Professional Documents
Culture Documents
Reflections on the labor market for social scientists and pressures for
curricular changes
Abstract
The article examines proposals for changes in the curriculum of the formation of social
scientists in Brazil from a literature review. As a matter of method, we delimit three areas of
action within the social sciences: research, school teaching and other activities, indicating the
agents that constitute them, their specificities, forms of organization and indicating the
competitive struggles in the respective areas. In addition, the article examines in a specific
subsection the trajectory of the school field, indicating its search for legitimacy and prestige,
relating to recent changes and recent expansion of social science courses. In the end, we
present a brief synthesis, within the limits of this research, of the areas of professional
performance and the perspectives of employability of social scientists in the research areas,
school areas and other activities.
Introdução
Neste trabalho, abordaremos as tensões entre atores que seguiram as três diferentes
trajetórias dentro das Ciências Sociais delimitadas neste trabalho – pesquisa, ensino escolar e
outras atuações - e como estas resultam em pressões sobre o currículo de formação dos
cientistas sociais. Por questões metodológicas, é importante estabelecer proposta de fronteiras
entre as três trajetórias.
Definimos por área de pesquisa aquela que envolve as práticas de um grupo de agentes
e atores que estão organicamente circunscritos no universo acadêmico/universitário,
constituindo as redes onde os sujeitos atuam desde a formação inicial (bacharelado e
licenciatura) e a continuidade de estudos nos programas de pós-graduação, construindo um
ethos que envolve participação em eventos científicos (congressos, fóruns, reuniões regulares
de associações, entre outros), a socialização dos resultados de pesquisas e reflexões
publicadas em periódicos especializados e, sob muitos e contraditórios aspectos, o monopólio
da produção do conhecimento científico3.
A área de ensino escolar apresenta organização semelhante à acadêmica, exigindo,
entretanto, o titulo de licenciatura para o exercício profissional e inclui a sociologia na escola
– discutiremos em subseção específica posteriormente as particularidades deste item. Dentro
da área outras atuações, cujo núcleo está em atividades não relacionadas imediatamente à
universidade ou à escola, e que será descrita com maiores detalhes no decorrer do texto, seria
ainda uma terceira opção de atuação4.
O momento de escrita deste trabalho é marcado pelo lançamento da lei nº
13.415/2017 5 , fruto da aprovação da aprovação Medida Provisória (MP) 746/2016 6 , é de
incertezas7. A reforma do ensino médio não deixa clara, ainda, como ficará a presença da
3
Entendemos monopólio aqui no sentido de buscar a autoridade da produção do conhecimento científico.
Principalmente através da pesquisa, mas também de outras maneiras como a extensão, por exemplo.
4
Importante salientar que, dado o tamanho e as características próprias da área de atuação escolar, a proposta de
pesquisa separou este da área de atuação profissional, por questões também metodológicas, em que pese a
fluidez das fronteiras.
5
A Lei nº 13.415/2017 está disponível através do link:
<http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaNormas.action?tipo_norma=LEI&numero=013415&data=2017&SUB
MIT1=Pesquisar>. Acesso em 30/04/2017.
6
A Medida Provisória 746 pode ser lida na íntegra através do link:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/mpv/mpv746.htm>. Acesso em 31/12/2016.
7
O golpe parlamentar que causou o impedimento da presidente Dilma Roussef (PT) e levou Michel Temer
(PMDB) ao poder traz instabilidade e incertezas de diversos tipos ao país. Recentemente, o Procurador Geral da
República, Rodrigo Janot, resolveu denunciar o presidente Michel Temer por corrupção. O fato é inédito no país.
Reportagem do Jornal Nacional (O Globo), do dia 27/06/2017, trata do fato com mais detalhes:
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/06/denuncia-contra-temer-apos-delacao-da-jbs-deixa-brasilia-
ainda-mais-tensa.html. Acesso em 07/07/2017.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 93
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
disciplina Sociologia no ensino médio. Por enquanto, sabemos da revogação da lei que impôs
a Sociologia e a Filosofia como disciplinas obrigatórias8. A lei 13.415/2017, que modifica a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) em seu 2º parágrafo do artigo 35,
afirma que: “A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá
obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia9.”
