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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PROF.: ENGo CRISTIANO GOMES – BELO HORIZONTE/MG - 2017

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Sumário
Módulo I ........................................................................................................................................... 3
Capítulo 1: A evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho .............................................. 3
Capítulo 2: Aspectos econômicos, políticos e sociais ................................................................... 4
Capítulo 3: A história do prevencionismo ..................................................................................... 7
Módulo II .......................................................................................................................................... 9
Capítulo 4: Entidades públicas e privadas .................................................................................... 9
Capítulo 5: A Engenharia de Segurança do Trabalho no contexto capital-trabalho.................... 10
Módulo III ....................................................................................................................................... 12
Capítulo 6: O papel e as responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho ............ 12
Módulo IV ....................................................................................................................................... 13
Capítulo 7: Acidentes: conceituação e classificação .................................................................. 13
Capítulo 8: Causas de acidentes: fator pessoal de insegurança, ato inseguro, condição
ambiental de insegurança........................................................................................................... 14
Capítulo 9: Consequências do acidente: lesão pessoal e prejuízo material ............................... 16
Capítulo 10: Agente do acidente e fonte de lesão ...................................................................... 16
Capítulo 11: Riscos das principais atividades laborais ............................................................... 16
Capítulo 12: Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho .......................................... 17
Capítulo 13: Definições de EPI e EPC........................................................................................ 21
Referências Bibliográficas.............................................................................................................. 24

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Módulo I
Capítulo 1: A evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho

A Saúde e a Segurança do Trabalho caracterizam-se pela adoção de estratégias que levam os


trabalhadores a desenvolverem atitudes conscientes para o trabalho seguro durante a realização
de suas atribuições. Visa, ainda, implantar preceitos e valores de segurança, no esforço de
integrá-los à qualidade do trabalho e do meio ambiente, à produção e ao controle de custos das
empresas (SENAC, 2006).

Os Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho das organizações exigem a formação de


profissionais adequadamente preparados para a busca da qualidade, pressupondo a melhoria
das condições dos ambientes de trabalho a fim de reduzir os níveis de risco e de proporcionar
proteção aos trabalhadores, o que acarreta o aumento da produtividade e da competitividade das
organizações.
O Brasil, lamentavelmente, ainda é destaque em número de acidentes de trabalho e incidência de
doenças ocupacionais, conforme indicam as estatísticas, estando sistematicamente entre os
países que mais registram acidentes de trabalho no mundo. Essa posição poderia ser ainda pior
se todos os acidentes ocorridos fossem registrados e se o universo de trabalhadores abrangidos
pelas estatísticas não estivesse aquém da força real de trabalho existente no País.
O Anuário Estatístico da Previdência Social publicado em 2005 apresentou o seguinte quadro
evolutivo dos acidentes de trabalho de 1996 a 2004.

Dos 458.956 acidentes acontecidos no Brasil em 2004, 17.778 ocorreram na região Norte; 44.401
no Nordeste; 107.213 no Sul; 29.722 no Centro-Oeste e 259.842 no Sudeste, sendo que destes
170.036 foram em São Paulo.

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Constata-se, assim, a necessidade cada vez maior da formação de profissionais em nível técnico
e superior, possibilitando o exercício de suas atividades, de acordo com as normas legais, para
responder às exigências decorrentes das formas de gestão, de novas técnicas e tecnologias e da
globalização nas relações econômicas, o que vêm transformando a sociedade e a organização do
trabalho. Estas práticas exigem desses profissionais a atuação em equipes multiprofissionais,
com criatividade e flexibilidade, atendendo a diferentes situações em diversos tipos de
organizações, permanentemente sintonizados com as transformações tecnológicas e
socioculturais (SENAC, 2006).
Nesta apostila veremos sobre a evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho que envolve
seus aspectos econômicos, políticos e sociais bem como a história do prevencionismo; o papel
das entidades públicas e privadas; assim como o papel do engenheiro de segurança do trabalho
no contexto capital-trabalho. Noções introdutórias sobre acidentes, fator pessoal de insegurança,
ato inseguro, classificação, causas dos acidentes, consequências, a lesão pessoal, o prejuízo
material, agentes e fontes de lesão também fazem parte do arcabouço. Finalizamos com a
apresentação dos riscos das principais atividades laborais.
Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores e temas
introdutórios à engenharia de segurança no trabalho e tomamos o cuidado de disponibilizar ao
final da mesma, várias referências bibliográficas que podem complementar o assunto e sanar
possíveis lacunas que vierem a surgir.

