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CLODOALDO LAZARETI
ORIENTADOR:
PROF. DR. CARLOS HENRIQUE SCURACCHIO
SANTO ANDRÉ
2010
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade Federal do ABC
LAZARETI, Clodoaldo
Nanocompósitos de poliuretano termoplástico com argila organofílica / Clodoaldo Lazareti —
Santo André : Universidade Federal do ABC, 2010.
il. 93 fls
Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Henrique Scuracchio, pela serenidade, ensinamentos,
confiança no meu trabalho, e incondicional amizade, e ao meu co-orientador Prof. Dr.
Gerson Luiz Mantovani, pelo apoio.
Aos Professores Dr. Suel Eric Vidotti e Drª. Sandra Andréa Cruz, pela contribuição na
estruturação deste trabalho.
Aos professores e colegas de trabalho da Escola SENAI Mario Amato, pelas valiosas
sugestões de melhoria do trabalho.
Ao Sr. Luiz Carlos de Lira, diretor da empresa PUPBras, que gentilmente cedeu a matéria
prima e as instalações para a preparação e síntese do TPU nanocompósito.
Ao Prof. Fabio Renato Silva Lopes, pela permissão de uso dos equipamentos da Escola
SENAI Mário Amato, na realização da injeção dos corpos de provas, ensaios e
caracterizações.
Ao Prof. Ms. Newton Haruo Saito, pela realização do ensaio de difração de raios-X.
À pessoa especial da minha vida, minha esposa Fábia, pela paciência e compreensão.
Clodoaldo Lazareti
RESUMO
A vasta gama de sistemas poliméricos classificados como compósitos tem sido alvo
constante e crescente do meio acadêmico e científico. A possibilidade de obtenção de
propriedades combinadas e múltiplas, associada a nanotecnologia, enriquece a condição
de pesquisa abrindo assim uma extensa área de atuação. Neste trabalho foi proposto o
estudo de nanocompósitos de poliuretano termoplástico (TPU) com argila montmorilonita
Cloisite® 30B e a investigação do efeito da incorporação desta carga nas propriedade
mecânicas e térmicas do TPU. A argila foi incorporada em um dos componentes pré-
formadores do TPU em diferentes concentrações (1%, 3% e 5%). A argila foi dispersa em
poliol poliéster e a síntese ocorreu posteriomente com a adição do di-isocianato e o
extensor de cadeia 1,4 butandiol. O nanocompósito após polimerizado, foi moído e
processado em extrusora dupla rosca e injetadas placas padrão para cunhagem e
extração de corpos de prova. A caracterização do nanocompósto de TPU com argila foi
realizada por difração de raios-X, espalhamento por SAXS e espectroscopia no Infra
Vermelho. As propriedades mecânicas foram avaliadas pelos resultado do ensaio de
tensão vs. deformação, tensão de rasgamento e resistência à abrasão. As propriedade
térmicas foram verificadas por ensaios de DSC e TGA. Os resultados dos ensaios
mecânicos e térmicos mostraram que a argila promove aumento significativo na rigidez
do polímero porém com redução no alongamento, atua como lubrificante quando usada
em até 1%, e interfere na temperatura de fusão cristalina, diminuindo a Tm, porém
provocando aumento na entalpia de fusão. Para os ensaios de difração de raios-X,
observam-se parciais intercalações das cadeias poliméricas e lamelas de argila.
THERMOPLASTIC POLYURETHANE NANOCOMPOSITES ORGANOFILIC CLAY
Clodoaldo Lazareti
ABSTRACT
The wide range of polymer systems known as composites has been the subject of
constant and increasing investigation in academic and scientific areas. Nowadays, the
possibility of obtaining combined properties of different materials associated with the use
of nanotechnology, opens new and promising areas of interest. This work reports the
sythesis of nanocomposite thermoplastic polyurethane (TPU) with clay montmorillonite
Cloisite ® 30B and the investigation of the effect of the filler on the mechanical and
thermal properties of TPU. The clay was incorporated in one of the components used in
the synthesis of the TPU in different concentrations (1%, 3% and 5%). The clay was
dispersed in the polyester polyol and the synthesis occurred later, with the incorporation of
the isocyanate and the chain extender 1.4 butandiol. The nanocomposite obtained was
then milled and processed in a twin screw extruder and injection molded as plates, from
where the test samples where cutted. The characterization of the TPU/clay
nanocomposites was performed by X-ray diffraction, SAXS and infrared espectroscopy.
