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Atlas de Portugal Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
ÍNDICE
Introdução 4
Conclusão 45
Bibliografia 47
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INTRODUÇÃO
Quanto à metodologia utilizada, esta consistiu, numa primeira fase, na selecção das
principais dimensões de análise, selecção essa que veio a sofrer algumas alterações no
decorrer do trabalho. A fase seguinte foi a de pesquisa bibliográfica, estatística e cartográfica,
que teve como objectivo auxiliar, fundamentar e explicar a descrição e comentário de cada
mapa, deixando-se para a conclusão o estabelecimento da maioria das relações existentes
entre os padrões encontrados nas diversas variáveis retratadas.
Numa fase final, será apresentada uma breve conclusão, reflectindo uma síntese do
estudo desenvolvido e consequente correlação entre mapas e dimensões de análise por eles
representadas, seguindo-se posteriormente a indicação das referências bibliográficas que nos
apoiaram na elaboração deste trabalho, que nos proporcionou, garantidamente, um maior
conhecimento e capacidade de interpretação dos padrões geográficos de localização,
distribuição e concentração em Portugal continental.
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Relativamente à Orla Sedimentar, esta divide-se em dois sectores delimitados pela falha da
Nazaré. As bacias do Tejo e do Sado apresentam relevos simples, pois são bacias modeladas por
extensas superfícies planas. No que toca à Orla Sedimentar Meridional, o relevo apresenta
direcções de Leste para Oeste. Importa ainda referir que a falha da Vidigueira foi a causadora do
desnível, de cerca de 100m, entre o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo e que a Serra do Caldeirão foi
originada pela subida da placa africana. Ainda relacionado com a tectónica de placas, deve ser
salientado que existe uma diminuição da intensidade sísmica de Sudoeste para Nordeste (maior
intensidade junto ao litoral devido à proximidade de uma estrutura tectónica activa).
Assim sendo, podemos concluir que “a Terra de um povo é a combinação, original e fecunda,
de dois elementos: território e civilização” (RIBEIRO, 1987), visto que de uma forma mais ou menos
directa, as condições físicas do território influenciam os modos de vida da população.
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Por fim, estão incluídas nas Formações Magmáticas as Rochas Eruptivas Plutónicas,
que existem em maior quantidade ao longo do território, sobretudo no Norte, sendo a
consequência de um arrefecimento lento do magma, dando oportunidade à cristalização dos
minerais. Contudo, a sua composição mineralógica é desigual, dando origem a diferentes tipos
de rocha, entre os quais granitos, em maior quantidade, e granitos gneissicos, granodioritos e
tonalitos. Note-se que estas “rochas são as mais antigas de Portugal” e “formam grupos
litológicos muito heterogéneos, profundamente transformados devido aos sucessivos agentes
tectónicos e erosivos que os afectam” (BRITO, 2005a: 38).
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É também possível observar nesta região áreas montanhosas recortadas por vales
estreitos (normalmente em forma de V, ou seja, muito declivosos), o que se deve à passagem
dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Douro (entre outros seus afluentes). Estes transportam
sedimentos resultantes da erosão das vertentes e vão depositando-os ao longo das suas
margens mais a jusante, assim como na respectiva foz.
Em toda a costa Litoral, praticamente não se observam altitudes acima dos 200m, já
que ao longo desta região predominam relevos com altitudes reduzidas e aplanadas,
resultantes da acumulação dos sedimentos, na qual a foz dos rios tem grande importância.
Apesar das áreas com altitudes inferiores a 200m se situarem praticamente todas no litoral,
existem algumas excepções, como o caso dos sinclinais existentes na região Oeste de
Portugal e do Maciço Eruptivo de Sintra, na região de Lisboa.
Relativamente ao interior Sul de Portugal, este é composto por altitudes entre os 200 e
os 600m. Os valores mais elevados (600m) verificam-se nas cristas de quartzito na parte Este
desta região (Serras do Marvão e de S. Mamede). Altitudes de 400m são visíveis no sudeste
português (Serra do Caldeirão) onde, à semelhança do Norte, predominam rochas com maior
resistência à erosão e também devido à existência de um talude (ENE-WSW), influenciando
deste modo a sedimentação que apresenta um dispositivo monoclinal.