Capítulo 2: Aspectos econômicos, políticos e sociais

Relações de trabalho na sociedade primitiva


Devido às inter-relações entre homem e trabalho, torna-se imprescindível discorrer sobre sua
história.
A disciplina segurança no trabalho foi concebida para prevenir os acidentes que atingem direta e
indiretamente o trabalhador, por meio da segregação ou eliminação dos riscos gerados pelas
condições dos locais de trabalho e pelas tecnologias empregadas, de modo a promover,
continuamente, medidas para prevenção de acidentes, doenças e otimização das condições e do
meio ambiente de trabalho.
Por meio do trabalho, o homem atendeu e continua atendendo às suas necessidades bio-psico-
sociais e construindo os bens que sustentam as bases da vida material em suas dimensões
econômica, política, social, religiosa e cultural.
Nos tempos mais remotos, o trabalho humano era restrito a tarefas que tinham como finalidade
assegurar, essencialmente, a proteção do grupo e sua sobrevivência, desta forma, a caça e a
pesca era as atividades preponderantes. A vida era marcada pelo nomadismo e pela
transumância, ou seja, o homem primitivo não vivia fixado num local determinado. Por evidenciar
um espírito eminentemente gregário, detectou-se no homem primitivo os indícios da presença de
uma noção, mesmo que muito rústica, de segurança e proteção coletiva (BRASIL, 2002).
De acordo com Oliveira (2000), a transumância foi o fenômeno que possibilitou ao homem passar
de caçador, nômade, para uma outra fase, intitulada coletora, passando a se valer de outras
fontes de alimentos, como tubérculos, frutos silvestres e leguminosas.
O fato do homem primitivo se abrigar em cavernas ou no cume das montanhas, buscando um
modo de proteção contra as intempéries, animais de grande porte e até mesmo de inimigos,
merece destaque neste início de curso, pois revela comportamentos em busca de medidas de
proteção coletiva, como requisito básico para a própria sobrevivência e do grupo (BRASIL, 2002).

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Como esses grupos se abrigavam em cavernas próximas a cursos d’água, sementes e raízes
presentes nos restos de alimentos jogados à terra começavam a se reproduzir e, por conseguinte,
a lhes proporcionar uma outra fonte de alimento, nascendo dessa experiência a agricultura.
Com a evolução da agricultura, criaram-se as bases necessárias a uma nova experiência de vida
– o pastoreio. Através das atividades relacionadas com o pastoreio, o homem passou a dispor de
animais não somente como fonte de alimento, mas também como meio de tração. A agricultura
permitiu o aumento populacional do homem e o tornou sedentário, isto é, fixado em uma base
territorial onde se encontram as terras cultivadas e as primeiras edificações, onde se formaram as
primeiras cidades, nações e impérios. Por este novo paradigma, o homem é liberado da
transumância penosa, abrindo caminho à agropecuária (BRASIL, 2002).
A agropecuária marcou um dos estágios mais significativos da evolução humana, não só porque
facilitou ao homem a obtenção dos meios necessários à vida, como a alimentação e a habitação,
mas, principalmente, por ter lhe proporcionado um dos primeiros modelos de organização e
economia que vai estimular a produção de excedentes.
No entendimento de Oliveira (2000), quando o homem passou a produzir mais do que era
necessário ao consumo diário e desenvolveu a ideia de guardar esse excedente para consumo
posterior, nasceram as trocas e a noção de posse. Por meio das trocas, o intercâmbio entre
povos diferentes tornou-se possível. A noção de propriedade, a princípio grupal, depois privada,
mudou radicalmente os paradigmas da vida humana.
O advento da propriedade privada levou o homem a construir uma outra forma de vida calcada na
organização e no controle. A família monogâmica e o Estado, que surgiram em virtude dessa
mudança, passaram a dar sustentação a esse novo estilo de vida. Da propriedade privada ao
escravismo foi apenas uma questão de tempo (BRASIL, 2002).
Das lutas travadas contra seus inimigos, emerge naturalmente no homem a necessidade de se
proteger, portanto, ele começa a adotar as primeiras medidas de proteção individual e coletiva.
Cave (1986 apud BRASIL, 2002) afirma que a forma mais antiga de proteção individual adotada
pelos nossos ancestrais foi o “escudo”. O homem primitivo sabia que entre ele e o perigo havia a
necessidade de se antepor uma barreira para sua defesa. Foi bastante natural também pensar
que essa barreira pudesse ser carregada pelo homem de um local para outro.
Em seguida, o homem adota também o capacete para proteção da cabeça nas lutas contra seus
inimigos e, mais tarde, em estádios mais avançados da história, os guerreiros adotam armaduras
de metal, composta por elmo, couraça e cota de malha. Associadas a essas práticas nasciam
também os inconvenientes e até os primeiros casos de rejeição ao uso (BRASIL, 2002).
Quando o homem se conscientizou de que a riqueza acumulada era oriunda da terra e de braços
que a cultivavam, começou a poupar da morte os vencidos de guerra e a transformá-los em
produtores de excedentes – os escravos – que, a princípio, produtores de bens, em pouco tempo
vieram a se transformar em um deles, sendo transacionados como qualquer outro bem de
consumo. É importante destacar que o rebaixamento de cidadão à condição de escravo, segundo
costumes e normas adotadas por civilizações na Idade Antiga e no período medieval, podia se
dar por questões políticas e até mesmo pelo inadimplemento de uma dívida. Na condição de
escravo nenhum tipo de direito ou defesa, nem mesmo religiosa, era assegurado ao indivíduo. Ao
escravo só restava ser produtivo e leal ao seu dono. A única preocupação de seu dono era a de
evitar que ele adoecesse ou tivesse morte prematura, pois assim deixaria de explorá-lo ao
máximo de sua resistência física (OLIVEIRA, 2000).
A partir deste período e em decorrência do novo contexto vivenciado pelo grupo humano,
compreende-se o desinteresse e a inexistência de registros históricos relacionados com a
segurança do trabalhador, uma vez que os trabalhos mais pesados ou de mais elevado risco
eram destinados a escravos. Além disto, na cultura greco-romana, o trabalho se relacionava em
sua origem filosófica ao rebaixamento humano, porque ligava o indivíduo à matéria, daí ser

