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Instituto de Artes
Departamento de Artes Corporais
Campinas, 2007
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1. Introdução
Este é um estudo relativo à iluminação cênica no espetáculo de dança em
palcos italianos que analisa a função estética e expressiva da luz a partir de cinco
instrumentos convencionais de iluminação: Par, Fresnel, Plano-convexo, Elipsoidal e
Ciclorama.
Entre as justificativas desta pesquisa inscreve-se a carência de material e
informação bibliográfica nacional referente à iluminação para dança. Importa sobremaneira
o fato de ser a luz um elemento fundamental na composição coreográfica, em especial nos
espetáculos em Palcos Italianos (mais conhecidos como “caixa-preta”), o que faz necessário
seu domínio enquanto ferramenta para ampliar as possibilidades de criação. Desta forma,
não incluímos em nosso estudo, as possibilidades de trabalho em espaços alternativos que
demandariam outro tipo de iluminação, como luz natural, velas, lanternas, candeeiros e
outros instrumentos não elétricos, dependendo da estrutura física e da intenção
coreográfica.
Já no começo do século XVI, o teatro começou a se fechar em salas e em
espaços que exigiam um tipo de iluminação artificial para compensar a ausência da luz
solar. Portanto, era necessário um artifício que clareasse o palco e tornasse os artistas e
objetos cênicos visíveis. Como a luz elétrica só seria inventada no final do século XIX,
eram usados outros instrumentos de iluminação: primeiro as velas, depois as lâmpadas a
óleo e, a seguir, as lâmpadas a gás.
A invenção da lâmpada elétrica em 1879 por Thomas A. Edson (1847-1931)
foi um importante marco na história da iluminação. A eletricidade trouxe a possibilidade de
se conseguir diferentes tipos de luz em um mesmo espetáculo, mostrando sua plasticidade,
eficiência e inúmeras possibilidades estéticas e expressivas.
Quanto às funções que a luz adquiriu ao longo da evolução científica com as
novas invenções elétricas, temos como principais características: a iluminação dos corpos,
objetos e adereços cênicos (Função Estética da luz) e a alteração do visual e da
dramaticidade da coreografia ou cena (Função Expressiva da luz).
Apesar da iluminação cênica no espetáculo de dança ainda ser pouco
estudada pelos profissionais da área, ela é uma poderosa ferramenta de criação e
composição, podendo auxiliar e complementar os movimentos corporais (coreografia), as
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cenas e o próprio tema de criação, transformando e integrando o trabalho de dança, com
novas possibilidades estéticas, visuais e emocionais.
Assim como os figurinos, os cenários, a trilha sonora, os objetos cênicos e
os adereços, a luz é mais um componente de criação e composição que auxilia e intensifica
a proposta do espetáculo. A mudança dos padrões luminosos altera estes elementos e sem a
sua presença, eles não podem ser vistos, portanto, sentidos esteticamente.
Este trabalho descreve a funcionalidade de cada um dos equipamentos
mencionados acima, a partir dos seus desenhos1, relaciona estes desenhos ao ambiente da
criação em dança (expressão e visualidade) e prepara ambientes simulados para a
visualização da função estética e expressiva da luz.
Referencial
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Desenho: “Resultados finais obtidos através do comportamento do fluxo luminoso sobre superfícies
diversas, fluxo esse emitido como resultado conjunto das características físicas dos equipamentos e suas
lâmpadas”.