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Olhando para o Mapa de Precipitação podemos concluir que o Litoral Norte é a região
mais chuvosa do nosso país, devido essencialmente às montanhas da Cordilheira Central e
do Noroeste (que dão origem, frequentemente, a chuvas orográficas) superando, por vezes, os
3000mm de pluviosidade, já que Portugal se encontra “numa faixa de transição entre as altas
pressões subtropicais e a faixa das baixas pressões subpolares” (VENTURA, 1986: 7).
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Quanto ao Sul de Portugal este apresenta valores superiores aos do Norte (16/18ºC),
essencialmente no Sudeste (na margem direita do Guadiana), devido à continentalidade
(proximidade da depressão térmica ibérica, situada na meseta sul espanhola) e à inexistência de
relevos que impeçam a progressão para Oeste das massas de ar muito quentes formada no
interior da Península Ibérica. O factor latitude também está presente, já que nesta região incide
uma maior quantidade de radiação solar. Estas temperaturas são igualmente visíveis no Algarve,
já que o relevo tem direcção Leste-Oeste; assim, nas depressões algarvias observam-se
temperaturas elevadas (18ºC) devido a serem áreas deprimidas ao abrigo da influência
“refrescante” do oceano, verificando-se, em oposição, valores mais baixos na Serra do Caldeirão
(16ºC), devido a apresentar uma altitude mais elevada.
Concluindo, é notável a diferença entre Litoral e Interior e Norte e Sul. No litoral são nítidas
menores amplitudes térmicas, contrariamente ao que se verifica no interior. No Norte temos
relevos montanhosos que originam “ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão” (BRITO,
2005b: 51) e que provocam temperaturas baixas nos meses de Inverno. Portugal é, assim,
“Mediterrânico por natureza, Atlântico por posição” (RIBEIRO, 1987).
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O país pode ser dividido em diferentes regiões hidrográficas, “que procuram definir bacias
com características climáticas semelhantes, levando ao agrupamento de umas ou à subdivisão
de outras” (RAMOS, 2005: 395). Agrupam-se, assim, a noroeste as bacias do Minho, Lima,
Cávado e Ave, que se caracterizam pelo maior balanço hídrico positivo do país, com maior
produtividade por unidade de área (> 800 l/m²) e com baixa irregularidade.
Estendendo-se até ao Nordeste do território, temos a bacia do Douro que, devido à sua
grande dimensão, drena regiões de diferentes ambientes climáticos (áreas muito chuvosas a
noroeste e muito secas a nordeste) apresentando, por isso, grandes contrastes ao nível do seu
escoamento. É, por esse motivo, a única do Norte do país com um balanço hídrico
ligeiramente negativo; no entanto o seu escoamento superficial representa 32% do total
nacional.
Conclui-se, então, que há nas bacias hidrográficas do nosso país uma “diminuição do
escoamento de noroeste para sudeste e do litoral para o interior” (Id. Ibid: 396). No entanto,
existe também uma forte dependência de Espanha, já que 45% do escoamento provém do
país vizinho, através dos rios internacionais (Douro, Tejo, Guadiana, Minho e Lima), que
deve ser tido em conta para fazer face aos problemas de irregularidade temporal dos caudais.
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Portugal caracteriza-se por uma grande diversidade em recursos minerais, embora não seja
muito rico (em quantidade e em qualidade) nestes recursos, comparativamente a outros países.
Em 1992, 25% da produção de minérios metálicos da União Europeia era assegurada pelo
nosso país, desfazendo definitivamente o mito da nossa pobreza em recursos naturais. No
entanto, actualmente, a sua exploração tem pouco ou nenhum significado.
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Por fim, há ainda a considerar a existência de gasodutos e oleodutos, que comportam riscos a
nível de explosão, no primeiro caso, e contaminação do solo e águas subterrâneas, no segundo.
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Relativamente à energia solar, podemos ver que é sobretudo no Interior Sul e Algarve
que se registam os maiores valores (> 27) de aproveitamento térmico potencial. A metade Sul
do território (o chamado “Portugal Mediterrânico”) é, de facto, a região do país mais favorável à
exploração deste tipo de energia, já que recebe “mais de 2500 horas de sol por ano e mais de
16 MJ/m² de radiação solar global média anual” (COLLARES-PEREIRA, in RAMOS, 2006: 176),
devido à sua latitude mais baixa e à menor nebulosidade.
Quanto à energia eólica, constatamos que é sobretudo no Norte e Centro do país que se
encontra o maior número de parques de captação do vento para aproveitamento energético.
