You are on page 1of 12

SECAGEM DE GRÃOS

COM ENERGIA SOLAR


Experiência realizada na propriedade
do senhor Adilson Peruzzo

Osvaldo Guadagnin

Nova Bassano/RS, 2005


2

RESUMO

A experiência refere-se a um secador de grãos que utiliza energia solar como fonte
de fornecimento de calor, instalado nos meses de março e abril do ano de 2002, na
propriedade do senhor Adilson Peruzzo, comunidade de Tredezeta, município de Nova
Bassano. Trata-se de um secador de leito fixo modificado em que a fornalha é substituída
por túneis plásticos baixos com a função de aquecer o ar, que posteriormente é
impulsionado por ventiladores em direção a massa de grãos. As vantagens do secador de
grãos solar são: a eliminação do uso de lenha para a secagem; o baixo custo de
implantação, operação e secagem; a dispensa de mão-de-obra durante o processo de
secagem; e a qualidade dos grãos. O secador tem capacidade de secagem para 400 sacos
por vez e pode ser usado no beneficiamento de qualquer tipo de grão. A única desvantagem
é que o tempo de secagem é cerca de cinco vezes maior que o tempo em secador a lenha.

PALAVRAS-CHAVE

Secagem, secador solar, energias alternativas, secador de grãos.

CONTEXTO

O município de Nova Bassano está localizado na Encosta Superior do Nordeste do


RS, região de colonização italiana, com propriedades de tamanho médio de 19 hectares,
onde os produtores cultivam o milho como principal cultura, com 8.000 hectares de área
plantada (35% da área de todo o município), com produtividade média de 5.400 kg por
hectare, em anos sem eventos climáticos adversos. A olericultura (produção de tomate,
repolho, brócolis, pimentão, cenoura) também tem grande importância no município por
ser expressiva e ocupar a mão-de-obra em todas as estações do ano. Os agricultores
dedicam-se ainda a criações, destacando-se a bovinocultura de leite, suinocultura e
avicultura.
O município produz anualmente 43.200 toneladas de milho e não possui secador
para grãos. O produtor de milho vende sua produção conforme o produto é colhido,
ocasionando descontos devido a umidade e impurezas, causando insatisfação. Quando o
produtor utiliza o próprio produto necessita depositá-lo em municípios vizinhos para a
secagem e armazenagem como Nova Prata (CESA - Companhia de Silos e Armazens),
Ibiraiaras (Coopibi - Cooperativa Mista Ibiraiaras Ltda.) ou Guaporé (COSUEL -
Cooperativa dos Suinocultores de Encantado), com um custo de transporte que representa
até R$ 2,00 ao saco de 60 kg. Os preços aqui citados referem-se a safra de 2001/2002.
A partir de um DRP - Diagnóstico Rápido Participativo, realizado, em abril de
2001, na comunidade de São Brás, onde residem 37 famílias, foi constatada a necessidade
da construção de um secador de grãos, além de um local para armazenagem dos produtos.
Inicialmente, os agricultores realizaram duas excursões aos municípios de Nova Araçá e
Fagundes Varela, para conhecimento de dois sistemas de secagem grupais que utilizam
3

lenha. Os agricultores porém concluíram que a manutenção era onerosa por causa do alto
custo de implantação (esses sistemas de secagem necessitam grandes investimentos na
unidade para a aquisição de balança, máquina de pré-limpeza, elevadores, armazéns
graneleiros e no secador); da qualidade do grão que é prejudicada, devido a alta
temperatura de secagem; da utilização de lenha em grande quantidade para secagem; do
alto custo da secagem; da necessidade de transporte para levar e posteriormente buscar o
grão, do produtor até o local do secador grupal; e da exigência do acompanhamento
constante de uma pessoa, com o mínimo de conhecimento para a operação de secagem e
armazenagem.
O próximo passo foi uma excursão ao município de Cruzeiro do Sul/RS, em
setembro de 2001, para conhecerem um secador solar em operação1
Com a visita, os agricultores concluíram que esse sistema de secagem apresentava
grandes vantagens. A idéia inicial que a comunidade possuía era construir um silo e um
secador comunitário para beneficiar todos os moradores, a proposta derivou para a
construção de secadores solares menores para atender produtores individualmente (os que
possuem áreas de cultivo maior) ou pequenos grupos de produtores (3 a 4), com objetivo
de evitar o transporte do produto da propriedade até o silo. O armazenamento passou a ser
efetuado nas propriedades através de células de alvenaria, de baixo custo, com recursos
financiados pelo PRONAF.
A experiência a ser descrita aqui refere-se à propriedade de 48 hectares do
agricultor Adilson Peruzzo, localidade de Tredezeta, município de Nova Bassano, que
cultiva 33 hectares de milho na propriedade que possui juntamente com seu sogro o Sr.
Antônio Berlatto. A propriedade tem área total de 48 hectares, produzindo, na safra
2001/2002, 4.400 sacos de milho.

