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CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica

Celso Suckow da Fonseca

Aula nº 8

Análise de Transitórios
Eletromecânicos
Prof. Marcos Vinícius Pimentel Teixeira
E-mail: marcos_eng.eletrica@hotmail.com

08 de Novembro de 2017
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Sistema Elétrico de Potência (SEP)
• O SEP tem comportamento dinâmico devido à constante
entrada e saída de cargas e gerações (ou seja, o sistema
está permanentemente submetido a pequenas
perturbações para as quais deve ser estável)
• Eventualmente é submetido a grandes impactos
(contingências: curtos, mudanças de configuração da rede,
rejeição de carga, etc), para os quais deve ser também
estável
• Há interação de diversos equipamentos com característica
dinâmica (geradores, motores, cargas não-lineares, etc) e
de controle (RAT, RAV, SVC, HVDC, etc)
Transitórios (ou oscilações) em SEPs

• Quanto à natureza:
• Oscilações de baixa frequência (até 2 Hz) – oscilações
eletromecânicas e de controle
• Oscilações torcionais (algumas dezenas de Hz) –
ressonância subsíncrona e interações torcionais
• Oscilações eletromagnéticas (altas frequências, kHz) –
oscilações advindas de transitórios eletromagnéticos
Conceito de Estabilidade em SEP

• “Definition and Classification of Power System Stability”, P.


Kundur et al.
• Estabilidade de Sistemas de Potência (SEP) é a
capacidade do SEP de permanecer em um estado de
equilíbrio em regime permanente ou atingir um estado
de equilíbrio após ser submetido a uma perturbação
• A preocupação do estudo de estabilidade é em relação à
resposta dinâmica do sistema frente a perturbação
Conceito de Estabilidade em SEP (natureza)
• Estabilidade Eletromecânica ou Angular: envolve a
manutenção de sincronismo dos geradores do sistema
• Fortemente associado ao balanço de potência ativa (MW)
• Engloba análise de estabilidade oscilatória (dinâmica) e transitória

• Estabilidade de Tensão: capacidade do SEP de suportar


acréscimos de carga sem entrar em colapso de tensão
• Fortemente associado ao balanço de potência reativa (Mvar)

• Estabilidade de Frequência: capacidade do SEP de manter a


frequência do sistema, frente a grandes variações de carga ou
geração
• Associado a capacidade do sistema em se adaptar a uma nova configuração
(ilhamento), e coordenação de controles e sistema de proteção
Resumo de Classificação de Estabilidade em SEP

Estabilidade de Sistemas
de Potência Classificação

– Capacidade de permanecer em equilíbrio


operativo
– Equilíbrio entre forças em oposição

Estabilidade Estabilidade Estabilidade Natureza


Angular de Frequência de Tensão
– Capacidade de manter perfil de tensão
– Capacidade de manter o
sincronismo – Capacidade de manter a aceitável em regime permanente
frequência dentro da – Balanço de potência reativa
– Equilíbrio de torques nas
faixa normal de operção – Controle de tensão “estável”
máquinas síncronas
– Balanço carga/geração

Estabilidade a Grandes Pequenas Tamanho da


Estabilidade
Pequenas Perturbações Perturbações Perturbação
Transitória
Perturbações

Curto Curto Longo Curto Longo Período de


Termo Termo Termo Termo Termo Análise
Conceitos Básicos de Máquina Síncrona
• Verifica-se no esquema de máquina síncrona de polos salientes
abaixo:
• uma parte fixa da máquina (ou estator) com três conjuntos de
bobinas onde serão induzidas as tensões
• uma parte móvel (ou rotor) que é alimentado com corrente
contínua
Princípio de Funcionamento
• Com a máquina desconectada da rede, alimenta-se o enrolamento
do rotor com corrente contínua e, com isto, é gerado um fluxo
magnético estacionário 𝜙𝐹
• Gira-se o eixo do rotor com o auxílio de uma máquina motriz e o
fluxo magnético, que agora gira, enlaça os enrolamentos do estator,
produzindo uma tensão induzida nestes enrolamentos
4. 𝜋. 𝑓 2. 𝑤
𝑤𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑜 = =
𝑝 𝑝
• onde:
𝑤𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑜 - velocidade angular do rotor em radianos mecânicos/segundo
𝑤 - velocidade angular da tensão em radianos elétricos/segundo
𝑓 - frequência elétrica em 𝐻𝑧
𝑝 - número de polos da máquina síncrona
𝛿 - ângulo de carga
Princípio de Funcionamento
• Se a máquina alimenta uma carga, existe circulação de correntes nas
bobinas do estator, as quais criam um campo 𝜙𝐸
• Tem-se, portanto a velocidade mecânica e o torque mecânico em
um mesmo sentido e o torque eletromagnético ou apenas elétrico
no sentido contrário
Princípio de Funcionamento