Esta distribuição coincide, obviamente, com as regiões mais montanhosas do nosso território
(ver Mapa 3), nomeadamente com as serras do Larouco, do Marão e de Montemuro, no Norte,
e da Lousã, no Centro. Os topos das serras são, a par das zonas costeiras (como é o caso da
região Oeste e do extremo Sudoeste do nosso país, Sagres), as áreas de maior aproveitamento
potencial da energia eólica, devido à velocidade e constância do vento.
Dentro das energias renováveis, é a eólica a que tem recebido mais apoios nos últimos anos,
“apresentando-se como a fonte de energia endógena com mais elevado potencial de
crescimento, uma variabilidade económica assinalável e impactes ambientais moderados”
(RODRIGUEZ, 2006: 92). De facto, o aproveitamento desta energia para a geração de electricidade
tem vindo a crescer, “de 22MW em 1997, para 707MW em Abril de 2005” (Id. Ibid.).
Conclui-se, então, que as energias renováveis ganharão peso no total da energia consumida
no nosso país, tendo em conta as preocupações com a progressiva escassez do petróleo (devido
à cada vez maior dependência global deste recurso e consequente aumento de preço, para além
da componente ambiental) e de outros recursos não renováveis, existindo um compromisso para
que tal aconteça: a União Europeia pretende que, em 2010, 12% do consumo interno bruto de
energia provenha de fontes de energia renovável. Portugal tem, assim, oportunidade de apostar
no desenvolvimento destas energias através de fundos comunitários atribuídos pela UE, que lhe
permitirão diminuir a sua dependência externa neste sector.
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No entanto, apesar do maior crescimento das regiões envolventes, alguns concelhos das
Áreas Metropolitanas têm perdido população; GASPAR (2002: 65) refere que “a mancha
urbanizada tende a alargar-se, com densidades gerais baixas, não obstante os inúmeros
casos de empreendimentos com elevadíssimos índices de construção que ocorrem em todos
os concelhos suburbanos”. Estas áreas, com tendência para a formação de estruturas
policêntricas, acabam por se tornar causa e consequência das crescentes dinâmicas
demográficas, de localização das actividades económicas e dos equipamentos sociais.
GASPAR (2002, 67) atenta, ainda, no facto de a bipolarização ter vindo a adquirir novos
contornos, assumindo-se, cada vez mais, como uma bipolarização entre “regiões
metropolitanas: a do Norte (Braga-Porto-Aveiro) e a do Centro-Sul (Leiria-Lisboa-Sines)”.
Também no Algarve, mas a outra escala, se denotam duas polarizações urbanas (a Barlavento
com Lagoa-Portimão-Silves-Lagos e a Sotavento com Loulé-Faro-Olhão).
Para além destes dois fenómenos mais representativos da demografia nacional, há ainda
a referir a existência de capitais de distrito (cidades médias) do interior do país com
densidade populacional de 100 a 500 hab./km², como Vila Real e Viseu, e entre 25 e 100
hab./km², como Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. O reforço
demográfico (e funcional) das cidades de média dimensão tem tido consequências no
ordenamento dos territórios regionais, permitindo a sua articulação com “redes de cidades, de
âmbito regional, nacional e internacional” (Id. Ibid.: 64). Tal deve-se à maior autonomia,
abertura e inter-relação entre as principais cidades do litoral e os mais robustos centros
urbanos do interior, provocadas, essencialmente, pela construção e melhoria de vias de
comunicação e respectivo reforço das acessibilidades.
Por fim, surgem inúmeros concelhos do país com uma densidade populacional inferior a
25 hab./km², com especial incidência junto à fronteira com Espanha (do Vimioso a Idanha-a-
Nova) e no Alentejo, onde apenas as capitais de distrito e os concelhos de Campo Maior,
Elvas, Vila Viçosa, Borba, Estremoz e Cuba são excepção.
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A maioria das capitais de distrito e grande parte dos concelhos do litoral apresentaram
um crescimento situado entre os 0 e os 10%, reflexo das capacidades económicas e sociais
que possuem e exercem, exceptuando alguns concelhos do litoral alentejano que registaram
um crescimento praticamente nulo ou mesmo negativo (de -5 a 0%), tendência semelhante à
verificada na maior parte dos concelhos localizados na transição litoral-interior, tanto a Norte
como a Sul.
Assim, poder-se-á considerar Portugal como um país que “apresenta taxas de crescimento
reduzidas, estrutura etária envelhecida, baixos níveis de fecundidade e de mortalidade infantil
e [com] um progressivo acréscimo de estrangeiros, que tornam o saldo migratório na principal
componente da dinâmica populacional” (PIMENTEL, 2005: 86).
