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Apesar de tanto os judeus como os muçulmanos árabes datarem as suas reivindicações ao

território até há milhares de anos, o conflito atual teve origem no século XX.

Em 1917, tentando ganhar o apoio dos judeus, a Inglaterra emitiu a Declaração de Balfour,
onde prometia criar uma nação judaica no território da Palestina, que na altura pertencia ao
Império Otomano. O problema surgiu porque em 1915 os ingleses tinham prometido ao
governador de Meca um estado árabe que incluía a Palestina se ele liderasse uma revolta
árabe contra o Império Otomano, revolta essa que ele fez. Basicamente, os ingleses fizeram
promessas contraditórias aos árabes e aos judeus.

Depois do fim da 1ª Guerra, os ingleses controlavam a Palestina e seguindo a Declaração de


Balfour, facilitaram a migração de judeus para o território, sendo que entre 1920 e 1939 a
população judia aumentou em cerca de 320 000 pessoas. Estes migrantes compravam terras
de árabes não palestinianos para viverem lá, controlando assim as terras e o trabalho. Esta
situação levou a um aumento na tensão entre os árabes e os judeus.

Nas décadas de 20 e 30 o nacionalismo palestiniano começou a aumentar e em 1936 houve


uma revolta dos palestinianos contra os ingleses. Com a ajuda dos judeus, os ingleses
conseguiram reprimir a revolta árabe, mas começaram a impôr limites à imigração judaica e
anunciaram a intenção de criar um único estado para os dois povos num prazo de 10 anos. Isto
não satisfez ninguém porque os judeus precisavam das migrações mais do que nunca (devido
ao nazismo) e porque os palestinianos não queriam esperar 10 anos por um estado.

Depois da 2ª Guerra Mundial (que foi um período relativamente pacífico na zona), os ingleses
entregaram o problema à recém criada ONU. Então em 1947 a ONU dividiu a Palestina em dois
estados semelhantes em território:

Os árabes rejeitaram a proposta porque entenderam-na como mais colonialismo europeu que
lhes estava a roubar território e em 1948 deu-se início a uma guerra entre Israel e os
palestinianos apoiados por outros países árabes. Israel venceu e no fim da guerra já ocupava
mais um terço de terra do que o acordado na ONU. Isto levou a que mais de 700 000
palestinianos se refugiassem noutras nações árabes. No fim do conflito, Israel controlava tudo
exceto a Faixa de Gaza (Egito) e a Cisjordânia (Jordânia).

Depois veio a Guerra dos 6 dias em 1967, que viu uma vitória esmagadora de Israel, que
ganhou o controlo da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, do Sinai e das Colinas de Golã.

A ONU criou depois a resolução 242 que continha a estrutura básica da estratégia para a paz e
dizia que Israel se deveria retirar do território que ganhou com a guerra e que os estados
árabes deviam reconhecer a existência de um estado palestiniano e de um estado israelita.
Contudo, esta tentativa falhou. Em 1967, as fronteiras propostas eram as seguintes,
comparativamente com a proposta de 1947:
Depois disto, o conflito tornou-se mais focado entre a Palestina e Israel, já sem o envolvimento
de outros estados árabes. Ao longo dos anos, os judeus têm criado povoamentos em zonas
que supostamente são da Palestina, como a Faixa de Gaza, a Cisjordânia ou o Leste de
Jerusálem. Apesar destes povoamentos serem considerados ilegais pela lei internacional, Israel
defende-os argumentando que a Palestina nunca foi realmente um estado soberano.
Já no final dos anos 80, os palestinianos iniciaram a Primeira Intifada, que consistiu em
boicotes a produtos israelitas ou na recusa do pagamento de impostos. A Primeira Intifada
também levou à fundação da organização islâmica fundamentalista Hamas em 1987.