• O ângulo de carga (𝛿) varia de acordo com o torque mecânico


aplicado
• Se a vazão de água da máquina motriz é aumentada (através do
aumento da potência mecânica entregue para o gerador) e a
potência elétrica é mantida constante, o ângulo delta aumenta
• Se por outro lado a potência elétrica entregue pelo gerador
aumenta, mantida a vazão de água constante, o ângulo delta
também aumenta
• A preocupação desse tipo de estudo está no balanço eletromecânico
entre a potência mecânica fornecida ao gerador e a potência elétrica
gerada
Representação de Máquinas Síncronas
em Regime Permanente
• O circuito equivalente da máquina síncrona com a saliência
desprezada é dado por:

𝐸𝑞 = 𝐸𝑞 ∠𝛿 = 𝑉𝑡 + 𝑅𝑎 + 𝑗𝑋𝑞 𝐼

• Este modelo clássico de máquina tem a tensão interna da máquina


𝐸𝑞 constante e, por isto, assume-se que o controle de tensão é
rápido
Potência Elétrica Fornecida pela Máquina
Síncrona em Regime Permanente
• O fluxo de potência na máquina é determinado por:


𝐸𝑞 ∠𝛿 − 𝑉𝑡 ∠0°
𝑆𝑚𝑎𝑞 = 𝑃𝑚𝑎𝑞 − 𝑗𝑄𝑚𝑎𝑞 = 𝐸𝑞∗ 𝐼𝑡 = 𝐸𝑞 ∠ − 𝛿
𝑍𝑚𝑎𝑞 ∠𝛼𝑚𝑎𝑞


𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑆𝑚𝑎𝑞 = ∠ −𝛼𝑚𝑎𝑞 − ∠ −𝛿 − 𝛼𝑚𝑎𝑞
𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞

• Recorrendo à identidade de Euller:


𝐸𝑞2 𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑆𝑚𝑎𝑞 = 𝑐𝑜𝑠 −𝛼𝑚𝑎𝑞 + 𝑗 𝑠𝑒𝑛 −𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑐𝑜𝑠 −𝛿 − 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑗 𝑠𝑒𝑛 −𝛿 − 𝛼𝑚𝑎𝑞
𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞


𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡 𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑆𝑚𝑎𝑞 = 𝑐𝑜𝑠 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑐𝑜𝑠 𝛿 + 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑗 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + 𝛼𝑚𝑎𝑞 (1)
𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑚𝑎𝑞
Potência Elétrica Fornecida pela Máquina
Síncrona em Regime Permanente
• A separação das partes real e imaginária de (1) determina as
expressões das potências ativa e reativa da máquina
𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑃𝑚𝑎𝑞 = 𝑐𝑜𝑠 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑐𝑜𝑠 𝛿 + 𝛼𝑚𝑎𝑞 (2)
𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑡

𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑄𝑚𝑎𝑞 = 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑚𝑎𝑞 − 𝑠𝑒𝑛 𝛿 + 𝛼𝑚𝑎𝑞
𝑍𝑚𝑎𝑞 𝑍𝑡

• A resistência da armadura é desprezada (𝑅𝑎 = 0) e, portanto, a


impedância da máquina vale:
𝑍𝑚𝑎𝑞 ∠𝛼𝑚𝑎𝑞 = 𝑗𝑋𝑞 = 𝑋𝑞 ∠90° (3)

• Substituindo-se (3) em (2):


𝐸𝑞2 𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑃𝑚𝑎𝑞 = 𝑐𝑜𝑠 90° − 𝑐𝑜𝑠 𝛿 + 90°
𝑋𝑞 𝑋𝑞
𝐸𝑞 𝑉𝑡
𝑃𝑚𝑎𝑞 = 𝑃𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝑋𝑞
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• Os torques envolvidos e o sentido de rotação da máquina são dados
por (2ª Lei de Newton – Princípio Fundamental da Dinâmica):

𝑑 2 𝜃𝑚𝑒𝑐
𝑇𝑎 = 𝑇𝑚𝑒𝑐 − 𝑇𝑒 = 𝐽 𝑁𝑚 (4)
𝑑𝑡 2

• Onde:
𝑇𝑎 − torque de aceleração em 𝑁𝑚
𝑇𝑚𝑒𝑐 - torque mecânico em 𝑁𝑚
𝑇𝑒 - torque eletromagnético ou torque elétrico líquido (já descontado: atrito,
ventilação e outros) em 𝑁𝑚
𝐽 - momento de inércia do rotor em 𝑘𝑔𝑚2
𝜃𝑚𝑒𝑐 - deslocamento angular do rotor em relação a um referencial fixo em
radianos mecânicos
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona

• Caso a máquina esteja em regime permanente:

𝑑2 𝜃𝑚𝑒𝑐
𝑇𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑒 , 𝑇𝑎 = 0, 2
=0
𝑑𝑡

• Além disso, a velocidade do rotor (𝑤𝑚𝑒𝑐 ) fica igual a velocidade


síncrona do rotor (𝑤𝑆𝑚𝑒𝑐 )