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Apesar dos esforços efectuados nas últimas décadas no campo da instrução, como por
exemplo com o aumento da escolaridade obrigatória ou da formação ao longo da vida, a taxa de
analfabetismo permanecia, em 2001, ainda elevada no nosso país (9%), tendo em conta a
realidade da maioria dos países desenvolvidos, com taxas inferiores a 1% – como é o caso dos
EUA ou de França (PNUD, 2001).
Contudo, há que referir as desigualdades regionais no que se refere a este indicador: por um
lado, os mais baixos valores de analfabetismo (3,7% a 8,8% - abaixo da média nacional)
verificam-se no litoral, especialmente nos eixos Caminha-Aveiro e Mafra-Setúbal. A estes eixos
juntam-se algumas cidades médias e os seus subúrbios, como Coimbra (Mealhada, Lousã), Leiria
(Leiria, Marinha Grande), Santarém (Alcanena, Torres Novas) e Faro (Albufeira, Vila Real de Santo
António). Estes baixos valores coincidem com regiões predominantemente urbanas onde o acesso à
escolarização é mais facilmente garantido; a base económica é secundária ou terciária, o que implica
uma maior qualificação da população; e a população é mais jovem.
São também estas as explicações para que a percentagem de analfabetos entre 8,8 e
13,6% esteja concentrada na restante faixa litoral do Norte e Centro, nos concelhos mais
litorais do Algarve, e nas cidades-médias capitais de distrito (Bragança, Castelo Branco, Évora,
Beja, entre outras). No entanto, são áreas onde a influência de sectores que exigem população
menos qualificada (agricultura e pesca, por exemplo) ainda se faz sentir.
Relativamente às mais altas taxas de analfabetismo, estas podem ser encontradas em
praticamente todo o interior do território, estendendo-se também ao litoral alentejano e
algarvio (sobretudo a Oeste). Contudo, no Interior Centro e no Sul podemos encontrar taxas
mais altas (19,2 a 32,1%) do que no interior Norte, fenómeno que pode ser explicado, por um
lado, pelo maior envelhecimento demográfico da população, agravado pela migração da
população activa (e potencialmente não analfabeta) para as cidades e para o litoral; e por
outro, pelo povoamento mais disperso e consequente menor acessibilidade dentro destas
regiões. São exemplos de regiões com elevados níveis de analfabetismo as que se encontram
entre os arredores de Coimbra e Portalegre, entre este último concelho e Coruche (Santarém)
e um pouco por todo o Baixo Alentejo (de Odemira a Mértola).
Há, portanto, um longo caminho a percorrer na instrução da população portuguesa, já que
“em cerca de 51 concelhos do país pelo menos uma em cada cinco pessoas é formalmente
analfabeta” (FERRÃO E SÁ MARQUES, 2005: 128), sendo que todos estes concelhos se situam
em áreas predominantemente rurais. Este é, aliás, um denominador comum, podendo-se
afirmar que Portugal “é, pois, um país fragmentado, demasiado ancorado em territórios de
influência urbana” (Id. Ibid.) no que a este indicador diz respeito.
Contudo, a tendência é para que o analfabetismo seja cada vez mais diminuto, não só
pela renovação de gerações, mas sobretudo porque nas últimas décadas “a expansão do
sistema escolar atingiu grandes proporções, tendo chegado, pela primeira vez na história, a
todo o território e a toda a população” (BARRETO, 2002: 16).
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O mapa em análise assenta numa categorização dos concelhos urbanos de acordo com o
emprego industrial em relação ao país e ao mercado de trabalho local, representando 88% do
total do emprego industrial em Portugal (2000), reflexo de uma mudança lenta na organização do
espaço industrial, caracterizado por uma ligeira desconcentração, devido à “expansão da indústria
em áreas rurais capazes de oferecer mão-de-obra jovem e barata para fases de produção mais
intensivas em trabalho” (VALE, 2005: 377).
Nas áreas com forte relevância da actividade turística, como os concelhos urbanos do Algarve
e os de Cascais, Almada e Sesimbra na A.M.L., verifica-se uma reduzida expressão industrial à
escala local (<1%) e nacional (<20%). Coimbra, apesar da especialização dos serviços públicos de
ensino e saúde, a par de Oeiras, apresenta uma importância razoável no peso do emprego
industrial nacional (1 a 2%) devido à dimensão do aglomerado populacional envolvente que
impulsiona o desenvolvimento industrial, embora “não configure uma actividade importante no
mercado de trabalho local” (<20%), classificando-se como “industrialização incipiente de pequenas
e médias cidades” (Id. Ibid.: 378).
