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Karina Del Col 1

Advogada – OAB/SP nº 363.628


karinadelcoladv@gmail.com/karinadelcol@adv.oabsp.org.br

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 6ª VARA CIVIL
DA COMARCA DE JUNDIAÍ/SP.

Autos nº 1008230-04.2016.8.26.0309
Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais

JANIO VIEIRA DA SILVA, brasileiro, casado, ajudante de motorista, inscrito no


CPF sob nº 037.147.345-46, e possuidor da carteira de Identidade de nº 50.582.312-3,
domiciliado na Estrada Municipal do Varjão, nº 3623, Varjão, Jundiaí/SP, sob CEP
13.212-590, por seu procurado infra-assinado, através da Defensoria Pública do Estado
de São Paulo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar:

CONTESTAÇÃO

nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais, proposta por
MARIA ILMA PACHECO ROLIM, já qualificada nos autos do processo em epígrafe,
pelos fatos e fundamentos adiante expostos:

1. DOS FATOS

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Alega a autora, em breve síntese, que o requerido, em data de 05 de janeiro de


2016 a insultou durante uma instalação de hidrômetro, dando início a uma série de
ofensas, atingindo sua honra e denegrindo sua imagem, maculando, assim, a
reputação que esta detém perante seus vizinhos.
Com o lamentável acontecimento, não consegui sequer encarar as pessoas que
presenciaram tal infortúnio, que em determinado mês o requerido destruiu seu murro
deixando-a vulnerável e exposta a furtos e invasões, que procurou a empresa FUMAS,
a qual lhe disse que não poderia ser reerguido o murro ou fornecer material para tal,
penas demonstrou em documentos os matérias necessários a sua construção.
Em abril de 2016, o Requerido realizou um churrasco em sua casa, com som de
aparelho eletrônico alto, que sofreram invasão dos frequentadores do churrasco do
Requerido, transformando sua casa em deposito de latinhas.
A Requerente informa ainda, que após todos esses acontecimentos, mudou
totalmente sua rotina, alegando que a vida social da sua família foi prejudicada, que
seus filhos evitam sair para brincar, e que a imagem de sua família foi ridicularizada.

2. PRELIMINARMENTE

Inicialmente, antes de entrar no mérito da questão, cumpre salientar que a


presente demanda deve ser extinta, sem resolução do mérito, com fulcro no art. 485,
IV, do Código de Processo Civil (CPC), pelos seguintes motivos.
A pretensão deduzida pela autora é de todo impertinente. Vênia devida
desponta como verdadeiro abuso do direito de demandar, porquanto ausentes os
elementos ensejadores do pedido. Não obstante sabedora do insucesso jurídico
atreve-se a buscar a justiça - por isso age de má-fé. Não foi por menos que o legislador
estabeleceu no art. 16 do Código de Ritos que "Responde por perdas e danos aquele
que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente".
Pois, "esse abuso", que equivale, como se sabe ao abuso do exercício do
direito de ação, é nas precisas palavras do Mestre Mendonça Lima,

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"o máximo de malícia que pode ser tentado perante os órgãos judiciários. É o
meio de, seja qual for o ato (ou atos) de improbidade, alguém tentar conseguir um fim
ilícito, com beneplácito da justiça. É um verdadeiro "pecado original".
Não é mera contingência surgida no curso do processo. A idéia já nasce com o
próprio exercício do direito, ainda que possa apresentar-se com outros matizes ao
longo do próprio processo. Em última análise, é falsear a verdade para triunfar,
procurando iludir, enganar, fraudar o adversário e os juízes para conquistar
um pseudo direito e uma irreal justiça, sob o manto do comportamento regular e, até,
ético.
Sempre, porém, que os juízes puderem apontar e destruir a farsa, deverão
ser rigorosos, porque
"el proceso es la realización de la justicia y ninguna justicia se puede apoyaren la menti
ra", (como na sentença do eminente Juiz Dr. Francisco Pinto Rabello Filho, da 4ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Curitiba. In Revista Jurídica Brasília Express, ano I,
n.ºIV, p. 20).
E assim, a autora deve ser considerada para os efeitos de ser reconhecida
litigante de má-fé, indenizando por isso, a ora contestante, em todos os prejuízos que
sofreu e continua a sofrer, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que
efetuou, alcançando-se esses valores quando da liquidação por arbitramento na
execução sentencial. A manifesta má-fé vem alinhada no mérito defensivo.

