Professional Documents
Culture Documents
highl i ghts
Concrete made with SBAS and CW achieved 93% of the resistance of reference concrete.
The use of 30% or 50% of CW does not affect the compressive strength of the concrete.
Concrete with 30% of SBAS presented the same compressive strength of the reference.
Article history: Neste estudo, foram investigadas as propriedades do concreto produzido com resíduos de construção (CW) e
Received 13 November 2015
areia de cinzas de bagaço de cana-de-açúcar (SBAS). CW e SBAS foram utilizados para substituir parcialmente
Received in revised form 10 March 2016
Accepted 15 March 2016 pedra de basalto e areia de quartzo, respectivamente. A força de compressão, o módulo de elasticidade, a razão
de vazio, a densidade aparente seca, a absorção de água e a profundidade de carbonatação do concreto produzido
com diferentes conteúdos desses resíduos foram determinados. As amostras produzidas com o uso conjunto de
Keywords: CW e SBAS alcançaram 93% da resistência à compressão do concreto de referência (sem resíduos). Vale
Alternative aggregates
Sugarcane bagasse ash sand
ressaltar que este estudo apresenta resultados pioneiros para o uso conjunto de SBAS e CW em concreto para
Construction waste uso em construção.
Concrete 2016 Elsevier Ltd. All rights reserved.
1. Introdução 50%, 44%, 36%, 30%, 26% e 14%, respectivamente, de total de resíduos
gerados [3].
A crescente geração mundial de resíduos é preocupante e requer
A eliminação inadequada de resíduos de construção no meio
estratégias de gestão que se concentrem na sustentabilidade ambiental [1].
ambiente causa vários problemas, tais como inundações, a proliferação de
Investimentos em pesquisa para permitir a aplicação de resíduos podem
vetores prejudiciais à saúde humana e a degradação das paisagens urbanas. Para
promover o desenvolvimento de novos materiais para o setor de construção.
minimizar esses problemas, a reciclagem é uma boa alternativa.
Conseqüentemente, o uso de resíduos pode minimizar tanto o custo associado à
Nos Países Baixos, 75% de todos os resíduos de construção gerados
disposição nos aterros sanitários como o custo final do produto [2].
são reciclados; No Reino Unido, esse índice é de 17%. No Brasil, se
Nesta pesquisa, utilizaram-se dois tipos de resíduos gerados em
considerarmos a capacidade máxima de todas as plantas instaladas, apenas 4,5%
larga escala no Brasil: resíduos de construção (CW) e areia de bagas de bagaço
dos resíduos de construção gerados são reciclados [4].
de cana-de-açúcar (SBAS).
O Brasil é o maior produtor de cana no mundo. Durante o etanol e a
Uma grande quantidade de resíduos de construção é gerada em todo
produção de açúcar, o bagaço de cana-de-açúcar é gerado. Este produto é
o mundo. Na Espanha, 70% dos resíduos são gerados pelo setor de construção.
queimado em caldeiras de moinho de cana-de-açúcar para gerar energia. No
No Reino Unido, Austrália, Japão, Itália, Países Baixos e Finlândia, a geração
final deste processo, as cinzas de fundo e as cinzas volantes são geradas.
de CW corresponde a
Para cada tonelada de bagaço queimado, produzem-se 24 kg de cinza
[5]. Na safra 2013/14, foram produzidas 658 milhões de toneladas de cana-de-
açúcar, que geraram 4 milhões de toneladas de cinzas [6]. A disposição final
deste lixo é um problema para gerentes de usinas de cana-de-açúcar.
⇑ Corresponding author.
E-mail address: almir@ufscar.br (A. Sales).
http://dx.doi.org/10.1016/j.conbuildmat.2016.03.062
0950-0618/ 2016 Elsevier Ltd. All rights reserved.
318 J.P. J.P.
Moretti
Moretti
et al.et/ al.