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

O agricultor Adilson Peruzzo construiu o secador pouco antes do início da


colheita da safra 2001/2002. Para a secagem dos grãos foi construído, inicialmente, um
secador com capacidade, inicialmente, para 375 sacos por vez. A câmara de secagem é
basicamente a mesma utilizada nos secadores de leito fixo, ou seja, uma caixa de alvenaria
de 4,75 x 6,00 metros, com piso ripado colocado a uma altura de 30 cm do chão. A altura
de massa de grão para secagem não deve ultrapassar 1,1 metro. Posteriormente, o produtor
elevou a câmara de secagem ampliando a capacidade de secagem para 400 sacas.
Para secagem do produto é utilizado o ar que passa por um túnel baixo, com piso
de pedra britada pintada de preto e coberto com plástico transparente de 100 micras. O ar
que passa por este túnel sofre uma diminuição da umidade o que provoca a secagem do
produto. O ar quente é retirado do túnel por dois ventiladores e injetado sob o piso ripado
do secador, passando assim a circular entre a massa de grãos promovendo a secagem.
O tempo de secagem varia de acordo com a umidade do produto que entra no
secador, a umidade final que se quer obter e as condições atmosféricas nos dias de
secagem. O processo de secagem é mais rápido em dias de baixa umidade relativa do ar,
sem nuvens e com ausência de frio, podendo-se ter como parâmetro, para essas condições,

1
Esse modelo foi desenvolvido na UNICAMP (Campinas-SP) em 1975. O engenheiro agrônomo Ricardo Martins, extensionista da
EMATER/RS-ASCAR na região de Estrela/RS, tomou conhecimento da pesquisa no ano de 1997 e forneceu a assistência técnica para a
implantação do secador solar na propriedade do Sr Cleto Joner no município de Cruzeiro do Sul/RS.
4

um tempo necessário de 72 horas, para baixar a umidade de um milho que entrou com 26
% de umidade para até 15 %. Nos dias nublados e com umidade relativa alta deve-se
continuar injetando ar na massa de grãos, com a utilização dos dois ventiladores de
secagem, de forma contínua, para evitar que o produto sofra aquecimento, mesmo que,
mediante essas condições, perca pouca umidade. É uma medida recomendada enquanto se
aguarda a melhora das condições climáticas.
Para o dimensionamento dos túneis e ventiladores foi levado em consideração um
estudo das condições climáticas históricas, tais como: número de horas de sol, precipitação
pluviométrica, temperaturas máximas e mínimas, (informações buscadas junto à Estação
Experimental da Fepagro, em Veranópolis).
Após a secagem dos grãos, o produtor faz a pós-limpeza (processo que demora
cerca de 4 horas a cada 400 sacos secados, sendo o tempo estabelecido pela capacidade da
máquina de limpeza) e dá destino ao grão, que pode ser a armazenagem na propriedade ou
a comercialização. Nos secadores a lenha, sempre é realizada a pré-limpeza, pois as
impurezas podem queimar devido a alta temperatura. No secador com energia solar não há
esta necessidade pois a temperatura de secagem é menor, desta forma as impurezas (grãos
partidos e o farelo do milho) poderão servir de alimento para os animais da propriedade já
que elas estarão secas, não correndo o risco de rápida deterioração.
Nesta propriedade, para o armazenamento dos grãos foi realizada uma adaptação,
utilizando a mão-de-obra familiar, em um armazém de alvenaria antigo, já existente na
propriedade, e que armazenava o milho em espigas. A modificação básica introduzida no
armazém de alvenaria foi a colocação de um piso ripado de madeira a 30 cm de altura do
chão onde, quando houver necessidade para resfriamento da massa de grãos, possa ser
injetado ar. Para a injeção desse ar também é utilizado um sistema de ar forçado com
ventilador. O produtor fez um reforço com uma viga de concreto na metade do armazém,
pois a parede foi projetada para receber milho em espigas, de menor densidade que o milho
em grãos.
Na safra de 2001/2002, foi a primeira vez que o produtor utilizou o sistema do
secador solar. Foram secados 4.250 sacos em 12 vezes, sendo que o processo iniciou-se na
primeira quinzena de abril e terminou em início de junho. Nesse ano, o tempo médio de
secagem variou entre 60 e 96 horas, ou seja, de 2 a 4 dias por lote de 400 sacas, sendo que
o tempo de secagem varia com o teor de umidade do grão e com as condições climáticas. A
umidade do grão, quando colhido, variou entre 21 a 30 %.
Descrevem-se os custos para construção do secador solar e adaptação do armazém
na tabela abaixo.