3. DO MÉRITO

Caso o entendimento que venha a prevalecer seja diferente do que foi exposto
preliminarmente, o que, com todo o respeito, não se acredita, cabe então discutir o
mérito, por orientação do art. 336 do Novo CPC.
Em que pese às alegações da Requerente, estas não merecem prosperar,
tendo em vista que os fatos narrados não condizem com a realidade material.
O Requerido em janeiro de 2016 teve uma discussão com a Requerente
referente à instalação do hidrômetro, este instalada em frente a sua residência em sua
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garagem. É sabido que o Requerido e o Requerente são vizinhos, e dividem o mesmo


espaço de convívio, contudo o que se alega na inicial é totalmente descabivél.
O fato relatado em janeiro deste ano pela Requerente é totalmente distorcido
do acontecido, a instalação do hidrômetro foi realiza em frente à garagem do
Requerido, no momento da instalação houve um questionamento do porque o
hidrômetro da Requerente seria instalado na frente da casa do Requerido. Este
questionamento gerou desentendimento entre as partes e a Requerente se sentiu
julgada e constrangida, em nenhum momento houve injúria a sua pessoa.
É de falto, que o convívio da Requerente com os outro vizinhos, não apenas
com o Requerente é difícil.
Outro acontecimento descrito na inicial, este a “destruição” de seu murro, não
foi narrado com fatos verdadeiros, conforme doc. em anexo (doc. 05 e 06), a empresa
FUMAS realizou a retirada dos muros que passavam entra as casas, estas todas as
casas que ali existem, cada casa conforme CROQUI em anexo, ficou com faixada de 3m
para cada, este murro descrito na inicial, que foi derrubado pelo o Requerente, é
totalmente incoerente.
Em visita a FUMAS, a Requerente pactuou contrato este que, realizou vistoria e
forneceu os materiais necessários para a construção do devido murro ora questionado.
Contudo, conforme documento em anexo (doc. 05), os materiais questionados
já foram entregues pela empresa FUMAS, e a construção do devido murro foi arcado
pelo Requerido, conforme se verifica em fotos e recibo de pagamento pelos serviços
anexados nestes autos.
O orçamento ora demostrado, não merece ser aceito, pois o material foi
fornecido pela empresa, e a mão de obra foi arcada pelo Requerido, os valores
demostrados são exorbitantes, identificando assim a má fé da Requerente e seu
enriquecimento ilícito.
A alegação que, em churrasco ocorrido no caso do Requerido, seus
frequentadores invadiram a casa da Requerente e jogaram lixo e latinhas de cerveja
também não merece prosperar, como qualquer família o ato de realizar churrasco ou
festa é de total normalidade, e o Requerido realizou em sua casa encontro com seus
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amigos e família, mas em nenhum momento houve qualquer tipo de invasão ou se


quer a casa foi feita de deposito de lixo e latinhas de cerveja vazias.
O alegado pela Requerente, que sua vida social familiar foi afetada é inverídico,
não houve em momento algum qualquer tipo de ameaça aos filhos ou a família da
Requerente, é verdade que a distância entre as casas são de poucos metros, mas em
momento algum o Requerido ameaçou a convivência social, como demostrado na
inicial.
O Requerido trabalha como auxiliar de motorista com estregas, contudo não
tem horário estipulado para chegada e os encontros de ambos são eventuais.
Contudo, a presença do Requerido não é motivo para reclusa social da família da
Requerente.
Em síntese, os fatos narrados não merecem prosperar, pois são inverídicos.