Mechanical properties were investigated by tensile strength, tear and abrasion resistance.
The thermal property was investigated by DSC and TGA. The test results showed that
mechanical and thermal clay promotes a significant increase in stiffness of the polymer
but with a reduction in elongation, acts as a lubricant when used in up to 1%, and
interferes with the melting temperature, decreasing the Tm, but causing an increase in
enthalpy of fusion. For the diffraction of X-rays, there are partial intercalation of polymer
chains and lamellae of clay.
LISTA DE FIGURAS
BZD Benzidina
CTC Capacidade de troca de cátions
DSC Calorimetria diferencial exploratória
DMTA Análise térmica dinâmico mecânica
HDI Hexametileno diisocianato
HEHQ Hidroquinona hidroxietil éter
HMDI Difenilmetano diisocianato hidrogenado
MAPP Polipropileno modificado com anidrido maleico
NDI Naftaleno diisocianato
MDI Difenilmetano diisocianato
MET Microscopia eletrônica de transmissão
MMT Montmorilonita
NPCL Nanocompósito de poli (ε-caprolactona)
PPG Polioxipropileno glicol
PTMEG Politetrametileno glicol
PS Poliestireno
PU Poliuretano
rpm Rotações por minuto
SPU Poliuretano segmentado
SBS Estireno butadieno estireno
TDI Tolueno diisocianato
Tg Temperatura de transição vítrea
TGA Análise termogravimétrica
Tm Temperatura de fusão cristalina
TPE Elastômero termoplástico
TPU Poliuretano termoplástico
UV Ultra violeta
u. a. Unidade arbitrária
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................18
2. OBJETIVOS...........................................................................................................19
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................20
3.1 O Poliuretano .......................................................................................................20
3.2 Poliuretano termoplástico.....................................................................................22
3.2.1 Segmentos flexíveis ..........................................................................................24
3.2.1.1 Polióis poliésteres ..........................................................................................25
3.2.1.2 Polióis poliéteres ............................................................................................25
3.2.2 Segmentos rígidos ............................................................................................26
3.2.2.1 Diisocianatos..................................................................................................26
3.2.3 Extensores de cadeia........................................................................................28
3.2.4 Aditivos..............................................................................................................28
3.3 Propriedades e processamento do Poliuretano Termoplástico ............................28
3.4 Argilas como Agentes de Reforço ........................................................................30
3.4.1 Argilas Organofílicas .........................................................................................32
3.5 Compósitos poliméricos .......................................................................................33
3.6 Nanocompósitos poliméricos ...............................................................................35
3.7 Técnicas de Intercalação Polímero – Argila .........................................................37
3.7.1 Polimerização In Situ.........................................................................................37
3.7.2 Intercalação por solução ...................................................................................38
3.7.3 Intercalação por mistura mecânica ...................................................................39
3.7.4 Cinética e termodinâmica de intercalação.........................................................40
3.8 Nanocompósitos de TPU com argila ....................................................................42
4 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................50
4.1 Materiais...............................................................................................................50
4.2 Estudos Preliminares ...........................................................................................50
4.3 Métodos ...............................................................................................................51
4.4 Caracterização .....................................................................................................53
4.4.1 Calorimetria Exploratório Diferencial (DSC) ......................................................53
4.4.2 Análise Termogravimétrica (TGA).....................................................................54
4.4.3 Espectroscopia no Infravermelho FTIR .............................................................54