• Quando 𝑇𝑚𝑒𝑐 é diferente de 𝑇𝑒 , 𝑇𝑎 ≠ 0 e 𝑤𝑚𝑒𝑐 ≠ 𝑤𝑆𝑚𝑒𝑐


Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• Como o interesse é analisar o desvio da velocidade do rotor em
relação à velocidade síncrona, o referencial adotado gira com 𝑤𝑆𝑚𝑒𝑐

𝜃𝑚𝑒𝑐 = 𝑤𝑆𝑚𝑒𝑐 𝑡 + 𝛿𝑚𝑒𝑐

𝑑𝜃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿𝑚𝑒𝑐
= 𝑤𝑆𝑚𝑒𝑐 +
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑑2 𝜃𝑚𝑒𝑐 𝑑 2 𝛿𝑚𝑒𝑐
2
= 2
(5)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝜃𝑚𝑒𝑐
1. A velocidade do rotor é a soma da velocidade síncrona do
𝑑𝑡
rotor com o deslocamento angular do rotor em relação a velocidade
síncrona
2. A aceleração do rotor em relação ao referencial fixo é a mesma que
a aceleração do deslocamento angular do rotor
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• Substituindo-se (5) em (4):

𝑑 2 𝛿𝑚𝑒𝑐
𝑇𝑎 = 𝑇𝑚𝑒𝑐 − 𝑇𝑒 = 𝐽 2
𝑁𝑚
𝑑𝑡
• Multiplicando-se ambos os lados da equação acima por 𝑤𝑚𝑒𝑐 :

𝑑2 𝛿𝑚𝑒𝑐
𝑇𝑎 𝑥𝑤𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑚𝑒𝑐 𝑥𝑤𝑚𝑒𝑐 − 𝑇𝑒 𝑥𝑤𝑚𝑒𝑐 = 𝐽𝑥𝑤𝑚𝑒𝑐
𝑑𝑡 2
• onde 𝐽𝑥𝑤𝑚𝑒𝑐 é o momento angular
• Em operação estável, a velocidade da máquina não difere de
maneira significante da velocidade síncrona e, por isto, define-se
M = 𝐽𝑥𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐 de constante de inércia da máquina medida na
velocidade síncrona
𝑑 2 𝛿𝑚𝑒𝑐
𝑃𝑎 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 = 𝑀 2
(6)
𝑑𝑡
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• Devido à variedade de potências e tamanhos das máquinas, os
fabricantes fornecem os dados das máquinas com a constante 𝐻
(com isto, a gama de valores tabelados fica bastante reduzida)

𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑛𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠í𝑛𝑐𝑟𝑜𝑛𝑎 𝑀𝐽


𝐻= 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑔
𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑡𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑎 𝑀𝑉𝐴

1 1
𝐽𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐 2 𝑀𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐
𝐻= 2 = 2
𝑆 𝑆
2𝐻𝑆 𝑀𝐽
𝑀= (7)
𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐 𝑟𝑎𝑑 𝑚𝑒𝑐

• Substituindo-se (7) em (6):


2𝐻𝑆 𝑑2 𝛿𝑚𝑒𝑐
𝑃𝑎 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 = (8)
𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑡 2
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• Dividindo-se (8) pela potência aparente nominal da máquina:
𝑃𝑎 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑃𝑒 2𝐻 𝑑2 𝛿𝑚𝑒𝑐
= − = 2
[𝑝𝑢]
𝑆𝑛𝑜𝑚 𝑆𝑛𝑜𝑚 𝑆𝑛𝑜𝑚 𝑤𝑠𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑡

• Sabendo-se que a relação entre a velocidade angular elétrica e a


𝑃
velocidade angular mecânica é dada por 𝑤 = 𝑤𝑚𝑒𝑐 e a relação
2
𝑃
entre o ângulo elétrico e o ângulo mecânico vale 𝛿 = 𝛿𝑚𝑒𝑐 :
2
2𝐻 𝑑2 𝛿
𝑃𝑎 [𝑝𝑢] = 𝑃𝑚𝑒𝑐 [𝑝𝑢] − 𝑃𝑒 [𝑝𝑢] =
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2
𝐻 – constante de inércia da máquina em [MJ/MVA ou segundos]
𝑤𝑠 = 2𝜋𝑓 - velocidade angular elétrica 𝑒𝑚 [𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠/𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠]
𝛿 - ângulo elétrico da máquina ou ângulo de carga em [𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠]
𝑃𝑎 , 𝑃𝑚𝑒𝑐 , 𝑃𝑒𝑙𝑒 - potências em [𝑝𝑢 𝑛𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎]
Equação de Oscilação da Máquina Síncrona
• A equação de oscilação da máquina síncrona (swing equation)
relaciona uma perturbação de potência com o desvio do ângulo
delta em relação a posição de equilíbrio

2𝐻 𝑑 2 𝛿
𝑃𝑎 [𝑝𝑢] = 𝑃𝑚𝑒𝑐 [𝑝𝑢] − 𝑃𝑒 [𝑝𝑢] =
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2
• A solução da equação de oscilação fornece o gráfico do ângulo delta
em função do tempo
Componentes Modais dos Polos