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também sinônimo de castração, de sofrimento, humilhação, expiação e de afastamento dos
deuses (BRASIL, 2002).
Para se ter uma dimensão mais clara do descaso com os registros sobre as questões ligadas à
proteção do trabalhador à época, mesmo Hipócrates (460-375 a.C. apud MENDES, 1996), no
momento em que descreve com particular agudeza o quadro clínico da intoxicação saturnina,
encontrado em um trabalhador mineiro, omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação no
seu clássico “Ares, Águas e Lugares”. Inúmeros ensinamentos são dedicados às relações entre
ambiente – incluindo clima, topografia, qualidade da água e mesmo organização política e saúde,
sem haver qualquer menção às condições em que o trabalho era realizado.
Ramazzini (2000) cita a preocupação de Lucrécio em Roma, um século antes do início da Era
Cristã, já perguntando a respeito dos cavadores das minas: “Não viste ou ouviste como morrem
em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta vida pela frente?”. O mesmo ocorre com Plínio, o
Velho (23 a 79 d.C. apud MENDES, 1996), autor da obra De História Naturalis, que, após visitar
alguns locais de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto
dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras.
Mendes (1996) menciona a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do rosto, à guisa de
máscaras rústicas, panos ou membranas de bexiga de carneiro para atenuar a inalação de
poeiras.
Na Europa, do ponto de vista do trabalho, especificamente do trabalho manual, a transformação
do escravismo em feudalismo mudou pouco a vida das pessoas. Os escravos e os trabalhadores
romanos, com o feudalismo, transformaram-se em servos de gleba, tão miseráveis quanto antes.
O único ganho foi o de não serem mais vendidos como mercadoria qualquer, ficando, porém,
vinculados ao senhor feudal (BRASIL, 2002).
Os primeiros registros de casos de acidentes e doenças e os seus respectivos nexos com o
trabalho ocorreram na Idade Média e foram efetuados por médicos que atendiam pacientes nas
corporações de ofícios. Hunter (apud NOGUEIRA, 1981) afirma que, em 1556, Georg Bauer, mais
conhecido pelo seu nome latino de Georgii Agricolae, publica o livro De Re Metallica, onde eram
relatados estudos sobre os diversos problemas relacionados à extração de minérios argentíferos
e auríferos e sua fundição.
Conforme as observações de Agricolae, em algumas regiões extrativas, “as mulheres chegavam
a casar sete vezes, roubadas que eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na
ocupação que exerciam”. O próprio Agricolae já sabia como estes problemas poderiam ser
evitados. Não se tratava de uma questão médica e sim de um problema de natureza tecnológica,
decorrente do processo de trabalho utilizado, cuja modificação, acrescida da introdução de meios
para melhorar a ventilação no interior das minas, poderia, como medida profilática, proteger os
trabalhadores da inalação de poeiras nocivas.
O mesmo Hunter (apud NOGUEIRA, 1981) assinala também a publicação, no ano de 1567, da
primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença, de autoria de Aureolus
Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido pelo nome de Paracelso. Seu autor
nasceu e viveu durante muitos anos em um centro da Boêmia, sendo numerosas as suas
observações relacionando métodos de trabalho ou substâncias manuseadas e doenças,
destacando-se, por exemplo, que, em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas
dessa doença profissional, a despeito de sua importância, ali se encontram assinalados. Estes
trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um século e não tiveram
qualquer influência sobre a segurança ou a saúde do trabalhador (BRASIL, 2002).
Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição de um livro que iria ter notável
repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra De Morbis
Artificum Diatriba – as doenças dos trabalhadores – de autoria do médico italiano Bernardino
Ramazzini, mais tarde justamente cognominado o “Pai da Medicina do Trabalho”. Neste famoso
tratado, o autor descreve uma série de mais de 50 doenças relacionadas a profissões diversas.

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Às perguntas hipocráticas fundamentais na anamnese médica, propõe Ramazzini que se
acrescente mais uma: “Qual é a sua ocupação?” De acordo com o autor, tal pergunta é
considerada oportuna e é mesmo necessário lembrar ao médico que trata um homem do povo,
que dela se vale para chegar às causas ocasionais do mal, a qual nunca é posta em prática,
ainda que o médico a conheça. Entretanto, se a houvesse observado, poderia obter uma cura
mais feliz (RAMAZZINI, 2000).
Brasil (2002) ressalta que a importância do trabalho de Ramazzini não pôde ser devidamente
avaliada na época. Realmente, ainda predominavam as corporações de ofício, com número de
trabalhadores relativamente pequeno e um sistema de trabalho muito peculiar. Os casos de
doenças profissionais eram poucos, assim, não obstante as corporações não raro disporem de
médicos que deviam atender seus membros, tais profissionais praticamente ignoraram o trabalho
de Ramazzini, cuja importância só seria reconhecida quase um século mais tarde.