Segundo este autor (2005: 378), Lisboa e Porto integram a categoria das “cidades com
actividades industriais avançadas”, correspondendo-lhes um emprego industrial no país ≥2% mas
localmente <20%, devido ao processo de desindustrialização das suas bases económicas,
mantendo-se apenas as sedes de empresas e de outras actividades mais intensivas em tecnologia/
conhecimento. Os “concelhos da cintura industrial em torno de Lisboa” e um número considerável
de concelhos do Oeste têm uma representatividade nacional <1%, apesar de representarem 20 a
45% do emprego a nível local. VALE (2005: 379), classifica este processo como “industrialização de
cidades médias em contextos metropolitanos”, funcionando como “centros polarizadores de
actividades industriais vocacionadas especialmente para os mercados regionais”, evidenciando
uma base económica marcada por este sector.
Já os concelhos de Aveiro, Leiria e Braga têm-se assumido como “sistemas industriais
localizados” (Id. Ibid.: 380), desempenhando funções essenciais para o desenvolvimento industrial,
através da oferta de serviços de apoio às empresas, ensino, formação e investigação, para além
de apresentarem um aparelho comercial desenvolvido. Apesar de registarem processos de
reestruturação industrial e dinâmicas de terciarização resultantes do alastramento das áreas
metropolitanas, os concelhos de Vila Franca de Xira, Sintra, Seixal, Maia e Matosinhos, também
se enquadram nas “áreas urbanas industrializadas e terciarizadas” (emprego industrial no país >1%
e no concelho entre 20 a 45%).
Por fim, os “espaços de forte industrialização e elevada expressão nacional” (emprego
industrial nacional >1% e ≥45% no concelho), constituem os actuais motores do sector, onde se
concentram as actividades industriais exportadoras, sobretudo localizadas no vale do Ave (têxtil,
vestuário e calçado) e no litoral Centro (metalomecânica, plásticos e minerais não metálicos),
apresentando uma “urbanização difusa, estruturada pela rede viária, e no caso do vale do Ave,
também pela rede hidrográfica” (Id. Ibid.). Destaca-se, ainda, o concelho de Palmela devido à
instalação da Autoeuropa e da sua rede de fornecedores, “impulsionada por capitais estrangeiros e
apoiada pelos instrumentos de política industrial e de desenvolvimento regional”.
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O mapa que representa a população activa empregada nos serviços relacionados com
as actividades económicas, em 2001, aponta para um padrão de distribuição muito variado ao
longo do território, observando-se, contudo, algumas áreas com valores homogéneos.
Estes valores contrastam com os existentes na maioria dos concelhos da região Norte, onde
a percentagem de população activa não ultrapassa os 22,9%. Tal acontece devido à forte
industrialização do litoral – em muitos casos intensiva em mão-de-obra, nomeadamente no vale do
Ave – e à falta de condições para um desenvolvimento económico sólido baseado neste sector no
interior da região (devido, entre outros, às fracas acessibilidades e à instrução insuficiente). As
excepções (Chaves, Bragança, Mirandela, etc.) correspondem a pequenos centros urbanos, pólos
dinamizadores dentro da região, tendo como base económica os serviços pessoais (cafés,
restaurantes) que, segundo ALVES (2004), embora de pequena envergadura, podem desempenhar
um papel muito relevante na promoção do desenvolvimento social.
Numa posição intermédia estão, por um lado, os concelhos do litoral fora das Áreas
Metropolitanas (geralmente com mais de 27% de população activa no subsector), mais uma vez,
impulsionados pela implementação industrial, como é o caso de Leiria, Pombal e Aveiro, aos
quais se juntam Grândola (nomeadamente Tróia) e Figueira da Foz, onde o turismo justifica
estes valores. Por outro lado, no interior Centro e Sul é praticamente impossível encontrar um
concelho com valores acima dos 30%, sendo Évora e Beja as excepções, devido ao facto de
serem capitais de distrito e disporem de infra-estruturas básicas eficientes para o
estabelecimento de serviços relacionados com a actividade económica. No entanto, é também
nestas regiões (do interior) que se verifica a maior percentagem de população nos serviços
sociais (TEIXEIRA, 2006), nomeadamente na educação, administração e saúde, o que mostra o
peso dos serviços públicos em áreas onde o desenvolvimento económico não é tão evidente.