Plano complexo
Tipos de Estudos

1. Máquina versus barra infinita (que representa o resto do sistema)

2. Máquina 1 oscilando contra a máquina 2

3. Multimáquinas

• Observação: a estabilidade é uma propriedade relativa (defasagem


angular entre as máquinas - 𝛿12 ) e, em geral, a referência é a maior
máquina
Equivalente de Máquina Síncrona

1. Valor da constante 𝑯 na base do sistema:

𝐻𝑔𝑒𝑟 → 𝑆𝑔𝑒𝑟 , 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡

𝐻𝑔𝑒𝑟 𝑥𝑆𝑔𝑒𝑟
𝐻𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡 =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡
Equivalente de Máquina Síncrona
2. Máquinas coerentes
• Duas máquinas são ditas coerentes quando elas oscilam juntas após
uma perturbação

• A diferença do módulo do ângulo delta das duas máquinas (𝛿1 − 𝛿2 )


é desprezível
• Assim, representam-se as duas máquinas (𝐺1 e 𝐺2 ) por uma única
máquina equivalente (𝐺𝑒𝑞 )
Equivalente de Máquina Síncrona
2. Máquinas coerentes
𝛿1 = 𝛿2 = 𝛿

2𝐻1 𝑑 2 𝛿1
𝐺1 : 𝑃𝑚𝑒𝑐1 − 𝑃𝑒1 =
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2
2𝐻2 𝑑2 𝛿2
𝐺2 : 𝑃𝑚𝑒𝑐2 − 𝑃𝑒2 =
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2

• A equação para a máquina equivalente é determinada somando-se


as equações de 𝐺1 e 𝐺2 :
𝐻 = 𝐻1 + 𝐻2
2𝐻 𝑑 2 𝛿
𝐺𝑒𝑞 : 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑃𝑚𝑒𝑐1 + 𝑃𝑚𝑒𝑐2
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2
𝑃𝑒 = 𝑃𝑒1 + 𝑃𝑒2
Exemplo
Equivalente de Máquina Síncrona
3. Máquinas não coerentes

2𝐻1 𝑑 2 𝛿1 𝑑2 𝛿1 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐1 − 𝑃𝑒1


𝐺1 : 𝑃𝑚𝑒𝑐1 − 𝑃𝑒1 = 2
→ 2
= (9)
𝑤𝑠 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝐻1

2𝐻2 𝑑2 𝛿2 𝑑2 𝛿2 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐2 − 𝑃𝑒2


𝐺2 : 𝑃𝑚𝑒𝑐2 − 𝑃𝑒2 = 2
→ 2
= (10)
𝑤𝑠 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝐻2
Equivalente de Máquina Síncrona
3. Máquinas não coerentes
• Fazendo-se a diferença entre (9) e (10):

𝑑 2 𝛿1 𝑑 2 𝛿2 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐1 − 𝑃𝑒1 𝑃𝑚𝑒𝑐2 − 𝑃𝑒2


2
− 2
= −
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝐻1 𝐻2

2 𝑑2 𝛿12 𝑃𝑚𝑒𝑐1 𝑃𝑚𝑒𝑐2 𝑃𝑒1 𝑃𝑒2


2
= − − −
𝑤𝑠 𝑑𝑡 𝐻1 𝐻2 𝐻1 𝐻2

• Multiplicando-se a equação acima por 𝐻12 = 𝐻1 𝑥𝐻2 /(𝐻1 + 𝐻2 ):


2𝑥𝐻12 𝑑2 𝛿12 𝑃𝑚𝑒𝑐1 𝐻2 𝑃𝑚𝑒𝑐2 𝐻1 𝑃𝑒1 𝐻2 𝑃𝑒2 𝐻1
2
= − − − (11)
𝑤𝑠 𝑑𝑡 𝐻1 + 𝐻2 𝐻1 + 𝐻2 𝐻1 + 𝐻2 𝐻1 + 𝐻2

2𝑥𝐻12 𝑑2 𝛿12
2
= 𝑃𝑚𝑒𝑐12 − 𝑃𝑒12
𝑤𝑠 𝑑𝑡
Equivalente de Máquina Síncrona
3. Máquinas não coerentes
• Pode-se reescrever (11) como:

2𝑥𝐻12 𝑑2 𝛿12
2
= 𝑃𝑚𝑒𝑐12 − 𝑃𝑒12
𝑤𝑠 𝑑𝑡
• onde:
𝐻1 𝑥𝐻2
𝐻12 =
𝐻1 + 𝐻2

𝑃𝑚𝑒𝑐1 𝐻2 − 𝑃𝑚𝑒𝑐2 𝐻1
𝑃𝑚𝑒𝑐12 =
𝐻1 + 𝐻2

𝑃𝑒1 𝐻2 − 𝑃𝑒2 𝐻1
𝑃𝑒12 =
𝐻1 + 𝐻2
Equivalente de Máquina Síncrona
3. Máquinas não coerentes
• A solução da equação de oscilação equivalente é a diferença entre
𝛿1 e 𝛿2
Equação Ângulo versus Potência
• Esta equação reúne o modelo do balanço eletromecânico (a equação de oscilação)
com o modelo elétrico do sistema (as equações do fluxo de potência)