Capítulo 3: A história do prevencionismo

Enquanto o termo Prevenção significa trabalhar as causas de um


acidente acontecido, visando criar mecanismos e procedimentos que impossibilitem o
acontecimento de novos e futuros acidentes vinculados às causas do anterior, prevencionismo
por sua vez, significa o estudo dos ambientes de trabalho e comportamento humano respectivos
de cada atividade, tendo como objetivo, a eliminação da potencialidade de acontecimento de
incidentes e acidentes, ou seja, colocar em prática a expressão que preceitua a profissão do
Especialista em Higiene e Segurança do Trabalho: “o desafio é impedir que o suor de um
trabalhador se transforme em sangue”.
O prevencionismo em seu mais amplo sentido evoluiu de uma maneira crescente, englobando um
número cada vez maior de fatores e atividades, desde as precoces ações de reparação de danos
(lesões) até uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a prevenção de todas as
situações geradoras de efeitos indesejados ao trabalho.
De todo modo, embora as abordagens modernas assemelham-se em seus objetivos de controle e
prevenção de danos, elas diferem em aspectos básicos, existindo algumas correntes que
explicam tais diferenças.
Enquanto uma corrente, como é o caso do Controle de Danos e do Controle Total de Perdas,
baseados em aspectos administrativos da prevenção e aliados às técnicas tradicionais e outras
mais recentes, enfatizam a ação administrativa de controle, a outra corrente procura dar um
enfoque mais técnico da infortunística, buscando para problemas técnicos, soluções técnicas.

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Esta última corrente é o que foi denominado de Engenharia de Segurança de Sistemas, sendo
uma metodologia para o reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais, com
ferramentas fornecidas pelos diversos ramos da engenharia e oferecendo novas técnicas e ações
para preservação dos recursos humanos e materiais dos sistemas de produção.
Ao se analisar mais a fundo as abordagens de Controle de Danos e Controle Total de Perdas de
Bird e Fletcher (1974 apud ALBERTON, 1996), respectivamente, chega-se a conclusão que os
mesmos estão baseados unicamente em práticas administrativas, carecendo de estudos e
soluções técnicas, como o é exigido pelos problemas inerentes à Prevenção de Perdas na
Segurança do Trabalho.
A mentalidade de dar um enfoque técnico à Engenharia de Segurança fundamentou-se em 1972
pelos trabalhos de um especialista em Segurança de Sistemas, o engenheiro Willie Hammer.
Seus trabalhos foram embasados nas técnicas utilizadas na força aérea e nos programas
espaciais norte-americanos onde atuava.
Foi da reunião destas técnicas, que sem dúvida oferecem valiosos subsídios na preservação dos
recursos humanos e materiais dos sistemas de produção, que nasceu a Engenharia de
Segurança de Sistemas.
Desta forma, a grande maioria das técnicas hoje empregadas na Engenharia de Segurança
surgiram ligadas ao campo aeroespacial, vindas dos norte-americanos, o que é bastante lógico
devido a necessidade imprescindível de segurança total em uma área onde não podem ser
admitidos riscos. Estas técnicas, inicialmente desenvolvidas e dirigidas ao campo aeroespacial,
automotivo, militar (indústria de mísseis) e de apoio, puderam ser levadas a outras áreas, com
adaptações, podendo ter grandes e significativas aplicações em situações da vida em geral.
As técnicas de Segurança de Sistemas começaram a tomar forma ainda na década de 60, sendo
criadas e apresentadas paulatinamente ao prevencionismo na década de 70. Desde esta época
um leque de diferentes técnicas vem buscando sua infiltração, sendo utilizadas como uma
ferramenta eficaz no combate à infortunística, embora ainda hoje, passadas mais de três
décadas, existe pouca literatura à respeito, principalmente quanto a sua aplicação na prevenção
do dia-a-dia ou na adapatação destas para aplicação nas empresas, projetos e segurança em
geral.
Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), a Engenharia de Segurança de Sistemas foi introduzida
na América Latina pelo engenheiro Hernán Henriquez Bastias, sob a denominação de Engenharia
de Prevenção de Perdas, e pode ser definida como
uma ciência que se utiliza de todos os recursos que a engenharia oferece, preocupando-se em
detectar toda a probabilidade de incidentes críticos que possam inibir ou degradar um sistema de
produção, com o objetivo de identificar esses incidentes críticos, controlar ou minimizar sua
ocorrência e seus possíveis efeitos.

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Módulo II
Capítulo 4: Entidades públicas e privadas

