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Vegetação
Nesta fase, os trabalhos tiveram como principal meta as áreas verdes, constituindo-se
no que foi chamado de "Diagnóstico e Bases para a Definição de Políticas para as Áreas
Verdes no Município de São Paulo".
Todos os dados utilizados foram registrados para o sistema de coordenadas UTM (MC
45W, fuso 23S, Datum Córrego Alegre) de forma a constituírem uma base compatível e
facilitar a interpretação visual de dados da imagem com base nas referências espaciais
das demais bases de dados.
Para efeito da sua disponibilidade neste meio, foram os citados mapas adequados para
as escalas mencionadas nos links dos respectivos temas, bem como na página do
índice de mapas.
Aplicativos
Arquivos CAD (formato Drawing Web Format – DWF) – Express Viewer
• Cobertura Vegetal
• Clima Urbano
• Flora e Fauna
• Uso do Solo
• Meio Físico
• Ocupação Urbana
• Perfil Socioeconômico
• Perfil Socioambiental.
Bases de Informação
Para a produção do mapa de vegetação foram utilizadas imagens digitais produzidas
pelo sensor ETM+ (Enhanced Thematic Mapper Plus) do satélite Landsat 7.
Todas as bandas multiespectrais (ETM 1, 2, 3, 4, 5 e 7) de duas cenas adquiridas em 03
de Setembro de 1999, correspondendo à órbita/ponto 219/76 e 219/77, abrangendo
todo o território do Município, foram empregadas no estudo.
Métodos Utilizados
Para o processamento das imagens, utilizou-se com os "softwares" ER Mapper 6.0 e
SPRING 3.5.
As imagens disponíveis foram mosaicadas e corrigidas geometricamente, através do
registro (georreferenciamento) tendo como referência a base cartográfica digital.
Visando realçar as informações relativas à vegetação, foram realizados procedimentos
tradicionais em processamento digital de imagens (PDI), tais como: aumento de
contraste, produção de composições coloridas, filtragem de freqüências espaciais,
operações aritméticas e classificação.
As composições coloridas que apresentaram melhores resultados para interpretação
visual, foram as produzidas com a associação das bandas TM4, TM5 e TM3 aos canais R
(vermelho), G (verde) e B (azul). Nelas, a vegetação é representada em vermelho,
facilitando a percepção visual das variações tonais.
Como a assinatura espectral da vegetação se caracteriza pela intensa absorção da REM
na região do vermelho (devido à clorofila) e intensa reflexão na faixa do infravermelho
(IV) próximo (causada pela estrutura foliar), é comum o uso de razões de bandas,
correspondentes a estas faixas do espectro, nos estudos de vegetação.
Segundo Crosta (1992), esta é a base para o desenvolvimento dos Índices de
Vegetação, que envolvem divisão, soma e diferença entre bandas espectrais. Dentre
estes, o NDVI (Normalized Diference Vegetation Index) é o mais empregado. Para o
caso das imagens TM, são utilizadas as bandas TM3 (correspondente à faixa do
vermelho) e TM4 (correspondente à faixa do IV próximo), segundo a fórmula abaixo:
NDVI = (TM4 - TM3) / (TM4 + TM3)
Foresti (1986), empregou tal processamento para o estudo da vegetação do município
de São Paulo (região do centro expandido), sugerindo-o como um método simplificado
de monitoramento da vegetação em áreas urbanas.
No mapa da distribuição da vegetação, a imagem resultante da aplicação do NDVI,
teve seu histograma ajustado e fatiado em 7 níveis de intensidade, cada qual
correspondendo a uma classe de densidade de vegetação.
Utilizando-se do algoritmo de tabulação cruzada, do SPRING 3.5, o mapa temático
resultante deste processo foi confrontado com o mapa de Administrações Regionais,
para uma quantificação preliminar das diferentes classes de densidade de vegetação.
Cabe aqui ressalvar que o NDVI é ferramenta de grande utilidade, mas diversos
pesquisadores vêm apresentando restrições a seu uso como índice de área foliar ou
biomassa (Sellers, 1985) ou de teor de clorofilas (Datt, 1998; Gitelson & Merzlak, 1998)
ou na correta discriminação das espécies e de modicações devidas às condições do
meio ou do estado de saúde dos vegetais (Guenegou et al., 1994).
Assim, para a diferenciação entre as tipologias vegetais que ocorrem no município, a
equipe trabalhou com várias técnicas em desenvolvimento no Instituto de Geociências
da USP, as quais foram utilizadas na elaboração do mapa da cobertura vegetal.