2𝑥𝐻 𝑑 2 𝛿
= 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒
𝑤𝑠 𝑑𝑡 2
• Hipóteses adotadas:
1. A potência mecânica fornecida para a máquina é constante devido à dinâmica
lenta do regulador de velocidade da máquina motriz (isto é, toda a
perturbação está na potência elétrica), então: a máquina está em regime
permanente e gira na velocidade síncrona (𝑤𝑠 ) caso 𝑃𝑒 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 ; a máquina
acelera se 𝑃𝑒 < 𝑃𝑚𝑒𝑐 ; e a máquina freia caso 𝑃𝑒 > 𝑃𝑚𝑒𝑐
2. A variação da velocidade é pequena (∆𝑤) , portanto esta não afeta a tensão
interna da máquina ( 𝐸 é considerada constante)
3. O modelo da máquina síncrona adotado utiliza a reatância transitória de eixo
direto (𝑥′𝑑 )
4. Os ângulos de carga são medidos em relação a uma referência única (a
referência do sistema ou centro de massa)
Equação Ângulo versus Potência
• Considere um gerador ligado ao sistema e este ligado a outro
gerador

• As tensões nas barras 1 e 2 são as de interesse, pois guardam o


ângulo delta da tensão interna (CONSIDERANDO QUE 𝒙′𝒅 ≈ 𝒙𝒒 e
𝑹𝒂 = 𝟎)
Equação Ângulo versus Potência
• A rede elétrica pode ser representada pela seguinte matriz
admitância de barra (considerando o sistema acrescido com 𝒙′𝒅 )

𝑌11 𝑌12
𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 =
𝑌21 𝑌22
• Pela equação do fluxo de potência (Aula 5.1) para a barra 1 fica:

𝑃𝑘 = 𝑉𝑘 𝑉𝑚 𝐺𝑘𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑘𝑚 + 𝐵𝑘𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑘𝑚


𝑚 𝑒 𝛼𝑘

𝑃1 = 𝐸1 2 𝐺11 + 𝐸1 𝐸2 𝐺12 𝑐𝑜𝑠𝛿12 + 𝐸1 𝐸2 𝐵12 𝑠𝑒𝑛𝛿12

• Substituindo-se 𝑌12 = 𝐺12 + 𝑗𝐵12 = 𝑌12 𝑐𝑜𝑠 𝜃12 + 𝑗 𝑌12 𝑠𝑒𝑛 𝜃12
na equação acima:

𝑃1 = 𝐸1 2 𝐺11 + 𝐸1 𝐸2 𝑌12 𝑐𝑜𝑠 𝜃12 𝑐𝑜𝑠𝛿12 + 𝐸1 𝐸2 𝑌12 𝑠𝑒𝑛 𝜃12 𝑠𝑒𝑛𝛿12


Equação Ângulo versus Potência
• A equação anterior pode ser reescrita como:
𝑃1 = 𝐸1 2 𝐺11 + 𝐸1 𝐸2 𝑌12 (𝑐𝑜𝑠 𝜃12 𝑐𝑜𝑠𝛿12 + 𝑠𝑒𝑛 𝜃12 𝑠𝑒𝑛𝛿12 )
• Sendo 𝑐𝑜𝑠 𝑎 − 𝑏 = 𝑐𝑜𝑠 𝑎 𝑥𝑐𝑜𝑠𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑥𝑠𝑒𝑛𝑏:
𝑃1 = 𝐸1 2 𝐺11 + 𝐸1 𝐸2 𝑌12 𝑐𝑜𝑠(𝛿12 − 𝜃12 )
• Considerando-se 𝜃12 = 𝛾12 + 𝜋/2:
𝜋
𝑐𝑜𝑠(𝜃12 − 𝛿12 ) = 𝑐𝑜𝑠 𝛿12 − 𝛾12 + = 𝑠𝑒𝑛(𝛿12 − 𝛾12 )
2
• Assim, a equação do ângulo versus potência é dada por:
𝑃1 = 𝐸1 2 𝐺11 + 𝐸1 𝐸2 𝑌12 𝑠𝑒𝑛(𝛿12 − 𝛾12 )
• Esta equação é da forma:
𝑃1 = 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑠𝑒𝑛(𝛿12 − 𝛾12 )
Equação Ângulo versus Potência

𝑃1 = 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑠𝑒𝑛(𝛿12 − 𝛾12 )

• Gráfico de 𝑃1 :
Equação Ângulo versus Potência
• Caso particular com apenas reatâncias (resistências desprezadas):
1 𝜋 𝜋 𝜋
𝐺11 = 0 → 𝑌12 = , 𝛾12 = 𝜃12 − = − = 0
𝑥12 2 2 2
𝐸1 𝐸2
𝑃1 = 𝑠𝑒𝑛(𝛿12 )
𝑥12
• onde 𝑥12 é a reatância de transferência entre as barras 1 e 2
• Gráfico de 𝑃1 :
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Exemplo