Depois da primeira Intifada, começaram as primeiras conversas de paz entre as partes que
culminaram nos acordos de Oslo, em 1993, baseados na Resolução 242 da ONU. O então
presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, foi quem esteve mais perto de chegar a um acordo
de paz, mas esse acordo nunca aconteceu.

Mais tarde houve a Segunda Intifada, mais violenta do que a primeira. Morreram mais de 3000
palestinianos e 1000 israelistas. Em 2002, o governo israelita começou a construir um muro
para separar os territórios, mas esse muro incluía os povoamentos de judeus em território que
supostamente era da Palestina de acordo com o mapa de 1967. Para Israel, era uma questão
de defesa e para a Palestina era um roubo de terra ilegal. (2006)

Em 2005 o Hamas ganhou as eleições. O Hamas tem uma política, tendo já efetuado vários
bombardeamentos suicidas e ataques com rockets em Israel, que são retaliados com invasões
do exército israelita na Palestina. Apesar da sua violência, o Hamas tem tido muito apoio
popular porque tem uma base social forte, pois oferecem provisões diárias de dinheiro ou
comida e têm escolas públicas que também servem como uma doutrinação para as crianças a
longo prazo.

No geral, os palestinianos sentem que lhes tem sido negada a formação de um estado que lhes
foi prometido já há mais de um século enquanto que os israelitas sentem que têm legitimidade
para existir devido ao reconhecimento das Nações Unidas e porque sentem que há uma
necessidade para a existência de uma pátria judia. Na realidade, o conflito continua porque,
mesmo com as várias tentativas de acordos de paz, ambas as partes continuam sem ter a
capacidade para entender a legitimidade das reivindações do lado oposto.

2002-2005- Segunda Intifada. Retirada israelita de Gaza.

Foi um processo de avanços e recuos, com várias tentativas de diálogo e de acordos, de cessar
fogos e conflitos, tanto entre a Palestina e Israel, mas também conflitos internos dentro do
território palestiniano, entre o primeiro ministro Ismail Haniyeh, do Hamas (entre 2006-2007),
que ocupou a Faixa de Gaza, e o Fatah, do presidente Mahmud Abbas, que ocupou a
Cisjordânia- fações rivais.

Em fevereiro de 2005 houve a tentativa de aproximação, com a realização de um cessar-fogo


que pôs fim a quatro anos de conflito. Esta declarava o fim da violência e a libertação de mais
de 8000 prisioneiros palestinianos detidos em Israel, bem como a retirada de forças em Gaza e
dos colonatos. A conferencia pretendia relançar o Road Map (plano de George Bush em 2003)
e a criação de um Estado Palestiniano até ao fim de 2005. A trégua terminou a 1 de Janeiro de
2006.

E 2008 nova tentativa de diálogo para a realização de um acordo de paz. Houve um cessar
fogo, que foi interrompido pelo lançamento de rockets. Os anos de 2008 e 2009 foram de
guerra, com o lançamento de misseis e bombardeamentos. Existiram vários cessar-fogos, mas
foram

Nos seus acordos, de um modo geral, Israel pedia o reconhecimento de Israel como um Estado
Judeu. Sustentava a criação de um estado palestiniano, mas desmilitarizado, sem exército ou
controlo do espaço aéreo ou fronteiras
A Palestina queria o fim dos colonatos ou, em 2008, do bloqueio s Gaza, que impedia a entrada
de produtos e alimentos, e a devolução dos territórios anexados a partir de 1967 (ou alguns
casos, antes de 1967).

Em 2011 a Palestina tentou entrar na ONU com o território da cisjordania e Gaza, mas o
pedido foi vetado pelos EUA. Em 2012 foi considerado um Estado não-membro observador da
ONU. Foi aceite na UNESCO, do qual saíram, em 2017, os EUA e Israel.

