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Disciplina: Constitucional
Professor: Flavio Martins
Aulas: 01 | Data: 20/02/2015
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 CONSTITUCIONALISMO
1. Definição
2. Antecedentes históricos do Constitucionalismo
2. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
1. Três principais formas de se definir constituição
4. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
1. Preâmbulo
2. Parte permanente
3. ADTC (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Bibliografia complementar
Direito Constitucional Esquematizado – Pedro Lenza – Editora Saraiva
1 CONSTITUCIONALISMO
1. Definição
Movimento social, político e jurídico, cujo principal objetivo é limitar o poder do Estado por meio de uma
constituição (maneira moderna de definir constitucionalismo).
Constitucionalismo na idade média: “magna carta libertatum” (1215), outorgada pelo rei inglês João I (João sem
terra), esse documento previa uma série de direitos:
Liberdade de locomoção (origem do habeas corpus)
Origem do “devido processo legal” (se chamava “lei da terra”, “the law of the land”)
Não foi assinado por livre e espontânea vontade, barões ingleses e franceses obrigaram João I a assiná-lo.
Neoconstitucionalismo: (atual estado que vivemos) surgiu após a 2ª grande guerra mundial, fruto do pós
positivismo, tendo como marco teórico a força normativa da Constituição e como principal objetivo a busca por
maior eficácia da Constituição, principalmente dos direitos fundamentais.
Vamos analisar esta definição:
surgiu após a 2ª grande guerra mundial: marco histórico do neoconstitucionalismo, momento que surge
fruto do pós positivismo: marco filosófico, ou seja, deixamos de considerar que direito seja sinônimo de
Lei, é a soma de princípios, tratados, regime jurídico, etc.
“tendo como marco teórico a força normativa da Constituição”: criado por Konrad Hessen, que escreveu
o livro “Força Normativa da Constituição”. Constituição é lei capaz de impor deveres (às pessoas, mas
principalmente ao Estado), e por essa razão é capaz de transformar a realidade. É a teoria da força
normativa da Constituição.
“e como principal objetivo a busca por maior eficácia da Constituição, principalmente dos direitos
fundamentais”: extrair da Constituição a maior eficácia possível é o objetivo do neoconstitucionalismo.
Consequências do neoconstitucionalismo
a) Maior eficácia dos princípios constitucionais: exemplo: recente decisão do STF sobre união homoafetiva;
apesar do texto constitucional no art. 226 definir família como união de homem e mulher, o supremo
NÃO julgou de acordo com a letra da lei, mas sim de acordo com o princípio constitucional da dignidade
da pessoa humana, buscando maior eficácia dos princípios constitucionais.
b) Maior eficácia dos direitos fundamentais: até mesmo direitos que no passado eram vistos como vazios
de normas jurídicas; exemplo: mandado de injunção, que agora o STF passou a entender que é capaz de
operar efeitos concretos, na busca por maior eficácia constitucional.
c) Maior ativismo do Poder Judiciário: para alguns, é avanço, com o Judiciário cobrando o poder; para
outros é um retrocesso, uma “ditadura do judiciário contra o executivo”, exemplo: STF condena Estado
do Paraná a implantar imediatamente a Defensoria Pública sob pena de multa diária, pois apesar de ser
Estado rico não priorizou a instalação de Defensoria Pública.
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Europeu, tais constituições passam a prever relativa autonomia dos povos originários, ou seja, indígenas.
Não é como a proteção aos índios no Brasil, pois prevê uma espécie de “nação indígena”, ou seja, nascem
os “Estados Plurinacionais”, como a Bolívia que se declara um Estado Plurinacional, há mais de uma nação
dentro do próprio Estado, com direito próprio e justiça própria, diferente do Direito Europeu colonizador.
3. Constitucionalismo do futuro: (ou do porvir, do argentino José Roberto Dromi). A finalidade é prever
como serão as próximas constituições. Dromi diz que as próximas constituições serão pautadas por
valores como veracidade e fraternidade, ou seja, a constituição não fará promessas irrealizáveis, vazias,
(como a nossa Constituição de 1988 fez em relação à saúde, salário, etc.). O princípio da fraternidade está
no art. 3º inciso I da nossa CF: o Brasil tem como objetivo construir uma sociedade justa e solidária.
Assim, o Ministro Carlos Ayres Brito do STF chamou nosso constitucionalismo de “Constitucionalismo
Solidário”.
2. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
Em regra, os tratados internacionais ingressam no Direito Brasileiro com força de lei ordinária. EXCEÇÕES:
a) CF, art. 5º, § 3º (EC 45/2004, reforma do Poder Judiciário): os tratados internacionais sobre direitos
humanos, aprovados nas duas casas do Congresso Nacional, em dois turnos, por quórum de 3/5 de seus
membros, ingressam no direito Brasileiro com força de emenda constitucional.
Hoje, só há a convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência, como tratado
internacional sobre direitos humanos, que entrou no topo da pirâmide.
Segundo posição minoritária por Celso de Mello e Flávio Piovesan, mesmo sendo tratado que versa sobre
direitos humanos, mas não atingiu aprovação com 3/5 de quórum, também teriam força de norma
constitucional – seu fundamento é o art. 5º § 2º da CF, que diz: os direitos fundamentais da CF não
excluem os direitos dela decorrentes nem os tratados internacionais, mas isso tira todo o sentido da
aprovação de 3/5 em dois turnos nas duas casas, portanto não é aceita. Mas pela posição majoritária do
STF, defendida por Gilmar Mendes e apoiada pelos outros ministros, tais tratados passa a força de norma
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supralegal e infraconstitucional (acimadas leis e abaixo da CF), portanto se situa acima do meio da
pirâmide. Exemplo: pacto de San jose da Costa Rica.
b) d
INTERMEDIÁRIO: tratados internacionais não aprovados pelo art. 5º § 3º, inclusive de direitos humanos, ou seja,
sem 3/5 de quórum. Exemplo: pacto de San José da Costa Rica.
Controles de constitucionalidade
As leis no Brasil devem ser compatíveis com a constituição, e tal verificação chama-se controle de
constitucionalidade. Entretanto, temos outros controles. Exemplo: não basta que o CPP seja compatível com a
CF, deve também ser compatível com os tratados internacionais. Tal verificação de leis e atos normativos com
tratados supralegais é o controle de convencionalidade, segundo a doutrina.
4. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
São três: preâmbulo, parte permanente e ADTC (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
1. Preâmbulo
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Para o concurso: segundo o STF, o preâmbulo NÃO é norma constitucional. É norma de natureza política apenas.
As consequências são que:
1. Preâmbulo não é norma de repetição obrigatória nas constituições estaduais, ou seja, nem precisam ter
preâmbulo.
2. A palavra “Deus” no preâmbulo não fere a laicidade do Estado Brasileiro:
a. O preâmbulo não é norma constitucional, portanto não muda nada.
b. Cada religião tem sua definição de seu deus, o que não especifica quem o é.
3.
2. Parte permanente
Questão.
Delegado de Polícia MG.
1)Podemos entender por mutação constitucional:
A ( ) Que ela consiste na interpretação constitucional evolutiva.
B ( ) Que ela pressupõe alguma modificação significativa no texto formal da Constituição.
C ( ) Que pode ser mais limitada (emenda) ou mais extensa (revisão).
D ( ) Que ela depende, necessariamente, da identificação de um caso de repristinação
constitucional .
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