibilidade das fases e do módulo de elasticidade.

18. O QUE SÃO PRIMEIROS PRINCÍPIOS E COMO SÃO PREVISTAS AS


PROPRIEDADES A PARTIR DISSO.

Resposta: Os primeiros princípios dizem que a seleção de materiais pode ser realizada em nível
de detalhamento (as características ou propriedades do produto estão definidas) ou em nível de
concepção (busca-se informações das propriedades em manuais e na literatura - resultados de
ensaios).

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19. EXPLIQUE O QUE SÃO: DETALHAMENTO, FATORES DE ESCOLHA E VISÃO
GERAL DE PROJETO.

Resposta:

 Detalhamento: função do produto ou componente total definida, assim como sua forma,
dimensões, e muitas vezes a família do material (liga metálica, polímero, cerâmica ou
compósito). Além disso, o especialista em materiais busca apoio em manuais, em
listagens de propriedades ou mesmo em resultados de ensaios especialmente concebidos
para auxiliá-lo.
 Fatores de escolha: essa escolha gera mecanismos de realimentação, que influenciam a
forma, as dimensões, a qualidade de atendimento às condições de operação e mesmo o
grau de atendimento da função para a qual o produto se destina. Tais situações são
típicas da fase de pré-projeto, nesse caso, a abordagem macroscópica é a mais adequada.
 Visão geral de projeto: Trata-se de manter inicialmente o maior número possível de
graus de liberdade, visando não perder nenhuma oportunidade dentro da grande
variedade de materiais hoje existentes. Contudo, a escolha pode provocar problemas,
sendo o lado positivo a variedade na escolha e lado negativo o complexo processo de
seleção.

20. QUAIS SÃO OS ESTÁGIOS DE ESCOLHA A PARTIR DE CONSIDERAÇÕES


PRELIMINARES.

Resposta: Valores aproximados, avaliação segundo a natureza das ligações, densidade atômica
do cristal, resistência ao caminhamento das discordâncias e vibração atômica. E o segundo
estágio - refinamento das escolhas exploratórias.

21. POR QUE A DENSIDADE É UMA IMPORTANTE PROPRIEDADE PARA MEDIR OS


IM?

Resposta: O grau de empacotamento depende de três fatores – peso dos átomos, seu tamanho
e a maneira como se rearranjam no cristal. No caso dos metais, são densos quando compostos
de átomos pesados, as cerâmicas são leves pela presença de C, N, O etc., e os polímeros com
baixa densidade devido ao arranjo bi e tridimensional (constituídos por C, H, N etc.). Portanto
a densidade é importante pois pode-se selecionar um material conforme o IM

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resistência/densidade, por exemplo, para aplicações que requerem alto desempenho - material
leve.

22. O QUE É MODULO DE ELASTICIDADE E COMO SUA PREVISÃO PODE AFETAR


NO COMPORTAMENTO E CONSEQUENTE ESCOLHA DO MATERIAL?

Resposta: É uma propriedade intrínseca do material e depende de dois parâmetros: rigidez das
ligações atômicas e densidade das ligações. Se o índice de mérito for determinado em função
da resistência mecânica, no caso por exemplo da resistência/peso, para isso é preferível que se
diminua o peso até um certo limite e maximize a resistência, ou seja, deve-se escolher um
material não muito pesado e com uma resistência mecânica desejada.

23. EXPLIQUE A PARTIR DA FIGURA ABAIXO COMO PODEM SER ESCOLHIDOS OS


MATERIAIS POLIMÉRICOS ADEQUADOS, TOMANDO-SE COMO BASE ELEVADAS
PROPRIEDADES MECÂNICAS:

Resposta: Quanto mais cristalino o polímero for, maior será sua resistência mecânica. Assim a
rigidez das cadeias e a existência de ligações cruzadas proporcionam um polímero com alta
resistência mecânica, e levando isso em consideração, a combinação que apresenta essa
característica está no centro do triângulo (cadeias cristalinas, rígidas com ligações cruzadas). O
polímero com maior ou elevada propriedade mecânica seria a combinação de todas as partes do
triângulo.

24. POR QUE PROPRIEDADES COMO A RESISTÊNCIA MECÂNICA POUCO SE


PRESTAM PARA SER EXPLICADAS PELOS PRIMEIROS PRINCÍPIOS?

Resposta: Porque a resistência mecânica é fortemente dependente da estrutura.

25. COMO OCORRE O MECANISMO DE ESCORREGAMENTO EM CRISTAIS


METÁLICOS, A FORMA COMO ESSE ESCORREGAMENTO ACONTECE PODE
ALTERAR NA ESCOLHA DO MATERIAL, COMO?