Este artigo apresenta reflexões a partir de ações que vem acontecendo em torno das
Ciências Sociais até o momento imediatamente anterior a aprovação da lei 13.415/2017, no
qual a conjuntura vinha sendo favorável para a análise proposta neste trabalho. Entre os
exemplos disso estão: a aprovação da Lei 11.684/200810; a existência de pelo menos uma
escola de formação em Ciências Sociais em todos estados da federação; a expansão dos
cursos de Ciências Sociais11, com a tendência da expansão da Licenciatura; a criação do curso
de graduação Ciências Sociais e do Consumo pela Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM) 12; e o lançamento do livro “O mercado de trabalho e a profissionalização
dos sociólogos” pelo sindicalista Lejeune Mirhan13, pautando as ambições profissionais.
O processo de ruptura da licenciatura do bacharelado, conhecido como modelo 3+114,
só se concretiza com a aprovação da lei nacional recolocando a Sociologia no ensino médio, o
que gerou uma expectativa de milhares de vagas nas escolas, assim como o dever das
universidades de formar esses profissionais. Soma-se a esse fator, o Programa de Apoio a
Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) 15 , importante
política de expansão do ensino superior público no segundo mandato de Luís Inácio Lula da
8
A lei 11.684/2008 está disponível através do link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11684.htm>. Acesso em 30/04/2017.
9
O fato da Sociologia estar incluída como disciplina obrigatória no ensino médio pela Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) não resolve o problema da presença efetiva. Se, até então, o currículo do ensino médio é
organizado por disciplinas, é preciso que a Sociologia siga dessa forma para poder ter espaço garantido. Não está
claro como poderá se constituir a oferta por meio de “estudos e práticas”.
10
A referida lei garantiu a presença obrigatória da sociologia no ensino médio em todo o país.
11
Consideram-se aqui e em toda a proposta de trabalho cursos de Ciências Sociais somente aqueles cuja grade
curricular contenha conteúdos de Sociologia, Antropologia e Ciência Política. No Brasil, essas áreas reunidas
formaram o que se convencionou chamar de Ciências Sociais.
12
A Escola Superior de Propaganda e Marketing oferta tradicionalmente formações ligadas às sociais aplicadas,
como Jornalismo, Marketing, Publicidade e Propaganda, Design e Relações Internacionais. A universidade
possui campus em diferentes cidades e o curso Ciências Sociais e do Consumo é oferecido na cidade de São
Paulo.
13
A trajetória profissional, a mais enfraquecida das três áreas de atuação das Ciências Sociais, como o texto irá
exemplificar, tenta pautar diversas propostas de alargamento das oportunidades profissionais para bacharéis
formados. Mesmo que o livro, lançado em 2015, não venha a ter grande alcance dentro de toda a comunidade
das Ciências Sociais, trata-se da (re)organização de atores dessa trajetória. Dentre esses atores, Lejeune Mirhan é
uma importante voz. Ele teve participação entre 1992 e 2007 no Sindicato dos Sociólogos do Estado de São
Paulo (SINSESP), principal braço da Federação Nacional dos Sociólogos (FNS), assim como já presidiu também
a própria Federação em duas gestões: 1996-1999 e 1999-2002.
14 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores de 2002 determinam que a organização
institucional da formação dos professores deverá ser realizada em processo autônomo, em curso de licenciatura
plena, numa estrutura com identidade própria.
15
Sobre REUNI, ver http://reuni.mec.gov.br/o-que-e-o-reuni. Acesso em 31/12/2016
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 94
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
Silva (PT)16 na Presidência da República que possibilita a partir de 2007, entre outras coisas, a
criação de novos cursos nas universidades.
Torini (2011) destaca as mudanças nos cursos de Ciências Sociais nos anos do
REUNI. Utilizando dados do Censo da Educação Superior, o autor levantou que até o começo
dos anos 2000 a formação em nível de graduação em Ciências Sociais esteve concentrada
praticamente em universidades públicas de capitais e grandes centros urbanos, embora
estivesse bem distribuída proporcionalmente entre as regiões geográficas do Brasil. Contudo,
apenas entre 2005 e 2010, foram criados 56 novos cursos superiores nessa área – um
crescimento de 120% - e o número de matriculados chegou a dezessete mil.
