You are on page 1of 185

Serviço Público Federal

Universidade Federal do Pará - UFPA


Campus Universitário de Tucuruí – CAMTUC
Faculdade de Engenharia Elétrica – FEE

Sistemas de Energia Elétrica

Prof. M.Sc. Bernard Carvalho Bernardes

bernardcbernardes@gmail.com
bernardbernardes@outlook.com

(94) 9 8169-7558

Tucuruí – PA, Maio/2018


Apresentação do curso

2
Apresentação do curso
 Curso em 60 Horas;

 3 avaliações: uma prova; um trabalho individual e um trabalho em grupo.

 A nota máxima do discente no trabalho em grupo será a nota do trabalho individual;

 A participação do discente é bem-vinda e incentivada.

 Ementa: Características e requisitos de um sistema de energia elétrica. Conceitos


fundamentais. Turbinas hidráulicas e térmicas. Máquinas síncronas. Transformadores. Linhas
de transmissão. Cargas. Controle automático de geração. Controle carga-frequência.
Reguladores de velocidade. Controle da tensão. Modelos utilizados na análise e controle de
sistemas de energia elétrica. Aspectos de controle. Desempenho do sistema em regime
estacionário. Aspectos dinâmicos adicionais.
3
Continuidade entre as disciplinas
 Circuitos Elétricos II: Circuitos trifásicos; circuitos magneticamente acoplados;

 Conversão de Energia I: Geração de tensão induzida; relação de torque com


potência; controle de tensão (curvas de magnetização);

 Conversão de Energia II: Geradores síncronos e motores síncronos e


assíncronos; controle de velocidade; controle de tensão; curva frequência pela
potência; etc.

 Sistemas de Energia: Influência dos controles de tensão e velocidade nas


variáveis de interesse aplicadas as carga; visão global de um sistema de
energia. 4
Apresentação do curso
 Bibliografia:
[1] Antonio G.E., Antonio J. C, Claudio C., “Sistemas de Energia Elétrica: Análise e
Operação”, LTC, 2011.
[2] Alcir Monticelli, Ariovaldo Garcia, “Introdução a Sistemas de Energia Elétrica”,
Editora UNICAMP, 2011.
[3] Alcir Monticelli, “Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica”, Editora Edgard
Blucher Ltda.
[4] N. Kagan, C.C.B. de Oliveira, E.J. Robba, Introdução aos sistemas de
distribuição de energia elétrica, Edgard Blucher, 2005.
[5] Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, 2a.
Edição, Editora MCGRAW-HILL LTDA., São Paulo, 1986.
5
Provável Cronograma
1ª Semana

Aula Aula Aula Aula Aula


14/05/2018 15/05/2018 16/05/2018 17/05/2018 18/05/2018
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
2ª Semana

Aula Aula Aula Visita Técnica Aula


21/05/2018 22/05/2018 23/05/2018 (ELN e Subestação) 25/05/2018
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira 24/05/2018 Sexta-feira
Quinta-feira
3ª Semana

Aula Aula Aula Aula Aula


28/05/2018 29/05/2018 30/05/2018 31/05/2018 01/06/2018
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
4ª Semana

Aula Aula Aula Aula Aula


04/06/2018 05/06/2018 06/06/2018 07/06/2018 08/06/2018 6
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
Apresentação do curso
 Programa da disciplina:

1. Características e requisitos de um sistema de energia elétrica.

2. Conceitos fundamentais.

3. Turbinas hidráulicas e térmicas.

4. Máquinas síncronas.

5. Transformadores.

6. Linhas de transmissão.

7. Cargas.
7
Apresentação do curso
 Programa da disciplina:

8. Controle automático de geração.

9. Controle carga-frequência.

10. Reguladores de velocidade.

11. Controle da tensão.

12. Modelos utilizados na análise e controle de sistemas de energia elétrica.

13. Aspectos de controle.

14. Desempenho do sistema em regime estacionário (fluxo de carga).

15. Aspectos dinâmicos adicionais. 8


01. Características e requisitos de um sistema de
energia elétrica

9
 Sistema Elétrico de Potência – Clássico

10
 Sistema Elétrico de Potência – Tendência Atual

11
Capítulo 01

12
 O Sistema Interligado Nacional

Algumas Vantagens: Desvantagens:


• Aumento da estabilidade – sistema torna-se mais • Distúrbio em um sistema afeta os outros sistemas
robusto podendo absorver, sem perda de sincronismo, interligados;
maiores impactos elétricos;
• A operação e proteção tornam-se mais complexas.
• Aumento da confiabilidade – permite a continuidade No Brasil, a interligação do sistema elétrico liga as
do serviço em decorrência da falha ou manutenção de diferentes regiões do país;
equipamento, ou ainda devido às alternativas de rotas
para fluxo da energia; • Sistema interligado sudeste – centro-oeste →
concentra pelo menos 60% da demanda de energia no
• Aumento da disponibilidade do sistema – Brasil;
capacidade de uma unidade de um sistema de realizar
a função requerida em qualquer momento de sua
operação;

• Mais econômico – permite a troca de reservas que


pode resultar em economia na capacidade de reservas
dos sistemas. A demanda máxima dos sistemas
envolvidos acontece em horários diferentes.
13
ESTRUTURA TRADICIONAL DE UM SEE:

1)Geração de Energia

oUsinas Hidrelétricas;

oUsinas Térmicas;

oGrandes blocos de
energia transportados a
longa distância.
Capítulo 01
ESTRUTURA TRADICIONAL DE UM SEE:

2) Transmissão de Energia
o Em Alta e Extra Alta Tensão
Tensões Tipicas:

138 kV
230 kV
500 kV
760 kV

oGrandes Consumidores
Industriais.
Capítulo 01

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

PRIMÁRIA ( 13,8 kV)

SECUNDÁRIA (220 V /127 V )


Capítulo 01
Estrutura de um SEE (Tendência Atual)
Vários fatores têm levado a uma visão diferente do sistema de energia, destacando-se:

1- A desregulamentação da indústria de eletricidade faz com que não haja mais um


único grande sistema gerador, porém vários sistemas de geração independentes;