Tal abordagem, proposta por Almeida (1999), Almeida e Fromard (2000) e Almeida et
al. (2000) diferencia-se conceitualmente da prática usual por ser sistêmica,
considerando o essencial dos pigmentos foliares, o conteúdo em água foliar e
informações de biomassa, estrutura foliar e de dossel e traços de informação de
compostos bioquímicos. Para isto, analisa-se todo o espectro óptico, dentro dos limites
do sensor utilizado, à luz de dados de espectrometria de vegetação fornecidos pela
literatura.
A viabilidade vem do bem conhecido e muito característico comportamento espectral
vegetação entre 400 e 2500nm: no visível a resposta é dominada pelos pigmentos
foliares, fotossintéticos ou não, enquanto no infravermelho próximo o é pela estrutura
foliar e, no infravermelho médio e distante, pelo conteúdo em água foliar e,
secundariamente, por compostos bioquímicos como celulose, hemiceluloses,
proteínas, ligninas e amidos, compostos que, entretanto, têm sua resposta espectral
nas folhas verdes fortemente mascarada pela água foliar. Considerando-se
simultaneamente estes aspectos, a vegetação é vista como um sistema, que expressa
seu vigor tanto no do conjunto de constituintes como, muitas vezes, em cada um
isoladamente, já que a interdependência entre os constituintes das folhas é parcial.
Desta forma uma abordagem sistêmica pode permitir a identificação mais
pormenorizada de diferenças nas coberturas vegetais que estudos analíticos e,
portanto, parciais, como é feito tradicionalmente.
Para a elaboração do mapa da cobertura vegetal, aplicou-se o método de classificação
não supervisionada e a filtragem passa-baixa.
Desmatamento
Bases de informação
Métodos utilizados
Vegetação Significativa
Bases de Informação
Escolheu-se a Bacia do Córrego Cabuçu de Baixo como área piloto do município para
estudos de detalhe da vegetação significativa e de uso do solo para as áreas públicas.
Foram utilizadas as informações representadas na publicação “Vegetação Significativa
do Município de São Paulo” (SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE /
SECRETARIA MUNICIPAL DO PLANEJAMENTO, 1988), considerando que os maciços
arbóreos e os espécimes isolados mapeados nesta publicação servem de base para o
Decreto Estadual nº 30433/89, que os considera imunes ao corte. As cartas que
recobrem a área da Bacia foram escanerizadas e posteriormente vetorizadas, gerando
um arquivo digital que possibilitou o registro associado com a rede viária e com a
imagem de satélite Ikonos. Através de interpretação visual de dados foi possível avaliar
a situação atual das áreas de vegetação significativa indicadas em 1988.
Foi utilizada a imagem IKONOS multiespectral, com resolução espacial de 4m, do dia
24 de setembro de 2000, (nas bandas verde 0.52 - 0.60µ vermelho 0.63 - 0.69µ,
infravermelho próximo 0.76 - 0.90µ), embora as faixas correspondessem a dois modos
distintos de aquisição, como pôde ser observado na variação de textura do Índice de
Vegetação, indicando a necessidade de análise separada destes dados.
Todos os dados utilizados foram registrados para o sistema de coordenadas UTM (fuso
23, Datum Córrego Alegre) de forma a constituírem uma base compatível e facilitar a
interpretação visual de dados da imagem com base nas referências espaciais das
demais bases de dados.
Foi utilizada a base matricial das cartas da publicação Vegetação Significativa do
Município de São Paulo (na escala 1:10.000), as quais foram digitalizadas no âmbito do
projeto.
Para o desenvolvimento desta análise utilizou-se ainda os seguintes dados vetoriais,
provenientes da base digital do Atlas Ambiental:
· Limite da Bacia
· Eixo de Logradouros da Bacia do Cabuçu
· Limites das Reservas – Parque Estadual da Cantareira e Parque Estadual Alberto
Loefgreen – da área.
Para limitação da área de trabalho foram utilizados os vetores do limite da Bacia do
Cabuçu e aplicado um Buffer de 500 metros para processamento dos dados.
Estes vetores foram extraídos da Base do Atlas em formato DXF e exportados para o
formato Shapefile.
Através de análise espacial, foram extraídas somente as feições pertencentes à área de
abrangência deste estudo das bases utilizadas.
Os dados vetoriais e matriciais utilizados possibilitaram a verificação das diferenças
entre o limite do Parque Estadual da Cantareira que pode ser observado na publicação
“Vegetação Significativa do Município de São Paulo“ (SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO
AMBIENTE / SECRETARIA MUNICIPAL DO PLANEJAMENTO, 1988) e o constante na base
digital do Atlas Ambiental. Para o desenvolvimento do trabalho optou-se por preservar
o limite definido na Base do Atlas e corrigir as distorções no mapa final.