Os dados de 2011 apontavam 119 cursos de graduação nas esferas pública e privada,
110 presenciais e 9 à distância17, dos quais 70 são credenciados em instituições de ensino
superior públicas (46 federais, 21 estaduais e 3 municipais) e 49 em instituições privadas (7
confessionais/filantrópicas e 42 particulares)18.
D’alécio (2016, p. 31-32), coletou dados mais recentes do MEC, de janeiro de 2015,
indica a existência de 122 instituições que oferecem o curso de Ciências Sociais no Brasil, 70
instituições públicas e 52 instituições privadas. A autora afirma, ainda, que dos 331 cursos
existentes, 221 oferecem somente a licenciatura, 57 apenas o bacharelado e 41 oferecem a
entrada concomitante para licenciatura e bacharelado19.
Um ponto importante que contribui para a análise das ciências sociais no Brasil é a
observação da oferta de cursos de licenciatura superando a oferta de cursos de bacharelado.
Outro ponto, é que a oferta privada do curso superou a oferta pública. Ambos os dados são
atuais e apontam para uma possível tendência do curso de Ciências Sociais no Brasil.
Apesar da dificuldade estatística que comprove o número de concluintes desde o início
dos cursos de Ciências Sociais no Brasil 20 , Bonelli (1993) especula que existiam
aproximadamente 40 mil profissionais formados21 em Ciências Sociais entre 1930 e 1990.
Torini (2011), através de dados do Censo da Educação Superior, descobriu que 17 mil
16
O segundo mandato de Lula vai de 2007 a 2010.
17
Embora sejam apenas 9 cursos a distância, oferecem 4.400 vagas por ano na graduação, 25% do total.
18
Esses dados contrastam com os números de 2002, quando apenas 25% dos cursos de ciências sociais eram
oferecidos no segmento privado. Em 2011 a participação mercantil controlava 41,2% das vagas.
19
A lista completa com os cursos está disponível em anexo no texto da dissertação da autora.
20
Os primeiros foram os cursos da Escola de Sociologia e Política (ESP) de São Paulo e da USP, seguidos pelo
curso da Universidade do Distrito Federal (atual UFRJ). Os três cursos surgiram na década de 1930.
21
A bibliografia acadêmica usa tanto o termo cientista social quanto sociólogo para nomear os formados no
curso. A Federação Nacional dos Sociólogos, hoje desativada, mas com sindicatos representantes estaduais ainda
atuantes, para marcar posição, usa somente o termo sociólogo em referência a Lei. 6.888 de 1980, a conhecida
Lei do Sociólogo, regulamentando a profissão. Argumentam que Ciências Sociais configura uma área de saber e
não uma profissão. Nessa proposta, não farei escolha por nenhum dos dois termos, utilizando ambos.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 95
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
sociólogos foram formados apenas entre 2002 e 2008, estabelecendo uma diferença
considerável22.
A fim de ilustrar melhor as áreas de atuação desses sociólogos formados, investiguei
pesquisas acadêmicas sobre os egressos de Ciências Sociais a partir de poucos, mas
significativos, trabalhos na área como Marinho (1986), Schwartzman 23 (1991), Bonelli 24
(1993), Miglievich-Ribeiro (1999), Villas Bôas (2003), Burgos e Britto (2005), Braga (2009),
Torini (2011) e Mirhan (2015).
Schwarzman (1991) 25 esclarece que as razões 26 que levam à escolha do curso são
baseadas em uma combinação de ideias abstratas sobre vocação e desenvolvimento
intelectual, o prestígio da USP, a gratuidade do curso e a existência da opção noturna do
curso. Entre as descobertas, somente 17% dos entrevistados comentaram que escolheram o
curso para conseguir um bom emprego.