Resposta: A deformação ocorre ao longo de certas direções cristalinas, sobre planos


específicos do cristal. Sim, a força requerida para mover uma camada de átomos sobre a outra
(como em deformação por escorregamento) corresponde em princípio à resistência teórica do
metal ou material.

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26. QUAIS OS PARÂMETROS PARA EXPRESSAR O COMPORTAMENTO MECÂNICO
DAS CERÂMICAS E PORQUE AS TENSÕES REAL E TEÓRICA DELAS NÃO MUITO
DISPARES COMPARADAS AOS MATERIAIS METÁLICOS?

Resposta: Para materiais cerâmicos aplicam-se considerações similares a dos metais, mas a
disparidade entre tensão teórica e real não é tão evidente. A propriedade “resistência mecânica”,
quantificada para os metais via ensaio de tração e em termos de tensão de escoamento, apresenta
conceituação um pouco mais complicada para cerâmicas. Isso significa que não há parâmetro
para expressar a resistência de cerâmicas frágeis, mas elástica da ligação metálica, a
discordância é acomodada pela distorção dos planos cristalinos em torna da mesma.

27. DIFERENCIA ANISOTROPIA DE ISOTROPIA E POR QUE ESSAS PROPRIEDADES


SÃO TÃO IMPORTANTES NA ESCOLHA DE UM MATERIAL? TODOS MATERIAIS
POSSUEM ANISOTROPIA. EXPLIQUE POR QUE SIM OU POR QUE NÃO.

Resposta: Na isotropia, os materiais apresentam as mesmas propriedades mecânicas em todas


as direções. Já a propriedade anisotrópica é dependente das direções, por exemplo dos cristais,
portanto a propriedade elástica do material depende da direção. Nem todos os materiais são
anisotrópicos, por exemplo, em um mineral específico (halita) ocorre a anisotropia para a
clivagem, mas a propagação da luz é igual em todas as direções. Quando o valor da propriedade
física é igual em todas as direções, o cristal é isotrópico para essa propriedade. Portanto, saber
as características do material, se é ou não anisotrópico, é importante para o desenvolvimento
do projeto e a aplicação que se destina o material selecionado.

28. EXPLIQUE COMO OS DEFEITOS PODEM INFLUENCIAR NO COMPORTAMENTO


DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DOS MATERIAIS. (EXPLIQUE COM BASE EM 4
FATORES).

Resposta: A resistência mecânica pode ser influenciada por defeitos como vacâncias (presença
de lacunas - ausência de um átomo numa posição normalmente ocupada), contornos de grão
(que distorcem/interrompem as ligações iônicas semidirecionais), íons de cargas diferentes em
contato (cria áreas de repulsão local) e discordâncias (podem alterar o empacotamento dos
átomos causada pela inserção de um plano adicional). Dependendo do defeito, pode-se obter
uma melhoria da resistência mecânica, como no caso dos contornos de grão.

29. CLASSIFIQUE OS MATERIAIS CERÂMICOS, METÁLICOS E POLIMÉRICOS


RELATIVAMENTE À: MOBILIDADE DE DISCORDÂNCIAS, MODULO DE
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ELASTICIDADE, PLASTICIDADE, FRATURA FRÁGIL OU DÚCTIL. (MONTE UMA
TABELA).

 Materiais cerâmicos: os materiais cerâmicos possuem baixa mobilidade de


discordâncias, o que restringe sua plasticidade e faz com que a fratura frágil seja a
norma. Devido ao módulo de elasticidade estar diretamente relacionado com as forças
interatômicas, em geral, os materiais cerâmicos possuem alto módulo de elasticidade.
 Materiais metálicos: a mobilidade de discordâncias é o principal fator envolvido na
deformação plástica de metais e ligas, boa parte dos metais apresentam uma boa
resistência mecânica, diferentes módulos de elasticidade e boa parte são dúcteis, mas
também podem apresentar fratura frágil, dependendo do tipo de metal.
 Materiais poliméricos: os materiais poliméricos possuem baixo módulo de elasticidade,
em comparação com os materiais cerâmicos e valores, em geral, menores em relação
aos metais. Uma parte dos polímeros possuem certa mobilidade das discordâncias, o
que explica sua plasticidade, já outros não. Podem apresentar fratura frágil ou não,
dependerá do tipo de material polimérico.

Resposta:

30. É POSSÍVEL MELHORAR O COMPORTAMENTO MECÂNICO DAS CERÂMICAS?


COMO? ISSO IRÁ MUDAR O IM?

Resposta: Sim. O comportamento mecânico das cerâmicas pode ser alterado pela adição de
outros materiais a massa cerâmica ou pela mudança nas condições de processamento,
resultando em uma maior densificação, diminuição de poros e microtrincas, melhorando assim,
o comportamento mecânico. Consequentemente, o índice de mérito terá alguma variação.