Construction
/ Construction
and and
Building
Building
Materials
Materials
113 113
(2016)
(2016)
317–323
317–323 318
14 100000
Q
90000
12
80000
10
Intensity (counts/s)
70000
8 60000
US$/t
Sand/Brazil
6 Stone/Brazil 50000
40000
4 Sand/USA
30000
Stone/USA
2 20000 Q Q
Q Q
0 10000
Q Q Q Q Q
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
10 20 30 40 50 60 70
Years 2θ (degrees)
Fig. 1. Evolution of the prices of sand and stone in Brazil and in the USA [7]. Fig. 2. X-ray diffractogram of SBAS (Q = Quartz).
Table 1 Após 28 dias de processo de cura, as amostras de concreto foram secas a 50 ± 5C para
Chemical composition of SBAS and other ashes (by weight, %). 7 dias. Este período foi adotado para obter constância em massa; as amostras permaneceram
no forno até duas ponderações sucessivas diferiram em apenas 0,5% da massa mais baixa, de
Elements Bottom ash Fly ash
acordo com a norma brasileira NBR 9778/1987 [23]. Em seguida, as amostras foram mantidas
SBAS [10] [17] [9] [16] [18] por 7 dias em uma câmara climática seca a 23 ± 1 C e 60% ± 5% de umidade relativ a.
Posteriormente, os espécimes foram mantidos em uma câmara de carbação acelerada. O teor de
SiO2 80.2 80.8 78.3 88.2 57.6 56.0
CO2 foi de 15% ± 5% (em volume) e a umidade relativa variou de 50% a 85%, de acordo com a
CaO 1.8 1.6 2.2 0.6 6.1 0.8
metodologia proposta por [10, 24]. De acordo com [24], os teores de CO2 acima de 20% podem
Al 2O3 2.6 2.5 8.6 2.3 1.3 12.4
causar alterações na microestrutura do concreto que não são desenvolvidas sob condições de
Fe2O3 5.6 5.8 3.6 5.1 1.5 6.5
exposição natural.
MgO 1.6 1.5 1.7 0.4 1.6 0.5
As amostras foram mantidas na câmara por 56 e 112 dias. Estes períodos de tempo foram
K2O 4.0 3.9 3.5 1.3 7.3 0.9
escolhidos para verificar a profundidade da carbonatação em idades mais avançadas, pois é
Na2O 0.2 0.2 0.1 0.1 0.2 0.0
possível observar diferenças importantes entre as espessuras de carbonatação das amostras de
SO3 0.1 0.1 0.0 <0.1 3.5 1.0
concreto nessas condições.
Loss on ignition 0.8 0.7 0.4 0.4 21.0 18.0
A profundidade de carbonatação foi verificada pelo método colorimétrico [25]. As amostras
de concreto foram rompidas por compressão diametral. Em seguida, uma solução de fenolftaleína
(1% de fenolftaleína, 29% de água destilada, 70% de álcool isopropílico) foi pulverizada na
superfície das amostras (Fig. 6).
319 J.P. J.P.
Moretti
Moretti
et al.et/ al.
Construction
/ Construction
and and
Building
Building
Materials
Materials
113 113
(2016)
(2016)
317–323
317–323 319
Table 2
100
Physical properties of materials.
90
Physical properties Quartz SBAS Basalt CW 80
sand stone
Cumulative retained (%)
70
Specific gravity (g/cm3) 2.33 2.60 2.85 2.46 60
Bulk density (kg/m3) 1531.00 1425.00 1485.00 1303.00 50 Zone 9.5/25 mm
Water absorption (%) 0.74 0.79 1.10 4.16
40 Basalt stone
Maximum dimension (mm) 2.36 1.18 19.00 19.00
30
Fineness modulus 2.30 1.04 1.89 1.85 CW
90
Cumulative retained (%)
80
Usable zone A Fig. 7 mostra os resultados do teste de resistência à compressão para amostras
70 de concreto aos 7, 28 e 91 dias. Os valores médios de resistência à compressão
60 Optimal zone dos grupos REF, 30SBAS, 30CW e 50CW são estatisticamente equivalentes a
50 um nível de significância de 5% (ANOVA). Vale ressaltar que a resistência foi
40
Quartz sand mantida mesmo quando a relação água cimento foi aumentada. No caso do
SBAS, isso pode ter sido causado pelo efeito de enchimento no qual as
30 SBAS partículas finas exercem um efeito físico do preenchimento de poros no
20 concreto [10].