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A luz possui uma função estética no espetáculo de dança: iluminar os
corpos, objetos e adereços cênicos. Ela revela sua plasticidade ao iluminar um bailarino ou
objeto, acentuando, transformando ou escondendo a sua configuração, materialidade,
textura, tamanho, cor, volume, contorno, peso, brilho. A cena a ser iluminada pode ser
reinventada pela luz, como se estivesse sendo vista pela primeira vez. A iluminação altera o
visual e a expressão, segundo o contexto emocional do espetáculo, podendo transformar o
sentido das cenas e figuras. Pode transformar o palco, deixando de ser somente um
iluminante passivo que se limita a imitar um tipo de fonte ou reflexo de luz, para limitar ou
ampliar uma área, aproximar ou distanciar figuras em relação ao público, transformar o
clima, estabelecer cortes rápidos, revelar contorno, altura e profundidade do que se ilumina,
e outros (CAMARGO, 2000).
c. Palco italiano
O Teatro de tipo Italiano, também chamado de “caixa preta”, consiste em
um espaço retangular fechado nos três lados, com uma quarta parede frontal, a boca de
cena, visível ao público. Seus tipos são: retangular, semicircular, ferradura ou misto.
Estes teatros são os mais comuns e os mais utilizados em espetáculos de
dança atualmente e, devido ao caráter fechado, necessita da utilização de iluminação
artificial, principalmente do tipo elétrica, para suprir a ausência da luz natural do sol
(TORMANN, 2006b).
d. Equipamentos
Os principais equipamentos de iluminação cênica utilizados em Teatros do
tipo Italiano são: fresnel, plano-convexo, par, elipsoidal e ciclorama. Cada um destes
equipamentos possui diferentes tipos de projeção de luz, tais como: iluminação de alta
intensidade com bordas suaves, iluminação de alta intensidade com bordas acentuadas,
efeitos de cor e diferentes tamanhos de foco, foco concentrado com bordas acentuadas e
iluminação uniforme. Em comparação a outros equipamentos de iluminação disponíveis no
mercado, estes cinco escolhidos são de fácil acesso devido ao seu custo e produção fabril.
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2. Materiais e métodos
Este é um estudo experimental descritivo realizado por meio das seguintes
etapas:
1. Fundamentação bibliográfica acerca dos temas: História geral da
iluminação (MOURA,2001), História da iluminação na dança (ELETROBRÁS,1998),
Importância da iluminação no espetáculo de dança: função estética e expressiva da luz
(CAMARGO,2000), Palco Italiano (TORMANN,2006b), Equipamentos (TELEM,2006;PEREZ,2005),
Desenhos (TORMANN,2006) e Teatro Alfa Real.
2. Análise e revisão técnica dos cinco instrumentos convencionais de
iluminação, tendo por referência os seguintes modelos de equipamentos da Telem (empresa
nacional):
3. Aplicação de questionários semi-estruturados (em anexo) aos
e expressiva da luz, com base nas especificações técnicas do Teatro Alfa, e aplicação dos
partir da qual fez-se contato com profissionais da área para aplicação dos questionários.
3. Resultados
Os resultados obtidos neste trabalho consistem: na descrição e análise dos
equipamentos (3.1); no estudo comparativo entre informações técnicas e experiência dos
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profissionais quanto a estes equipamentos (3.2); e na visualização dos ambientes simulados
(3.4) tomando como base o Teatro Alfa (3.3).
(TELEM, 2006)
Análise do equipamento fresnel: O equipamento leva esse nome devido a
sua lente, inventada pelo físico francês Augustin Fresnel (1788 - 1827). Como o plano-
convexo, o fresnel é um equipamento cuja luz pode ser considerada "dura", porém, devido
as características difusoras de sua lente, o equipamento fornece um detalhamento focal
menos acentuado nas bordas, diluindo a iluminação do centro à periferia. Muito útil na
construção de gerais, contra-luzes e banhos, o fresnel é o tipo de equipamento essencial
dentro dos teatros. Sendo sua luz mais suave, suas sombras são menos definidas. Suas
potências variam muito e no cinema criam uma iluminação muito apropriada para efeitos
de luz do dia com utilização de lâmpadas hmi de alta potência (PEREZ,2005;
TORMANN,2006a)
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As descrições contidas neste sub item foram retiradas da TELEM,2006
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•Equipamento Telem: Plano-Convexo (modelo TA-3011): “Projetor para
lâmpadas halógenas de até 1000W que proporciona uma iluminação de alta intensidade
com bordas acentuadas e pode ser utilizado em Teatros, shows e auditórios. Fotometria:
Spot (ângulo Beam 9° e ângulo Field 16°) e Flood (ângulo Beam 50° e ângulo Field 70°)”
(TELEM, 2006).