2- A geração de eletricidade está se deslocando de grandes estações geradoras


conectadas aos sistemas de transmissão em direção a pequenas unidades conectadas a
níveis de baixa tensão, como sistemas combinados de geração convencional com
fontes renováveis de energia como solar e eólica (Geração distribuída).
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO NOVO MODELO

C/G
EE EE
C/G

EE Rede de
Rede de EE EE
C/G Distribuição de
Transmissão C/G
Energia
de Energia
EE EE

C/G
GERAÇÃO DISTRIBUIDA
C/G
C/G – Consumidor/Gerador
EE – Energia Elétrica
Principais Estudos em SEE
• Estudos de Fluxo de Carga
• Estudos de Defeitos (Curto-circuito)
• Estabilidade Dinâmica e Transitória
• Controle de tensão
• Controle de Geração
• Controle de freqüência

• Surtos e Sobretensões (descargas atmosféricas e manobras)


• Proteção dos Sistemas Elétricos
• Despacho de Carga
• Controle Tensão x Reativo
Principais Componentes de um SEE
Vg , Pe , Qe ,

Fonte
primária
de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

Pm
 Transformadores, Carga, Linhas de
transmissão, Compensadores de Reativo
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primária
de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Reservatório
•Combustível fóssil
•Vento.
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Hidráulica
•Térmica
•Eólica
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Controla a velocidade do eixo da turbina


• Se Pm > Pe,  cresce
•Se Pm < Pe,  decresce.
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Máquinas Síncronas
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Mantém a tensão de saída do gerador, dentro dos limites


especificados, através do controle da excitação da máquina
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Equipamentos de compensação de reativos: Fornecer/absorver a


potência reativa no local de instalação, de modo a manter a tensão,
neste ponto, dentro da faixa permitida para a operação.
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

•Exemplos: Banco de Capacitores; Reatores Shunt; Compensadores


Síncronos; Equipamentos Estáticos a Tiristores.
Principais Componentes de um SEE

Fonte
primári
a de
Energia

Usina
Geradora
Rede Elétrica

Carga Elétrica
(Consumidores)
O problema da representação
•Diagrama trifilar
O problema da representação

• Considerando condições equilibradas de


geração e carga, é suficiente uma
representação unifilar para o sistema.
O problema da representação
•Representação Unifilar
O problema da representação
•Diagrama Unifilar

Gerador LT
Trafo

Carga
O problema da representação
•Exemplos de Diagrama Unifilares
Radial
O problema da representação
•Exemplos de Diagrama Unifilares
Malha (Anel)
O problema da representação
•Exemplos de Diagrama Unifilares
Radial
Modelos Utilizados nos Estudos Estáticos

• Regime Permanente – Comportamento


Quase-estacionário

• Condição Permanente de Defeito, p.ex. Curto-


circuito
 O Sistema Elétrico Brasileiro:
 Histórico
 1879: Concessão de D. Pedro II a Thomas Alva Edison para implantação
de serviço de iluminação pública (ELETROBRÁS, 2006);
 1883: Inauguração por D. Pedro II, primeiro serviço público municipal de
Iluminação Pública do Brasil e da América do Sul, na cidade de Campos,
norte do Estado do Rio de Janeiro, com 39 lâmpadas, alimentadas pela
primeira usina termelétrica, com capacidade de 52 kW, movida a vapor
proveniente de caldeira a lenha (ELETROBRÁS, 2006);
 1889: Início de operação da Usina Hidrelétrica Marmelos-Zero, a
primeira de maior porte do Brasil com 250 kW de potência (ou 0,25
MW), que iniciou operação em 1889, sendo expandida para 375 kW
(0,375 MW) em 1892, usina esta da Companhia Mineira de Eletricidade,
de propriedade do industrial Bernardo Mascarenhas (ELETROBRÁS,
2006); 38
 O Sistema Elétrico Brasileiro:

FONTE: ANEEL, 2015 39


 De onde vem a energia elétrica

 De 0 à 𝟑
segundos: Transitórios Eletromagnéticos: Nessa faixa de tempo, a
energia suprida à carga adicional vem do próprio circuito elétricos próximo à
carga. Este efeito pode ser perceptível ou não, dependendo do tamanho da
carga: um motor elétrico com potência relativamente elevada pode provocar
uma queda de tensão observável em outros equipamentos ligados nas
proximidades. De qualquer forma, mesmo quando a carga adicional é
pequena, sempre haverá um efeito transitório local, por menos que seja. Isto
é, nessa faixa de tempo, pode-se dizer que a nova carga toma parte da energia
armazenada (por exemplo, em circuitos magnéticos) no circuito adjacente.
40
 De onde vem a energia elétrica

 De 𝟑
à 𝟏
segundos: Transitório Eletromecânico: Após o impacto inicial,
há uma resposta mecânica do sistema. A energia adicional passa a ser provida
pelos rotores dos geradores (e turbinas) que funcionam como volantes
armazenadores de energia cinética. A consequência imediata da perda de
energia cinética nas parte girantes é uma queda correspondente na
frequência da rede de energia elétrica. E é dessa maneira que as usinas “ficam
sabendo” que uma carga adicional foi conectada à rede. Essa queda de
frequência, em principio, é sentida por toda a rede interligada. A vantagem, e a
desvantagem, de sistemas interligados reside na globalização dos problemas
locais. 41
 De onde vem a energia elétrica

 De 𝟏
à 1 segundo: Atuação do regulador de velocidade: Quando cai a
frequência, aumenta a potência gerada. Isto ilustra o fato de a abertura das
válvulas das turbinas pode ser comandada pela queda na frequência, que é a
forma pela qual o gerador é informado da necessidade de se gerar mais
energia. No caso de turbinas hidráulicas, isto se reflete em um maior fluxo de
água através da turbina (considerando que a altura da queda permanece
inalterada, a pressão permanece a mesma e assim há um aumento na potência
gerada). No caso de turbinas a vapor, há uma maior admissão de vapor na
turbina. Assim, o problema de suprimento da potência é resolvido com o a
criação de um novo problema: queda da frequência. 42
 De onde vem a energia elétrica

