You are on page 1of 19

O MEDO

Medo é um estado emocional que surge em resposta à


consciência perante uma situação de eventual perigo.
A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança ou a
vida de alguém, faz com que o cérebro ative, involuntariamente, uma
série de compostos químicos que provocam reações que caracterizam
o medo.
O aumento do batimento cardíaco, a aceleração da respiração e
a contração muscular são algumas das características físicas
desencadeadas pelo medo.
O MEDO
O MEDO
Todas as crianças
nascem equipadas para
ter medo porque, por
mais que não pareça,
ele as protege dos
perigos.
O MEDO
O MEDO
. Se a mãe, quando estava grávida, dava – regularmente – grandes saltos de
susto por isto ou por aquilo, é natural que um bebé tenha uma personalidade
que o puxe para um lado medricas.

Se teve uma experiência complicada de prematuridade, ou foi alvo de


procedimentos cirúrgicos muito precoces, a mesma coisa.

Se teve uma ama cujo rosto – mal-encarado – rivalizava com o da Cruela,


mais ainda.
E se – seja com as trovoadas, com os elevadores ou com os estranhos – um
dos pais foi, sem querer, uma enciclopédia de medos, eles parecem não dar
descanso a ninguém.
Vistos assim, todos os medos são tão naturais
como a sede. Nunca são estúpidos (por mais que,
por vezes, disfarcem bem).

E são um autêntico seguro de vida (que, à imagem


dum disjuntor num quadro elétrico, disparam
primeiro e perguntam... depois).
À escala das nossa capacidades, todos os medos nos
deixam um bocadinho... burros. Quando temos medo,
muito do sangue que alimenta de “combustível” o nosso
cérebro foge para as massas musculares. Noutros
tempos, isso ajudava ora a atacar ora a fugir (foi assim
que, ao longo dos séculos, se pouparam algumas vidas...).
Com menos oxigénio no cérebro ficamos mais perros das
ideias e é por isso que, quando temos medo, não dizemos
uma coisa esperta que nos orgulhe...
…se a nossa aflição se multiplica com a dos
nossos pais, não só temos medo….
Passamos a ter medo... de ter medo.
É mesmo verdade que o medo é tão natural
como a sede mas só a angústia dos pais,
diante dos medos dos filhos, faz com que
eles tenham medo de ter medo.
E entende-se porquê.
Os pais são os verdadeiros mata-borrões
dos medos dos filhos.
Exemplo: todas as crianças nascem equipadas para terem
medo das trovoadas. Sendo assim, quando são surpreendidas
por um relâmpago que lhes entra pelo quarto dentro, pegam na
almofada e, mais depressa que o som, enfiam-se na cama dos
pais, bem no meio deles. Como, aparentemente, eles continuam
com um doce ressonar, uma criança saudável põe as coisas
assim: “Se isto fosse muito grave, eles estariam em alerta
geral! Como continuam entregues aos seus sonhos então... é de
desmobilizar...” Por outras palavras: é a segurança dos pais
que sossega os medos das crianças. .
Os pais que, diante de um medo, perguntam: “Porque é que tens
medo?” ainda não entenderam que racionalizar um medo é
meio caminho andado para ficar preso a ele.
Nem perceberam que aquilo que uma criança procura não é de
uma explicação para os medos: mas de alguém que lhos
segure.
Dos medos nunca se foge! “Eu tenho medo!” é 3 em 1: uma
parte de mim, percebe que isto, cá dentro, está a virar para o
azar; outra parte de mim, está numa tonteira fora de controle;
e, em terceiro lugar: “dá-me colo e não perguntes porquê”. É
claro que há sempre uma versão mais... hard, para lidar com
os medos duma criança:
- Olha, meu filho, eu não sei o que é o papão mas, se ele,
entretanto, chegar, chamas-me, eu aperto-lhe o pescoço e
dou-lhe um chuto pelas escadas abaixo, que ele vai ver! (É
uma boa fórmula para dizermos, por outras palavras: Se a
melhor forma de ficar preso a um medo será fugir-lhe,
unidos... vamo-nos a ele).
Basicamente, diante do medo das crianças,
não há como inventar: junta-se um pouco de
mãe ou de pai, nada de perguntar „porquê?‟
(ou outras coisas), acrescenta-se colo (em
doses cuidadosas), condimenta-se com algum
músculo e... já está!
- Então o que fazer quando a criança tem medo do escuro?

1. Respira fundo
O medo é algo normal e toda a gente tem medo. Quando somos pequenos
temos medo do escuro, do lobo mau. Quando somos grandes podemos
continuar a ter medo do escuro e também podemos ter medo da mudança, da
perda. E, para além do medo, também resistimos a tudo o que é diferente e a
tudo o que é novo. Porquê? Pois… justamente porque temos medo.
Em relação aos medos dos miúdos, o importante é que possamos ajudá-los a
lidar com esses medos maus, estando seguros que ter medo… é normal! É a
nossa segurança e a nossa serenidade que os vai ajudar
2. Empatia
Não desvalorizes o medo que ela sente porque, como já te disse, ter medo… dá
medo. Na verdade quanto mais negares o que ela diz que vê e sente, mais ela
vai procurar provar que aquilo que vê e sente é verdade.

3. Dá-lhe poder
Naqueles casos em que a criança acredita que há monstros no quarto (isto é
comum aos 4 e aos 6 anos), então dá-lhe um spray mata monstros ou
coloquem uma luz de presença ou um difusor efeito espanta monstros. É o
facto de ser ela a fazer isso que lhe dará mais poder e controlo da situação.
Ela precisa de ter a certeza que está a lidar com isso…
4. Dá-lhe segurança

Por vezes os medos não são os monstros. São receios,


medos de perda. Situações que, ao contrário daqueles
monstros horríveis que vivem debaixo da cama e que
podem ser materializáveis, estes são medos do coração.
... Trabalha a questão do vínculo, e depois, e à noite, fica
na primeira ou na segunda noite ao lado do teu filho até
ele adormecer e diz-lhe que, quando o sentires a dormir,
vais sair. Finalmente, assegura-lhe que estarás sempre
por perto para garantir que tudo está bem…
5. Tira-lhe os ecrãs
Por todos os motivos - porque provoca excitação, porque
frequentemente uma criança pequena não sabe bem distinguir o
real do imaginário e confunde as diferentes dimensões.
Trabalha a relação, brinquem, joguem juntos. Desliga os ecrãs
(tv, tablets, telemóveis)

6. Deixa uma luz de presença


se isso garantir segurança à criança.
Conheço adultos que também gostam e precisam desse ponto
de luz. Conheço adultos que não suportam luz. E no caso de ser
um casal em que um quer luz e o outro não? Deve ser
interessante descobrir o que acontece!
7. Shiu, dorme - estou aqui e está
tudo bem!
Se a tua filha acordar a meio da noite, não
precisas de ir sempre a correr. Diz-lhe, do teu
quarto, e com uma voz doce e firme „Shiu, dorme -
estou aqui e está tudo bem!‟
Aos 6 meses…
medo dos estranhos
Até cerca dos 2 anos…
medo do abandonos, da separação, de barulhos ou luzes intensas
Entre os 3 e os 5 anos…
medo do escuro, de pequenos animais, de máscaras e ainda da
separação dos pais
Por volta dos 6/8 anos…
medo de ser raptados, de catástrofes naturais, guerras, morte,
médicos
Dos 9 aos 12…
medo do insucesso escolar, de não ser aceites nos grupos de pares,
receios acerca da sua aparência física

You might also like