4.4.4 Difração de Raios X ..........................................................................................54
4.4.5 Dureza Shore ....................................................................................................55
4.4.6 Resistência a tração..........................................................................................55
4.7 Resistência ao rasgamento..................................................................................56
4.8 Resistência a Abrasão .........................................................................................57
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................58
5.1 Características de Processamento ......................................................................58
5.2 Calorimetria Exploratória Diferencial ....................................................................59
5.3 Análise Termogravimétrica...................................................................................62
5.4 Espectroscopia no Infravermelho FTIR ................................................................64
5.5 Difração de Raios X .............................................................................................67
5.6 Dureza..................................................................................................................70
5.7 Resistência a tração.............................................................................................72
5.8 Resistência ao Rasgamento ................................................................................80
5.9 Resistência a abrasão..........................................................................................81
6. CONCLUSÕES......................................................................................................83
7. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................85
18
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 O Poliuretano
O termo “poliuretano” se tornou conhecido por denominar diversos
polímeros e corresponde a uma ampla variedade de materiais com composições
diferentes, resultando, portanto, em propriedades diferentes. A quantidade de blocos
constituintes e a possibilidade de realizar a polimerização pela formação de
intermediários estáveis (pré-polímeros) são características não superadas por outro
polímero. O mesmo se aplica quanto à adaptabilidade no processamento e
composição, visando atender as características dos artigos finais. [1]
[2]
Poliuretanos foram desenvolvidos por Otto Bayer em 1937 . Poder-se-ia
considerar que o poliuretano, que é formado pela reação de dióis com diisocianatos
sem a eliminação de qualquer molécula, fosse obtido por polimerização por adição,
visto que o polímero tem a mesma composição elementar que a soma dos
monômeros. No entanto, os poliuretanos são estruturalmente muito mais
semelhantes à polimerização por condensação, pois a ligação uretana tem muito em
comum com as ligações éster e amida. Para evitar a classificação incorreta,
poliuretanos, assim como alguns outros polímeros, foram classificados a partir de
uma análise da estrutura química dos grupos presentes nas cadeias poliméricas.
Polímeros de condensação foram definidos como aqueles em que as unidades de
repetição são unidas por unidades funcionais de um tipo ou outro, como o éster,
amida, uretano, e suas ligações. Assim, a estrutura de polímeros de condensação foi
definida como um agrupamento de alifáticos ou aromáticos e é uma unidade
funcional. Os polímeros de adição, por outro lado, não contêm tais grupos funcionais,
como parte da cadeia polimérica. Tais grupos podem, no entanto, estar presentes em
polímeros como grupos lateriais na cadeia polimérica. Segundo essa classificação,
os poliuretanos são classificados como polímeros de condensação. Dependendo do
monômero e do catalisador, uma variedade de materiais uretânicos com
21
fase flexível é formada por um poliol elastomérico de cadeia longa, porém em outros
polímeros borrachosos um grupo hidroxila pode ser usado. A fase rígida é composta
do diisocianato e um diol de cadeia curta, denominado extensor de cadeia. As fases
rígidas têm atração muito alta entre as cadeias devido ao hidrogênio que está entre
os agrupamentos dos uretanos e, são capazes de cristalizar. A fase flexível é unida
pelas fases rígidas que na temperatura ambiente, agem como ligações físicas entre
as cadeias. Em altas temperaturas, as ligações entre as fases rígidas são
enfraquecidas, possibilitando que os mesmos fluam e o material possa ser
processado. As propriedades dos poliuretanos podem ser variadas mudando o tipo
ou quantidade dos três componentes básicos de formação: diisocianato, diol de
cadeia curta, ou diol de cadeia longa. O polímero pode ser alterado simplesmente
mudando a relação das fases rígidas e flexíveis, permitindo a liberdade de fabricação
visto que pode se desenvolver aplicações específicas [5].