 De à 1 segundo: Atuação do regulador de velocidade: Regulador


Isócrono

43
 De onde vem a energia elétrica

 De à 1 segundo: Atuação do regulador de velocidade: Regulador


Isócrono

44
 De onde vem a energia elétrica

 De à 1 segundo: Atuação do regulador de velocidade: Regulador com


queda de velocidade

45
 De onde vem a energia elétrica

 De à 1 segundo: Atuação do regulador de velocidade: Regulador com


queda de velocidade

46
 De onde vem a energia elétrica

 De 𝟏
à 𝟐
segundos: Controle carga-frequência-intercâmbio: Além do
erro de frequência, pelo fato de o sistema ser interligado, os intercâmbios
entre as várias áreas nas quais a rede é dividida também podem ser afetados
pelo acréscimo de carga em uma das áreas. Normalmente, as correções nos
erros introduzidos na frequência e nos intercâmbios são feitos de maneira
coordenada. Por exemplo, um esquema muito utilizado consiste em uma das
empresas (da área) se responsabilizar pelo controle de frequência da rede
como um todo (ajustando alguns de seus geradores), enquanto as demais
empresas tomam conta de seus intercâmbios líquidos com as empresas
adjacentes. 47
 De onde vem a energia elétrica

 De 𝟏
à 𝟐
segundos: Controle carga-frequência-intercâmbio: Dessa
forma, após um certo tempo, a frequência voltará a seu nível desejado e os
intercâmbios voltarão aos seus valores contratados entre as empresas que
formam a rede interligada. Nesse esquema, cada membro do sistema
interligado aloca parte de seus geradores para exercer funções de controle de
intercâmbio e frequência (também chamado de controle ).

48
 De onde vem a energia elétrica

 𝟒 segundos: Redespacho econômico/seguro: A atuação do controle nem


sempre leva o sistema a um ponto de operação ótimo do ponto de vista
econômico ou em relação à segurança da operação. Assim, uma última etapa
ainda pode ocorrer com uma resposta relativamente mais lenta que as anteriores:
trata-se do despacho econômico de carga (ou de potência) levando em conta as
restrições de segurança operativa (minimização dos riscos de blackouts). Aqui
ocorre uma diferença fundamental entre sistemas predominantemente
hidráulicos de sistemas predominantemente térmicos. Nos hidráulicos, o objetivo
é otimizar-se o uso de água armazenada nos reservatórios e indiretamente reduzir
a necessidade de complementação térmica (queima de combustível). 49
 De onde vem a energia elétrica

 𝟒
segundos: Redespacho econômico/seguro: Esses problemas de
otimização são extremamente complexos apesar de existirem algumas ideias
simples que podem ilustrar a importância do gerenciamento da utilização da
água, como, por exemplo, a tendência em se utilizar primeiro a água dos
reservatório a montante, pois, neste caso, um metro cúbico de água desse
reservatório vai tirar vantagem de quedas maiores (maiores pressões) nos
reservatórios a jusante. Já nos sistemas térmicos, o despacho deve levar em
conta os custo de combustíveis e os rendimentos das unidades geradoras

50
 De onde vem a energia elétrica

 1 semana ou 1 mês: Planejamento da Operação do Sistema: Além da


definição dos níveis mais econômicos de geração de cada gerador do sistema,
é necessário definir quais geradores estarão em operação e quando estarão.
Este problema é está ligado diretamente à escala ótima de manutenção
preventiva/periódica, e é também limitado pela disponibilidade das máquinas,
que pode ser afetada por paradas para manutenção corretiva. Enquanto na
fase anterior, despacho econômico, trabalha-se com um modelo matemático
com variáveis contínuas (ou pelo menos contínuas em por partes), na
determinação da escala ótima de geração, temos, em geral um problema com
variáveis inteiras (problema de otimização combinatorial). 51
 De onde vem a energia elétrica

 5 a 20 anos: Planejamento da expansão do sistema: Acréscimos sucessivos


dos níveis de carga acabam levando à necessidade de se adicionarem novas
unidades geradoras e novas linhas de transmissão. A longo prazo, essa é a
única maneira de se atender à demanda crescente.

52
02 - Turbinas e Reguladores de Velocidade

53
• Turbinas:
• É um equipamento construído para captar e converter energia
mecânica e térmica contida em um fluido em trabalho de eixo.
• Os principais tipos encontrados são:
 Turbinas a vapor;
Usinas Termelétricas de Energia
 Turbinas a gás;
 Turbinas hidráulicas; Usinas Hidrelétricas de Energia
 Turbinas aeronáuticas;
 Turbinas eólicas.
54
UTE – Usinas Termoelétricas de Energia:

• São divididas em dois grupos:


Usinas Térmicas Convencionais;
Usinas Térmicas Nucleares.

• As usinas termelétricas tem seu funcionamento baseado em quatro estágio:


Aquecimento da caldeira, através de algum tipo de combustível;
Rotação da turbina;
Movimentação do Gerador;
Distribuição da energia pelas linhas de transmissão.
55
Esquemas de geração

56
UTE – Usinas Termoelétricas de Energia:

• Existem várias configurações de usinas termoelétricas, exemplos:


Sem Reaquecimento;
Com Reaquecimento;
Turbina a gás com ciclo combinado (TGCC);
Usina de Cogeração.

57
Esquemas de geração

Sem Reaquecimento Com Reaquecimento

58
Esquemas de geração

59
UTE - Usina Termoelétrica de Energia

60
Esquemas de geração

61
Esquemas de geração

62
UTE – Usinas Termoelétricas de Energia:

63
UTN – Usina Termonuclear:

• Uma usina nuclear funciona com princípios semelhantes aos de uma


termoelétrica: o calor gerado por combustão (de carvão, óleo, gás ou
outros combustíveis) vaporiza a água em uma caldeira. Este vapor aciona
uma turbina, à qual está acoplado um gerador, que produz a energia
elétrica.

• Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no núcleo do


reator PWR (Pressurized Water Reactor).