Tabela 1 - Custos para construção do secador solar e adaptação do armazém


Descrição Valor (R$)
Três ventiladores 1.700,00
Máquina de pós-limpeza 2.600,00
Elevadores 1.800,00
Instalação elétrica 500,00
Tijolos, cimento, areia 1.250,00
Brita, plástico 500,00
Mão-de-obra (estimativa) 2.000,00
Determinador de umidade 1.700,00
Total 12.050,00
Obs.: Os valores referem-se ao ano de 2002, meses de março e abril.
5

A relação de custo de implantação da unidade de secagem e armazenagem


(adaptação do armazém já existente) por saca de milho, na unidade em questão, foi de R$
2,84 a saca (R$ 12.050,00/4.250 sacas). Isso significa que a unidade se pagou praticamente
no primeiro ano, considerando o desconto de R$ 2,00 por casa para a secagem do produto
fora da propriedade.
Para a secagem são necessários dois ventiladores utilizados para promover a
convecção forçada do ar no processo de secagem e para a aeração do grão na
armazenagem.
O modelo do secador solar apresenta muitos benefícios, como: a praticidade do
processo, já que o sistema é de fácil operação; baixo custo de implantação e de secagem; a
utilização de energia renovável, disponível, gratuita como fonte de calor, não necessitando
de lenha para aquecimento do ar; a versatilidade do secador solar visto a possibilidade de
secagem de qualquer tipo de grão (ex.: arroz, feijão, soja, trigo); a não necessidade de mão-
de-obra durante o processo de secagem.
O produtor, após colocar os grãos no secador de leito fixo, aciona os motores dos
ventiladores e não necessita permanecer junto ao secador no processo de secagem,
podendo realizar outras atividades na propriedade. O grão de milho secado no secador
solar tem maior qualidade que o grão secado em secador a lenha, pois no processo de
secagem o grão não sofre altas temperaturas, o que mantém a sua integridade, não
apresentando odor característico de fumaça. Os donos de moinho (moinho VIVAN e
moinho DALL`AGNOL de Nova Prata e moinho MELATTI de Veranópolis) estão
pagando R$ 4,00 a mais por saco justificando que o milho rende mais farinha e não
apresenta cheiro de fumaça ( o que é um problema do milho secado em secador a lenha).
Outra vantagem é que no secador solar não há a mistura de grãos dos produtores, pois cada
um pode ter sua célula. Como desvantagem, a única constatada, é o tempo longo de
secagem (no processo normal um secador a lenha leva ¼ do tempo que o secador solar).
O produtor Adilson Peruzzo continua utilizando o secador solar e na safra de
2002/2003 secou e armazenou 5.500 sacos, na safra 2003/2004 secou e armazenou 5.200
sacos, na safra 2004/2005 secou e armazenou 1.800 sacos (safra prejudicada pela
estiagem). O produtor é um grande incentivador do uso da tecnologia de secagem com
secador solar.