Eliminação da barra 𝑛 por Kron é dada por:


𝑌𝑖𝑛 𝑥𝑌𝑛𝑗
𝑌′𝑖𝑗 = 𝑌𝑖𝑗 −
𝑌𝑛𝑛
Exemplo
Exemplo
Conceitos sobre o Regime Transitório da
Máquina Síncrona
Conceitos sobre o Regime Transitório da
Máquina Síncrona

• Obs.: a máquina pode operar em regime permanente até 90° (limite


de estabilidade estática angular - LEEA)
Critério das Áreas Iguais
• Este critério é usado para analisar a estabilidade transitória de uma
máquina contra uma barra infinita ou para examinar a estabilidade
transitória de duas máquinas

• Essa análise é realizada sem a necessidade de solucionar a equação


de oscilação (chamado de método direto)

• Área A1 acelera e A2 freia, assim:


• Sistema instável caso A1 > A2
• Sistema estável caso A1 ≤ A2
Potência Elétrica Transmitida Igual a Zero
durante o Curto
• 𝑤𝑅 é a velocidade do rotor em relação à velocidade síncrona, 𝑤 é a
velocidade do rotor, 𝑤𝑠 é a velocidade síncrona. Então:

𝑑𝛿
𝑤𝑅 = 𝑤 − 𝑤𝑠 =
𝑑𝑡
• Multiplicando-se o membro da esquerda da equação swing por 𝑤𝑅 e
𝑑𝛿 𝑑2 𝛿 𝑑𝑤𝑅
o membro da direita por , e substituindo-se = :
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝑑𝑡

2𝐻𝑤𝑅 𝑑𝑤𝑅 𝑑𝛿
= 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒
𝑤𝑠 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝐻
𝑑𝑤𝑅 2 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿
𝑤𝑠
Potência Elétrica Transmitida Igual a Zero
durante o Curto

𝑤𝑅2 𝛿2
𝐻
𝑑𝑤𝑅 2 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿
𝑤𝑠
𝑤𝑅0 𝛿0
𝛿2
𝐻
𝑤𝑅2 2 − 𝑤𝑅0 2 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿
𝑤𝑠
𝛿
Potência Elétrica Transmitida Igual a Zero
durante o Curto
• Considerando-se que tanto no ponto 𝛿0 quanto no ponto 𝛿2 a
velocidade do rotor é a síncrona (isto é: 𝑤 = 𝑤𝑠 , 𝑤𝑅0 = 𝑤𝑅2 = 0):
𝛿2

𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿 = 0 (12)
𝛿0
• Esta equação resume o critério das áreas iguais que pode ser
aplicado a quaisquer dois pontos em que a velocidade do rotor é a
velocidade síncrona
• Integrando-se (12):
𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝛿2

𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿 + 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿 = 0
𝛿0 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
Potência Elétrica Transmitida Igual a Zero
durante o Curto
• Ou seja:

𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝛿2

𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑑𝛿 = 𝑃𝑒 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿
𝛿0 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜

𝐴1 𝐴2

• A potência elétrica é assumida zero, pois a falta é na barra do


gerador
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta para Potência
Elétrica Nula Transmitida durante a Falta

• O sistema é instável se 𝛿𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 > 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 ( 𝐴1 = 𝐴2 caso


𝛿𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 )
𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜

𝐴1 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 0 𝑑𝛿 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿0


𝛿0
𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜

𝐴2 = 𝑃𝑒 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿 = 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿) − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿


𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜

𝐴2 = −𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 + 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 + 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta para Potência
Elétrica Nula Transmitida durante a Falta
• Igualando-se 𝐴1 e 𝐴2:

𝑃𝑚𝑒𝑐
𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝛿 − 𝛿0 + 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 (13)
𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜

• Sabendo-se que:
𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = 𝜋 − 𝛿0 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = −𝑐𝑜𝑠 𝛿0 𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑃𝑒 |𝛿0 = 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿0 )

• Substituindo-se as equações acima em (13):


𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑠𝑒𝑛(𝛿0 ) 𝜋 − 2𝛿0 − 𝑐𝑜𝑠 𝛿0

𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑐𝑜𝑠 −1 𝑠𝑒𝑛(𝛿0 ) 𝜋 − 2𝛿0 − 𝑐𝑜𝑠 𝛿0 [𝑟𝑎𝑑]

• Esta fórmula, para potência elétrica transmitida igual a zero durante


a falta, só depende de 𝛿0 , logo a estabilidade do sistema só depende
do ponto de operação!
Tempo Crítico de Eliminação de Falta
• Este tempo está associado ao ângulo 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
• A equação swing para o período de aceleração 𝐴1:
𝑑2 𝛿 𝑤𝑠 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐
2
= 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 0 =
𝑑𝑡 2𝐻 2𝐻
• A velocidade relativa do rotor vale:
𝑡
𝑑𝛿 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐
= 𝑤𝑅 = 𝑑𝑡 = 𝑡
𝑑𝑡 2𝐻 2𝐻
0
𝑡 𝑡
𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑡 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑡 2
𝛿= 𝑤𝑅 𝑑𝑡 = 𝑑𝑡 = + 𝛿0 (𝑝𝑜𝑖𝑠 𝛿 = 𝛿0 𝑒𝑚 𝑡 = 0)
2𝐻 4𝐻
0 0
Tempo Crítico de Eliminação de Falta
• O tempo crítico que corresponde ao 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 :
𝑡 𝑡
𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑡 𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑡 2
𝛿= 𝑤𝑅 𝑑𝑡 = 𝑑𝑡 = + 𝛿0 (𝑝𝑜𝑖𝑠 𝛿 = 𝛿0 𝑒𝑚 𝑡 = 0)
2𝐻 2𝐻
0 0