(TELEM, 2006).
Análise do equipamento plano-convexo: Equipamento mais comum nos
teatros, o famoso PC, ou plano-convexo. Ele leva esse nome por que utiliza uma lente
plano-convexa para fazer com que os raios luminosos tenham uma incidência focalizada em
determinado campo e produza uma fonte luminosa bastante definida. Sua utilização é
bastante variada, pois esse equipamento possui grande versatilidade. Gerais, banhos, focos
com definição (luz dura), focos indefinidos (luz soft), back lights (contra-luzes), podem ser
criados com esse "pincel". Para criação de luz soft, adicionam-se filtros difusores ou silk,
assim como para desenhos retangulares utilizam-se barndoors. Outros efeitos podem ser
conseguidos com prática e experiência, tais como: sombras projetadas, vitrais projetados,
máscaras, etc (PEREZ,2005; TORMANN,2006a)
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•EquipamentoTelem: Par36 (modelo TM-6006/1): “Aparelho tipo Mini
Brute, para 1 lâmpada par 36 de 650W, com corpo confeccionado em chapa de aço zincado,
acabamento em esmalte estufa laranja, janela de manutenção de chapa perfurada e freio do
braço para movimento vertical. Utilizado principalmente em estúdios de televisão, cinema,
show e Externa” (TELEM, 2006).
(TELEM, 2006).
Análise do equipamento par: O equipamento Par leva esse nome porque
possui uma lâmpada com espelho parabólico (Parabolic Alumized Reflector). Encontramos
também outros tipos de lâmpada Par, como: par20, par30, par36, par38, par56, par64 e etc.
Mas, apesar do equipamento ser conhecido somente como lâmpada par, ele é na verdade
um refletor completo com lâmpada, espelho e “lente”. O número 64, por exemplo, (da
especificação do equipamento: PAR 64) indica o tamanho do diâmetro do espelho
parabólico e conseqüentemente de todo o conjunto. Portanto, o diâmetro da parabólica é de
64 x 1/8 de polegada, ou seja, 8 polegadas (PEREZ,2005; TORMANN,2006a).
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(TELEM, 2006).
Análise do equipamento elipsoidal:
O equipamento possui duas lentes plano-convexas reguláveis, capazes de
aumentar ou diminuir o tamanho do feixe luminoso e ainda modificar a característica deste,
tornando-o mais definido ou mais difuso. Possui ainda um espelho elipsoidal que define o
nome do equipamento (PEREZ,2005; TORMANN,2006a).
(TELEM, 2006).
Análise do equipamento ciclorama: Como o nome já diz, o equipamento é
utilizado para projeção de fundos em cicloramas (painel de fundo de cenários e estúdios
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que possuem características semicirculares - fundo infinito) de palco e estúdios. O
ciclorama possui iluminação soft de grande abertura angular (PEREZ,2005; TORMANN,2006a).
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Esta próxima tabela compara o motivo das escolhas de utilização de cada um
dos equipamentos com a especificação dada pela empresa Telem, observando-se os
seguintes pontos em comum: Fresnel é usado, principalmente, para fazer Gerais, por
possuir bordas suaves (luz difusa); Plano-convexo, para fazer focos definidos por possuir
bordas acentuadas; Par, usado para diferentes tipos de foco devido à possibilidade da
escolha de lâmpadas; Elipsoidal, para recortes devido ao sistema de pás e para efeito de
gobos pois possui porta-gobos; e Ciclorama, para iluminação de tela de fundo ou ciclorama
por possuir iluminação uniforme e grande ângulo de projeção.