10 30% SBAS + 70% quartz Os resultados de resistência à compressão das amostras de concreto com a
sand
0 aplicação conjunta de SBAS e CW diminuíram em relação ao concreto de
6.3 4.8 2.4 1.2 0.6 0.3 0.15 Pan referência. No sétimo dia, a queda foi de 14% para
Sieve size (mm)
Fig. 4. Sieving analysis of the quartz sand, SBAS and mixture (quartz sand + SBAS). Concrete samples were submitted to the following tests: com- pressive
strength [26], water absorption [23], void ratio [23], dry bulk density [23]
and elastic modulus [27].
The carbonation depth values were submitted to variance analysis (ANOVA) and to the
Student’s t-test (significance level of 5%).
Table 3
Mix proportion of materials to produce the concrete.
Group SBAS content (%) CW content (%) Mix proportion (by mass) Consistency (mm) Cement
Fig. 7. Compressive strength test and water absorption results of the concrete samples.
322 J.P. J.P.
Moretti
Moretti
et al.et/ al.
Construction
/ Construction
and and
Building
Building
Materials
Materials
113 113
(2016)
(2016)
317–323
317–323 322
Table 4
Physical properties.
Average value (%) SDa (%) CVb (%) Average value (%) SDa (%) CVb (%) Average value (kg/m3) SDa (kg/m 3) CVb (%) REF
4. Conclusões
References [17] G.C. Cordeiro, R.D. Toledo Filho, L.M. Tavares, E.D.M.R. Fairbairn, Ultrafine grinding
of sugar cane bagasse ash for application as pozzolanic admixture in concrete, Cem. Concr.
Res. 39 (2) (2009) 110–115.
[1] A. Laurent, I. Bakas, J. Clavreul, A. Bernstad, M. Niero, E. Gentil, M.Z. Hauschild, T.H.
[18] M. Frías, E. Villar, H. Savastano, Brazilian sugar cane bagasse ashes from the
Christensen, Review of LCA studies of solid waste management systems-part
cogeneration industry as active pozzolans for cement manufacture, Cem. Concr.
I: lessons learned and perspectives, Waste Manage. 34 (2014)
Compos. 33 (2011) 490–496.
573–588.
[19] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 7211 – Agregados
[2] S.A. Lima, A. Sales, F.D.C.R. Almeida, J.P. Moretti, K.F. Portella, Concretos com
para concretos, (Aggregates For Concrete – Specification) Rio de Janeiro, 2009 (in
cinza do bagaço da cana-de-açúcar: avaliação da durabilidade por meio de ensaios de
Portuguese).
carbonatação e abrasão, Ambient. Constr. 11 (2011) 201–212.
[20] S.M. Levy, P. Helene, Durability of recycled aggregates concrete: a safe way to sustainable
[3] C. Poon, A. Yu, A. Wong, R. Yip, Quantifying the impact of construction waste charging
development, Cem. Concr. Res. 34 (2004) 1975–1980.
scheme on construction waste management in Hong Kong, Eng. Manage. (2013) 466–
[21] M.C. Limbachiya, T. Leelawat, R.K. Dhir, Use of recycled concrete aggregate in high-
479.
[4] L. Miranda, S. Angulo, É. Careli, A reciclagem de resíduos de construção e strength concrete, Mater. Struct. 33 (November) (2000) 574–580.
demolição no Brasil: 1986–2008, Ambient. Constr. (2009) 57–71. [22] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 5738 –
[5] FIESP/CIESP, Ampliação da oferta de energia através da biomassa (Expanding energy Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, (Concrete
supply from biomass), FIESP/CIESP, São Paulo, 2001. Available: <http:// – Procedure for Molding and Curing Concrete Test Specimens) Rio de Janeiro, 2003 (in
www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=4505> (in Portuguese). Portuguese).