4𝐻 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝛿0
𝑡𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑠𝑒𝑔 𝑒 â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜
𝑤𝑠 𝑃𝑚𝑒𝑐
• Lembrando que esta equação só vale quando a potência transmitida
durante o defeito é zero!
• Se o tempo de eliminação do defeito (𝑡𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 ) for maior que o
tempo crítico (𝑡𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 ) o sistema será instável!
Exemplo
Exemplo
Análise de Casos
1. Falta trifásica no meio da linha que é eliminada pelo desligamento instantâneo da
linha e que é religada posteriormente com sucesso
A falta ocorre quando a máquina opera em regime permanente com ângulo 𝛿0
Na ocorrência do curto esta passa a operar na curva inferior, pois a linha em falta
foi aberta instantaneamente
A máquina oscila e após algum tempo tem como ponto de repouso o ângulo 𝛿1
(neste ponto 𝑃𝑒 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 )
Quando em 𝛿1 a linha é religada, a máquina volta a operar na curva superior e
oscila até repousar em 𝛿0 novamente
Análise de Casos
2. Falta trifásica no meio da linha que é eliminada pela abertura da linha em falta
após algum tempo e, depois, é religada com sucesso
Em crítico 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 ocorre o desligamento da linha em falta e em 𝛿𝑡 ocorre o
religamento da linha
Quando ocorre o curto-circuito trifásico, a máquina passa a operar na curva
inferior e acelera
Quando em 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 a linha é aberta, a máquina passa a operar na curva do meio
Devido a inércia do rotor o ângulo𝛿 continua a abrir (aumentar) e, quando em 𝛿𝑡 a
linha é religada com sucesso, a máquina passa a operar na curva superior
O sistema é estável se com apenas 1 linha o ponto de equilíbrio é 𝛿1
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta com Transmissão
de Potência Elétrica Diferente de Zero durante a Falta
• Considere o “Caso 2” (slide anterior) sem o religamento da linha ao
final

𝐴2
𝐴1

• O ângulo 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 de abertura será na condição 𝐴1 = 𝐴2


𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜

𝐴1 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑃𝑒 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑑𝛿 𝐴2 = 𝑃𝑒 𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿


𝛿0 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta com Transmissão
de Potência Elétrica Diferente de Zero durante a Falta
• A potência transmitida em regime permanente vale:

𝑃𝑒 𝑟𝑒𝑔 = 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿)

𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑃𝑒 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 = 𝑠𝑒𝑛(𝛿) = 𝑟1 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿)
𝑃𝑚𝑎𝑥

𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑃𝑒 𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 = 𝑠𝑒𝑛(𝛿) = 𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿)
𝑃𝑚𝑎𝑥

• Onde:
𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑟1 = 𝑟2 =
𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑃𝑚𝑎𝑥
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta com Transmissão
de Potência Elétrica Diferente de Zero durante a Falta

𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
𝛿
𝐴1 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 − 𝑟1 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿) 𝑑𝛿 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝛿0 + 𝑟1 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝛿)|𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
0
𝛿0

𝐴1 = 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿0 + 𝑟1 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝑟1 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿0

𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝛿 𝛿
𝐴2 = 𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛿) − 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑑𝛿 = −𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿 |𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
− 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿 | 𝛿
𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜

𝐴2 = −𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 + 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 + 𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜
Ângulo Crítico de Eliminação da Falta com Transmissão
de Potência Elétrica Diferente de Zero durante a Falta
• Igualando-se 𝐴1 e 𝐴2:

𝑃𝑚𝑒𝑐
𝛿 − 𝛿0 + 𝑟2 𝑐𝑜𝑠 𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 − 𝑟1 𝑐𝑜𝑠 𝛿0
𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝛿𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑐𝑜𝑠 −1
𝑟2 − 𝑟1

𝛿𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = 180° − 𝛿1 → 𝑟2 𝑃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝛿1 = 𝑃𝑚𝑒𝑐