RESULTADOS

O custo de secagem, em valores para 2002, ficou em média de R$ 0,09 a saca e


R$ 1,50 em média a tonelada, sendo que esse custo é basicamente o valor da energia
elétrica gasta na ventilação do grão e de movimentação do produto. Esse valor é bem
inferior ao custo de secagem no processo que utiliza lenha que é em média de R$ 2,40,
pois somente em lenha foram economizados cerca de 35 metros cúbicos na safra
(quantidade necessária para secar 4.400 sacas de grão). Considerando um preço na região
de R$ 45,00 o metro cúbico de lenha, quando adquirida de terceiros, o custo de 35 metros
cúbicos é atualmente de R$ 1.575,00 o que corresponde a 10.500 kW/hora, energia
suficiente para secar 21.000 sacos com o secador solar.
6

Tabela 2 - Relação de custos entre o secador solar (Adilson Peruzzo) e secador a lenha.

Secador solar Secador a lenha


Custo de implantação por
R$ 2,84 R$ 8,00
saca – médio
R$ 2,00- Secagem, frete e
Custo de secagem por saca R$ 0,09 - Secagem
mão-de-obra
Obs.: Dados de 2002

Tabela 3 - Relação de custos entre o secador solar (Unidade Mattiollo, implantada em


2005, descrita no item Impactos) e secador a lenha.

Secador solar Secador a lenha


Custo de implantação por
R$ 8,64 R$ 12,50
saca
R$ 3,40- secagem, frete e
Custo de secagem por saca R$ 0,11- secagem
mão-de-obra
Obs.: Dados de 2005

A diferença de preço no custo de implantação entre o secador e do Adilson


Peruzzo e o grupo Mattiollo se deve ao fato de o último ser todo automatizado e ter sido
todo ele construído enquanto que no secador do Adilson Peruzzo algumas instalações já
existiam, como os galpões, por exemplo. não tendo sido consideradas no custo de
instalação. [Comentário meu, GP: a rigor, deveria ser feito o custo dessas instalações e
depreciado pelos anos de uso das mesmas, para uma análise de custo mais precisa. Como
isso não foi feito, poderá ser acrescentada uma frase, dizendo algo como: ...
não se considerou, no primeiro caso (secador instalado na propriedade do Sr. Peruzzo), os
custos das instalações já existentes (com a depreciação devida pelo tempo de uso) porque
estas já existiam na propriedade, independentemente da implantação do secador, não
implicando em novos custos.
Segundo o agricultor Adilson Peruzzo, a construção do secador solar de grãos está
lhe proporcionando um ganho de preço e de qualidade do milho produzido. Antes de
construir o secador solar de grãos, Peruzzo vendia o milho ainda úmido. Isso lhe causava
prejuízos, pois perdia 20% do valor pago. Este sistema também é mais econômico que os
secadores com fornalha a lenha. Para secar 100 sacos de milho é consumido um metro
cúbico de lenha, que está custando cerca de R$ 45,00. De acordo com Peruzzo, o gasto
para secar os 400 sacos (capacidade da câmara de secagem) é em torno de R$ 20,00,
referente ao consumo de energia elétrica pelos ventiladores. “Estou ganhando cerca de R$
1,50 a mais por saco, em relação a antes, quando eu entregava úmido”, revela.
Nas safras anteriores, o produtor colhia o produto e levava até silos secadores
localizados em outros municípios, porém, com custos elevados (em média de R$ 2,00).
7

a) Impactos e Produtos

Desde a implantação da primeira unidade até o momento, os secadores foram


visitados por 920 agricultores de Nova Bassano e de vários municípios do estado, também
foram realizados cinco dias de campo com a presença de 368 agricultores e autoridades.
A partir do secador solar implantado na propriedade do Sr. Adilson Peruzzo,
outros agricultores também se interessaram e adotaram a tecnologia do secador solar.