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Equipamentos Telem utilizados na pesquisa:
Fresnel TA-3810
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3.3 Informações sobre Teatro Alfa Real
Devido à necessidade de dados e medidas técnicas de um teatro de porte
médio para serem usadas como referência nas simulações previstas neste projeto, escolheu-
se o Teatro Alfa Real para servir de base, pois possui excelente estrutura física e
arquitetural, visibilidade e materiais organizados e coerentes, conforme demonstrado na
Simulação de nº 1 e no Mapa de Palco. Desta forma, contribuiu para melhor produção e
visualização das imagens.
Plano-convexo TA-3011
PAR36 TM6006/1
Elipsoidal TA-7711
Ciclorama TM-9610
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Na tabela a seguir constam as informações técnicas referentes a alguns
elementos cênicos presentes no teatro em questão para facilitar a compreensão do estudo:
∗
Pode ser usada como Rotunda
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3.4 Visualização de ambientes simulados
As observações obtidas nas tabelas I e II foram o subsidio para a construção
dos ambientes simulados abaixo.
As imagens a seguir demonstram algumas das possibilidades de utilização
dos equipamentos conforme: a descrição e análise dos equipamentos (item 3.1), o estudo
comparativo entre as informações técnicas e a experiência dos profissionais com os
equipamentos (item 3.2) e as informações do Teatro Alfa (item 3.3).
Na simulação do equipamento Fresnel com Geral branca, por exemplo,
observa-se todo o palco iluminado uniformemente. Este efeito pode ser conseguido, devido
às características do equipamento em questão que foram estudadas nos itens mencionados
acima.
Nas demais simulações utilizou-se o mesmo método, o que dispensa a
descrição detalhada.
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(Simulação da utilização do equipamento Plano Convexo com focos concentrados)
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(Simulação da utilização do equipamento Elipsoidal com recortes coloridos como focos
retangulares e projeção de gobo com desenho de nuvens na tela de fundo)
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(Simulação da utilização do Equipamento Ciclorama com iluminação de tela de fundo
com cor azul)
4. Discussão
Desta pesquisa inscreve-se, principalmente, a carência de material e
informação bibliográfica nacional referente à iluminação para dança.
A experiência de elaborar simulações por meio do programa 3D Estúdio
Max foi muito interessante e gratificante devido ao resultado e a qualidade das imagens
obtidas.
O Teatro Alfa nos permitiu ter acesso a publicação com especificações
técnicas do seu interior para serem utilizadas nesta pesquisa, o que não acontece com outros
espaços que não possuem tais informações organizadas.
Os meios para se pesquisar estes equipamentos de iluminação cênica são
escassos, a exemplo da própria Unicamp que, apesar de ter cursos de Artes Cênicas e de
Artes Corporais, ainda não conta com estrutura física, equipamentos e aparelhagens para o
estudo de iluminação cênica.
As informações técnicas dos equipamentos de iluminação pesquisados em
sites especializados não se encontram organizadas e em algumas situações contém erros.
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Quanto ao questionário aplicado aos profissionais da área de iluminação,
pudemos perceber que a linguagem técnica ainda é pouco acessível e não padronizada
como, por exemplo, no caso da descrição da utilização do equipamento Fresnel, que foram
usadas diferentes expressões para descrever o mesmo efeito: geral, geral zenital e geral
frontal. Torna-se premente a necessidade de construção de um glossário para
reconhecimento e organização destas expressões técnicas.
Percebemos também que as respostas obtidas no questionário não estavam
dentro do esperado para ser usado na pesquisa. Para tal, teríamos que utilizar a entrevista in
loco, que não seria possível neste momento da pesquisa de iniciação científica devido ao
tempo e recurso financeiro necessário para a sua realização. A constatação advém da
observação das respostas dos questionários de que o conhecimento técnico na área de
iluminação é pragmático e de difícil explicitação teórica, ainda mais na escrita. A grande
maioria dos profissionais da área adquirem o conhecimento na prática de sua profissão, mas
não passam este conhecimento adiante, publicando-os ou transformando-os em
documentos.