Conclui-se, então, que mais uma vez o sistema urbano português influencia fortemente o
desempenho das regiões no que a actividades económicas diz respeito, coincidindo, neste caso,
os grandes pólos urbanos com uma maior percentagem de população activa nos serviços
ligados à actividade económica.
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O mapa que representa a taxa de função turística (em 2004) mostra-nos o peso da actividade
turística – através do número de hóspedes – relativamente à população residente em cada concelho.
O Algarve é, como seria de esperar, a região que apresenta as mais elevadas taxas de
função turística do país, nomeadamente os concelhos de Lagoa, Portimão e Albufeira (sendo
que este último chega a ter 24 vezes mais hóspedes que população – 836 401 e 35 281,
respectivamente; in INE, 2004). Esta é mesmo a principal região turística de Portugal
continental, reunindo a preferência de 35% dos portugueses que passam férias fora da
residência habitual (CAVACO, 2006: 382) e de inúmeros estrangeiros, dos quais se destacam
os espanhóis, os alemães, os holandeses e os ingleses.
Esta aptidão para o turismo deriva das “praias e [do] ambiente urbano-turístico litoral, com
a sua animação, mesmo nas épocas de temperaturas mais moderadas”, o que permite a
atracção de turismo sénior, “sem desvalorizar a atracção de nichos turísticos, do golfe aos
congressos ou às reuniões de negócios” (Id. Ibid.: 386). De facto, o golfe assume-se, cada
vez mais, como complemento às “férias de sol e praia”, detendo esta região 50% da oferta do
país em campos deste desporto.
Fora da região algarvia, os concelhos com maior taxa de função turística são: Lisboa,
importante centro turístico enquanto capital do país, possuindo diversos equipamentos e infra-
estruturas relacionadas com a cultura e o lazer e, ao mesmo tempo, funcionando como centro
de negócios (favorecendo o desenvolvimento do turismo de congressos); Ourém, por motivos
religiosos, já que é o concelho onde se localiza o santuário de Fátima, o que origina uma forte
afluência de pessoas àquela região em vários períodos do ano; Óbidos, uma vila que alia um
forte património edificado à existência de condições naturais propícias para o turismo de sol e
praia (nomeadamente através da Lagoa de Óbidos), para além da existência de campos de
golfe que, devido à boa acessibilidade a Lisboa, se tornaram uma aposta rentável; e Castelo de
Vide, conhecido pelo seu património arquitectónico e arqueológico, estando integrado no Parque
Natural da Serra de S. Mamede. Contudo, é necessário ter em conta a existência de poucos
habitantes nalguns destes concelhos, o que poderá inflacionar os valores obtidos.
Por fim, Porto e Évora (em menor escala, também Bragança, Viseu, Coimbra e Beja) também
apresentam uma elevada taxa de função turística, já que enquanto cidades médias, “dotadas de
boas condições de acessibilidade e com forte dinamismo económico, são atractivas para city breaks
e short breaks, turismo cultural, turismo de congressos, eventos e negócios” (Id. Ibid.: 387).
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Embora a rede de estradas que serve a população portuguesa remonte ao período romano,
foi sobretudo a partir da segunda metade do século XIX que esta se desenvolveu e modernizou.
Com a massificação do uso do automóvel, em meados do século XX, foram criados os Planos
Rodoviários Nacionais (PRN) em 1945, cujo principal objectivo era o “alargamento dessa rede
a todo o país e o reforço das ligações entre os centros populacionais mais importantes” (ABREU,
2006: 347). Em 1986, com a adesão à CEE (actual União Europeia) e no contexto dos
financiamentos daí provenientes, assistiu-se a um reforço da conectividade interna e das
ligações terrestres a Espanha, integrando-se progressivamente no sistema rodoviário europeu.
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De modo geral, a rede rodoviária nacional é mais densa na faixa litoral entre Lisboa e
Porto, onde se concentram também as principais vias ferroviárias. Assim, em 2000, era composta
por 16500 km (contra 9900 km em 1985; JULIÃO in PRN 1985), repartidos em 2600 km de Itinerários
Principais (9 IP), 3500 km de Itinerários Complementares (37 IC), 5300 km de Estradas Nacionais
(EN) e 5100km de Estradas Regionais (ER), para além das redes municipais (JULIÃO, 2005).