O autor sumariza que o curso de Ciências Sociais da USP desempenha funções
diferentes para grupos distintos de pessoas, que podem ser agrupadas da seguinte forma: 1)
pessoas para as quais o curso é uma atividade complementar a outros estudos e interesses; 2)
pessoas para as quais o curso é um caminho para a atividade de pesquisa e de pós-graduação;
3) pessoas para as quais o curso é uma forma de qualificação genérica para um mercado de
trabalho que requer pensamento crítico, iniciativa e capacidade de leitura e expressão escrita e
verbal; 4) pessoas para as quais o curso é um momento de transição, tempo de espera de
outras oportunidades e outros rumos.
Dado o resultado da pesquisa, o autor conclui que a estratégia de vivência do curso é
caracterizada como uma “estratégia frouxa” (sic)27. Afirma que cursos onde a competição por
uma vaga nos processos seletivos é maior e onde os objetivos profissionais são mais
definidos, as estratégias são diferentes.
22
Para esse trabalho, não temos dados de quantos sociólogos formados há entre os anos 2008 e 2016.
Compreendemos que a expansão dos cursos de Ciências Sociais com o REUNI, principalmente, foi um
importante marco e possivelmente acelerou o ritmo de formação de cientistas sociais.
23
Simon Schwartzman presidiu a Sociedade Brasileira de Sociologia nos anos 1990 e 1991.
24
Desde 2003, a professora Maria da Glória Bonelli ocupou praticamente em todos os anos a presidência do GT
Ocupações e Profissões da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS).
25
O pesquisador entrevistou 414 pessoas entre ingressantes do ano de 1991 e formados entre 1980 e 1991 do
curso de Ciências Sociais da USP por meio de um formulário em que os entrevistados poderiam marcar mais de
uma opção.
26
Por ordem de apontamento, as respostas foram as seguintes: 70%, a maior parte dos que escolheram o curso,
afirmaram que “para aumentar minha cultura geral, me desenvolver intelectualmente”; 45% disseram que é sua
área de maior interesse e indicam vocação; 23% já tinham curso superior e queriam complementar a formação
(desses, a maioria está no curso noturno); 22% disseram que era o curso que mais se aproximava do que ele
queria.
27
Schwartzman (1991) identifica, a seu ver, o que seriam problemas na formação em ciências sociais. O autor
fica impressionado quando, ao perguntar qual o critério de seleção das disciplinas eletivas cursadas, 74,8% dos
respondentes citam gosto pessoal, contra 12,9% que citam chances de emprego ou de continuar os estudos na
Pós-Graduação, e 0,4% que escolhem disciplinas pensando na profissão.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 96
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
Burgos e Britto (2005) e Villas Bôas (2003) apresentam dados importantes produzidos
sobre os egressos do curso de Ciências Sociais das instituições PUC-Rio e UFRJ,
respectivamente, e também contribuem na análise da trajetória de estudantes dos cursos. Em
comum entre as duas pesquisas, ambos os artigos defendem que a participação de graduandos
na iniciação científica contribui na permanência do estudante na universidade, bem como é
uma importante política de combate à evasão28. Glaucia Villas Bôas (2003) estudou a relação
entre a diminuição do abandono e a sua experiência no Programa de Iniciação Científica do
Laboratório de Pesquisa Social, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse
laboratório instituiu como política a integração dos alunos em grupos de pesquisa. O resultado
foi uma diminuição notável da evasão chegando à apenas 2% de abandono entre os
integrantes desse Laboratório. A autora registra que os egressos, em sua maioria, encontram-
se desempenhando atividades profissionais na área de atuação das ciências sociais. Os dois
artigos apresentam casos em que há relação entre a pesquisa acadêmica realizada na
graduação e as atividades profissionais dos egressos dentro ou próxima das ciências sociais.
30
Há um apontamento das áreas de atuação, mas não há dados sobre a quantidade de sociólogos atuando em cada
uma delas.
31
Embora descritas como atividades de mercado aquecido, o autor não as qualificou como áreas de atividade
exclusiva.
32
Mirhan (2015) aponta desde já a necessidade de um currículo mínimo nacional, apesar de não justificar a
proposta.
33
Algumas dessas propostas são claramente incursões da área de atuação profissional na trajetória escolar e/ou
acadêmica.