𝑃𝑒 𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 = 𝑃𝑚𝑒𝑐

• Não existe fórmula analítica para a determinação do tempo crítico se


a potência elétrica for diferente de zero durante a falta!!!
Exemplo
Exemplo
Estudo de Estabilidade Multi-Máquinas
• Este estudo serve para analisar a estabilidade transitória do sistema
e é aplicado para qualquer número de máquinas
• O modelo clássico de estabilidade considera:
1. Injeção de potência mecânica constante durante todo o período de
análise
2. Potência de amortecimento desprezível
3. Que o modelo da máquina síncrona consiste de fonte de tensão
interna em série com a reatância de eixo direto (𝑥′𝑑 )
4. Que a posição angular do rotor coincide com a fase da tensão
interna (ou seja, 𝐸 = 𝐸∠𝛿)
5. Que as cargas do sistema são representadas por modelo de
impedância constante (partes ativa e reativa)
6. Em geral, apenas o curto-circuito trifásico para efeito de estudo
Etapas do Estudo
1. Determinação da condição pré falta através da solução do fluxo de
potência (𝑉, 𝜃, 𝑃, 𝑄 de cada barra)
2. Cálculo da tensão interna das máquinas (𝐸 )
𝐸 = 𝑉𝑡 + 𝑗𝑥′𝑑 𝐼

𝑆 ∗ 𝑃 − 𝑗𝑄
𝐼= ∗=
𝑉 𝑉∗

3. Conversão das cargas modeladas por potência constante para o


modelo de impedância constante
𝑃 − 𝑗𝑄 𝐼
𝑦= 2
=
𝑉 𝑉
Etapas do Estudo
4. Montagem da matriz 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 (inclusão das cargas
modeladas por impedância constante assim como das reatâncias
transitórias dos geradores na matriz de admitâncias)
Etapas do Estudo
5. Redução da matriz 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 à dimensão do número de
geradores (a matriz resultante é a matriz admitância de barra pré
falta em regime permanente, isto é, 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑑 = 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑝𝑟é−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 )
Etapas do Estudo

6. Modificação da matriz 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 para representar as


condições de falta e redução à dimensão do número de geradores
(𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑑_𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 − 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎)

7. Modificação da matriz 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 para representar as


condições pós falta e redução à dimensão do número de geradores
(𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑑_𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 − 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝ó𝑠 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎)
Etapas do Estudo
8. Equações de oscilação dos geradores nas CONDIÇÕES DE FALTA E
PÓS FALTA
• CONDIÇÃO DE FALTA

2𝐻 𝑑2 𝛿 𝑖 𝑝𝑟é−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑃𝑚𝑒𝑐(𝑖) − 𝑃𝑒 𝑖 = 2
, 𝑖 = 1, 𝑛 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑃𝑚𝑒𝑐 𝑖 = 𝑃𝑒 𝑖 ,
𝑤𝑠 𝑑𝑡
𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

Resolve-se o sistema de equações de oscilação das máquinas com o uso


de um método de integração de 𝑡 = 0 (instante da aplicação da falta)
até o tempo de eliminação da falta
A cada passo de integração resolve-se o fluxo de carga e atualiza-se a
potência elétrica, pois o ângulo delta varia (logo, varia a potência
elétrica injetada)
Etapas do Estudo
• CONDIÇÃO PÓS FALTA

𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 2𝐻 𝑑2 𝛿 𝑖
𝑃𝑚𝑒𝑐(𝑖) − 𝑃𝑒 𝑖 = 2
, 𝑖 = 1, 𝑛
𝑤𝑠 𝑑𝑡
Usa-se agora o método de integração do tempo de eliminação da falta
até o tempo final de simulação (normalmente em torno de 30
segundos)
A cada passo de integração, resolve-se o fluxo de potência agora com a
matriz 𝑌𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑑_𝑝ó𝑠−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
A saída do programa são 𝑛 gráficos 𝛿 𝑖 𝑥𝑡 (um para cada máquina) que
devem ser analisados por comparação
Etapas do Estudo
O gráfico abaixo pertence a um sistema composto por três máquinas,
onde as curvas dos ângulos de carga das máquinas 2 e 3 são plotadas
em relação à máquina de referência (máquina 1)

Notar que se o tempo final de simulação fosse 𝑡1 , haveria a falsa


interpretação de que a máquina 2 perderia o sincronismo com as
demais máquinas do sistema!
Fatores que Afetam a Estabilidade do Sistema

1. Tempo de eliminação da falta


2. Ponto de operação em regime permanente
3. Tipo da falta (trifásica, bifásica e monofásica, em ordem decrescente de
severidade)
4. Localização da falta
5. Impedância de transferência entre a máquina e o sistema (a compensação série
de linhas diminui a reatância equivalente e aumenta a potência transmitida)
6. Características construtivas da máquina (inércia)
7. Controle de velocidade
8. Condição pós falta
9. Abertura monopolar dos disjuntores
10. Reatância transitória da máquina influi na impedância de transferência
11. Linhas em paralelo
Referências Bibliográficas

• KUNDUR, P. Power System Stability and Control.


McGraw-Hill, 1994.

• KUNDUR, P., et al. Definition and Classification of


Power System Stability. IEEE Transactions on Power
Systems, vol. 19, no. 2, May 2004.

• BORGES, C.L.T. Análise de Sistemas de Potência.


Apostila do curso de engenharia elétrica da UFRJ,
2005.
Dúvidas?
marcos_eng.eletrica@hotmail.com.br

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