• Existe o problema do lixo radioativo, que deve ser armazenado com


segurança por milhares de anos e representa custos altos. 64
UTN – Usina Termonuclear:

65
UHE – Usina Hidrelétrica de Energia
• Turbinas são máquinas para converter energia hidráulica em energia
elétrica. O custo total de uma usina hidrelétrica (reservatório, tubulações,
turbinas, etc.) é mais alto do que o de uma central termelétrica, mas ela
tem muitas vantagens, algumas das quais são:
1. Alta eficiência;
2. Flexibilidade de operação;
3. Fácil manutenção;
4. Baixo desgaste;
5. Suprimento de energia potencialmente inesgotável;
6. Nenhuma poluição.

66
UHE – Usina Hidrelétrica de Energia

• As turbinas hidráulicas, quando operadas, transformam a energia de


escoamento da água em trabalho mecânico;

• Existem dois tipos de turbinas:


• Turbinas de Ação: são aquelas em que a velocidade da água na saída é a
mesma da entrada. As turbinas do tipo Pelton são um exemplo de
turbinas de ação.
• Turbinas de Reação: são aquelas em que a velocidade da água entre a
entrada e a saída é alterada dentro da turbina. As turbinas tipo Francis,
Kaplan e bulbo são exemplos de turbinas de reação. 67
UHE – Usina Hidrelétrica de Energia

68
Tipos de Turbinas hidráulicas

• As turbinas hidráulicas dividem-se entre quatro tipos principais:


Pelton, Francis, Kaplan e Bulbo.

• Cada um destes tipos é adaptado para funcionar em usinas, como


uma determinada faixa de altura de queda.

• As vazões volumétricas podem ser igualmente grandes em


qualquer uma delas, mas a potência será proporcional ao
produto da queda (H) e da vazão volumétrica (Q).

69
Turbina Pelton

• São adequadas para operar em quedas de 350 m até 1100 m, sendo por
isto muito mais comuns em países montanhosos.

70
Turbina Pelton

71
Turbina Pelton

72
Turbina Pelton

73
Turbina Pelton

74
Turbina Francis

• As turbinas Francis são adequadas para operar em quedas de 40 m até


400 m.

• A Usina de Itaipu assim como Tucuruí, Furnas e outras no Brasil funcionam


com turbinas tipo Francis com cerca de 100 m de queda d' água.

75
Turbina Francis

76
Turbina Francis

77
Turbina Francis

78
Turbina Francis

79
Turbina Francis

80
Turbina Francis

81
Turbina Kaplan

• As turbinas Kaplan são adequadas para operar entre quedas de 20 m até


50 m.

• A única diferença entre as turbinas Kaplan e a Francis é o rotor. Este


assemelha-se a um propulsor de navio (similar a uma hélice) com duas a
seis pás móveis.

• As usinas hidroelétricas de Três Marias (MG) e Barra Bonita (SP)


funcionam com turbina Kaplan.

82
Turbina Kaplan

83
Turbina Kaplan

84
Turbina Kaplan

85
Turbina Kaplan

Turbina Kaplan da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes 86


Turbina Bulbo

• Operam em quedas abaixo de 20 m.

• Foram inventadas inicialmente, na década de 1960, na França para a usina


maremotriz de La Rance e depois desenvolvidas para outras finalidades.

87
Turbina Bulbo

88
Turbina Bulbo

89
Turbina Bulbo

90
91
 Turbina Hidráulica

• O desempenho das turbinas hidráulicas é fortemente influenciado pelos


efeitos de inércia e compressibilidade da água e pela elasticidade das
paredes da tubulação forçada, principalmente nas tubulações de grande
comprimento.

92
Regulação própria do sistema de potência

• Para um acréscimo no consumo, por exemplo, observa-se uma tendência


inicial de diminuição na velocidade de rotação das máquinas e,
consequentemente, da frequência.

• No entanto, a carga varia com a frequência e, quando essa última decai,


também diminui o valor absoluto da carga, permitindo que o sistema
encontre um novo estado de equilíbrio.

Por que a carga absoluta decai com a frequência?

93
 Regulação própria do sistema de potência
• Pode ser expresso pelo parâmetro denominado Coeficiente de
Amortecimento:

94
 Reguladores de Velocidade

• Os reguladores de velocidade são os equipamentos responsáveis pela


manutenção da frequência de operação e atuam no sentido de enviar
sinais apropriados para aumentar ou diminuir a admissão de líquido,
vapor ou outro combustível utilizado, com o objetivo de aumentar ou
diminuir a rotação das turbinas, conforme as necessidades do sistema.

• As máquinas utilizadas nas usinas e pelos consumidores são projetadas


para atingir um rendimento ótimo na rotação nominal. Portanto, a
manutenção da frequência em níveis aceitáveis é fundamental para
garantir um bom desempenho do sistema elétrico. 95
 Regulador isócrono (integral, astático ou isódromo)

• É aquele que mantém a mesma velocidade para qualquer variação de


carga do sistema.

96
 Regulador isócrono (integral, astático ou isódromo)
• É representado pelo seguinte diagrama de blocos:

• Comportamento com saída de carga:

97
 Regulador isócrono (integral, astático ou isódromo)

• O erro de regime permanente desse tipo de regulador é nulo;

• Não é utilizado em sistemas interligados, somente em um sistema com


uma máquina (ou usina – faz-se um equivalente das máquinas) atendendo
a cargas;

• É utilizado somente nos casos de se ter uma única máquina suprindo uma
carga isolada;

98
 Regulador com queda de velocidade (com estatismo)

• Esse tipo de regulador introduz um erro de regime permanente na


frequência do sistema;

99
 Regulador com queda de velocidade (com estatismo)

• O regulador com queda de velocidade pode ser modelado a partir do


diagrama de blocos do regulador isócrono considerando-se, no entanto, o
bloco referente a realimentação introduzida pelo deslocamento do ponto
H.

• Resultando em:

100
 Regulador com queda de velocidade (com estatismo)
• Função de transferência e diagrama de bloco:

• O parâmetro R é conhecido como constante de regulação de velocidade


ou também por estatismo (se os cálculos forem feitos na base da cada
máquina);
• Para os reguladores isócronos, R = 0 e, portanto, Δf = 0 em regime
permanente.
101
 Regulador com queda de velocidade (com estatismo)

102
 Reguladores de velocidade

• Possuem outros tipos de reguladores:


Reguladores Mecânico-Hidráulico;
Reguladores com Controle Eletro-Hidráulico;
Reguladores com Controle Eletro-Hidráulico Digital.