31. QUAIS OS CRITÉRIOS USADOS PARA A ESCOLHA DE POLÍMEROS?

Resposta: O critério de projeto para polímeros é a rigidez, por ser baixa em comparação com
a resistência mecânica (exceto para polímeros com grande peso molecular e/ou alto grau de
orientação). Além disso, é importante o grau de cristalinidade, existência de ligações cruzadas
e mecanismo de enrijecimento das cadeias, e que estão relacionados ao módulo de elasticidade.

32. EXPLIQUE A TENACIDADE À FRATURA BASEADA NOS PRIMEIROS


PRINCÍPIOS.

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Resposta: De acordo com os primeiros princípios, associados aos conceitos de Energia de
Fratura (Gc) e de energia superficial y conferida pela expressão (Gc ≥ 2y), define que é a
condição necessária para a fratura, isto é, que a energia elástica liberada na ocasião seja maior
do que a energia associada às duas superfícies que se formam com a abertura da trinca.

33. POR QUE A PROPRIEDADE TÉRMICA É UM CRITÉRIO DE ESCOLHA


IMPORTANTE? BASEIE SUA RESPOSTA A PARTIR DA FIGURA ABAIXO.

Resposta: O comportamento térmico de um material pode ser um objeto de busca de otimização


em um projeto. Por exemplo, é essencial conhecer os requisitos de condutividade térmica para
materiais isolantes; expansão térmica - previsão de tensões residuais térmicas; coeficiente de
expansão térmica e a difusidade térmica - fluxo de calor trasiente. Partindo disso, a figura
mostra uma peça metálica (junta) vazada, isto é, por ela passa algum fluido, portanto é
importante conhecer as propriedades térmicas do material que compõe a peça, porque
dependendo do fluido e da temperatura do mesmo, pode ocorrer processos de oxidação,
corrosão da peça, contaminação do fluido pelo surgimento de ferrugem no interior da peça,
aparecimento de buracos etc., e que pode levar ao comprometimento da resistência mecânica
da peça.

34. NA FIGURA ANTERIOR ACONTECEM DOIS FENÔMENOS RELACIONADOS A


FORMA DA PEÇA (RESTRIÇÃO INTERNA E RESTRIÇÃO EXTERNA) EXPLIQUE-OS
E COMO VOCÊ COMO ENGENHEIRO DE MATERIAIS PODERIA DIMINUIR ESTAS
RESTRIÇÕES PARA UTILIZAR ESSA PEÇA NUM PROJETO DE UM GASODUTO?

Resposta: Restrição externa: Em uma tubulação com o trecho em curva e as duas extremidades
engastadas, percebe-se que na curva instauram-se tensões de tração e compressão e será maior,
quanto maior for a temperatura da tubulação. Já para a Restrição interna: ocorre o resfriamento
rápido da peça e, em geral, conduz ao estabelecimento de um estado de tensões residuais. Em
um projeto de em gasoduto, o primeiro passo seria recorrer ao projeto da peça, para verificar
suas características dimensionais, visando modificar o seu ângulo de curvatura para diminuir a
pressão exercida pelo fluido na parte curva da peça. E para diminuir a restrição interna utilizaria
outro material de revestimento na peça para evitar o seu resfriamento rápido, nesse caso.

35. EXPLIQUE O QUE SÃO MAPAS DE PROPRIEDADES E COMO ELES PODEM


AUXILIAR NA ESCOLHA DOS MATERIAIS.

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Resposta: São também conhecidos como mapas de Ashby. Eles procuram agrupar todas as
famílias de materiais em gráficos cujas coordenadas compõem, sempre que possível, índices de
mérito utilizados em cálculos de dimensionamento e seleção. O agrupamento de todas as
famílias em cada um desses gráficos exige o uso de escalas logarítmicas.

36. DE ACORDO COM O MAPA ABAIXO (ASHBY) ESCOLHA TRÊS MATERIAIS QUE
MAIS SE ADEQUEM A PRODUÇÃO DE FIBRAS ÓTICAS. LEMBRE-SE DE USAR
COMO IMs (DENSIDADE E COEFICIENTE DE PERDA).

Resposta:

 Basicamente, a estrutura das fibras ópticas convencionais que são utilizadas em sistemas
de telecomunicação são compostas de um núcleo e com base no mapa de ASHBY a
opção adequada de núcleo seria a região onde está o dióxido de silício/SiO2-Cerâmica;
 O segundo material é utilizado para revestir o vidro (é bastante utilizado o PVC, com
base no índice de mérito é mais vantajoso utilizar o PP porque possui um menor
coeficiente de perda).