[6] Conab – National Company of Supply, Acompanhamento da safra brasileira de [23] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 9778 –
cana-de-açúcar – Primeiro levantamento da safra 2014/15 (Monitoring of the Argamassa e concreto endurecido – Determinação da absorção de água por imersão,
Brazilian Sugarcane Crop – First Survey of the 2014/15 Crop), Conab, Brasília, (Hardened Mortar and Concrete – Determination of Absorption, Voids and Specific
2014. Available: <http://goo.gl/V8QgY9> (in Portuguese). Gravity) Rio de Janeiro, 1987 (in Portuguese).
[7] A.B. da Luz, S.L.M. de Almeida, Manual de Agregados para a Construção Civil [24] M.A. Sanjuán, C. Del Olmo, Carbonation resistance of one industrial mortar used as a
2012, 2a Edição., CETEM, Rio de janeiro, 2012. Available: <http://goo.gl/ concrete coating, Build. Environ. 36 (8) (2001) 949–953.
uknFbH> (in Portuguese). [25] RILEM Concrete Permanent Comitee, RILEM draft recommendation –
[8] E. Rossi, A. Sales, Carbon footprint of coarse aggregate in Brazilian construction, Constr. measurement of hardened concrete carbonation depth CPC-18, in: Mater. Struct. 17
Build. Mater. 72 (2014) 333–339. (102) (1984) 435–440.
[9] A. Sales, S.A. Lima, Use of Brazilian sugarcane bagasse ash in concrete as sand [26] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 5739 – Concreto
replacement, Waste Manage. 30 (2010) 1114–1122. – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, (Concrete – Compression
[10] F.C.R. Almeida, A. Sales, J.P. Moretti, P.C.D. Mendes, Sugarcane bagasse ash sand Test of Cylindric Specimens – Method of Test) Rio de Janeiro,
(SBAS): Brazilian agroindustrial by-product for use in mortar, Constr. Build. Mater. 1994 (in Portuguese).
82 (2015) 31–38. [27] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8522 – Concreto
[11] J. Xiao, J. Li, C. Zhang, Mechanical properties of recycled aggregate concrete under – Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de deformação e da curva
uniaxial loading, Cem. Concr. Res. 35 (2005) 1187–1194. tensão-deformação, (Concrete – Determination of the Elasticity Modulus by Compression)
[12] M. Etxeberria, E. Vázquez, A. Marí, M. Barra, Influence of amount of recycled Rio de Janeiro, 2008 (in Portuguese).
coarse aggregates and production process on properties of recycled aggregate concrete, in: [28] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118 – Projeto de
Cem. Concr. Res. 37 (2007) 735–742. estruturas de concreto – Procedimento, (Concrete – Determination of the Elasticity
[13] Q. Liu, J. Xiao, Z. Sun, Experimental study on the failure mechanism of recycled Modulus by Compression) Rio de Janeiro, 2007 (in Portuguese).
concrete, Cem. Concr. Res. 41 (10) (2011) 1050–1057. [29] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE, ACI-318: Building Code Requirements for
[14] IBRAM, Brazilian Mining Association. Brazilian Mineral Overview: Aggregates, Reinforced Concrete, ACI, Detroit, MI, 1995.
2012. Available: <http://goo.gl/vfOMKp> (Online). [30] EuroCode2, Eurocode 2: Design of Concrete Structures – Part 1: General Rules and Rules
[15] ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 11578 – Cimento for Buildings, CEN European Committee for Standardization, Brussels, 2004.
Portland composto – Especificação, (Portland Composite Cement – [31] P.J.M. Mehta, P.K. Monteiro, Concrete: Microstructure, Properties and
Specification) Rio de Janeiro, 1997 (in Portuguese). Materials, 3a ed., 2006, p. 93.
[16] A. Bahurudeen, A.V. Marckson, A. Kishore, M. Santhanam, Development of sugarcane [32] M. Gesoglu, E. Güneyisi, A.H. Nahhab, H. Yazıcı, The effect of aggregates with high gypsum
bagasse ash based Portland pozzolana cement and evaluation of compatibility with content on the performance of ultra-high strength concretes and Portland cement mortars,
superplasticizers, Constr. Build. Mater. 68 (2014) 465– Constr. Build. Mater. 110 (2016) 346–354.
475.