34
Sugere que essa lei pode ser aprovada a partir do binômio aumento da carga horária de
humanidades/contribuição para a formação cidadã. Importante dizer que essa estratégia obteve sucesso do ponto
de vista de convencimento dos deputados da necessidade de uma formação ética com viés democrático na
tramitação dos dois projetos de lei no Congresso dos Deputados que propuseram a inclusão obrigatória no ensino
médio, conforme pesquisei em minha dissertação Sociologia no ensino médio: uma trajetória político-
institucional (1982-2014).
35
Exemplos são os Cursos de Especialização em Ensino de Sociologia (UFRJ) e o Curso de Especialização em
Sociologia e História (UFF). A Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) abriu em 2015 o primeiro curso de
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 98
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
científicos – como congressos/simpósios/encontros de comunidades científicas 36 acerca da
sociologia no ensino médio; ou a criação da e fortalecimento da Associação Brasileira de
Ensino de Ciências Sociais em 2013; o aumento de produções de monografias de
especialização, dissertações e teses37; e periódicos específicos38.
A partir da obrigatoriedade do ensino de sociologia, muitos Estados organizaram
concursos e contrataram profissionais para regência de classe, tal qual muitas escolas
particulares, pela força da lei, viram-se obrigadas a recrutar os egressos de ciências sociais,
abrindo uma nova fronteira de atuação profissional e fortalecendo de forma contundente a
área de atuação escolar, que a partir de então apresenta novas demandas39.
Nesse avanço das proposições de pautas de sociólogos em outras atuações frente,
principalmente, à pesquisa, mas também ao ensino escolar, é importante justificar a recente
reconfiguração e fortalecimento do que chamamos de área do ensino escolar. Essas mudanças
se deram mediante a aprovação da Sociologia no ensino médio em 2008; o aumento no
número de cursos de licenciatura, como já citado por Torini (2011); o surgimento de cursos de
formação continuada para professores da Educação Básica40 ; o aumento de congressos de
comunidades científicas 41 acerca da sociologia no ensino médio; a criação da Associação
Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS) em 2013; o aumento de produções de
monografias de especialização, dissertações e teses42; e periódicos específicos43.
Mestrado Profissional em Ciências Sociais para o Ensino Médio. A área da Sociologia também se organiza para
criar o mestrado profissional em rede.
36
O GT Sociologia no Ensino Médio da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) existe desde 2005. Há o
Encontro Nacional Sobre o Ensino de Sociologia na Educação Básica (ENESEB), desde 2009. Há também
alguns encontros estaduais, entre os quais o Encontro Estadual do Ensino de Sociologia (ENSOC), que acontece
no Rio de Janeiro.
37
A produção acadêmica sobre o tema não parou mesmo com o longo período da Sociologia longe do ensino
médio. E, com o retorno, houve um aumento considerável de trabalhos inscritos. Sobre o tema, ver Handfas,
Anita; Maiçara, Julia Polessa. O estado da arte na produção científica sobre o ensino de sociologia na educação
básica. BIB, São Paulo, n. 74, 2.º semestre de 2012.
38
Atualmente, periódicos das áreas da Educação e também da Sociologia fazem dossiês temáticos sobre o tema.
O periódico eletrônico Café com Sociologia é uma referência para a subárea Sociologia no ensino médio:
http://revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/revista.
39
Na greve estadual da educação do Rio de Janeiro em 2016, por exemplo, os profissionais de sociologia
conquistaram o aumento da carga horária nas escolas para dois tempos em todos os anos, confirmando o
fortalecimento desta área de atuação. A reportagem do dia 11/05/2016 do Blog Café com Sociologia comenta e
traz disponível também o link do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Está disponível em:
http://cafecomsociologia.com/2016/05/conquista-agora-sociologia-e-filosofia.html. Acesso em 07/07/2017.
40
Exemplos são os Cursos de Especialização em Ensino de Sociologia (UFRJ) e o Curso de Especialização em
Sociologia e História (UFF). A Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) abriu em 2015 o primeiro curso de
Mestrado Profissional em Ciências Sociais para o Ensino Médio. A área da Sociologia também se organiza para
criar o mestrado profissional em rede.