37. O QUE É RIGIDEZ E COMO ELA PODE SER MEDIDA NOS MATERIAIS?

Resposta: Rigidez é a resistência de um corpo à deformação por uma força aplicada. O módulo
de Young ou módulo de elasticidade é um parâmetro mecânico que proporciona a medida da
rigidez de um material sólido (E = δ / ε).

38. QUAIS OS PRINCIPAIS PARÂMETROS LEVADOS EM CONTA QUANDO DA


SELEÇÃO DE MATERIAIS A PARTIR DA RIGIDEZ?

Resposta: O parâmetro importante nesse regime de deformação é o módulo de elasticidade


(módulo de Young) E, e a seleção de materiais baseada no critério de deflexão máxima (ou pré-
especificada) se reduz à comparação dos materiais em termos desse parâmetro.

39. EXPLIQUE COMO COMPORTA-SE A CURVA TENSÃO DEFORMAÇÃO E COMO


ELA PODE AUXILIAR NA AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE MÉRITOS ENVOLVENDO
RESISTÊNCIA MECÂNICA?

Resposta: A curva tensão-deformação em seu primeiro estágio (primeiro e único para materiais
que não exigem plasticidade) permitem visualização direta da significância do E em projeto e
em seleção de materiais.

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40. POR QUE O MODULO DE ELASTICIDADE PODE SER CONSIDERADO MAIS UMA
PROPRIEDADE FÍSICA DO QUE UMA PROPRIEDADE MECÂNICA?

Resposta: Porque depende apenas da força de ligação dos átomos, sendo assim uma função da
natureza destes.

41. COMO É REALIZADO O CÁLCULO DE MODULO DE ELASTICIDADE EM METAIS


TRAGA EXEMPLOS E ESQUEMATIZE PELO MENOS UM TIPO DE TESTE
REALIZADO (DESENHE).

Resposta: Para metais, o E é obtido a partir de um ensaio de tração com velocidade constante.
Por exemplo os aços carbono e aços liga de alta resistência, têm praticamente o mesmo valor
de E, independentemente de tratamento térmico, microestrutura etc.

Tabela 1. Valores obtidos em ensaio de tração.


Material E (GPa)
Aços Carbono 210
Aços Inoxidáveis 190-200
Aços Liga 210

42. COMO É REALIZADO O CÁLCULO DE FREQUÊNCIA NATURAL DE VIBRAÇÃO


DO MATERIAL.

Resposta: Consiste em impor vibrações transversais a uma amostra em forma de barra, registrar
sua frequência natural de vibração e aplicar na relação f = (α/L2) (EI/ρ)2, em que f é a frequência
natural de vibração, α uma constante dependente da forma da barra e do modo de vibração, ρ a
densidade do material, I o momento de inércia e L o comprimento da amostra.

43. DE ACORDO COM A FIGURA ABAIXO, DISCUTA O QUE ACONTECE EM CADA


UMA DAS CURVAS. QUAL DESTES MATERIAIS VOCÊ ESCOLHERIA PARA
PRODUÇÃO DE UM TANQUE PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUA, PORQUÊ?

Resposta: A figura mostra curvas com diferentes comportamentos de tensão-deformação. Na


curva (a) o material possui baixo módulo, baixa resistência e baixa tenacidade. Na curva (b) o
material possui alto módulo, alta resistência e baixa tenacidade. Na curva (c) o material possui
alto módulo, alta resistência e alta tenacidade. E na curva (d) o material possui baixo módulo,
baixa resistência e baixa tenacidade. Para produção de um tanque, o melhor comportamento

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seria da curva C, agora, se não fosse preciso uma alta tenacidade do material, aí poderia ser
escolhido a curva B.

44. QUAIS OS SEIS FATORES BÁSICOS PARA AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO


EM TRAÇÃO?

Resposta: Estrutura do monômero, flexibilidade das moléculas, peso molecular, a presença ou


ausência de ligações, cristalinidade e orientação das moléculas e temperatura de uso e sua
posição em relação a Tf e Tg.

45. MOSTRE COMO A CRISTALINIDADE E AUMENTO DE PESO MOLECULAR


PODEM AFETAR O MODULO DE ELASTICIDADE.

Resposta: A cristalinidade aumento o módulo porque nas regiões cristalinas as moléculas estão
mais próximas umas das outras do que na matriz amorfa. As ligações, portanto, são mais fortes
e mais rígidas, pois as distâncias intermoleculares diminuem e a flexibilidade das cadeias é
limitada pelas moléculas adjacentes. Aumentando o peso molecular dificulta-se o
escorregamento das cadeias poliméricas simplesmente por estas serem mais longas.