Em se tratando da área de Segurança do Trabalho, abaixo temos os órgãos e suas


competências:
À Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) compete:
I - formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho portuário,
priorizando o estabelecimento de política de combate ao trabalho forçado e infantil, bem como a
todas as formas de trabalho degradante; II - formular e propor as diretrizes e normas de atuação
da área de segurança e saúde do trabalhador; III - participar, em conjunto com as demais
Secretarias, da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho; (...) VIII - formular e
propor as diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da
inspeção do trabalho; IX - promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de
sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento; (...) XI - acompanhar o cumprimento, em
âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo Governo brasileiro junto a
organismos internacionais, em especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência; (...) XIII
- baixar normas relacionadas com a sua área de competência.
Ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) Subordinado a SIT, cabe:
I - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes e normas de atuação da área de segurança
e saúde no trabalho; II - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar a execução das
atividades relacionadas com a inspeção dos Site:
e condições de trabalho; III - planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de
Alimentação do Trabalhador e da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
IV - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar as ações e atividades de inspeção do
trabalho na área de segurança e saúde; V - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes
para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho, na
área de segurança e saúde; (...) VII - supervisionar, no âmbito de sua competência, a remessa da
legislação e atos administrativos de interesse da fiscalização do trabalho às Delegacias Regionais
do Trabalho.
As Delegacias Regionais do Trabalho:
Tem como objetivo principal coordenar e controlar, na área de sua jurisdição, a execução das
atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de
trabalho e a orientação ao trabalhador.
A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO
tem como objetivo:
Produzir e difundir conhecimento sobre Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente, para
fomentar, entre os parceiros sociais, a incorporação do tema na elaboração e gestão de políticas
que visem o desenvolvimento sustentável com crescimento econômico, promoção da equidade
social e proteção do meio ambiente.
Pode-se dizer que esta fundação é o braço técnico do Ministério do Trabalho e Emprego com
atribuições bastante definidas no campo da pesquisa e assessoramento técnico.
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO):
É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
O INMETRO tem como missão prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos
produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização
das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País.

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A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT:
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável
pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro.
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de
Normalização através da Resolução nº 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.
São objetivos da normalização:
- Economia: proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos;
- Comunicação: proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o
cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços;
- Segurança: proteger a vida humana e a saúde;
- Proteção do Consumidor: prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos
produtos;
- Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: evitar a existência de regulamentos conflitantes
sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial
(ABNT, 2012).

Encontramos na Norma Regulamentadora NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM


ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO as especificações em seus
mínimos detalhes do papel das empresas, quer sejam públicas ou privadas.
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT nº 33, de 27 de
outubro de 1983).

Capítulo 5: A Engenharia de Segurança do Trabalho no contexto capital-trabalho

Se tomarmos como parâmetro a crise econômica que vem se tornando crescente em vários
países, podemos considerar que o momento é de muita reflexão e ponderação, e para o
Engenheiro de Segurança do Trabalho é momento de perceber que sua atuação vai além das
normas e prescrições da profissão. O ambiente de trabalho está sofrendo pressões, existem
casos específicos que ele precisa ficar atento, pois nesses momentos de crise, as relações entre
capital e trabalho acabam ficando discrepantes e, muitas vezes, insatisfatórias para ambos os
lados. Amenizar conflitos deve ser, então, uma das habilidades a ser desenvolvida por esse
profissional.
Embora pareça, ao contrário de outras engenharias, a Engenharia de Segurança do Trabalho não
é uma ciência exata. Sobre ela existem vários olhares. Ela relaciona um leque abrangente de
ideias multifuncionais, com diversos setores. Lida com pessoas, com equipamentos, com

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gerenciamento, com liderança e acaba por ser um elo entre empregados e empregadores,
devendo ser coerente e equilibrado em suas ações e atitudes.
Enfim, as organizações empresariais, por meio de seu Engenheiro de Segurança, têm como
responsabilidade integrar o cuidado para com a saúde e a segurança do trabalhador com a
preservação do meio ambiente. Este profissional, portanto, precisa estar sempre se atualizando,
observando as várias perspectivas, os horizontes que vão surgindo, sem esquecer a importância
de equilibrar as relações entre o capital e o trabalho.

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Módulo III
Capítulo 6: O papel e as responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho

De uma maneira normativa e prescritiva, os Engenheiros de segurança são especialistas que têm
como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes e doenças dentro da empresa. Externos às
situações de trabalho, agem sobre as máquinas e sistemas (projeto de sistemas de proteção),
sobre os trabalhadores (treinamentos) e sobre as normas e procedimentos.
As responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, enquanto integrante do Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, também estão estabelecidas na
Norma Regulamentadora nº 4, dentre as quais destacam-se:
- aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança do trabalho ao ambiente de trabalho e a
todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar
os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
- colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e
tecnológicas da empresa;
- responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR
aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;
- promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos
trabalhadores;
- esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;
- analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes e doenças ocupacionais
ocorridos na empresa ou estabelecimento.

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Módulo IV
Capítulo 7: Acidentes: conceituação e classificação

O paradigma cultural predominante no Brasil em relação à SST baseia-se na visão de que o


sistema técnico é confiável e o ser humano constitui o elo frágil da corrente. As falhas humanas
são consideradas decorrentes de fatores individuais e do desrespeito às normas prescritas, fruto
de decisões “conscientes” dos trabalhadores. Nesse contexto, as medidas adotadas quase
sempre se resumem a punições e a “treinamentos” (BRASIL, 2010).
A realidade brasileira em SST é extremamente heterogênea. Gera desde eventos adversos de
diagnóstico evidente até situações complexas que demandam estudos aprofundados. Em
situações de incidência elevada de acidentes do trabalho, geralmente os problemas são
identificados com relativa facilidade. Nesses casos, o desrespeito à legislação é flagrante e as
ações de prevenção são óbvias.
Em sistemas com baixa incidência de acidentes, sua ocorrência depende da combinação de
múltiplos fatores que, por não se apresentarem de forma explícita na situação de trabalho
habitual, dificilmente são identificados por meio das avaliações de segurança clássicas (BRASIL,
2010).
Muitas são as definições de acidente, e variam segundo o enfoque que pode ser legal,
prevencionista, ocupacional, estatístico, previdenciário, entre outros, como veremos nesta
introdução ao curso de Engenharia de Segurança do Trabalho.

ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos,


perdas humanas e/ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma
pessoa, modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades (UNESP,
2010). Ao contrário do que muitas pessoas imaginam o acidente não é obra do acaso e nem da
falta de sorte.
Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e pesquisas visando eliminar os
fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir seus efeitos. Seu campo de atuação vai
desde uma simples residência até complexos conglomerados industriais (UNESP, 2010).
Sob o ponto de vista dos especialistas em Segurança, os acidentes são causados por fatores
conhecidos, previsíveis e controláveis. Milhares podem ser as causas de um simples acidente,
entretanto, todas elas podem ser agrupadas em duas categorias:
- Condição Insegura;
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- Ato Inseguro.

Outras definições importantes que balizam todo o conteúdo são:


EVENTO ADVERSO – qualquer ocorrência de natureza indesejável relacionada direta ou
indiretamente ao trabalho, incluindo:
ACIDENTE DE TRABALHO: ocorrência geralmente não planejada que resulta em dano à saúde
ou integridade física de trabalhadores ou de indivíduos do público.
Exemplo: andaime cai sobre a perna de um trabalhador que sofre fratura da tíbia.
INCIDENTE: ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade física de
pessoas tinha potencial para causar tais agravos.
Exemplo: andaime cai próximo a um trabalhador que consegue sair a tempo e não sofre lesão.
CIRCUNSTÂNCIA INDESEJADA: condição, ou um conjunto de condições, com potencial de
gerar acidentes ou incidentes.
Exemplo: trabalhar em andaime fixado inadequadamente (instável).
TRABALHADOR – pessoa que tenha qualquer tipo de relação de trabalho com as empresas
envolvidas no evento, independentemente da relação de emprego.
INDIVÍDUO DO PÚBLICO – pessoa que não sendo trabalhador sofra os efeitos de eventos
adversos originados em processos de produção ou de trabalho, tais como visitantes, transeuntes
e vizinhos.
PERIGO – fonte ou situação com potencial para provocar danos.
RISCO – exposição de pessoas a perigos. O risco pode ser dimensionado em função da
probabilidade e da gravidade do dano possível.

Capítulo 8: Causas de acidentes: fator pessoal de insegurança, ato inseguro, condição


ambiental de insegurança

As pessoas reconhecem com maior facilidade as condições inseguras, que os atos inseguros. Por
exemplo, um indivíduo ao abalroar o veículo que vai a sua frente, facilmente atribuirá à causa do
acidente a: defeito nos freios; parada brusca do veículo dianteiro; pista molhada, entre outros.
Este mesmo indivíduo terá muita dificuldade em admitir que a causa fosse um ato inseguro
decorrente de não ter mantido a mínima distância necessária, em relação ao veículo da frente,
para uma parada de emergência.
Estatisticamente sabe-se que os atos inseguros são responsáveis por mais de 90% dos acidentes
das mais diversas naturezas. Uma condição insegura normalmente é o resultado do ato inseguro
de alguém ao longo do desencadeamento do acidente.
A implosão parcial de um shopping center, devido ao vazamento de GLP1, é o resultado de uma
condição insegura criada pelo ato inseguro daqueles que não deram tratamento técnico
adequado ao projeto e ao local.
Gás Liquefeito de petróleo – uma mistura de gases de hidrocarbonetos geralmente usados como
combustível.
O ato inseguro normalmente decorre de situações tais como:
- Excesso de confiança;
- Agir sem ter conhecimento específico do que está fazendo;
- Não valorizar medidas ou dispositivos de prevenção de acidentes;
- Exceder limites de máquinas, veículos ou do corpo humano;
- Uso de veículos para fins de demonstração e não transporte;
- Imprudência e negligencia;