Após o desenvolvimento comercial dos PU’s, iniciou-se a fabricação de
espumas rígidas, adesivos, e tintas. Os elastômeros tiveram a sua origem na década
de 1940, na Alemanha e Inglaterra. Durante a Segunda Guerra Mundial o
desenvolvimento dos PU’s foi interrompido, porém desde 1946 o seu mercado tem
apresentado um cosiderável crescimento. Na década de 50 foram desenvolvidos os
poliuretanos termoplásticos, que apresentam a capacidade de serem
[6]
reprocessados . Não foi encontrado histórico da produção de ts até a década de 90,
porém dados do ano 2000 apontam para um consumo mundial de 8,5 milhões de
toneladas/ano, passando em 2005 por 13,6 milhões de toneladas/ano e previsão
para 2010 de 16 milhões de toneladas/ano[7].
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O
1
Hytrel® é nome comercial do Polímero de Copoliéster Elastomérico Termoplástico com segmentos flexíveis de
poliéter produzido pela DuPont
25
3.2.2.1 Diisocianatos
Nos PU’s a maioria das reações dos isocianatos ocorre através da adição
à dupla ligação C=N. Um centro nucleofílico contendo um átomo de hidrogênio ativo
ataca o carbono eletrofílico e o átomo de hidrogênio ativo é então adicionado ao
nitrogênio. Grupos receptores de elétrons, ligados ao grupamento NCO, aumentam
sua reatividade e os doadores a reduzem, e por isso, os isocianatos aromáticos são
mais reativos do que os alifáticos. A ocorrência de impedimento estérico tanto no
grupo isocianato, quanto no composto com hidrogênio ativo provocam diminuição na
reatividade[4]. Quando da obtenção dos PU’s, os isocianatos intercedem promovendo
cinco tipos de reações[1,6] observadas nas Figuras 5 a 9:
-reações com álcoois, formando grupos uretano:
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Figura 7 - Reação Isocianato + Água[12]
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Figura 8 - Reação Isocianato + Uréia[12]
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3.2.4 Aditivos
Para o caso dos TPUs, desmoldantes normalmente entre 0,1 a 2% em
massa são incorporados. Pertencem à classe dos derivados de ácidos graxos como
os ésteres e amidas, dos silicones ou polímeros fluorados[4].
O C
O C
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Figura 10 - Representação da reversibilidade da reação de degradação do
poliuretano termoplástico[1]
maior grau de esfoliação para a matriz de maior massa molecular, devido à maior
viscosidade, afirmando portanto, que o cisalhamento tem um papel importante no
processo de esfoliação da argila.
Em um trabalho subseqüente, TANG et al[61] utilizaram polipropileno
modificado com Anidrido Maleico (MAPP) para provocar uma pré-intercalação na
argila montmorilonita modificada por Cloreto de Trimetiloctadecilamônio (OMMT-C18)
a fim de obter uma maior esfoliação desta ao produzir o nanocompósito com
poliuretano termoplástico. Foram utilizados difração de raios-x, microscopia
eletrônica de transmissão e análises termogravimétricas para investigar a
microestrutura dos nanocompósitos formados. Três fatores mostraram efeitos
importantes no grau de dispersão da montmorilonita na matriz de TPU: a ordem de
mistura dos componentes, o tipo e a quantidade de polipropileno maleado utilizado.
Os resultados obtidos confirmam a necessidade da pré-intercalação de MAPP para
que a esfoliação da OMMT-C18 ocorra e demonstram a importância da interação
entre o MAPP e o TPU no cisalhamento, que reafirmam como sendo o mecanismo
chave na formação do nanocompósito esfoliado. Neste trabalho também
demonstraram que estruturas esfoliadas deste nanocompósito apresentam melhores
propriedades mecânicas do que aqueles de estrutura intercalada.