46. POR QUE EM PROJETOS QUE UTILIZAM POLÍMEROS NÃO É RECOMENDADO


AUMENTAR O PESO MOLECULAR DESTES? VOCÊ COMO ENGENHEIRO
APRESENTE OS PROBLEMAS E AS POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA ESTE PROBLEMA?

Resposta: O problema reporta-se à processabilidade, pois um alto peso molecular aumenta a


viscosidade do polímero fundido. Para melhorar as características de processabilidade, seria
necessário possível aumentar a temperatura, mas a degradação do material impõe limite a esse
recurso.

47. APÓS O PROCESSAMENTO QUAIS FATORES DEVEM SER AVALIADOS PARA A


ESCOLHA DE UM MATERIAL?

Resposta: Valores do modulo de elasticidade, curvas de fluência ou de relaxação de tensões.


São esses dados, e não os obtidos em ensaios de curta duração, que devem ser utilizados em
projeto quando a vida esperada do produto é longa.

48. EXPLIQUE O QUE É VISCOSIDADE E FLUÊNCIA E COMO ESSAS


PROPRIEDADES PODEM AFETAR A ESCOLHA DOS MATERIAIS?

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Resposta: A viscosidade é a resistência de um fluido ao escoamento e fluência é a deformação
lenta sob carga constante. Com base nas propriedades citadas, pode-se descobrir se o material
se deforma muito ou pouco, ou ainda, se o mesmo é mais ou menos fluido, partindo disso, é
possível descobrir se o material tem propriedades viscoelásticas desejadas.

49. EXPLIQUE A DIFERENÇA ENTRE FLUÊNCIA E RELAXAÇÃO DE TENSÕES,


QUAL CONDIÇÃO DESTAS SERIA MAIS ADEQUADA PARA A PRODUÇÃO DE UMA
MOLA E PORQUÊ?

Resposta: A fluência é a deformação lenta sob carga constante e a relaxação de tensões é


similar à fluência, mas representando o fenômeno inverso. Assim, ao remover a carga, o
material recupera parcial ou totalmente a deformação sofrida, mas não imediatamente. A mais
ideal seria as propriedades intermediárias.

50. DIFERENCIE DE FORMA ESQUEMÁTICA (DESENHE) COMO SE COMPORTAM


CURVAS ISÓCRONAS, ISOMÉTRICAS E MODULO DE FLUÊNCIA E QUAL SUA
IMPORTÂNCIA PARA A SELEÇÃO DE MATERIAIS?

Resposta: Os dados de fluência são representados partindo de curvas de deformação versus


tempo, obtidos com diferentes níveis de carregamento. Todas as curvas representam a mesma
informação, assim o engenheiro poderá escolher a que desejar ou que estiver disponível,
facilitando a seleção de materiais.

51. COMO É FEITA A INTERPRETAÇÃO NOS MAPAS DE MATERIAIS E O QUE


SIGNIFICAM AS LINHAS GUIA, SE VOCÊ OBSERVAR ABAIXO OU ACIMA DESSAS
LINHAS TERÁ ALGUMA MUDANÇA NA ESCOLHA DO MATERIAL, PORQUÊ?

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Resposta: Primeira cosa a se observar são as propriedades que estão sendo relacionadas, por
exemplo: módulo de elasticidade versus densidade. As três linhas-guias assinalam os materiais
com desempenho equivalente, ou seja, todos os que estiverem sob a mesma linha terão a mesma
deflexão para mesma massa.

52. VEJA O EXEMPLO PRÁTICO DO TANQUE!

Resposta:

53. QUAIS OS CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MATERIAL QUANTO A SUA


FORMA?

Resposta: Chapa, perfil extrudado, perfil sólido etc. Pode utilizar o critério de forma para
aumentar a rigidez e/ou diminuir o peso das estruturas.

54. O QUE É FATOR DE FORMA E COMO ELE PODE ALTERAR NA ESCOLHA DO


MATERIAL ADEQUADO?

Resposta: O fator de forma é um parâmetro adimensional que depende apenas da forma da


seção. Para cada modo de deformação há uma expressão para esse fator, e seu uso pode se dar
no contexto dos índices de mérito das propriedades dos materiais e dos mapas de propriedades,
com isso, influenciar na escolha do material desejado.

55. O QUE OCORRE COM O FATOR DE FORMA SE FOREM ADICIONADOS IM A ELE?


ISSO ALTERA A ESCOLHA DO MATERIAL?

Resposta: O fator de forma mede a resistência de determinado perfil à deformação. Levando


isso em consideração, para cada variação no IM do material, os valores do fator de forma
também acabam variando, pois houve mudança em pelo menos uma das propriedades do
material.