Outras Unidades Implantadas no Município:

1 - Unidade São Brás

Esta unidade foi implantada, em 2002, na comunidade de São Brás e dela são
sócios quatro produtores. Começou a operar na safra de 2002/2003, secando e armazenado
milho e soja.
Os produtores Décio Boito, Jamir Boito, Alfonso Boito e Diógenes Boito
construíram um secador que utiliza a energia solar com capacidade para secagem de 450
sacas e armazenagem de 5.200 sacas. Na unidade, cada produtor possui uma célula com
capacidade para armazenar 1.300 sacos ou 78 toneladas. O grupo já secou e armazenou as
seguintes quantidades:
− Safra 2002/2003 secaram e armazenaram ......4.700 sacas
− Safra 2003/2004 secaram e armazenaram ......4.950 sacas
− Safra 2004/2005 secaram e armazenaram ......1.300 sacas
− Total: 10.950 sacas
A energia consumida para a secagem e movimentação dos grãos nos 11.350 sacos,
nas três safras, foi de 4.896 kW. O consumo foi possível de ser medido pois a unidade
possui medidor de consumo de energia (Contador) próprio. A preços atualizados, o custo
de secagem e movimentação de uma saca de grãos é de R$ 0,09836. (4.896 kW x R$ 0,22 :
10.950 sacas = R$ 0,09836).

2 - Unidade Mattiollo

Esta unidade foi implantada no ano de 2003, na Linha Doze, e dela fazem parte os
agricultores Adenilson Mattiollo, Alcides Mattiollo e Dirceu Capellari. Com capacidade
para secar 6.400 sacas (384 toneladas) de grãos, é composta por um secador com
capacidade de secagem de 500 sacas e quatro silos armazenadores com capacidade de
1.600 sacas cada.
Até o momento já foram secadas e armazenadas as seguintes quantidades:
− Safra 2003/2004 - 5.460 sacas de milho e soja
− Safra 2004/2005 -1.650 sacas de milho (redução do volume em decorrência da
estiagem ocorrida nesta safra)
8

3 - Unidade Arnaldo Cestonaro

Esta unidade foi implantada no ano de 2004 na comunidade de São Marcos e se


constitui de um secador que utiliza energia solar com capacidade para secar 520 sacas. O
produtor Arnaldo já possuía um secador a lenha (marca Perosim com capacidade de
secagem 150 sacas por carga) o qual foi substituído por um secador solar devido as
vantagens, como: a não-utilização de lenha para secar, o custo 90% inferior de secagem do
secador solar em relação ao secador a lenha e a qualidade dos grãos. No ano de 2005, em
virtude da estiagem secou apenas 1.250 sacas de milho, porém tem capacidade de secar
5.500 sacas por safra.

4 - Unidade Arceni Mattiollo

Esta unidade grupal está localizada na comunidade de São Brás constituída por
um secador com capacidade para secar 550 sacas de grãos por vez e de armazenar 6.200
sacas nas suas quatro unidades armazenadoras. Os agricultores Arseni, Adilson, Ademirio
e Adriano Mattiollo fazem parte da associação. Cada sócio possui uma unidade
armazenadora – silo - o que permite a armazenagem de vários tipos de grãos mantendo sua
individualidade. A unidade está sendo finalizada e poderá operar na safra de trigo no ano
de 2005.

5 - Unidade Linha Doze

Esta unidade está em construção e dela fazem parte os irmãos Joanir, Isair
Antônio, Sérgio, Olivar e Boito Matiollo. É constituída por dois secadores com capacidade
de secagem de 500 sacas cada um e possui oito silos armazenadores com capacidade de
1.500 sacas cada. Está localizada na comunidade da Linha Doze e tem sua conclusão
prevista para o mês de julho de 2005.

6 - Unidade Jacob Gottardo

Trata-se de uma unidade localizada na comunidade da linha Treze, a qual foi


implantada no fim do ano de 2004 e início do ano de 2005, tendo como sócios Jacob e
Giácomo Gottardo. Possui um secador com capacidade de 240 sacas e dois silos com
capacidade de 1.250 sacas cada um. Na safra 2004 ou 2005, já secou 940 sacas de milho.