103
03 – Subestações

104
 Definição

• Uma subestação (SE) é um conjunto de equipamentos de manobra e/ou


transformação e ainda eventualmente de compensação de reativos usado
para direcionar o fluxo de energia em sistemas de potência e possibilitar a
sua diversificação através de rotas alternativas, possuindo dispositivos de
proteção capazes de detectar os diferentes tipos de faltas que ocorrerem no
sistema e de isolar os trechos onde estas faltas ocorrerem.

105
106
Classificação das Subestações

• As subestações podem ser classificadas quanto a sua função e a sua


instalação.

107
Classificação das Subestações

• Função no Sistema Elétrico


1. Subestação Transformadora
• É aquela que converte a tensão de suprimento para um nível diferente,
maior ou menor, sendo designada, respectivamente, SE Transformadora
Elevadora e SE Transformadora Abaixadora.
• Geralmente, uma subestação transformadora próximas aos centros de
geração é uma SE elevadora. Subestações no final de um sistema de
transmissão, próximas aos centros de carga, ou de suprimento e uma
indústria é uma SE transformadora abaixadora. 108
Classificação das Subestações

• Função no Sistema Elétrico


2. Subestação Seccionadora de Manobra e Chaveamento
• É aquela que interliga circuitos de suprimento sob o mesmo nível de
tensão, possibilitando a sua multiplicação.
• É também adotada para possibilitar o seccionamento de circuitos,
permitindo sua energização em trechos sucessivos de menor
comprimento.

109
Classificação das Subestações

• Modo de Instalação dos Equipamentos em Relação ao Meio Ambiente


1. Subestação Externa ou ao Tempo
• É aquela em que os equipamentos são instalados ao tempo e
sujeitos portanto às condições atmosféricas desfavoráveis de
temperatura, chuva, poluição, vento, etc., as quais desgastam os
materiais componentes, exigindo portanto manutenção mais
freqüente e reduzindo assim a eficácia de isolamento.

110
Subestação Interna ou Abrigada

111
Classificação das Subestações

• Modo de Instalação dos Equipamentos em Relação ao Meio Ambiente


2. Subestação Interna ou Abrigada
• É aquela em que os equipamentos são instalados ao abrigo do
tempo, podendo tal abrigo consistir de uma edificação e de uma
câmara subterrânea.
• Subestações abrigadas podem consistir de cubículos metálicos,
além de subestações isoladas a gás, tal como o Hexafluoreto de
enxofre (SF6).
112
Subestação Interna ou Abrigada

113
Subestação Interna ou Abrigada

114
Principais Equipamentos de uma Subestação

• Transformadores de Força;

• Transformadores de Instrumentação (Transformadores de Corrente – TC


e Transformadores de potencial – TP);
• Sem os transformadores de força seria praticamente impossível o
aproveitamento econômico da energia elétrica, pois a partir deles foi
possível a transmissão em tensões cada vez mais altas, possibilitando
grandes economias nas linhas de transmissão em trechos cada vez
mais longos.
• Já os transformadores de instrumentos (TC’s e TP’s) têm a finalidade de
reduzir a corrente ou a tensão a níveis compatíveis com os valores de
suprimento de relés e medidores. 115
Transformadores de Força

116
Transformadores de Força

117
Principais Equipamentos de uma Subestação

• Equipamentos de Manobras
• Disjuntores;
• Chaves Seccionadoras;
• Os disjuntores são os mais eficientes e mais complexos aparelhos de
manobra em uso de redes elétricas, destinados à operação em carga,
podendo sua operação ser manual ou automática.
• As chaves seccionadoras são dispositivos que isolam equipamentos ou zonas
de barramento, ou ainda, trechos de linhas de transmissão. Somente podem
ser operadas sem carga, muito embora possam ser operadas sob tensão.
118
Disjuntores

119
Chaves Seccionadoras

120
Chaves Seccionadoras

Arco Elétrico com posterior ocorrência de um curto-circuito bifásico

121
Principais Equipamentos de uma Subestação

• Equipamentos Para a Compensação de Reativos


• Reator Derivação ou Série;
• Capacitor Derivação ou Série;
• Compensador Síncrono;
• Compensador Estático.

122
Reator em Derivação ou Série

123
Capacitor em Derivação ou Série

124
Compensador Síncrono

125
Principais Equipamentos de uma Subestação

• Equipamentos de Proteção
• Para-raios;
• Relés;
• Fusíveis

126
Para-raios

127
Relé

128
Principais Equipamentos de uma Subestação
• Equipamentos de Proteção
• O Pára-Raios é um dispositivo protetor que tem por finalidade limitar os
valores dos surtos transitórios de tensão que, de uma forma, poderiam
causar severos danos aos equipamentos elétricos. Eles protegem o
sistema contra descargas de origem atmosféricas e contra surtos de
manobra.
• Os relés têm por finalidade proteger o sistema contra faltas, permitindo
por meio da atuação sobre disjuntores, o isolamento dos trechos de
localização das faltas.
• O fusível se destina a proteger o circuito contra surtos, sendo também um
limitador de corrente de curto. Muito utilizado na indústria para a
proteção de motores.
129
Fusíveis

130
Principais Equipamentos de uma Subestação

• Equipamentos de Medição

• Constituem os instrumentos destinados a medir grandezas tais como


corrente, tensão, frequência, potência ativa e reativa, etc.

131
Arranjos de Subestação
• São vários os fatores afetam a confiabilidade de uma subestação, um dos
quais é o arranjo de seus barramentos e dos dispositivos de chaveamento.
Além da confiabilidade, arranjo dos barramentos/dispositivos de
chaveamento irão impactar na manutenção, proteção, desenvolvimento
inicial da subestação e no custo.
• Existem seis tipos de arranjos de subestação/chaveamento comumente
utilizados ao ar livre:
a) Arranjo com Barramento Simples
b) Arranjo com Barramento ou Disjuntor Duplo
c) Arranjo com Barramento Principal Transferência
d) Arranjo com Barramento em Anel
e) Arranjo Disjuntor e Meio
132
Arranjos de Subestação
• Arranjo com Barramento Simples

Baixa Confiabilidade;

Não recomendado para subestações que alimentam grandes cargas ou


subestações que necessitam uma alta confiabilidade na entrega de
energia;
133
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Simples

A confiabilidade desse arranjo pode ser melhorada pela inclusão de um


disjuntor mais seccionadoras no barramento para minimizar o efeito de
uma possível falha deste.