56. EXPLIQUE OS FATORES DE FORMA EM TORÇÃO E FLEXÃO.

Resposta: O fator de forma para deformação elástica em torção tem o mesmo aspecto que no
caso da flexão. Inicia-se com as fórmulas da resistência dos materiais que fornecem o valor de
deflexão causada por uma carga aplicada sobre uma viga de determinado comprimento; o
ângulo de torção com determinado comprimento; módulo de elasticidade em torção, submetido
a um momento de torção.

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57. COMO SE COMPORTA UMA MOLA E QUAIS SERIAM OS CRITÉRIOS PARA A
ESCOLHA DOS MATERIAIS ADEQUADOS PARA ESSA MOLA (PRIMEIROS
PRINCÍPIOS).

Resposta: São componentes cuja função primária é defletir sem deformar sob carga e uma vez
retirada a carga, a mola deve recuperar sua forma original. Naturalmente, os melhores materiais
para utilização em molas são os elastômeros, cerâmicas e uns poucos metais.

58. COMO DÁ-SE O AMORTECIMENTO INTERNO DE VIBRAÇÕES EXPLIQUE.

Resposta: Todos os sólidos, em maior ou menor intensidade, apresentam o fenômeno do atrito


interno, que se manifesta por resistência a deflexão periódica.

59. EXPLIQUE QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PARÂMETROS-CHAVE PARA O E


PROJETOS LIMITADOS POR PLASTICIDADE.

Resposta: A seleção de materiais baseia-se no critério da deflexão máxima ou pré-especificada


e se reduz à comparação dos materiais em termo desse parâmetro. Em projetos limitados por
plasticidade a propriedade de interesse é a resistência mecânica.

60. DE QUE FORMA O AUMENTO DO VOLUME ESTÁ RELACIONADO A


DIMINUIÇÃO DE RESISTÊNCIA MECÂNICA, EXPLIQUE.

Resposta: Está relacionado pela fórmula já conhecida (ϭ = F/A), em que a F representa a carga
aplicada e A, a seção transversal que efetivamente suporta. Portanto, o aumento de resistência
mecânica conduz à diminuição do volume.

61. QUAIS OS PRINCIPAIS ENSAIOS MECÂNICOS PARA MEDIR A RESISTÊNCIA


DOS MATERIAIS?

Resposta: Ensaios de tração, torção, dureza, compressão etc.

62. POR QUE A TORÇÃO NÃO É COMUMENTE UTILIZADA PARA DETERMINAR


RESISTÊNCIA MECÂNICA?

Resposta: Porque ele é requerido em especificações de materiais, mas seu grande campo de
aplicação são estudos teóricos de deformação plásticas.

63. EXPLIQUE O QUE OCORRE NOS GRÁFICOS ABAIXO.

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Resposta: As curvas de escoamento plástico são mostradas nas figuras. Indicam que a tensão
aumenta com a deformação até alcançar um pico de tensões e decresce em seguida até um
estado estacionário. Durante a etapa de encruamento a densidade de discordâncias aumenta com
a deformação até que a energia crítica necessária para o início da recristalização dinâmica seja
alcançada (σc e εc), iniciando-se o processo de nucleação de novos grãos. A substituição de
grãos deformados por núcleos e grãos isentos de deformação conduz a uma redução mais
acentuada na taxa de encruamento com o prosseguimento da deformação a partir da deformação
crítica. Em uma das figuras, observa-se que quanto maior a temperatura, menor a tensão
equivalente para deformar plasticamente o material.

64. DIFERENCIA TENSÃO VERDADEIRA, DE TENSÃO DE ENGENHARIA E POR QUE


A CORREÇÃO DESTAS CURVAS É TÃO IMPORTANTE NO CRITÉRIO DE ESCOLHA
DOS MATERIAIS.

Resposta: Tensão verdadeira ou real, que é a carga dividida pela seção transversal instantânea.
Deformação nominal ou de engenharia, que é a taxa de variação de comprimento. É importante
porque pode ser obtido uma informação curva tensão-deformação, que é o expoente de
encruamento, que determina trabalhabilidade a frio do material.

65. EXPLIQUE COMO ENCONTRAR O VALOR DO EXPOENTE DE ENCRUAMENTO


NUMA CURVA LOG Є X LOG ϭ.

Resposta: Se essa expressão (ϭ = Kϵn) for válida, plotando-se os dados (ϭ x ϵ) em coordenadas


logarítmicas obtém-se uma linha reta no intervalo de 0 a 1. A partir da inclinação obtém-se o
valor do expoente de encruamento.

66. EXPLIQUE O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS DE ACORDO


COM A FIGURA ABAIXO. PORQUE ALGUNS MATERIAIS APRESENTAM TAMANHA
MUDANÇA EM SUA RESISTÊNCIA MECÂNICA?