41
O GT Sociologia no Ensino Médio da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) existe desde 2005. Há o
Encontro Nacional Sobre o Ensino de Sociologia na Educação Básica (ENESEB), desde 2009. Há também
alguns encontros estaduais, entre os quais o Encontro Estadual do Ensino de Sociologia (ENSOC), que acontece
no Rio de Janeiro.
42
A produção acadêmica sobre o tema não parou mesmo com o longo período da Sociologia longe do ensino
médio. E, com o retorno, houve um aumento considerável de trabalhos inscritos. Sobre o tema, ver Handfas,
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 99
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
Contribuindo de maneira muito grande na discussão da supremacia da pesquisa sobre
as outras duas estão Marinho (1986) e Bonelli (1993). Ambos apontam a absoluta falta de
dados no Brasil sobre a trajetória profissional de egressos dos cursos de Ciências Sociais no
Brasil. Bonelli (1993) utiliza dados da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo
(ASESP) do período entre 1970-1990, únicos dados a disposição, para pensar nessas
trajetórias profissionais44. Em comum entre essas diversas atividades, conclui que o espaço de
atuação para as ciências sociais no mercado de trabalho está intimamente conectado ao
Estado.
Os números da autora são contundentes: somente 4,5% dos egressos formados em
Ciências Sociais atuam como professores universitários, constatando que o modelo de
formação e o currículo possuem forte referência na reprodução dos quadros docentes
superiores, mesmo que não haja uma demanda real. Afirma que os intelectuais estão
submetidos à lógica do ethos universitário, pautado pela liberdade, pelo conhecimento
especializado, e pela autonomia, que está na capacidade de formular e de monopolizar
conhecimentos45.
Bonelli (1993, p.104) cita que a expansão do ensino superior em ciências sociais nos
anos 1970 conteve parte das perdas na competição com outras profissões, simultaneamente a
um momento de forte consolidação da Pós-Graduação em Ciências Sociais46 no país. A autora
afirma que foi no meio acadêmico que as ciências sociais conseguiram preservar a área de
atuação intacta, mantendo o domínio do mercado e o monopólio do conhecimento. O que
gerou a impressão, que permanece, de que a profissão é voltada para a reprodução de seu
corpo docente e assegura à trajetória científica maior prestígio e controle sobre o currículo e a
formação.
Anita; Maiçara, Julia Polessa. O estado da arte na produção científica sobre o ensino de sociologia na educação
básica. BIB, São Paulo, n. 74, 2.º semestre de 2012.
43
Atualmente, periódicos das áreas da Educação e também da Sociologia fazem dossiês temáticos sobre o tema.
O periódico eletrônico Café com Sociologia é uma referência para a subárea Sociologia no ensino médio:
http://revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/revista.
44
A autora distribui os sociólogos pesquisados em 36 subgrupos, dentre ramos e classes de atividade que
constam na CBO e indica um índice de desemprego de aproximadamente 20% entre os formandos.
45
Bonelli (1993) fala também da lógica das profissões e afirma que as duas profissões mais fortes do sistema
profissional são Medicina e Direito e que elas permanecem nessa posição através de, principalmente, três
características: monopólio do conhecimento, controle do credenciamento para o exercício profissional, e
proteção jurisdicional de seu mercado. As mais fortes possuem um controle sobre o mercado e as mais fracas são
controlados por ele. Esta posição é partilhada também por Mirhan (2015).
46 A obra História das Ciências Sociais no Brasil, organizada por Sérgio Miceli descreve com precisão o
percurso da consolidação da Pós-Graduação em Ciências Sociais no Brasil. Descreve, entre outras coisas, as
contradições entre a ditadura militar que, por um lado, rondou as Ciências Sociais e Ciências Humanas em geral
com seu aparelho repressor, e, por outro, nos anos 1970, financiou com grandes volumes de verba a abertura e a
expansão de Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais com clara distorção nesse volume a favor das
Ciências Sociais em comparação com quase todas as áreas de Pós-Graduação no país. Ver MICELI, Sergio.
