You are on page 1of 2

Nós, como pais…

“O meu pai é o maior! O meu é o mais forte! O meu pai é o super-homem! O meu pai não tem medo de nada! A minha
mãe é a mais bonita! A minha mãe é uma rainha! A minha mãe sabe tudo!”... esta é a forma como a maioria das crianças
descreve o seus pais: fortes, grandes, perfeitos, capazes de os proteger!

E os pais o que dizem dos filhos? Que são teimosos…desafiadores…Os pais esperam que os filhos ouçam à primeira o
que lhes dizem; que façam o que lhes mandam; que sejam obedientes! Vão dizendo já não sabem o que fazer… mas que
os amam incondicionalmente!

Procuram estratégias e modelos que melhor os ajudem a que o dia-a-dia possa passar com menos zangas e sentimentos de
mal-estar.

Questionam-se enquanto pais…”já li tantos manuais”…”faço tudo o que diz lá e nem sempre resulta!”

“Vamos por pontos:

1. A Parentalidade Positiva não é Parentalidade Cutchi Cutchi. Parentalidade Positiva [nome pomposo, sim senhora!] é uma
filosofia que:

a. Tem por base o respeito mútuo entre pais e filhos e que por isso não vê necessidade de se fazer uso nem abuso das
palmadas nem dos castigos.

b. Pais e filhos não são iguais. São pessoas mas não têm direitos nem deveres iguais.

c. Quem orienta é o adulto e não é a criança. Isso não quer dizer que não se possa negociar mas negoceia-se no que é
negociável. De resto… mum’s the boss!

2. Não confundir Educação e Parentalidade Positiva com as modernices de não se colocarem limites. Na Parentalidade
Positiva HÁ LIMITES CLAROS, CONCRETOS e JUSTOS.

3. Não faz uso de castigos nem de palmadas por vários motivos. O do respeito pela criança e também por aquilo que o
próprio adulto deseja para si.

4. A Parentalidade Positiva sabe e não nega que os castigos e as palmadas funcionam. No curto prazo. Mas acredita que
os pais não querem ter sempre de usar estas estratégias e por isso existem outro tipo de abordagens que têm em conta
não só a natureza da criança como a do pai. E da situação. Para mais sobre isto, por favor lê o blogue ou inscreve-te
num dos muitos workshops.

5. O mimo não estraga nem nunca estragou. O que estraga, meus senhores, é a falta de limites. Ou o ‘hoje faço assim e
amanhã assado.’

Sobre o ‘desligar-se a televisão quando a criança tem uma questão’… a sério? Quero acreditar que este exemplo foi um
bocadinho infeliz. … Crianças e pais não são iguais e não podem nem devem ser tratados de forma idêntica porque, lá
está, são diferentes. São pessoas em crescimento. Ponto final. Parágrafo!
Também estou em desacordo quando ele diz que não devemos obrigar as crianças a emprestar os brinquedos aos amigos,
por exemplo.

O que é que os pais estão aqui a fazer? A pedir que a criança partilhe com outra um objecto que é seu. Ah e tal mas “o
que é que farias se o teu marido te dissesse para partilhares um livro teu com uma amiga tua quando ninguém lhe pediu
a opinião?” Ora bem, isso ia depender do livro e da amiga, logicamente mas, na verdade, essa NÃO É a questão. Nem
podemos comparar o que não é comparável.

Qual é então a questão? O que os pais querem ensinar aos miúdos é a noção de partilha. E isto é mais comum quando se
tratam de crianças pequeninas. Mas [e este é um dos princípios da EPP – Parentalidade Pro-Activa = conhecer as fases
do crescimento de uma criança] a criança só adquire a noção de partilha como deve de ser a partir dos 4 anos – até lá é
comum vê-la brincar lado a lado e raramente frente a frente. O que não deixa também de ser curioso é que lá pelos 5 ou
6 anos, os pais pedem menos aos filhos para partilharem e ‘respeitam’ mais as suas coisas e os seus gostos.

Se devem continuar a incentivar a partilha? Não sei – isso depende dos valores que cada família tem e se isso é
importante ou não. Ou se é sempre importante ou não.

Há também quem diga que não devemos exigir aos nossos filhos o ‘se faz favor’ e o ‘obrigado’. Lá está, tudo vai depender
dos valores que são importantes para ti. Não estás a forçar o teu filho a nada. Mas se lhe fores lembrando que há regras
sociais de convivência e bem-estar, estás a facilitar-lhe o futuro [o futuro próximo]. Sei de quem nunca tenha precisado
pedir aos filhos estas coisas [olha que bom!] mas também sei que, quando achamos que não temos de o fazer, nestas
coisas que são, aparentemente, coisas banais, depois as ‘palavrinhas de baptismo’ acabam por faltar…

…educar cansa, tem pouco de romântico. Ser-se pai e mãe é desejar por vezes chegar a casa e abraçá-los. E, no final do
dia, estar desejoso que eles vão dormir para que o nosso sossego comece.

E pleaseeeee! Não confundas Parentalidade Positiva com falta de limites. A Educação Permissiva e a Negligente, tal como a
Autoritária estão tão longe das bases do trabalho que desenvolvo! “

In http://mumstheboss.blogspot.pt/2014/06/as-modernices-da-parentalidade.html de Magda Dias

You might also like