Quando isso acontece o arranjo passa a ser denominado de barramento


simples seccionado. 134
Barramentos

135
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo

Configurações mais complexas, que adotam dois barramentos são


apropriados para subestações mais importantes.

Permitem revisões e manutenções sem interrupção da operação.

Algumas partes da instalação podem operar separadamente, pois é


possível ligarem-se a um ou outro barramento, qualquer número de
circuitos.

136
Arranjos de Subestação
• Arranjo com Barramento Duplo

137
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo

Características:
a) Cada circuito tem dois disjuntores dedicados;
b) Tem flexibilidade operacional. Permite que os alimentadores sejam
ligados numa ou noutra barra;
c) Qualquer disjuntor pode sair de serviço para manutenção sem prejuízo
para o sistema;
d) Tem alta confiabilidade;
e) É um esquema muito caro;
f) Pode haver perda de metade dos circuitos com a ocorrência de defeito
num disjuntor, caso os circuitos não estejam conectados a ambas as 138
barras.
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo com Disjuntor Simples

É uma versão mais econômica do barramento duplo, que ao invés de ter


dois disjuntores dedicados a cada circuito, tem um só;

139
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo com Disjuntor Simples

140
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo com Disjuntor Simples

Suas principais vantagens são:

a) Permite alguma flexibilidade operacional com as duas barras;

b) Ambas as barras são principais e uma ou outra pode sair de serviço para
manutenção;

c) Qualquer um dos circuitos pode ser transferido de uma barra a outra,


usando o disjuntor de interligação de barra e as seccionadoras de
seleção de barra. 141
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo com Disjuntor Simples

E as desvantagens:

a) Um disjuntor extra é requerido para interligação da barra;

b) Quatro seccionadoras são requeridas por circuito;

c) O esquema de proteção de barra pode causar a perda da subestação,


quando ela opera com todos os circuitos conectados àquela barra;

142
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento Duplo com Disjuntor Simples

E as desvantagens:

d) A exposição a defeitos de barra é alta;

e) Falha do disjuntor de linha tira de serviço todos os circuitos ligados


àquela barra;

f) Falha do disjuntor de interligação de barra põe a subestação por inteiro


fora de serviço;

143
Arranjos de Subestação

• Arranjo Disjuntor e Meio


Desvantagens:
 Uma das poucas desvantagens é a eventual
dificuldade de coordenação da proteção
associada com o disjuntor do meio, pelo fato
dele servir a dois circuitos, os quais podem
ter características bastante diferentes.
 Algumas vezes o religamento automático é
inevitável.
 Há também uma restrição série: o número
de alimentadores da subestação deve ser
igual ao número de linhas de
subtransmissão que a atendem
144
Arranjos de Subestação

• Arranjo Disjuntor e Meio

Suas principais vantagens são:

a) Possui flexibilidade operacional muito alta;

b) É de ata confiabilidade;

c) Falha do disjuntor adjacente a barra retira apenas um circuito de


serviço;

d) Todos os chaveamentos são feitos com disjuntores, os quais são mais


rápidos e seguros que com seccionadores; 145
Arranjos de Subestação

• Arranjo Disjuntor e Meio

Suas principais vantagens são:

e) A operação é simples; nenhuma desenergização PE requerida em


operação normal;

f) Ambas as barras são principais. Uma ou outra pode ser retirada de


serviço para manutenção a qualquer tempo;

g) Defeito no barra mento não retira nenhum alimentador de serviço.

146
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento em Anel

147
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento em Anel

• As características mais favoráveis a sua aplicação são:

a) Apresenta baixo custo;

b) Oferece facilidade de manutenção dos disjuntores, pois qualquer


disjuntor pode ser retirado de serviço sem que haja interrupção de
fornecimento a nenhum consumidor;

c) Requer apenas um disjuntor por circuito;

148
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento em Anel

• As características mais favoráveis a sua aplicação são:

d) Não usa barramento principal;

e) Cada circuito é alimentado por dois caminhos;

f) Os chaveamentos são feitos inteira mente com disjuntores.

149
Arranjos de Subestação

• Arranjo com Barramento em Anel

• O desempenho do barramento em anel não é bom nas seguintes


situações:

a) Se um defeito ocorre durante o período de manutenção de um


disjuntor, o anel pode ser separado em duas secções;

b) Religamento automático e coordenação da proteção são mais


complexos;
c) A falha de um disjuntor durante um defeito num dos circuitos causa a
perda de um circuito adicional. 150
04 – Representação do Sistema em p.u.

151
 O Diagrama Unifilar:

 Um sistema trifásico equilibrado pode sempre ser resolvido por meio de um


circuito monofásico composto por uma das três linhas e pelo neutro; nessas
condições, raramente, é preciso representar no esquema do circuito mais do
que uma fase e o neutro.

 Frequentemente, o diagrama é ainda mais simplificado, suprimindo-se o


neutro e indicando as partes componentes por símbolos padronizados, ao
invés de fazê-lo pelos respectivos circuitos equivalentes.

 Ao diagrama resultante dessa simplificação chamamos de diagrama unifilar;


ele indica, por uma única linha e símbolos apropriados, uma linha de
transmissão com os dispositivos a ela associados. 152
 O Diagrama Unifilar:

 Alguns dos símbolos utilizados nesta representação foram normalizados


pela American National Standards Institute (ANSI) e pelo Institute of
Electrical and Electronic Engineers (IEEE), conforme:

153
154
Representação do Sistema em p.u.
 O Diagrama Unifilar:

Gerador/Trafo LT Carga 155


Representação do Sistema em p.u.
 A figura mostra um exemplo de sistema de potência onde as informações apresentadas no diagrama
unifilar são interpretadas com maior simplicidade.
 O sistema de potência trifásico consiste de:
Gerador nº 1, nº 2 e nº 3  conectado em estrela (Y) aterrado
T1  conectado em Y aterrado dos dois lados
T2  conectado em Y e aterrado no alta de baixa tensão e conectado em delta no lado de baixa
tensão
Reatância da linha de transmissão
Carga 1
Carga 2

156
Representação do Sistema em p.u.
A Figura abaixo mostra um pequeno trecho de um diagrama unifilar de
um equipamento elétrico (disjuntor) com mais detalhes.

