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Mordam-se

Mordam-se estúpidos, não mordam nos tímidos que eles definham


Mordam-se cegas bestas, não mordam naquele que vos ensina que
vos limpa Mordam-se tétricos mascarados, mordam-se que existe
quem morra por ter que morder Mordam-se cobardes que os
valentes precisam de puxar a rede ao caos Mordam-se parasitas
que exista quem veja o bugio Mordam-se babosos, mordam-se
enquanto houver palavra sentida Mordam-se e partam esses dentes
podres, não firam o que quer compreender Mordam-se seus maus,
mordam-se e aprendam que dói Mordam na terra engulam vossa
própria saliva e esterco não a pespeguem Aprendam na mordedura
que foram infectados pela saliva do contaminado Ajudem-se
desgraçados que não há quem vos valha quem vos morda Da vossa
dentada que não ficou saciada Ide de castigo para o postigo para
o raio que vos parta que vos cure Mordei no que vos mordeu e
tereis a ajuda Reparai que não sois somente irracional sois tão
português como eu

6 Junho 2006
Autor: José Pedro Gomes
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