(org.). (1989), História das ciências sociais no Brasil, vol. 2 São Paulo, Editora FAPESP.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 100
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
E expõe uma imagem da trajetória científica sobre si mesma que ela afirma não ser
real:
Argumentar que as ciências sociais não podem ser entendidas como uma profissão,
ou que suas características intelectuais as diferenciam de outras atividades é, de
fato, a imposição de uma harmonia inexistente, por meio do não enfrentamento
analítico do conflito e da competição operantes no mundo do trabalho profissional.
Intencionalmente ou não, o conhecimento acumulado mediante essas abordagens
pode servir de escudo protetor para a imagem que gostamos de ter do nosso
trabalho profissional. (BONELLI, 1993, p. 5)
É sabido que o monopólio e direito de autogoverno por parte de uma profissão são
conquistados por força do licenciamento concedido pelo Estado. É, em suma, o
poder de Estado que garante às profissões o exclusivo direito de arbitrar sobre sua
especialidade. Em outros termos, é este que cria os critérios de fornecimento de
diplomas, autoriza as associações profissionais e regulamenta o exercício da
profissão.
47
O texto completo da lei está disponível através do link: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-1987/lei-
6888-10-dezembro-1980-365941-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em 31/12/2016.
48
Lembremos que foi o Estado o responsável pelo fortalecimento da trajetória escolar ao aprovar a Sociologia
como disciplina obrigatória no ensino médio.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 101
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
Braga (2009) contribui com informações sobre cientistas sociais que atuam fora da
academia, chamada por ele como sociologia extra-universitária49, pesquisando o trabalho dos
cientistas sociais extra-universitários no mercado de pesquisa e trazendo importante
contribuição sobre as tensões entre os sociólogos acadêmicos e os sociólogos profissionais.
Das empresas pesquisadas50, quase 10% dos profissionais são cientistas sociais51.
Braga (2009, p.159) relata o constrangimento de uma entrevistada com a Academia,
porque os acadêmicos disseram que o que ela faz não é pesquisa científica. E que seus colegas
da área de pesquisa de mercado estavam envergonhados por estarem trabalhando para o
mercado ao invés de na área pública, preferencialmente, na própria Academia. Outra
passagem contada por entrevistada formada em 92 pela USP foi:
Tem um professor, que é super conhecido, ele me perguntou: “E aí, o que você está
fazendo?” Aí eu falei que estava trabalhando com pesquisa de mercado. Ele falou:
“Ah, você se rendeu, né? Pelo menos está ganhando dinheiro”. Então existe um
preconceito, que às vezes acha que você está traindo, como “ah, você esqueceu tudo
o que você aprendeu”. (BRAGA, 2009, 160)
Braga (2009) conclui que possuir um diploma de ciências sociais não é suficiente para
a constituição de um grupo homogêneo e que, na área das Ciências Sociais, a exceção é a
regra. Assim, a conquista do prestígio dentro das Ciências Sociais exige a proximidade da
comunidade que produz o conhecimento, a Academia. Ele utiliza como referência a pesquisa
de Bonelli (1993), que afirma que somente 4,5% dos formados vão trabalhar na sociologia
acadêmica, e todos os outros 95,5% são desviantes do modelo. Isso em um curso onde a
evasão costuma ser maior que 50%, como afirma Schwartzam (1991).52 Na prática, o meio
acadêmico não se sente ameaçado por sociólogos atuando extra-universidade. Os sociólogos
acadêmicos dominam majoritariamente como representantes principais dos sociólogos. O
meio acadêmico compete somente entre si.
Durand (1984) afirma que a atividade de sociólogos extra-universidade, incluindo
também os professores secundários e os postos no aparelho do Estado, não possuem a mesma
legitimidade, remuneração, horizontes de carreira e de participação nas entidades da categoria
que os professores universitários. Essa distância aumenta pelo fato de que os demais
profissionais estão presentes apenas marginalmente nos espaços de representação acadêmica,
49
Braga e Durand falam em extra-universitário. Miglievich-Ribeiro fala em não-universitária. Marinho fala em
não-acadêmico. Essa proposta não faz distinção entre termos. O mais importante é o sentido expresso, que é o
mesmo.
50
Atuando no ramo da pesquisa de mercado, estão empresas de pesquisa de tamanhos variados, que contratam
por meio de carteira de trabalho assim como free-lancers e que possuem como principal atividade a pesquisa de
mercado. Há pouca demanda sobre pesquisa política, social e de audiência.