JANA e PATTANAYAK[62] chegam a uma conclusão semelhante ao
comparar propriedades mecânicas, reológicas e térmicas de nanocompósitos de
TPU contendo argilas Cloisite® 30B e Cloisite® Na+ em função do estado de
dispersão de partículas. Os compósitos contendo argila 30B apresentaram melhor
esfoliação e também melhores ganhos de propriedades mecânicas. Obtiveram
estruturas esfoliadas para a argila modificada e intercaladas para a argila não-
modificada. Para 5% em massa de argila reativa, obteve-se um ganho de 170% na
tensão de resistência à tração, 110% no módulo de Young, 120% em tenacidade à
fratura e 40% de aumento na resistência à abrasividade em relação ao PU puro. Os
dados finais do ensaio de reologia dinâmica mostram uma grande dependência com
o teor de argila, indicando um substancial travamento da relaxação de cadeias
devido à amarração destas com as partículas de argila. Observaram também que
47
2
Processo de sonificação ou ultra-som tem a função de combinação de faixas de frequências
variadas combinadas a amplitudes, energia e tempo de aplicação contribuem para a dispersão das
cargas argilosas, porém podem provocar efeitos indesejáveis como deformação estrutural.
48
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
Para o estudo, o TPU usado como matriz de incorporação para o projeto
foi o Thermollan® TS 9005 A Natural e de base poliéster, fornecido pela
PUPolymers da cidade de Boituva – SP.
Os materiais aplicados para obtenção do TPU natural e para as devidas
composições foram:
-Poliol Diexter G 082 da Coim Brasil Ltda (monômero responsável pelos segmentos
flexíveis de base poliéster);
-Isocianato Desmodur 44 MC/BRA da Bayer (sendo um MDI monomérico 4.4 DiFenil
metano isocianato responsável pelos segmentos rígidos);
-Extensor de cadeia 1,4 butanodiol da ISP Technologies;
-Aditivo anti UV Stabaxol I da Lanxess;
-Desmoldante Poliflow 212 da AkzoNobel, e
-Argila Cloisite® 30B da Southern Clay Products.
4.3 Métodos
A Figura 17 mostra esquematicamente os passos empregados de
obtenção e caracterização dos nanocompósitos.
4.4 Caracterização
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5,5 5,5 7 8
Por rosca
8 8 10 12
Por eixo motor
59
Tg DSC
2ª Tg DSC Fase
Amostra Fase Tm Pico (°C) ∆H (J.g-1)
transição Rígida (°C)
Flexível (°C)
1° estágio perda de
34,75 33,69 31,59 29,89
massa (%)
Temperatura de pico
278 279 279 281
de perda de massa (°C)
2° estágio perda de
51,10 56,44 57,44 60,35
massa (%)
Temperatura de pico
394 395 395 396
de perda de massa (ºC)
percentual de massa perdida sendo que de 34,75% para o TPU puro chegou-se a
29,89% para o TPU a 5% de argila, representando 14% de redução. Tal
comportamento pode estar relacionado a uma possível estabilidade térmica
provocada pela argila e uma redução da velocidade de dissociação dos grupos
uretano.
O mesmo já não ocorre para o segundo estágio da perda de massa sendo
que o TPU puro apresenta 51,10% passando para 60,35% do TPU 5% argila,
resultando em 15% de aumento.
Segundo CERVANTES et al[66], camadas de silicatos espalhadas no
polímero proporcionam um efeito barreira e impedem a permeabilidade dos voláteis
oriundos da degradação. Ainda no primeiro estágio de perda de massa ocorre uma
compensação nos valores provocando um incremento provavelmente relacionado a
degradação de anéis aromáticos e consequentemente eliminação de compostos
contendo carbono e hidrogênio.
5.6 Dureza
As medições do ensasio de dureza do TPU puro e do TPU nanocompósito
são demonstradas na Tabela 4 e na Figura 28:
Leitura instantânea 90 91 93 93
Leitura 15 segundos 88 90 91 91
71
Figura 33 - Gráficos Tensão x Deformação para o TPU puro (a) e para o TPU
nanocompósito a 1% de argila (b)
77
6. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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