4. DO DIREITO

4.1 DOS DANOS MORAIS

Os fatos narrados pela Requerente em sua inicial são inverídicos, uma vez que o
Requerido nunca ofendeu a mesma. Alega que teve sua moral ofendida pelo Sr. Jânio,
no momento da instalação do hidrômetro.
Primeiramente, é cediço que o dever de indenizatório deriva da união de 03
(três) pressupostos básicos, quais sejam: a ocorrência de ato ilícito; a existência de
dano; e o nexo causal entre a conduta ilícita e o dano. No presente caso não se
vislumbra nenhum destes pressupostos indenizatórios que pudessem ensejar a
responsabilização do Requerido. E, muito embora a Requerente alegue que foi
ofendida pelo Requerido, este não logrou êxito em comprovar tal fato. Juntou Boletim
de ocorrência nos autos, que citam a existência dos xingamentos, que podem ser
apenas fatos não existentes, meramente inventados.
E, como já dito em preliminar, a Requerente deveria trazer prova mais robusta
daquilo que esta dizendo, capaz de comprovar sua alegação. Afinal, dizer não é provar
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é o mesmo que não provar. E nem que se alegue inversão da prova, pois, isto é ônus
da Autora, como fato constitutivo do seu próprio direito.
Com efeito, o Requerido não cometeu nenhum tipo de ato ilícito, sua conduta
sempre foi pautada dentro dos princípios e normas legais, o pedido da autora não
prospera motivo pelo qual se torna imperioso o julgamento de improcedência da ação.
Segundo Savatier, dano moral “é qualquer sofrimento humano que não é
causado por uma perda pecuniária, e abrange todo atentado a reputação da vitima, a
sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor
próprio, estético, a integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc.”.
Conforme pacifico na doutrina, “ em sede indenizatória por danos morais,
mesmo levando-se em conta a teoria da distribuição do unus da prova, a cabencia
desta está ao encargo do Autor de provar o nexo causal constituidor da obrigação
ressarcitoria, pois inexistindo causalidade jurídica, ausente está à relação de causa e
efeito mesmo porque “actore non probante, réus absolvitur “ ( Yussef Cahali. Dano
Moral, Ed. RT, São Paulo, 1998 ).
Alias a importância da relação de causa e efeito no dever de indenizar, é
ressaltada pela Jurisprudência de maneira bastante concreta e clara, a ponto de se
afirmar que a responsabilidade civil não pode existir sem a relação de causalidade
entre o dano e a ação ou omissão que provocou (RT, 224/155; RT 466/247, RT
463/244) e “mesmo que haja culpa e dano, não existe obrigação de reparar, se entre
ambos não se estabelecer a relação causal” (Caio Mario da Silva Pereira,
Responsabilidade Civil, p. 76 ).
Os elementos fáticos e probatórios trazidos aos autos não permitem que se
chame de dano os eventos narrados e não provados na peça vestibular. Supondo que
realmente tenham ocorrido , o que se nega , pode até ter causado algum
aborrecimento a Requerente, aborrecimento que esta também proporcionou ao
Requerido, que não se enquadra na acepção jurídica de dano, e não apresenta os
elementos que geram o dever de indenizar. A garantia constitucional de ressarcimento
não pode ser desvirtuada, como pretende data vênia, a Autora, pois dessa forma

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incentivando o ingresso de ações aventureiras e desprovidas de quaisquer


fundamentos sem prova.
Ao pleitear o recebimento de indenização por danos morais, deveria a Autora
ter demonstrado efetivamente, a ocorrência e a dimensão do suposto dano, e sua
relação com algum ato praticado pelo Réu e a publicidade deste ato que, entretanto,
não foi feito, impossibilitando, dessa forma, a condenação pretendida.
Confira-se, nesse sentido, o seguinte julgado:

RESPONSABILIDADE CIVIL . DANO MORA. CONFIGURAÇÃO .


PRINCIPIO DA LOGICA DO RAZOAVEL. Na tormenta questão de
saber o que configura o dano moral, cumpre ao juiz seguir a
trilha da lógica do razoável , em busca da sensibilidade ético-
social normal. Deve tomar por paradigma o cidadão que se
coloca a igual distancia do homem frio , insensível e o homem
de extrema sensibilidade . Nessa linha de principio , só deve ser
reputado como dano moral a dor , vexame , sofrimento ou
humilhação que , fugindo a normalidade interfira intensamente
no comportamento psicológico do individuo , causando-lhe
aflição , angustia e desequilíbrio em seu bem estar, não
bastando mero dissabor, aborrecimento , mágoa, irritação ou
sensibilidade exacerbada” ( AC. Unan. Da 2ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro , Apelção Cível nº
8.218/95, j. 13.02.96, rel. Dês. SERGIO CAVALLIERI FILHO –
destacamos ) .

Com efeito, o dano moral fica caracterizado somente quando interfere


intensamente no comportamento psicológico do indivíduo a ponto de romper seu
equilíbrio psicológico, o que não é o caso dos autos.
Alerte-se que concessão sem critério de indenizações, a esse título, somente
impulsionará a chamada indústria do dano moral, que vem desvirtuando sua
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reparação. Portanto, pequenos dissabores e contrariedades, normais na vida em


sociedade, não ensejam indenização por danos morais, não se podendo entrever, no
caso em tela, qualquer dor interna, humilhação ou vexame sofridos pela Autora,
passiveis de reparação.