14
Improvisações.
No Brasil, os acidentes nas rodovias são causadores de milhares de mortos e feridos vindo a
seguir os acidentes na construção civil e na indústria.
Nos países desenvolvidos, medidas preventivas e de segurança de caráter individual ou coletivo
são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos países em
desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns destes países a
legislação apresenta alguns absurdos como compensação monetária pela exposição ao risco
(periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e empregadores concentrem suas
atenções no custo da exposição e não na eliminação da mesma (ST, 2006).
Estes conceitos apresentados não só parecem como realmente podemos considerar como
primários, mas infelizmente a maior parcela da população não se preocupa com a segurança
como deveria daí as estatísticas manter-se altas, necessitando de uma política e programas de
educação para a segurança nos vários tipos de trabalho.
São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo relacionados abaixo
os mais básicos e simples de seguir.
1. Reconhecer suas limitações
Não tente realizar um trabalho para o qual você não está qualificado. A falta de conhecimentos e
o jeitinho podem trazer consequências lamentáveis. Seu corpo também tem limitações, ele só
pode alcançar até determinada altura e levantar determinado peso.
2. Ler os manuais antes de operar algo
Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e para quê e dentro de que limites
foi projetado para atuar. Os manuais não foram feitos para serem usados só em caso de dúvidas
e sim permitir a correta utilização de determinado dispositivo.
3. Usar ferramentas apropriadas
Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de utilização. As ferramentas e
máquinas têm uma maneira inesperada e violenta de protestarem quando ao seu uso
inadequado.
4. Usar o método apropriado
Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar determinada tarefa, trabalho ou
atividade.
5. Seguir regulamentos, sinalizações e instruções
Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare pode indicar que naquele local muitas
pessoas já se acidentaram.
6. Usar bom senso e moderação
Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo consistente e progressivo permitirá
atingir os objetivos a médio e longo prazo.
7. Valorizar sua vida e a dos outros
Haja e pense como ser humano que é não permita que o instinto prevaleça.
Quanto às condições de ambiente de segurança podemos definir como a condição do meio que
causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência; incluindo a atmosfera do local de trabalho
até as instalações, equipamentos, substâncias e métodos de trabalho empregados.
Na identificação das causas do acidente é importante evitar a aplicação do raciocínio imediato,
devendo ser levados em consideração fatores complementares de identificação das causas de
acidentes. Tais causas têm a sua importância no processo de análise, como, por exemplo, a não
existência de Equipamento de Proteção Individual (EPI), mas não são suficientes para impedir
novas ocorrências semelhantes.
Para a clara visualização deve-se sempre perguntar o porquê, ou seja, por que o empregado
deixou de usar o EPI disponível? Liderança Inadequada? Engenharia Inadequada?

15
É indispensável também a apuração das “causas gerenciais”, como a “falta de controle” –
inexistência de padrões ou procedimentos, como ventilação inadequada, empilhamento
inadequado e proteção coletiva inadequada ou inexistente.

Capítulo 9: Consequências do acidente: lesão pessoal e prejuízo material

Dentre as consequências dos eventos adversos que levam aos acidentes temos os tipos:
- Fatal – morte ocorrida em virtude de eventos adversos relacionados ao trabalho;
- Grave – amputações ou esmagamentos, perda de visão, lesão ou doença que leve a perda
permanente de funções orgânicas (por exemplo: pneumoconioses fibrogênicas, perdas auditivas),
fraturas que necessitem de intervenção cirúrgica ou que tenham elevado risco de causar
incapacidade permanente, queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% da superfície
corporal ou outros agravos que resultem em incapacidade para as atividades habituais por mais
de 30 dias.
- Moderado – agravos à saúde que não se enquadrem nas classificações anteriores e que a
pessoa afetada fique incapaz de executar seu trabalho normal durante três a trinta dias.
- Leve – todas as outras lesões ou doenças nas quais a pessoa acidentada fique incapaz de
executar seu trabalho por menos de três dias.
- Prejuízos – dano a uma propriedade, instalação, máquina, equipamento, meio-ambiente ou
perdas na produção.

Capítulo 10: Agente do acidente e fonte de lesão

O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal
ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença
profissional). Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde são atingidas.
O acidente, entretanto, caracteriza-se pela existência do risco.
A lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos prejudiciais mentais,
neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições do trabalho. Quanto ao prejuízo material
este é decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros ônus resultantes de acidente do
trabalho, inclusive danos ao meio ambiente (NBR 14280)
AGENTE DA LESÃO – É o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o causador da lesão.
A FONTE DA LESÃO – É o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a lesão. Pode ser
uma coisa, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a lesão.
Torna-se importante estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesionada e o objeto ou
movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura, etc.) e sua localização que permite,
muitas vezes, identificar a fonte da lesão e indicar, também, certas frequências em relação a
alguns fatores de insegurança para os procedimentos necessárias à sua futura prevenção.

Capítulo 11: Riscos das principais atividades laborais

Os riscos ocupacionais afetam diretamente a Saúde do Trabalhador, expondo-o a adoecimentos


e acidentes de trabalho. A portaria nº 25 (29/12/1994) classifica os principais riscos ocupacionais
em:
- riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou
produtos químicos em geral);
- riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos);
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- riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de
peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos
excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetitividade, arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas
inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações
causadoras de estresse físico e/ou psíquico ou acidentes);
- riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, pressões
anormais, umidade e calor) (BRASIL, 2004); e
- riscos de acidentes: são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua
integridade física ou moral. São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico
deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas; ou defeituosas;
eletricidade; incêndio ou explosão; animais peçonhentos; armazenamento inadequado.

Capítulo 12: Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho

Atualmente estão em vigor no Brasil 36 Normas Regulamentadoras.


Segue uma breve apresentação das mesmas:

NR1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas


Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho urbano, bem como os direitos e
obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema
específico;

NR2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTB a
realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização;

NR3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer


paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem
observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à
Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá
embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da Consolidação das Leis
Trabalhistas – CLT;

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:


Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, de organizarem e manterem em

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funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador
no local de trabalho;

NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das


empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento,
uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios
laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que
melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais;

NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI: Estabelece e define os tipos de EPIs a que as
empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho
o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores;

NR7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a obrigatoriedade de


elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores;

NR8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas
edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham;

NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de


elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais;

NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade: Fixa as condições mínimas


exigidas para garantir a segurança e a saúde dos empregados que trabalham em instalações
elétricas, nas fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de
projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer
trabalhos realizados nas suas proximidades.

NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece os


requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao
transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma
mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais;

NR12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e


higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e
manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho;

NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnico legais relativos à
instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a
ocorrência de acidentes do trabalho;

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NR14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação
e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho;

NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes


insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo assim, as situações que, quando
vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do
exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas
à sua saúde;

NR16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações


legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas
correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n°01: Atividades e Operações
Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis
têm a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da Consolidação das Leis
Trabalhistas - CLT;

NR17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente;

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece


diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil;

NR19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e


transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores
em seus ambientes de trabalho;

NR20 – Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis: Estabelece as


disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos
combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos
trabalhadores em seus ambientes de trabalho;

NR21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a


prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar
livre e em pedreiras;

NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de segurança a


serem observados pelas empresas que desenvolvem trabalhos subterrâneos de modo a
proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho;

NR23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios, que
devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores;

NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os preceitos de


higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere

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a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos
locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores;

NR25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas


empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de
trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores;

NR26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como
sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade
física dos trabalhadores;
NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho:
Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de
técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional
como tal, junto ao Ministério do Trabalho;

NR28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela


fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à
concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também,
no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do Trabalho;

NR29 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem por


objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os
primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e
saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos
trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais
trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso
privativo e retro portuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado;

NR30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Aplica-se aos trabalhadores de toda


embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação
marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-
mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações
de apoio marítimo e portuário;

NR31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados


(consulta pública): tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de
espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de
forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. Espaço confinado é
qualquer área não projetada para ocupação humana que possua ventilação deficiente para
remover contaminantes, bem como a falta de controle da concentração de oxigênio presente no
ambiente;

NR32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de


Assistência à Saúde (consulta pública): tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em
estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral;

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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados estabelece os requisitos
mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento
e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços;

NR-34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval


Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção
à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e
reparação naval. Consideram-se atividades da indústria da construção naval todas aquelas
desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações
e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. Um
dos temas tratados por essa NR é relacionado a trabalhos de jateamento e hidro jateamento.
Esses processos referem-se a técnicas de tratamento superficial por impacto, cuja finalidade é
obter um excelente grau de limpeza e simultaneamente um correto acabamento superficial;

NR 35 – Trabalhos em altura. A norma destina-se à gestão de Segurança e Saúde no trabalho


em altura, estabelecendo requisitos para a proteção dos trabalhadores aos riscos em trabalhos
com diferenças de níveis, nos aspectos da prevenção dos riscos de queda. Conforme a
complexidade e riscos destas tarefas o empregador deverá adotar medidas complementares
inerentes a essas atividades; e

NR-36 – Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e


derivado: estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos
riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes
e derivados destinados ao consumo humano. Nesse sentido, a regulamentação publicada pelo
MTE é bastante abrangente, tratando de diversos aspectos de saúde e segurança do trabalho,
entre os quais: estrutura organizacional com foco em ergonomia, jornada de trabalho, pausas
psicofisiológicas durante a jornada de trabalho, mobiliário, máquinas e equipamentos,
treinamento, vestimentas, ferramentas, etc.

Capítulo 13: Definições de EPI e EPC

Garantir a segurança do funcionário é uma das preocupações de qualquer administrador.


Dependendo da área de atuação, a empresa deve fornecer e verificar a correta utilização dos
Equipamentos de Proteção.

Dois tipos de aparatos são essenciais para amenizar os riscos de acidentes ao trabalhador: os
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e os Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPCs). Mas, afinal, qual é a diferença entre eles?

Os EPIs estão relacionados aos utensílios individuais para cada trabalhador e são utilizados para
evitar danos à saúde e à vida desse funcionário.

De acordo com a Norma Regulamentadora (NR-06) do Ministério do Trabalho e Emprego, a


empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, em
perfeito estado de conservação e funcionamento.

Dentre as categorias dos Equipamentos de Proteção Individual estão:

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• Proteção da cabeça: capacete, capuz;
• Proteção dos olhos e face: óculos, máscaras;
• Proteção auditiva: protetor auricular, abafadores;
• Proteção respiratória: respirador;
• Proteção do tronco: coletes;
• Proteção dos membros superiores: luvas, braçadeiras;
• Proteção dos membros inferiores: botas, calças

Exemplos de EPIs

Já os EPCs são itens fixos ou móveis, instalados no local de trabalho para a proteção coletiva de
toda a empresa.

Entre os principais Equipamentos de Proteção Coletiva destacamos os cones, fitas e placas de


sinalização, alarmes, plataformas, grades e dispositivos de bloqueio, barreiras contra
luminosidade e radiação, exaustores, corrimão, etc.

Uma das vantagens dos EPCs é que são mais eficientes e não proporcionam incômodo ao
trabalhador. Outro fator importante é que os Equipamentos de Proteção Coletiva resguardam a
integridade física dos colaboradores e de terceiros presentes na empresa.

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Exemplos de EPCs

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Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas

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