Resposta: A faixa de valores ocupada pela tensão de escoamento dos materiais metálicos é
muito larga, vai de 20 a 2000 Mpa. Assim, a posição dos metais em relação aos outros é bastante
vantajosa. Em segundo lugar estão os polímeros, em terceiro os compósitos e assim por diante.
No exemplo dos mateis, a amplitude de valores reflete o elevado número de ligas metálicas
disponíveis, além da tensão de escoamento, traduzindo assim o efeito dos vários mecanismos
de endurecimento disponíveis.

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67. QUAIS OS PRINCIPAIS MECANISMOS QUE CONDUZEM AO AUMENTO DA
RESISTÊNCIA MECÂNICA, EXPLIQUE-OS.

Resposta: Deformação a frio, formação de solução sólida, controle de tamanho de grão e


precipitação.

68. EXPLIQUE COMO OCORRE O ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO À FRIO E


SUAS PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES NA ESCOLHA DE UM MATERIAL.

Resposta: Ao se deformar o cristal um aumento da densidade de discordâncias, que pode


alcançar valores próximos a 1012. Assim, a própria manifestação do encruamento significa que,
ou há dificuldade de gerar discordâncias, ou torna-se difícil movê-las. Portanto o endurecimento
vem da difícil movimentação das discordâncias. Em alguns casos, a deformação a frio pode não
ser vantajosa, como o aumento de resistência de metais puros ou ligas não tratáveis
termicamente.

69. O QUE É ENCRUAMENTO? E COMO ELE PODE MELHORAR AS PROPRIEDADES


DOS MATERIAIS?

Resposta: Mecanismo disponível para o aumento de resistência mecânica em metais puros. O


encruamento ocorre basicamente porque os metais se deformam plasticamente por movimento
de discordâncias, o que acaba melhorando suas propriedades mecânicas, como aumento da
dureza do metal.

70. QUAL A RELAÇÃO ENTRE TENSÃO DE ESCOAMENTO E DENSIDADE DE


DISCORDÂNCIAS? EXPLIQUE.

Resposta: Essa relação diz que a tensão necessária para mover uma discordância no campo de
tensões causada pelas discordâncias que a rodeiam, é a tensão de Peierl (necessária para mover
uma discordância), uma constante de (0,5), o módulo de cisalhamento, o vetor de Burgers e a
densidade de defeito.

71. QUAL A PRINCIPAL VANTAGEM E DESVANTAGEM DA DEFORMAÇÃO A FRIO?

Resposta: A desvantagem - as vezes é preciso de recozimento intermediário durante a


deformação plástica para obtenção de um determinado produto. Vantagem: realizado em
temperatura ambiente.

72. EXPLIQUE COMO SE DÁ O ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA?

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Resposta: Elementos de liga em solução provocam aumento na tensão de escoamento. Isso
ocorre tanto na solução sólida substitucional quanto na intersticial, porém de forma mais
acentuada na segunda. O mecanismo de endurecimento se baseia na interação entre os
obstáculos e as discordâncias.

73. VOCÊ COMO ENGENHEIRO DE MATERIAIS ESCOLHERIA UM MATERIAL QUE


FOSSE RECOZIDO OU FORJADO PARA A PRODUÇÃO DE UMA BOBINA QUE
PUDESSE SUPORTAR ALTAS TEMPERATURAS? EXPLIQUE.

Resposta: Não. Escolheria um outro processo, como laminação, para obtenção das bobinas. A
até mesmo pelo custo, porque muitas vezes o processo de recozimento acaba aumento os custos
de produção.

74. O DIRECIONAMENTO DOS GRÃOS AFETA NAS PROPRIEDADES DOS


MATERIAIS? COMO?

Resposta: Grãos adjacentes geralmente possuem diferentes orientações cristalográficas e um


contorno de grão em comum e, durante a deformação plástica, o escorregamento ou o
deslocamento de discordâncias deve ocorrer neste contorno, de um grão A para outro B. O
contorno de grão funciona como uma barreira a estes deslocamentos, por duas razões:

 Como os dois grãos possuem diferentes orientações cristalográficas, a discordância, ao


passar do grão A para o B, precisa alterar sua direção de deslocamento, o que se torna
mais difícil a medida que as desorientações aumentam;
 A desordem atômica nos contornos de grão resulta na descontinuidade dos planos de
escorregamento entre um grão e outro.

75. SE VOCÊ TIVESSE QUE ESCOLHER UM MATERIAL PARA UMA APLICAÇÃO


MAGNÉTICA QUAL MICROESTRUTURA VOCÊ ESCOLHERIA, UMA
MICROESTRUTURA COM TAMANHO DE GRÃO DA ORDEM DE 100 µM OU
TAMANHO DE GRÃO DE 20 µM. EXPLIQUE.

