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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 6ª VARA CIVIL
DA COMARCA DE JUNDIAÍ/SP.
Autos nº 1008230-04.2016.8.26.0309
Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais
CONTESTAÇÃO
nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais, proposta por
MARIA ILMA PACHECO ROLIM, já qualificada nos autos do processo em epígrafe,
pelos fatos e fundamentos adiante expostos:
1. DOS FATOS
2. PRELIMINARMENTE
"o máximo de malícia que pode ser tentado perante os órgãos judiciários. É o
meio de, seja qual for o ato (ou atos) de improbidade, alguém tentar conseguir um fim
ilícito, com beneplácito da justiça. É um verdadeiro "pecado original".
Não é mera contingência surgida no curso do processo. A idéia já nasce com o
próprio exercício do direito, ainda que possa apresentar-se com outros matizes ao
longo do próprio processo. Em última análise, é falsear a verdade para triunfar,
procurando iludir, enganar, fraudar o adversário e os juízes para conquistar
um pseudo direito e uma irreal justiça, sob o manto do comportamento regular e, até,
ético.
Sempre, porém, que os juízes puderem apontar e destruir a farsa, deverão
ser rigorosos, porque
"el proceso es la realización de la justicia y ninguna justicia se puede apoyaren la menti
ra", (como na sentença do eminente Juiz Dr. Francisco Pinto Rabello Filho, da 4ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Curitiba. In Revista Jurídica Brasília Express, ano I,
n.ºIV, p. 20).
E assim, a autora deve ser considerada para os efeitos de ser reconhecida
litigante de má-fé, indenizando por isso, a ora contestante, em todos os prejuízos que
sofreu e continua a sofrer, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que
efetuou, alcançando-se esses valores quando da liquidação por arbitramento na
execução sentencial. A manifesta má-fé vem alinhada no mérito defensivo.
3. DO MÉRITO
Caso o entendimento que venha a prevalecer seja diferente do que foi exposto
preliminarmente, o que, com todo o respeito, não se acredita, cabe então discutir o
mérito, por orientação do art. 336 do Novo CPC.
Em que pese às alegações da Requerente, estas não merecem prosperar,
tendo em vista que os fatos narrados não condizem com a realidade material.
O Requerido em janeiro de 2016 teve uma discussão com a Requerente
referente à instalação do hidrômetro, este instalada em frente a sua residência em sua
Rua João Wesley, nº 331, Vianello.
Jundiaí/SP, CEP 13207-120
Tel: (011)97161-0555
Karina Del Col 4
Advogada – OAB/SP nº 363.628
karinadelcoladv@gmail.com/karinadelcol@adv.oabsp.org.br
4. DO DIREITO
Os fatos narrados pela Requerente em sua inicial são inverídicos, uma vez que o
Requerido nunca ofendeu a mesma. Alega que teve sua moral ofendida pelo Sr. Jânio,
no momento da instalação do hidrômetro.
Primeiramente, é cediço que o dever de indenizatório deriva da união de 03
(três) pressupostos básicos, quais sejam: a ocorrência de ato ilícito; a existência de
dano; e o nexo causal entre a conduta ilícita e o dano. No presente caso não se
vislumbra nenhum destes pressupostos indenizatórios que pudessem ensejar a
responsabilização do Requerido. E, muito embora a Requerente alegue que foi
ofendida pelo Requerido, este não logrou êxito em comprovar tal fato. Juntou Boletim
de ocorrência nos autos, que citam a existência dos xingamentos, que podem ser
apenas fatos não existentes, meramente inventados.
E, como já dito em preliminar, a Requerente deveria trazer prova mais robusta
daquilo que esta dizendo, capaz de comprovar sua alegação. Afinal, dizer não é provar
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é o mesmo que não provar. E nem que se alegue inversão da prova, pois, isto é ônus
da Autora, como fato constitutivo do seu próprio direito.
Com efeito, o Requerido não cometeu nenhum tipo de ato ilícito, sua conduta
sempre foi pautada dentro dos princípios e normas legais, o pedido da autora não
prospera motivo pelo qual se torna imperioso o julgamento de improcedência da ação.
Segundo Savatier, dano moral “é qualquer sofrimento humano que não é
causado por uma perda pecuniária, e abrange todo atentado a reputação da vitima, a
sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor
próprio, estético, a integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc.”.
Conforme pacifico na doutrina, “ em sede indenizatória por danos morais,
mesmo levando-se em conta a teoria da distribuição do unus da prova, a cabencia
desta está ao encargo do Autor de provar o nexo causal constituidor da obrigação
ressarcitoria, pois inexistindo causalidade jurídica, ausente está à relação de causa e
efeito mesmo porque “actore non probante, réus absolvitur “ ( Yussef Cahali. Dano
Moral, Ed. RT, São Paulo, 1998 ).
Alias a importância da relação de causa e efeito no dever de indenizar, é
ressaltada pela Jurisprudência de maneira bastante concreta e clara, a ponto de se
afirmar que a responsabilidade civil não pode existir sem a relação de causalidade
entre o dano e a ação ou omissão que provocou (RT, 224/155; RT 466/247, RT
463/244) e “mesmo que haja culpa e dano, não existe obrigação de reparar, se entre
ambos não se estabelecer a relação causal” (Caio Mario da Silva Pereira,
Responsabilidade Civil, p. 76 ).
Os elementos fáticos e probatórios trazidos aos autos não permitem que se
chame de dano os eventos narrados e não provados na peça vestibular. Supondo que
realmente tenham ocorrido , o que se nega , pode até ter causado algum
aborrecimento a Requerente, aborrecimento que esta também proporcionou ao
Requerido, que não se enquadra na acepção jurídica de dano, e não apresenta os
elementos que geram o dever de indenizar. A garantia constitucional de ressarcimento
não pode ser desvirtuada, como pretende data vênia, a Autora, pois dessa forma
4.3 DA LITIGANCIA DE MÁ FÉ
É por esses motivos acima expostos que a apresente ação deve ser extinta sem
julgamento de mérito, com fulcro no artigo 485, VI do CPC e, ainda deve ser a
Requerente condenada pagar as custas e honorários advocatícios, na forma da Lei.
5. DO PEDIDO
e) que seja a autora condenada a pagar multa de 1% (um por cento) sobre o
valor dado à causa, além dos honorários devidos aos patronos do requeridos e das
despesas processuais, a teor do contido no art. 81 do NCPC, em função da litigância de
má-fé;
f) requer que seja expedido ofício para o DAE, que providencie a retirada do
hidrômetro da garagem do Requerido e colocação em local correto;
a produção de todas as provas em direito admitidas, principalmente o
depoimento pessoal do autor e a oitiva de testemunhas e juntada de documentos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
TESTEMUNHAS:
Marta Juliana Ienne
RG: 28.898.665-9
Endereço: Rua 1, nº 30 Bloco 07, Apto 14, Condomínio Fazenda Grande II.
Jundiaí/SP.