Tabela 4 – Evolução do uso da tecnologia no município de Nova Bassano

Ano Unidades Capacidade de Capacidade de


implantadas secagem- sacas armazenagem- sacas
2001 1 400 4.400
2002 1 450 5.200
2003 1 500 6.400
2004 1 520 5.000*
2005 3 1.770 19.450
Total 7 3.640 35.450
* Esta unidade já possuía unidade de armazenagem.
9

POTENCIALIDADES E LIMITES

A experiência tem enorme potencial, pois utiliza energia não poluidora (elétrica e
solar), sem necessidade de mão-de-obra especializada, com baixo custo de implantação e
de operação, mantendo a qualidade do grão inalterada, reduzindo ou eliminando o passeio
do produto. O sistema se adapta a todos os produtores, pois pode ser dimensionado para
secar 10 sacos de grãos por vez, até o número que se possa imaginar, desde que se façam
baterias de secadores. O sistema tem longa vida útil, pois não trabalha com altas
temperaturas, diminuindo em muito o custo de manutenção. Atualmente, no estado, estão
sendo desenvolvidas experiências com o secador solar para secagem de outros produtos,
como erva-mate e plantas medicinais.
O tempo longo de secagem é com certeza a maior, senão a única, desvantagem do
sistema. No caso do produtor Adilson Peruzzo que produz em média 4.400 sacas por safra
são necessárias 11 secagens de 400 sacas cada vez, isto leva até dois meses para a secagem
da safra. Se por um lado o produtor não tem gastos com mão-de-obra, há o problema de
que, pelo fato do mesmo não possuir colheitadeira própria, necessita contratá-la de
terceiros para poder colher a cada 4 ou 5 dias as 400 sacas necessárias para a secagem Isto
é um inconveniente, porém, de outro lado, possibilita ao produtor fazer a separação dos
vários tipos de grãos, por exemplo: grãos duros de grãos moles, lavoura com milho
“chuvado” (que ficou exposto a muita chuva) de lavouras normais. Além disso, como o
plantio nesta região é realizado em três meses (de outubro a dezembro) possibilita o
produtor colher o milho tão logo esteja maduro (nos meses de março a maio) e não ficar
esperando para realizar apenas uma colheita nos meses de maio a junho. É prática comum
na região o plantio e a colheita escalonada. A colheitadeira fica na comunidade por toda a
safra realizando colheitas de vários produtores alternadamente.

BENEFÍCIOS AO MEIO AMBIENTE

Considerando que o processo de secagem utilizando energia solar no município de


Nova Bassano secou até o momento 33.750 sacas e que para secar 100 sacas no método
tradicional, que utiliza lenha, é necessário 0,1 metros estéreos de lenha, a economia de
lenha até o momento foi de 337,50 metros estéreos de lenha, além de resultar em um
produto de melhor qualidade.
10

AUTORES E COLABORADORES

Autor:

− Eng. Agr. Osvaldo Guadagnin, extensionista do Escritório Municipal da EMATER/RS-


ASCAR de Nova Bassano

Colaboradores:

− Eng. Agr Msc. Ricardo Martins – Extensionista da EMATER/RS-ASCAR – Regional


da Estrela
− Téc. Agr. Adílio Guadagnin - Extensionista da EMATER/RS–ASCAR – Nova
Bassano
− Téc. Agr. Hermes Peruzzo – Extensionista da EMATER/RS – ASCAR – Nova
Bassano
− Adilson Peruzzo - Produtor da Linha Tredezeta - Nova Bassano
− Sônia Maria Benelli - Auxiliar Administrativa – EM Nova Bassano
− Eng. Agr. Msc. Cordula Eckert, extensionista lotada na Gerência do Planejamento do
Escritório Central da EMATER/RS-ASCAR

REDE DE CONTATO:

− Osvaldo Guadagnin – Fone 54- 273 15 10 – e-mail: ogua@maais.com.br,


emnovaba@emater.tche.br

− ESCRITÓRIO MUNICIPAL DA EMATER/RS-ASCAR de Nova Bassano – Rua Silva


Jardim, 505 CEP 95340.000 – Nova Bassano – RS .
Fone 54 273 15 10 email: emnovaba@emater.tche.br

− Ricardo Martins - Fone (51) 712 2611- e-mail: estrela@emater.che.br

− Hermes Peruzzo - Fone (54) 273 1510

− Adilson Peruzzo – Fone (54) 273 2066


Vista parcial do secador da família Mattiollo.

Vista da câmara de secagem do secador da família Boito.


Secador da família Mattiollo.

Secador da família Peruzzo – o 1º secador solar de Nova Bassano.

You might also like