Resposta: Escolheria o de grão de 20 µm porque o material iria apresentar melhores


propriedades mecânicas.

76. QUAIS OS PARÂMETROS DE CONTROLE PARA A PRODUÇÃO DE UMA SS?

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Resposta: O parâmetro cristalino da matriz, número de átomos de soluto por unidade de
volume e sua fração volumétrica.

77. POR QUE A SOLUÇÃO SOLIDA INTERSTICIAL OCORRE MAIS FACILMENTE DO


QUE A SUBSTITUCIONAL?

Resposta: Devido a elementos de liga em solução que provocam aumento na tensão de


escoamento.

78. POR QUE A ENERGIA DE INTERAÇÃO OBSTÁCULO-DEFEITO (U) PARA UM


SOLUTO INTERSTICIAL EM CRISTAIS DO TIPO DE CUBO DE CORPO CENTRADO É
(0,75EV) E NA ESTRUTURA CÚBICA DE FACE CENTRADA ESTE EFEITO É MUITO
MENOR (0,1EV).

Resposta: Porque o efeito de endurecimento é proporcional ao valor de U e solutos


substitucionais em metais com estrutura cristalina cúbica de face centrada tem efeito muito
menor.

79. COMO OCORRE O ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO DE SEGUNDA FASE?

Resposta: Por nucleação e crescimento.

80. QUAIS OS TRÊS PROCEDIMENTO EXIGIDOS PARA O AUMENTO DA


RESISTÊNCIA MECÂNICA VIA PRECIPITAÇÃO? EXPLIQUE CADA UM.

Resposta: Escolha da liga - utilizando os primeiros princípios é possível prever o que ocorre
quando se acrescenta um soluto B em um solvente A, isto é, origina uma liga metálica.
Precipitação - mapa de composição da liga-temperatura, que localiza a posição e os limites das
diversas fazes ou misturas de fases da liga. Tratamentos térmicos - o fenômeno da precipitação
se manifesta pela aplicação de tratamento térmico ao material.

81. A PARTIR DA FIGURA ABAIXO MOSTRE COMO É POSSÍVEL FORMAR UM


PRECIPITADO E EXPLIQUE OS TERMOS C1 E C2.

Resposta: São indicadas duas composições, C1 e C2. A primeira se encontra inteiramente no


campo da solução sólida, enquanto C2 atravessa o mesmo campo. Assim C1 define uma liga
não endurecível e C2 define uma liga endurecível e tratável (nucleação e o crescimento).

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82. EXPLIQUE COMO OCORRE O FENÔMENO DE ENVELHECIMENTO DURANTE A
PRECIPITAÇÃO E DE QUE FORMA ISSO PODE ALTERAR NA ESCOLHA DE UM
MATERIAL?

Resposta: A fase precipitada passa a interferir no movimento das discordâncias, reduzindo sua
mobilidade e, consequentemente, a ductilidade do material. A escolha do material dependerá
da natureza do precipitado, interface com a matriz e grau de dispersão.

83. QUAIS AS CONSIDERAÇÕES QUE DEVEM SER LEVADAS EM CONTA QUANDO


DO ENVELHECIMENTO DURANTE A PRECIPITAÇÃO?

Resposta: Quanto menor a temperatura de precipitação, maior a taxa de nucleação das


partículas, portanto, menor é o vetor de Burgers.

84. COMO OCORRE O ENDURECIMENTO POR CONTROLE DE TAMANHO DE GRÃO.


EXPLIQUE.

Resposta: Sobre dois grãos de um policristal atua uma tensão. Sob a ação desta surgirão
discordâncias, sendo esse mecanismo bloqueado pelo encontro do plano de escorregamento
com o contorne de grão. Portanto quanto maior o tamanho de grão, maior o número de
discordâncias, maior a tensão de cisalhamento e maior a facilidade para o bloqueio associado
ao contorno de grão seja superado e a deformação passe de um grão para outro.

COMO SE COMPORTAM MATERIAIS CERÂMICOS, POLIMÉRICOS E METÁLICOS A


ATUAÇÃO DE TESTES MECÂNICOS?

Resposta: Em temperatura ambiente, a maioria das cerâmicas é frágil e exibe comportamento


elástico até o ponto de fratura e, mesmo assim, a resistência desses materiais à fratura é bem
menor do que a resistência teórica. Os materiais poliméricos se unem com ligações primárias,
fortes, do tipo valência. Além disso, o peso molecular pouco influencia na resistência, mas
controla as propriedades de ruptura (tensão, módulo e energia de ruptura). Os materiais
metálicos, em comparação com as cerâmicas, permitem razoavelmente a movimentação de
discordâncias que é o um fator importante envolvido na deformação plástica de metais e ligas,
o que explica sua ductilidade.

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