Os IP (alguns dos quais transformados recentemente em auto-estrada) ligam, em geral, as
capitais de distrito entre si (exemplo do IP2: Bragança-Guarda-Castelo Branco-Portalegre-
Évora-Beja-Faro), dando origem a uma rede relativamente homogénea ao longo do território.
Assumem, assim, extraordinária importância na tentativa de manutenção da população no
interior do país, melhorando a sua mobilidade e contribuindo para a diminuição das assimetrias
regionais. Dois dos eixos mais importantes são o IP1 (ligação entre as duas maiores cidades
portuguesas, Lisboa e Porto) e o IP5 (ligação entre Aveiro e a fronteira com Espanha, em
Vilar Formoso), registando-se actualmente uma densidade de auto-estradas superior à média
comunitária, com 16.2 m/km2 contra os 15.8 m/km2 registados pela UE15.
Já os IC são vias de interesse regional, menos extensas que os IP e mais desenvolvidas de acordo
com a localização da população portuguesa (ou seja, tem uma rede essencialmente litoralizada), não
sendo assim de estranhar uma forte concentração junto às Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Apresentando-se como rede fundamental no PRN de 1945, as EN compõem a rede rodoviária
nacional mais antiga, tendo-se procurado a criação de uma rede viária que fosse para além das
ligações com a capital. Finalmente, as ER garantem a ligação entre agrupamentos de concelhos,
“nomeadamente nas zonas fronteiriças, costeiras, e de interesse turístico” (GASPAR E RODRIGUEZ,
2006: 76), constituindo um prolongamento das anteriores. Apesar de estas duas representarem
aproximadamente 2/3 da rede rodoviária nacional e garantirem uma maior acessibilidade a todo o
país, são menos acessíveis no que respeita ao tempo e conforto de deslocação, sendo menos
ramificadas e homogéneas a Sul devido à maior dimensão da propriedade.
Assim, a melhoria evidente das acessibilidades internas aproximou os portugueses,
tendo consequências “nas oportunidades que gerou, mas também nas desigualdades que
provocou” (Id. Ibid.: 61): encurtaram-se distâncias absolutas (tempo e custo), promoveram-se
as concentrações e o processo de urbanização e reforçou-se a centralidade de uma rede
densa de cidades médias, de Lisboa no contexto europeu e do Porto num contexto Noroeste
peninsular; por outro lado, acentuaram-se as assimetrias norte-sul e litoral-interior.
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O sistema urbano português pode ser caracterizado, em termos gerais, por fenómenos de
litoralização e de metropolitização: concentração populacional e de actividades ao longo do litoral
(especialmente a Norte de Setúbal – “Faixa Urbana Oeste-Atlântica” – e na costa Sul – “Faixa
Urbana Sul-Atlântica”) e, em especial, em redor das duas principais cidades do país, Lisboa e Porto.
Podemos, contudo, distinguir seis subsistemas urbanos regionais (DGOTDU, 2006). O subsistema
do Norte Litoral, que inclui grandes cidades como o Porto, Braga, Viana do Castelo e Aveiro, é
bastante dinâmico, não só economicamente como também a nível demográfico, com valores relativos
de população jovem mais elevados do que todos os outros subsistemas (INE, 2001), o que poderá ser
um bom indicador para uma maior afirmação desta região num futuro próximo. É de referir também a
importância das relações transfronteiriças com a Galiza, um grande mercado importador e exportador
de bens e mercadorias, reforçadas nesta região pelas melhores acessibilidades ao país vizinho.
Menos dinâmico, o subsistema do Nordeste português destaca-se pela existência de
poucas cidades e um maior afastamento entre estas. Evidenciam-se os concelhos e cidades de
Bragança, Chaves, Mirandela e Vila Real como sendo das poucas que sofreram um aumento
populacional entre 1991 e 2001. Quanto às outras cidades, estão “condenadas à concertação
intermunicipal, no sentido de valorizar ao máximo as sinergias e as complementaridades”
(GASPAR, 2006: 25). Só assim se poderão afirmar no sistema urbano português.
O subsistema do Centro é, muito provavelmente, o mais heterogéneo de todos, já que
atravessa o território do litoral ao interior. As cidades que formam eixos mais importantes (ou seja,
que têm fortes relações entre si) são Pombal, Figueira da Foz e Coimbra (sobretudo devido à
indústria, turismo, educação e serviços a estes ligados) e Castelo Branco, Guarda e Covilhã.