4.2 DO “ QUANTUM “ INDENIZATÓRIO.

Ad argumentandum tantum, caso este não seja o entendimento deste Ilustre


Julgador, o que realmente não se espera ante os argumentos fáticos aqui expostos,
penas pelo princípio da eventualidade, impõe-se levar ao Juízo alguns critérios que
devem ser utilizados na fixação de hipotética indenização por dano moral.
Temos que o Juiz - na fixação do valor da indenização por dano moral - deverá
se servir de alguns critérios objetivos, evitando que aquela se torne em fator de
enriquecimento indevido e/ou não guarde qualquer espécie de correlação com o dano
verificado e a relação de que decorreu.
Desta forma, a Requerente suposta vítima de lesão a direito de natureza não
patrimonial receberá uma soma que lhe compense eventual transtorno que tenha
sofrido, e arbitrada segundo as circunstancias narradas. Não sendo, desta forma, fonte
de enriquecimento, nem inexpressiva.
Lembrando que o pedido inicial para danos morais é de R$40.000,00 (quarenta
mil reais), exorbitante, totalmente questionável, o Requerido ora demonstrado não
tem o mínimo de condições para efetuar este tipo de pagamento.
Em relação “a doutrina, cabe a posição de Humberto Theodoro Jr.;

Impõe-se rigorosa observância dos padrões adotados pela


doutrina e jurisprudência, inclusive dentro da experiência
registrada no direito comparado para evitar-se que as ações de
reparação de dano moral se transformem em expedientes de
extorsão ou de espertezas maliciosas e injustificáveis. “ (

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HUMBERTO THEODOORO JR., Responsabilidade Civil, 4ª ed. Rio


de Janeiro, Aide, 1997, p. 19 ).

Conclui-se assim, que há uma grande preocupação dos Tribunais em não


permitir exageros na fixação do quantum da indenização a titulo de dano moral.
Portanto, na remota hipótese de condenação do Requerido, admitida apenas
para argumentar, requer seja a mesma fixada com critérios de moderação por este
Douto Juízo, observando-se a melhor doutrina e jurisprudência ora relacionadas.

4.3 DA LITIGANCIA DE MÁ FÉ

Conforme narrado acima, e comprovada tais alegações, evidente está que a


Autora agiu como litigante de má-fé, nos termos do artigo 80, II e III do CPC, pois
alterou a verdade dos fatos ao tentar enganar este Douto e Honrado Juízo, com
histórias inverídicas e utiliza do mesmo para conseguir objetivo ilegal.
Portanto evidente está que a Requerente feriu o princípio da lealdade e da
boa-fé, e a lealdade é um dever processual.
Segundo Adroalado Leão, litigante de má-fé é

“aquele que, por espírito de vexação, traz alguém a Juízo; este


é que responde por perdas e danos; nos demais caso basta a
simples condenação do autor nas custas para restabelecer o
equilíbrio econômico nas relações dos litigantes ‘ ( ADROALDO
LEÃO “in” O litigante de Má fé, Ed. Forense, Rio 1982, pg. 52 ).

Pelo acima exposto, improcedente é o pedido da Requerente que agiu de má


fé, tentando enganar este Douto Juízo , quando inverteu a verdade dos fatos ,
tentando tirar proveito do Requerido.

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É por esses motivos acima expostos que a apresente ação deve ser extinta sem
julgamento de mérito, com fulcro no artigo 485, VI do CPC e, ainda deve ser a
Requerente condenada pagar as custas e honorários advocatícios, na forma da Lei.

4.4 DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

A presente lide configura-se um verdadeiro locupletamento sem causa,


pretendo auferir vantagens indevidas as custas do Requerido, já que a Requerente
pleiteia verbas indenizatórias abusivas e absurdamente ilegais, que não existem.
Os pedidos de danos materiais por parte do Autor, sem a devida comprovação
legal e, totalmente, sem sustentação, não há que se cogitar, por violarem os princípios
do bom senso e da boa-fé, visto que, omite do conhecimento da parte do Requerido e
do Juízo, vários pontos sobre o evento ocorrido, cerceando qualquer possibilidade de
defesa.

4.5 DOS DANOS MATERIAIS

Na peça exordial, a Requerente pleiteia o pagamento de indenização no valor


de R$ 7.443,50, por danos materiais, danos relativos a construção do murro, ora cabe
ressaltar que estes não são devidos. Todavia, tal pretensão não merece guarida.

O art. 159, caput, do Código Civil Brasileiro estatui que


todo "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano".

A obrigação de reparar reclama dois pressupostos: um concreto; outro


abstrato. O fator concreto se desdobra em três elementos: fato do homem, o dano e a
relação de causa e efeito entre um e outro. O fator abstrato se materializa na culpa.