5. Conclusões
Das análises obtidas, percebemos que os cinco equipamentos de iluminação
cênica estudados possuem grande diversidade e possibilidades de composição da cena,
mesmo levando em conta o conjunto de suas características físicas e lâmpadas que resultam
em determinado comportamento do fluxo luminoso sobre superfícies diversas.
Do caminho percorrido nesta iniciação cientifica, concluímos que: os
materiais teóricos e bibliografia nesta área de iluminação para dança são escassos; as
imagens simuladas por meio do programa 3D Estúdio Max são importante ferramenta de
trabalho para visualização dos conceitos estudados; dados corretos e organizados são muito
importantes para o estudo e análise dos equipamentos; e estudos, como este, são
fundamentais para a propagação e documentação do conhecimento em iluminação cênica.
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7. Bibliografia
CAMARGO, R. G. Função Estética da Luz. Sorocaba: TCM Comunicação, 2000.
ELETROBRÁS. Luz na Dança: Contornos e Movimentos. Rio de Janeiro: Eletrobrás,
1998.
MOURA, E. P. 50 anos luz, câmera e ação. São Paulo: SENAC São Paulo, 2001.
TORMANN, J. Caderno de iluminação: Arte e Ciência. Rio de Janeiro: Musica
Tecnologia, 2006a. 135p.
Perez, V. Ver e olhar – primeira parte: sobre como a iluminação provoca diferentes tipos de
experiências. Luz & cena, ano VII, n. 80, 40-42, 2006.
Sabastinelli, R. Antes de tudo, a luz. Luz & cena, anoVII, n. 65, 34-41, 2004.
PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Maio Gráfica, 2002.
PEREZ, V. Laboratório de Iluminação, Campinas, 7 abril 2005. Disponível em:
<http://www.iar.unicamp.br/lab/luz>. Acesso em: 18 nov. 2006.
Associação Brasileira de Iluminação cênica. Disponível em: <http://www.abric.org.br>.
Acesso em: 18 nov. 2006.
TELEM. Iluminação Telem, São Paulo. Disponível em:
<http://www.telem.com.br/index1.html>. Acesso em: 18 nov. 2006.
TORMANN, J. Roteiro de iluminação, Curitiba. Disponível em:
<http://www.iluminacao.arq.br>. Acesso em: 18 nov. 2006b.
9. Agradecimentos
Agradeço ao meu orientador Eusébio Lobo pelo incentivo para escrever este
projeto e ao meu Co-orientador Valmir Perez pela troca de experiência e conhecimento
neste ramo de iluminação. Agradeço também a minha mãe querida, Alice, que tanto me
ajudou com sua paciência e disponibilidade para escrever e desenvolver esta pesquisa.
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Anexo I
Questionário para coleta de dados
Nome:
Profissão:
Escolaridade:
Cidade:
Estado:
País:
1) Na sua opinião, podemos utilizar a luz como linguagem cênica? De que maneira?
2) Na sua opinião, quais as funções da iluminação cênica?
3) Como a linguagem da dança e a da iluminação se influenciam no espaço cênico?
4) Supondo que o universo da criação de dança compreende a interação entre diversas
linguagens estéticas (cenografia, coreografia, figurino, iluminação, etc.), na sua
opinião, no momento da criação, como deve se dar essa interação?
5) Descreva as possibilidades de utilização dos instrumentos de iluminação
apresentados abaixo:
- Plano-convexo:
- Fresnel:
- Ciclorama:
- Elipsoidal:
- Par:
- Plano-convexo:
- Fresnel:
- Ciclorama:
- Elipsoidal:
- Par:
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