Neste caso, o eixo formado permite a sobrevivência económica e social destas cidades do
Interior, já que só formando um mercado conjunto serão capazes de competir com outras regiões.
Lisboa e Vale do Tejo é o subsistema urbano que mais população possui, integrando a capital
Lisboa e outras cidades como Almada, Loures, Amadora, Setúbal, Santarém, Leiria e Torres
Vedras. Assiste-se, neste subsistema, ao crescimento de vários pólos de emprego, comércio,
serviços e lazer, muito dinâmicos e muito urbanizados, apesar de ainda algo dependentes da
capital. É aqui, contudo, que estão instaladas diversas unidades de I&D, onde o poder de compra
per capita e a qualidade de vida são mais elevados e as acessibilidades estão mais desenvolvidas,
promovendo, no futuro, uma mais segura integração no sistema urbano ibérico (e europeu).
Quanto ao subsistema alentejano, caracteriza-se pela fraca presença de cidades.
Contudo, os eixos mais importantes são Vendas Novas-Montemor-Évora-Estremoz (devido
às melhores acessibilidades a grandes centros, Lisboa e Badajoz) e Sines-Santiago do
Cacém (devido à forte industrialização ligada ao porto de Sines).
Por fim, o subsistema do Algarve apresenta uma grande quantidade de cidades que se têm
vindo a afirmar nas últimas décadas (Lagos, Olhão, Faro, por ex.), essencialmente devido ao
turismo aliado à “boa infra-estruturação rodoviária, portuária e aeroportuária” (GASPAR, 2006: 24).
Conclui-se, então, que as principais características do sistema urbano português são a sua
excessiva litoralização, a ausência de centros de média dimensão e a urbanização difusa,
sobretudo das regiões do Interior, agravada pelas fracas acessibilidades que as unem.
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CONCLUSÃO
Como já foi referido, este trabalho serviu para ficarmos a conhecer melhor o nosso país, através da
análise e reflexão sobre diversas variáveis. No entanto, podemos dizer que a escolha das dimensões de
análise e respectivas representações cartográficas se revelou mais difícil do que inicialmente
esperávamos. Tentámos, apesar disso, seleccionar os grandes temas que melhor caracterizam o país.
Será, então, de seguida, apresentado um resumo/conclusão das variáveis em análise.
Quanto ao mapa hipsométrico, este permite ter uma percepção de alguns traços importantes
do relevo português, mostrando os contrastes existentes entre um Norte montanhoso recortado
por vales estreitos e um litoral (tanto a Oeste como a Sul) de mais baixas altitudes, o que irá ter
influência na distribuição de outros agentes (sobretudo climáticos).
Devido à sua posição atlântica, Portugal atinge valores de precipitação próximos de 960
mm/ano, sendo superiores aos do clima mediterrânico típico. Estes valores devem-se a
diversos factores, tais como a latitude, o relevo (altitude e exposição das vertentes) e a maior
ou menor proximidade com o oceano (continentalidade).
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Por fim, o mapa-síntese sobre os riscos naturais e humanos permitiu-nos perceber que o
litoral Sul é o local mais propício a sismos e maremotos, para além do vale do Tejo, que é também
propício a cheias e inundações. Por outro lado, para último mapa desta temática, escolhemos o das
energias alternativas, por representar as potencialidades que Portugal tem em termos de energias
renováveis. Assim, por um lado, há uma maior potencialidade de utilização da energia solar no Sul;
por outro, é nas serras que existe um maior aproveitamento da energia eólica.
Por fim, e tal como fizemos relativamente à geografia física, tentámos que os últimos mapas
sintetizassem alguns aspectos importantes da geografia humana portuguesa. Assim, no
Sistema Urbano Nacional encontrámos a litoralização, a bipolarização e a metropolitização
como as principais características a apontar, também já reflectidas noutros mapas. Já na
Tipologia de Inclusão/Exclusão Social, dividimos o país em diferentes categorias, constatando
que os territórios de Inclusão se situam, mais uma vez, no litoral e cidades médias.
Assim, e como balanço final deste Atlas de Portugal, podemos dizer que o objectivo de
conhecer, descrever e interpretar os diversos indicadores se revelou bastante útil para a percepção
que temos do nosso país e de todas as suas dinâmicas e mutações ao longo dos tempos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<http://62.48.187.117/atlas/index1.html>.
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POPULAÇÃO ACTIVA NOS SERVIÇOS RELACIONADOS COM AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS (MAPA 16):
ALVES, T. (2004) – Geografia dos Serviços. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos.
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