Em 2012 houve uma nova tentativa de aproximação, em que se esperava que o Estado
Palestiniano fosse afirmado até 2017. No entanto, não foi bem sucedido e eclodiu outra
guerra. Decorreu entre 14 a 21 de Novembro

Em 2013 retomou-se o diálogo entre a Palestina e Israel e resultou na libertação de alguns dos
presos palestinianos. Interrompidos por novos conflitos. Houve um cessar fogo, mas foi
interrompido por Israel. O mesmo se sucedeu em 2014, mas foi o Hamas que não quis o
prolongar, a menos que Israel fizesse concessões e vice-versa. Vários países da EU
reconheceram o Estado da Palestina (países africanos, asiáticos e sul-americanos )- os EUA e
Israel recusaram, bem como outros países- com base nas fronteiras de 1967 e com capital em
Jerusalém, partilhada com Israel, com a coexistência dos 2 estados. Condenaram colonatos de
Israel.

Em 2015, face à situação de degradação de Gaza, vários países concederam fundos à Palestina,
tal como os EUA e os da EU. Israel recusou conceder territórios aos palestinos. Vaticano fez
reconheceu o Estado da Palestina. Palestina aceite no Tribunal Penal Internacional.

Em 2017 o Hamas aceitou as fronteiras delimitadas para 1967. Houve o congelamento das
relações entre a Palestina e Israel após este ultimo, na sequencia de um ataque à Esplanada
das Mesquitas (em Jerusalem- controlada por Israel, mas o 3º local sagrado do Islão) ter
reforçado a segurança e proibido a entrada de homens com idade inferior a 5 anos. Causou
uma manifestação dos palestinianos que rezaram no exterior do edifício. A Palestina foi aceite
na Interpol em Setembro do mesmo ano. Houve uma nova tentativa de reconciliação entre o
Fatah e o Hamas.

Em Dezembro de 2017, os EUA (Trumo, no Twitter), reconheceu Jerusalem como a capital de


Israel, e confirmou-o com a mudança da embaixada de Telavive para a Cidadade Santa. Esta
provocou a discordância internacional- a Guatemala concordou e adotou a mesma medida,
que foi incentivado por Israel, mas a ONU não concordou. Os Estados Muçulmanos que
apoiavam a Palestina, numa cimeira na Turquia, apelaram ao reconhecimento de Jerusalem
como capital do Estado da Palestina, recusaram-se a estabelecer relações com os países que
seguissem o exemplo dos EUA e declararam que “os EUA já não faziam parte do processo de
paz para o Médio Oriente”, por estarem enviesados, e que era necessária a existência de um
mediador.

Em Janeiro de 2018, a situação de Dezembro do ano anterior continuou a ter consequências.


Gaza estava numa situação deplorável graças às 3 guerras que sofrera desde 2008 (2008-2009,
2012 e 2014)- com níveis de desemprego e pobreza muito elevados, falta de água e
eletricidade e com os bloqueios de Israel e do Egito. Em Março houve uma tentativa de
homicídio do primeiro ministro (a partir de 2013, membro do Fatah) Rami Hamdallah, e o
presidente Abbas acusou o Hamas como responsável, fragilizando os esforços de reconciliação.
Desde 30 de Março, e agendados até 15 de Maio, surgiram novos confrontos entre a Palestina
e Israel. Estes acontecem à 6º feira sob a forma de manifestações palestinas. Os
manifestantes percorrem a fronteira, tentando entrar em Jerusalem para recuperarem as
terras que lhes forem retiradas. Foram milhares de manifestantes na primeira 6º feira- 30 de
Março, muitos deles desarmados, mas outros “arremessando pedras, bombas incendiárias,
pneus a arder e tentando destruir a fronteira”. Foram mesmo criadas tendas em 5 pontos,
dispersas por 65 kilometros até a fronteira (Cidade das tendas). Os conflitos resultaram da
violência das forças armadas israelitas. No primeiro dia existiram 17 mortos palestinos e 1479
feridos (alvejados com fogo, balas de borracha e gás lacrimogéneo). Os últimos confrontos
foram a 6 e 13 de Abril, e o numero de mortos está em 34.

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