51
Os sociólogos são a quarta maior categoria de nível superior em números absolutos nessas empresas, perdendo
apenas para administradores, profissionais da propaganda e marketing e da comunicação.
52
Infelizmente, não encontramos dados mais atualizados sobre o tema.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 102
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
como congressos ou palestras para os alunos de graduação, o que faz com que o único contato
com os alunos ingressantes do curso seja com a categoria docente.
Miglievich-Ribeiro (1999) ilustra que o sociólogo na atuação não-acadêmica está mais
vinculado ao local real das decisões políticas e das ações de intervenção na realidade, que são
muito importantes também, porém desprestigiadas ou secundarizadas pela trajetória
hegemônica. A crítica acadêmica a esses profissionais se dá no sentido de um serviço
direcionado a um cliente específico e também a questão do pouco tempo para o manejo dos
referenciais teóricos e de coleta e análise de dados. O tempo, segundo a autora, é o principal
inimigo do técnico social ou do intelectual-técnico, como ela qualifica os sociólogos em
atuação na não-academia.
A autora (op. cit) esclarece inclusive que competências bem vistas pela área de
atuação acadêmica podem ser mal vistas pela trajetória profissional e vice-versa. Por
exemplo, um sociólogo com muitos artigos escritos e ampla participação em congressos
acadêmicos pode ser rejeitado em uma entrevista de emprego por ser “muito acadêmico”.
Assim como sociólogos atuando em outras frentes de trabalho sofram desconfianças da
Academia quanto à “cientificidade” de suas atividades. A autora chega inclusive a indicar
alguns casos de dupla inserção nas áreas de atuação acadêmica e profissional, que são
pouquíssimos e só confirmam que essa é uma inserção incomum na área das Ciências Sociais.
Uma possível saída para as tensões entre as trajetórias, além das mudanças
curriculares, é o aumento das parcerias entre as universidades e outras instituições, o que pode
ser auxiliado pelo estágio profissional 53 em Ciências Sociais. Uma hipótese é que uma
alteração atual no quadro de profissionalização e empregabilidade 54 virá de mudanças no
currículo de Ciências Sociais, ainda que o apontamento sobre quais são essas mudanças e
quais agentes irão participar dessa decisão estarem em aberto.
59
O vídeo institucional está disponível através do link: https://www.youtube.com/watch?v=oUj56iwi3w4.
Acesso em 31/12/2016.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 105
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
dos profissionais do mercado, o estudante irá escolher qual das três trilhas deseja seguir:
investigação do comportamento; negócios de impacto social; educação e cultura. O formado
poderá atuar em empresas, institutos de pesquisa, nas ONGs; no governo; como consumer
insights 60 ; cool hunters 61 ; e negócios de impacto social. O resultado anunciado é um
profissional que compreende pessoas, sociedade e mercado, dito pela propaganda como um
profissional dos novos tempos.
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
BOURDIEU, Pierre. O campo científico. Atos de Pesquisa em Ciências Sociais, n. 2/3, jun.
1976, p. 88-104.
BRASIL. Medida Provisória nº 746/2016. Institui a reforma do ensino médio. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/mpv/mpv746.htm> . Acesso em:
31/12/2016.
HANDFAS, Anita; MAIÇARA, Julia Polessa. O estado da arte na produção científica sobre
o ensino de sociologia na educação básica. BIB, São Paulo, n. 74, 2.º semestre de 2012.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 107
| Gustavo Cravo de Azevedo
CADERNOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS | Vol.1, nº.1 | p. 92-12 | Jan./Jun. 2017.
MARINHO, Marcelo Jacques Martins da Cunha. A profissionalização da Sociologia no
Brasil. Dados – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, 1987, p .223- 233
MICELI, Sergio. (org.). História das ciências sociais no Brasil, vol. 2. São Paulo, Editora
FAPESP, 1989.
REFLEXÕES SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA CIENTISTAS SOCIAIS E PRESSÕES POR MUDANÇAS CURRICULARES | Fabio de Medina Gomes 108
| Gustavo Cravo de Azevedo