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No caso em apreço, estão ausentes dois destes pressupostos, quais sejam, a


relação de causa e efeito e a culpa. Conforme a doutrina do insigne Professor
Fernando Noronha:

“Para que surja uma obrigação de indenizar, será necessário


que alguém tenha sofrido um dano, que este tenha sido
causado por fato antijurídico de outrem (ou, em certas
hipóteses excepcionalíssimas, que tenha simplesmente
acontecido no exercício de atividade da outra pessoa), que tal
fato possa ser imputado à pessoa que se pretende
responsabilidade, a título de culpa (incluindo o dolo) ou de risco
criado, e finalmente que o dano sofrido tenha cabimento no
âmbito ou escopo da norma violada. Estes são os pressupostos
da responsabilidade civil" (Apostila apresentada ao Curso de
Graduação em Direito da UFSC, pág. 225).

Da doutrina acima colacionada extrai-se que para a reparação do dano material


mostra-se imprescindível demonstrar-se o nexo de causalidade entre a conduta
indevida do terceiro e o efetivo prejuízo patrimonial que foi efetivamente suportado.
No caso dos autos não restou comprovado o nexo de causalidade. O Requerido não
agiu com culpa, o risco a outrem não foi causado pelo Requerido e sim pela empresa
FUMAS.
Na verdade, os danos foram causados por culpa exclusiva de terceiro e
mesmo não tento culpa, arcou com a mão de obra para a construção do murro para
evitar maiores constrangimentos entre sua família a e família da Requerente.
Não há o que dizer em danos materiais, inexiste a obrigação, estes foram
demonstrados ao longo destes autos que foram arcados pelo Requerido, conforme se
verifica com comprovante de pagamento de mão de obra, contrato de fornecimento
de materiais pela empresa FUMAS e fotos, que comprovam a efetiva construção do
murro ora questionado.
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Segundo o art. 884 do Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido,
feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa
determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a
coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem
na época em que foi exigido.

Contudo, não deve prevalecer o pedido de Danos Materiais.

5. DO PEDIDO

Diante o exposto, requer-se:

a) Defira o BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA, de que trata o Art. 5º, Inciso


LXXIV, da Constituição Federal, bem como nos termos da Lei nº. 1.060/50, com as
alterações produzidas pela Lei nº. 7.510/86.
b) Sejam acolhidas as preliminares arguidas na presente contestação por
medida de direito e de justiça, bem como acolhendo os preliminares, extinguindo o
processo na forma do artigo 485, IV c/c 330 do CPC.
c) Todavia, se o entendimento de Vossa Excelência divergir o quanto fora
acima exposto, requer seja a presente demanda julgada TOTALMENTE
IMPROCEDENTE, pelas razões de fatos e de direito aqui apontadas, condenando-se a
Autora ao pagamento das custas e honorários.
d) Caso Vossa Excelência assim não entenda e entenda pela procedência
total ou parcial da presente demanda, o que se admite por argumentar requer
subsidiariamente , seja o quantum indenizatório arbitrado de forma modera, levando-
se em consideração os Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade.
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e) que seja a autora condenada a pagar multa de 1% (um por cento) sobre o
valor dado à causa, além dos honorários devidos aos patronos do requeridos e das
despesas processuais, a teor do contido no art. 81 do NCPC, em função da litigância de
má-fé;
f) requer que seja expedido ofício para o DAE, que providencie a retirada do
hidrômetro da garagem do Requerido e colocação em local correto;
a produção de todas as provas em direito admitidas, principalmente o
depoimento pessoal do autor e a oitiva de testemunhas e juntada de documentos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Jundiaí, 10 de outubro de 2016.

Karina Evelyn Del Col


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TESTEMUNHAS:
Marta Juliana Ienne
RG: 28.898.665-9
Endereço: Rua 1, nº 30 Bloco 07, Apto 14, Condomínio Fazenda Grande II.
Jundiaí/SP.

Ronaldo Souza Castro


RG: 46.225.695-9 / CPF: 367.237.528-48
Endereço: Avenida Henrique Burnini, nº 41, Bloco 03, apto 22.
CEP: 13.212-405, Jundiaí/SP.

Washington da Silva Cerqueira


RG: 56.296.703-5
Endereço: Rua Oscar Marani, nº 98, casa 02, Parque Residencial Jundiaí.
CEP: 13.213-114 Jundiaí/SP.
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