Métodos utilizados
Para o levantamento da situação atual da vegetação utilizou-se basicamente de dois
procedimentos metodológicos: o processamento digital de imagens e a interpretação
visual de dados. A seguir, apresentamos os procedimentos adotados e as atividades
realizadas para a geração de cada um dos mapas resultante deste estudo.
As áreas com vegetação significativa foram comparadas e verificadas com a
composição colorida da imagem de satélite, e depois de avaliadas foram classificadas
pelos seguintes critérios, quanto à situação atual da vegetação:
Alteração
-Sem alteração 01
-Alterada 02
-Não mais existente (suprimida) 03
-Em regeneração 04
-Área de Exclusão de Parques 05
Tipo de alteração
-Aumento da área 1000
-Redução da área Valor da porcentagem de redução
-NOVA OCUPAÇÃO
-Ocupação urbana
- pouco densa 01
- densa 02
- vertical 03
-Área em processo de ocupação 04
-Vegetação herbácea ou gramínea 05
-Solo exposto 06
Esta chave de classificação foi montada para permitir uma análise da situação da
vegetação significativa de forma qualitativa e quantitativa estimada. Esta classificação
seguiu os critérios adotados para a caracterização dos elementos abordados na
publicação que conforme citado,
“...resultou numa seleção às vezes aparentemente injusta quanto à qualidade da
vegetação, mas justificada por sua inserção em determinado contexto urbano ou em
situação geográfica específica.” (SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE /
SECRETARIA MUNICIPAL DO PLANEJAMENTO, 1988).
Para o posicionamento dos polígonos do tema Vegetação Significativa, optou-se por
utilizar como referência posicional o tema eixo de logradouros em formato Shape File
e as Cartas da Vegetação Significativa escaneadas no formato jpg. Este material foi
georreferenciado com projeção UTM Zona 23 e Datum Córrego Alegre. Este processo
de organização e agregação de dados para a análise foi feito levando-se em
consideração a limitação imposta por cada material utilizado e seu processo de
obtenção, além da necessidade de compatibilização das informações.
A interpretação visual dos dados permitiu uma avaliação da permanência ou não das
unidades de vegetação, representadas por polígonos sobrepostos a Imagem, assim
como uma estimativa da porcentagem de alteração sofrida pela área e a qual
ocupação foi submetida.
Para as unidades arbóreas representadas por pontos, foi realizada visita ao local para
averiguação e documentação da situação atual dos exemplares arbóreos.
O processamento digital de dados foi utilizado para gerar a composição colorida com o
realce adequado, que foi utilizada para a interpretação visual em tela e para a geração
do índice de vegetação, realizado para destacar outras áreas com vegetação na região.
O índice de vegetação é um dos indicadores de desenvolvimento sustentável proposto
pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (United Nations
Commission on Sustainable Development UM/CSD) e destacado pelo seu potencial de
permitir a visualização da distribuição espacial do fenômeno (segundo Langaas, 1996).
Através de técnicas de processamento digital de imagens foi gerada a composição
colorida da imagem. Foi também realizado um teste para gerar um índice de
vegetação.
O índice utilizado foi o índice de vegetação da diferença normalizada:
[(NDVI= (IV-V)/(IV+V)], aonde:
NDVI é o índice de vegetação da diferença normalizada;
IV é a imagem correspondente à banda do infravermelho
V é a imagem correspondente à banda no vermelho.
O objetivo de utilizar o índice de vegetação foi mostrar a existência, a partir da
observação da imagem, de pequenas áreas com pouca vegetação distribuídas de
forma intensa na área.
Estas áreas, muitas vezes jardins residenciais, não constavam do levantamento da
vegetação significativa e, na maior parte das vezes, não se apresentam como áreas de
vegetação especialmente significativa, no entanto o processamento efetuado permitiu
destacar a existência destas áreas e valorizar a importância no conjunto destas
pequenas unidades.
Após o processamento do índice de vegetação foi possível verificar uma variação nos
valores radiométricos da imagem que não foi observado na composição colorida,
provavelmente derivado de diferenças nos processos de aquisição. Esta variação foi
mantida e, portanto, a imagem resultante deve ser analisada como um dado relativo à
área da imagem em que está localizada. Neste sentido, o resultado obtido com o
índice de vegetação deve ser considerado como um recurso de visualização geral das
áreas vegetadas.