157
Representação do Sistema em p.u.
 Diagramas de Impedâncias e Reatâncias:

 Quando se deseja analisar o comportamento de um sistema em


condições de carga ou durante a ocorrência de um curto-circuito, o
diagrama unifilar deve ser transformado num diagrama de
impedâncias, mostrando o circuito equivalente de cada componente do
sistema, referido ao mesmo lado de um dos transformadores. As figuras
a seguir mostram o diagrama unifilar e sua representação em diagrama
de impedâncias:
158
Representação do Sistema em p.u.
 Diagramas de Impedâncias e Reatâncias:

Diagrama Unifilar

Diagrama de Impedâncias 159


Representação do Sistema em p.u.
 Grandezas por unidade:

 Tensões, correntes, potências e impedâncias de um circuito muitas vezes


são expressas em percentagem ou em valores por unidade, em relação a
um valor base ou de referência escolhido para cada grandeza. Por
exemplo, se a base da tensão for 120 kV, tensão de 108, 120 e 126 kV se
transformam em 0,9, 1,00 e 1,05 por unidade (chamado abreviadamente
de p.u.) ou 90%, 100% e 105%, respectivamente.

160
Representação do Sistema em p.u.
 Grandezas por unidade:

 O valor p.u. de qualquer grandeza é definido como a relação entre o


valor da grandeza e a base; o valor em percentagem será 100 vezes o
valor em p.u.

 Dentre as vantagens estão que o uso de valores por unidade proporciona


cálculos bem mais simples do que valores reais em ampères, ohms ou
volts.
Valor absoluto
Valor pu 
Valor base 161
Representação do Sistema em p.u.
 Valores bases das grandezas:
 Cada ponto do sistema elétrico fica caracterizado por quatro grandezas:
 Tensão (V);
 Corrente (I);
 Potência Aparente (S);
 Impedância (Z).

 Conhecendo-se apenas duas destas grandezas, é possível determinar as grandezas


restantes.
 Escolhe-se como base, apenas duas dessas grandezas. É comum, em Sistema de
Potência escolher como bases a Tensão (Vbase) e a Potência Aparente (Sbase),
ficando, consequentemente, fixadas as bases de corrente e de impedância para o
nível de tensão correspondente

162
Representação do Sistema em p.u.
 Valores bases das grandezas:
 Sistemas Monofásicos:
Sbase
Sbase  Vbase  I base  I base 
Vbase

Vbase  Tensão base da fase no nível de tensão considerado

I base  Corrente base no nível de tensão da Vbase .

2
Vbase Vbase Vbase
Z base    ... 
I base S base S base
Vbase

163
Representação do Sistema em p.u.
 Valores bases das grandezas:
 Sistemas Trifásicos:
S
BASES ADOTADAS  base
Vbase

S b ( 3 )  3  S b (1 )
Sbase Potência aparente base do sistema
Vbase  3  Vbf trifásico é a soma das potências aparentes de
cada fase.
S base  3  Vbase  I base Vbase tensão base fase-fase, ou vezes a
S base tensão base de fase do Y equivalente
I base 
3  Vbase

164
Representação do Sistema em p.u.
 Valores bases das grandezas:
 Sistemas Trifásicos:
 Impedância base:

Vbf
Z base 
I bf 2
Vbase
I base  I bf Z base 
S base
Vbase  3  Vbf
Vbase
Z base 
3  I base
IGUAL AO SISTEMA MONOFÁSICO

165
Representação do Sistema em p.u.
 Exemplo:

 Exemplo:

166
Representação do Sistema em p.u.
 Exemplo:
As três partes de um sistema monofásico são designadas por A, B e C e estão
interligadas por meio de transformadores, como mostra a Figura abaixo. As
características dos trafos são:
AB - 10.000 kVA; 13,8 kV – 138 kV; reatância de dispersão 10%
BC - 10.000 kVA; 69 kV – 138 kV; reatância de dispersão 8%

Se as bases no circuito B forem 10.000 kVA, 138 kV, determine a impedância


em pu da carga resistiva de 300 ohms, localizada no circuito C, referida aos
circuitos C, B e A . Faça o diagrama de impedâncias desprezando corrente de
magnetização, resistências dos transformadores e a impedância da linha.
167
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Em muitas situações faz-se necessário realizar mudança de base de uma grandeza,
para tornar a representação uniforme para o sistema;
 Isso ocorre porque todos os equipamentos elétricos tem suas impedâncias
expressas em pu ou %, tomando como base os valores nominais de potência e
tensão do equipamento;

 Então, quando se conectam vários equipamentos (geradores, transformadores,


linhas, cargas, etc), formando um único sistema elétrico, é necessário escolher
uma base única para este sistema, e então, transformar todas as impedâncias pu
dos equipamentos para esta base comum.
168
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Mudança de bases para a tensão:
 Conhecido o valor absoluto de uma tensão V, seu valor em p.u. na base 1 será
obtido por:
V
V pu _ 1 
Vb1
 A mesma tensão V terá seu valor em p.u. na base 2 obtido por: V
V pu _ 2 
Vb 2
 Dividindo-se membro a membro:

V pu _ 1 Vb 2 Vb1
 V pu _ 2  V pu _ 1 
V pu _ 2 Vb1 Vb 2
169
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Mudança de bases para a potência:
 Sendo conhecido o valor absoluto de determinada potência, S, seu valor em p.u.
na base 1 será obtido por:
S
S pu _ 1 
S b1
 A mesma potência S terá seu valor em p.u. na base 2 obtido: S
S pu _ 2 
Sb 2
 Dividindo-se membro a membro:

S pu _ 1 Sb 2 S b1
 S pu _ 2  S pu _ 1 
S pu _ 2 S b1 Sb 2
170
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Mudança de bases para a corrente:
S b1 Sb 2
 Sejam duas correntes bases, definidas por: I pu _ b1  I pu _ b 2 
3  Vb1 3  Vb 2
 O valor absoluto de determinada corrente I será expresso nas bases de corrente 1
e 2 por: I I I I
I pu _ b1   I pu _ b 2  
I b1 S b1 Ib2 Sb 2
3  Vb1 3  Vb 2

 Dividindo-se membro a membro:


I pu _ b1 Vb1 S b 2 Vb 2 S b1
  I pu _ b 2  I pu _ b1  
I pu _ b 2 Vb 2 S b1 Vb1 S b 2 171
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Mudança de bases para a impedância:
 Tendo uma impedância cujo valor absoluto é Z, seu valor em p.u. nas bases e
Será obtido por: Z Z
Z pu _ b1  
Z b1 Vb1 2
S b1
 A mesma impedância Z terá seu valor em p.u. nas bases e obtido por:
Z Z
Z pu _ b 2  
Z b 2 Vb 2 2
Sb 2 2
S b 2  Vb1 
 Dividindo-se membro a membro, obtém-se: Z pu _ b 2  Z pu _ b1    
2 S b1  Vb 2 
Z pu _ b1 S b1  Vb 2 
   
Z pu _ b 2 S b 2  Vb1  172
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Exemplo:
 Certa máquina trifásica tem em cada fase reatância igual a 1,5 pu, com potência e
tensão bases iguais a, respectivamente, 300 MVA e 25 kV.
a) O valor ôhmico da reatância;
b) O valor em p.u da reatância, nas bases de 100 MVA e 20 kV.

173
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Exemplo:
 Seja o sistema de potência com o seguinte diagrama unifilar:

 Escolhe-se como bases para o sistema (na carga) e


. Coloque todas as impedâncias nessa nova base. Depois,
desenhe o diagrama de impedâncias para o sistema na nova base

174
Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Exemplo:

(8,5 kV ) 2 100 (34,5 kV ) 2 100


X g ( pu ) bn  0,20  0,08 pu X t ( pu ) bn  0,18 2
 0,06 pu
2
(8,5 kV ) 250 (34,5 kV ) 300
100 MVA 200  j 50
Z L ( pu )  (1,2  j15) 2
 ( 0,1008  j1, 2602) pu S CARGA ( pu )   ( 2  j 0,5) pu
(34,5 kV ) 100

Diagrama de impedâncias em pu 175


Representação do Sistema em p.u.
 Mudança de base:
 Exemplo:
Seja o sistema:

Com:
Gerador  300 MVA; 20 kV; ;
Motor  200 MVA; 13,2 kV; ;
Motor  100 MVA; 13,2 kV; ;
Trafo  350 MVA; 230/20 kV; ;
Trafo  3 transformadores monofásicos de 100 MVA cada; 127/13,2 kV; ;
Linha de Transmissão  X = 0,5 ohm/km; com 64 km de comprimento.
Trace o diagrama de reatâncias com todas as reatâncias assinaladas em p.u. Escolha os
valores nominais do gerador como base no circuito deste. 176
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Em sistemas trifásicos, os valores base são expressos geralmente em termos de
quantidades trifásicas, isto é, potência trifásica, tensão de linha e corrente de
linha. Além disso, as impedâncias conectadas em ∆ são convertidas para a
conexão Y equivalente. Denotando:
 ∅ a potência base do circuito monofásico;
 a tensão base do circuito monofásico (fase-neutro);
 ∅ a potência base do circuito trifásico;
 a tensão base do circuito trifásico (fase-fase ou de linha);
e lembrando que em sistemas trifásicos equilibrados

177
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 as seguintes relações podem ser estabelecidas:

178
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Num sistema de potência trifásico, as seguintes regras são adotadas para
a especificação das quantidades base:
1. O valor de potência aparente trifásica base é o mesmo ao longo
de todo o sistema;
2. A relação entre as tensões de linha base nos lados do transformador é
igual aquela entre os valores nominais da tensão do transformador, ou
seja, a tensão de linha base passa através do transformador trifásico
segundo a sua relação nominal de tensões de linha.

179
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:

 Exemplo: Considere o sistema trifásico representado no diagrama unifilar da


figura a seguir. Os valores das cargas conectadas às barras 2 e 3 são mostrados
na tabela 1. A impedância da linha de transmissão entre o gerador 1 e a carga é
1,4 +j1,6 Ω/fase, e da linha de transmissão entre o gerador 2 e a carga é 0,8
+j1,0 Ω/fase. O gerador 1 supre 20 kW a um fator de potência 0,8 atrasado,
numa tensão terminal de 460 V. Suponha que a potência das três cargas seja
independente da tensão de alimentação. Empregando o sistema por unidade e
tomando como valores base 25 kVA e 460 V no gerador 1, determinar:
180
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Exemplo:
1) O diagrama de impedâncias no sistema por unidade na base
mencionada;
2) A corrente da carga 1, em pu e em ampères;
3) A tensão nos terminais do gerador 2, em pu e em volts;
4) A potência aparente suprida pelo gerador 2, em pu e em kVA;
5) O valor da reatâncias em pu e em Ω/fase de uma carga de compensação
reativa necessária para tornar unitário o fator de potência do
equivalente das cargas 1 e 2.

181
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Exemplo:

182
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Exemplo [Petrobrás Distribuidora - 2012]:
A figura a seguir mostra parcialmente um sistema elétrico de potência
radial. O gerador está operando em condições nominais.

Considerando como base do sistema a tensão de 20 kV e a potência de 20


MVA na barra em que o reator está conectado, então, o valor por unidade
da tensão nessa mesma barra é?

183
Representação do Sistema em p.u.
 Base em Termos de Valores Trifásicos:
 Exemplo [Petrobrás Distribuidora - 2012]:

184
Representação do Sistema em p.u.

1ª Lista de Exercícios de Sistemas de Energia – Sistemas em P.U.

185

You might also like